Carla Ribeiro | Instituto Politecnico do Porto (original) (raw)

Papers by Carla Ribeiro

Research paper thumbnail of Um cinema nacional de projecção internacional. António Lopes Ribeiro nas décadas de 1930 e

Aniki, Revista Portuguesa da Imagem em Movimento, 2024

António Lopes Ribeiro foi uma figura-chave do cinema português ao longo de mais de três décadas. ... more António Lopes Ribeiro foi uma figura-chave do cinema português ao longo
de mais de três décadas. Neste artigo, sigo o percurso do realizador desde meados dos
anos 1920 até finais da II Guerra Mundial, apresentando e analisando os diversos
projectos em que se envolveu com o intuito de criar um cinema nacional de projecção
internacional. A chegada do sonoro fortaleceu este anseio. Para garantir a
sustentabilidade económica da indústria cinematográfica e uma produção contínua
Lopes Ribeiro acreditava ser necessário ampliar a distribuição para além dos mercados
tradicionais, i.e. as colónias e as comunidades de emigração portuguesa no Brasil.
Metodologicamente, esta investigação serve-se de documentos do fundo do
Secretariado Nacional da Informação e do Arquivo Salazar, bem como outras fontes
primárias, sobretudo hemerográficas, como o Diário de Lisboa e a Animatógrafo, revista
especializada em cinema, além de um conjunto de cartas de Lopes Ribeiro dirigidas a
António Ferro, provenientes da Fundação Quadros.

Research paper thumbnail of O ‘Feitiço do Império’: a encenação do universo colonial português nas exposições de 1932, 1934 e 1940

CEM / Cultura, Espaço & Memória, 2024

Este artigo centra-se no Estado Novo, nas décadas iniciais de 1930 e 1940. Procura-se analisar o ... more Este artigo centra-se no Estado Novo, nas décadas iniciais de 1930 e 1940. Procura-se
analisar o imaginário colonial nacional, a partir da narrativa visual criada em três exposições: a
Grande Exposição Industrial Portuguesa de 1932, a I Exposição Colonial Portuguesa, em 1934, e a
Secção Colonial da Exposição do Mundo Português, em 1940. Em todas, o Império exibia-se em
«miniatura», através de conjuntos de aldeias e habitações típicas das várias colónias, aí se incluindo
exemplares da fauna local e indígenas. Esta forma de comunicação visual impunha uma imediatez
sensorial que permitia chegar ao grande público, inspirada nas técnicas de encenação de ambientes
etnográficos fixadas nos circuitos das grandes exposições desde meados de Oitocentos. Pretende-se,
assim, analisar as formas cenográficas expositivas utilizadas, recorrendo ao universo iconográfico
daí resultante, de carácter propagandístico — nomeadamente revistas e filmes — no intuito de
compreender o processo de objectificação cultural a que foi submetido o universo colonial
português.

Research paper thumbnail of From winners to forgotten

Research paper thumbnail of A propósito do aniversário do Jornal de Notícias. Algumas ideias sobre os três diários matutinos do Porto durante o Estado Novo.

Research paper thumbnail of ENCENAR A NAÇÃO» -A DIPLOMACIA CULTURAL DO ESTADO NOVO PORTUGUÊS ATRAVÉS DOS CENTROS DE INFORMAÇÕES DE GENEBRA E ROMA

Este artigo aborda os esforços da diplomacia cultural portuguesa no estrangeiro, no período pós-I... more Este artigo aborda os esforços da diplomacia cultural portuguesa no estrangeiro, no período pós-II Guerra Mundial. Baseando-se na noção de soft power teorizada por Joseph Nye, a investigação centra-se nos primeiros Centros de Informação Portugueses, em Genebra e Roma, criados pelo ministro português nestas cidades, António Ferro. Recorrendo sobretudo a fontes documentais inéditas do fundo do Secretariado Nacional de Informação, procurou-se elucidar sobre a sua orgânica, a sua relação com o poder central, bem como examinar as actividades desenvolvidas e os resultados alcançados. Assumiu-se como hipótese de trabalho que os Centros funcionaram numa lógica de defesa do país, parte de uma estratégia para «seduzir» uma Europa democratizada do pós-guerra, face ao regime ditatorial do Estado Novo, que persistia em manter um Império Colonial.

Research paper thumbnail of Porto, Paranhos e os Bairros Económicos. Um património e uma memória histórica em risco

O Programa dos Bairros Económicos do Estado Novo português, inspirado nas cidades-jardim europeia... more O Programa dos Bairros Económicos do Estado Novo português, inspirado nas cidades-jardim europeias do início do século XX, deixou marcas profundas em várias cidades. Entre elas, o Porto. É nesta cidade, e nas suas casas económicas, que centramos este artigo, com foco no Bairro Económico de Paranhos. Fazendo o seu estudo do ponto de vista histórico, procuramos compreender como é que o crescimento dos espaços onde estes bairros foram construídos, entre os anos 1930 e 1970, contribuiu para a mudança do sentido de identidade desses lugares, como modificou esta paisagem cultural e, reflectindo criticamente, como colocou em causa, em risco, não apenas a memória, histórica e colectiva, a eles associada, mas também os elementos físicos do espaço, que entendemos como Património.

Research paper thumbnail of Um cinema nacional de projeccao internacional Antonio Lopes Ribeiro nas decadas de 1930 e 1940

Ribeiro foi uma figura-chave do cinema português ao longo de mais de três décadas. Neste artigo, ... more Ribeiro foi uma figura-chave do cinema português ao longo de mais de três décadas. Neste artigo, sigo o percurso do realizador desde meados dos anos 1920 até finais da II Guerra Mundial, apresentando e analisando os diversos projectos em que se envolveu com o intuito de criar um cinema nacional de projecção internacional. A chegada do sonoro fortaleceu este anseio. Para garantir a sustentabilidade económica da indústria cinematográfica e uma produção contínua Lopes Ribeiro acreditava ser necessário ampliar a distribuição para além dos mercados tradicionais, i.e. as colónias e as comunidades de emigração portuguesa no Brasil. Metodologicamente, esta investigação serve-se de documentos do fundo do Secretariado Nacional da Informação e do Arquivo Salazar, bem como outras fontes primárias, sobretudo hemerográficas, como o Diário de Lisboa e a Animatógrafo, revista especializada em cinema, além de um conjunto de cartas de Lopes Ribeiro dirigidas a António Ferro, provenientes da Fundação Quadros.

Research paper thumbnail of História e Império. Exposições portuguesas e o estabelecimento de modelos de representação identitárias: a Iª Exposição Colonial Portuguesa, a Exposição Histórica da Ocupação no Século XIX e a Secção Colonial da Exposição do Mundo Português

Os anos 1930 constituíram um período atribulado nos territórios ultramarinos portugueses, alvo de... more Os anos 1930 constituíram um período atribulado nos territórios ultramarinos portugueses, alvo de cobiça por parte de nações europeias. Foi neste contexto que se organizaram duas exposições de cariz colonial: a Iª Exposição Colonial Portuguesa e a Exposição Histórica da Ocupação no Século XIX. Procurando forjar uma consciência nacional da importância histórica e do valor político-económico do Império Colonial, e obter uma identificação das populações com a política colonial do Estado Novo, os eventos constituíram parte crucial de um projeto de legitimação imperial do regime. Em 1940, na Exposição do Mundo Português, o Império era novamente exibido na Secção Colonial. Aí, procurou-se transmitir uma única mensagem: a ideia da singularidade da colonização e a afirmação da realidade imperial de Portugal. Este texto procura esclarecer, numa proposta comparativa, o papel da História e do Império nas representações identitárias do Estado Novoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersio

Research paper thumbnail of O turismo e a projeção da vida nacional por António Ferro: o papel dos concursos

A preocupação com o turismo e com a sua organização fez-se sentir em Portugal a partir de nais do... more A preocupação com o turismo e com a sua organização fez-se sentir em Portugal a partir de nais do século XIX e inícios do século XX, quando o setor se apresentou como resposta aos problemas nanceiros com que o país se defrontava. Desta forma, a I República adotou uma visão do turismo como indústria, concebido como atividade económica crucial para o país, um setor a ser orientado e defendido pelo Estado. Em 1939, em pleno Estado Novo, a tutela do turismo passou do Ministério do Interior para o Secretariado de Propaganda Nacional dirigido por António Ferro. Este artigo procurará esclarecer a visão de Ferro relativamente ao turismo e o seu papel dentro do regime, como arma de propaganda político-ideológica, pela análise de um dos modelos mais utilizados pelo Secretariado: os concursos populares.info:eu-repo/semantics/publishedVersio

Research paper thumbnail of Religiosidade popular e turismo macabro…? Dois estudos de caso: corpos incorruptos e capelas dos ossos

Turismo, Sociedade & Território, Dec 2, 2021

Pretende-se com este estudo, de natureza teórica e histórica, reflectir sobre práticas culturais ... more Pretende-se com este estudo, de natureza teórica e histórica, reflectir sobre práticas culturais religiosas relacionadas com a morte. Apresentamos dois estudos de caso, que constituem duas formas populares de devoção: a dos corpos incorruptos, nomeadamente o culto a 'santa' Maria Adelaide, e as capelas de ossos, em particular as de Évora e Campo Maior. Discutimos a atracção que a morte exerce sobre os vivos e procuramos destrinçar a estranha mistura que parece existir entre os sentimentos religiosos e o apelo do macabro nos casos seleccionados. Tentamos comprender ainda se estes são casos que se podem inserir na categoria de turismo macabro, como entendida pelos estudiosos deste campo. Fica uma ideia chave: diante da morte e da sua inevitabilidade, o homem é colocado perante a questão da efemeridade da vida e estas ideias ocupam os seus pensamentos (e acções); a forma como dirigem a sua devoção – e sobretudo a devoção popular – são bem ilustrativos deste facto.

Research paper thumbnail of O 'alquimista de sínteses': António Ferro e o cinema português

Dissertação de Mestrado em História Contemporânea, pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto

Research paper thumbnail of Imagens e representações de Portugal. António Ferro e a elaboração identitária da Nação

O século XX europeu nasceu sob o signo da insegurança, afastado das certezas e das promessas de p... more O século XX europeu nasceu sob o signo da insegurança, afastado das certezas e das promessas de progresso indefinido da centúria de Oitocentos, situação agravada com a I Guerra Mundial. O mundo pós 1918, dominado no plano económico pelas sequelas da crise de 1929 e da Grande Depressão, viria a ser o período de consolidação de ditaduras fascistas e nacionalistas um pouco por toda a Europa, uma época de marcados nacionalismos. Em Portugal, a política do Estado Novo, oficializado em 1933, no seguimento da ditadura militar instaurada em 1926, assumiu como missão restaurar a alma da pátria portuguesa e assegurar o prestígio da Nação, interna e externamente. Para tal, foi criado logo em 1933 um organismo responsável pela propaganda de Portugal, mas também do regime e do seu chefe, o Secretariado de Propaganda Nacional. A presente tese centra-se, assim, na ação deste organismo, dirigido por António Ferro entre 1933 e 1949, no respeitante à elaboração identitária de Portugal, isto é, a construção de um ideário que expressava a identidade da Nação portuguesa, naquilo que se propunha ser a sua autenticidade. Em termos gerais, analisa-se que imagem de Portugal foi construída neste período, para que públicos, internos e externos, descortinando os meios/plataformas acionados e os elementos discursivos utilizados, situando-os dentro da Política do Espírito protagonizada por Ferro e pelo Secretariado Nacional de Propaganda, avaliando-se as motivações inerentes a este processo, pessoais e institucionais.

Research paper thumbnail of Turismo no Estado Novo português: o papel do demótico e do Secretariado de Propaganda Nacional

Comunicação apresentada no XII Colóquio Internacional Tradição e Modernidade no Mundo Ibero-ameri... more Comunicação apresentada no XII Colóquio Internacional Tradição e Modernidade no Mundo Ibero-americano, realizado de 18 a 21 de Julho de 2017, na Universidade Católica do Porto, Porto, organização conjunta do Centro de Estudo de Filosofia da Universidade Católica Portuguesa, Grupo de Investigação “Intelectuais e Poder no Mundo Ibero-Americano” da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Asociacíon de Historia Atual da Universidade de Cádiz e Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX da Universidade de CoimbraEsta comunicação explora as ligações entre Turismo e Nacionalismo, assumindo o primeiro como parte integrante de uma política de (re)construção identitária empreendida pelo Estado Novo português, através do Secretariado de Propaganda Nacional (SPN). Desde finais do século XIX e inícios do século XX que o turismo se tornou, entre nós, assunto de vivo interesse e aceso debate. Em particular, desde cedo que a necessidade de um comando superior e único, que caberia ao Estado,...

Research paper thumbnail of Encenar a nação — a diplomacia cultural do Estado Novo português através dos Centros de Informações de Genebra e Roma

CEM, 2021

This article examines the efforts of Portuguese cultural diplomacy abroad in the aftermath of Wor... more This article examines the efforts of Portuguese cultural diplomacy abroad in the aftermath of World War II. Drawing on the concept of soft power theorised by Joseph Nye, the research focuses on the first Portuguese Information Centres, in Geneva and Rome, created by the Portuguese Minister in these cities, António Ferro. Drawing mainly on unpublished documentary sources from the National Secretariat for Information fund in the National Archive, the aim was to shed light on its organisation, its relationship with central government, and to examine the activities undertaken and the results achieved. The working hypothesis was that the Centres functioned in a logic of defence of the nation, part of a strategy to «seduce» a post-war democratised Europe, confronted with the Portuguese dictatorship, which persisted in maintaining a Colonial Empire

Research paper thumbnail of Turismo em Portugal. E se António Ferro não tivesse existido?

Em 1936, ano do I Congresso Nacional de Turismo, este sector da vida portuguesa era assunto de vi... more Em 1936, ano do I Congresso Nacional de Turismo, este sector da vida portuguesa era assunto de vivo interesse e aceso debate. Reclamava-se então, para que Portugal se tornasse um país turístico, um comando superior e único, que caberia ao Estado, como animador e orientador máximo. Uma das conclusões do Congresso foi neste sentido, a de que seria necessário criar um organismo único de carácter administrativo e técnico com poder, autonomia e dotação orçamental, que deveria ficar adstrito à Presidência do Conselho. Em 1939, estas exortações tornavam-se finalmente realidade: o decreto nº 30 251, de 30 de dezembro, providenciou a passagem, a partir de 1 de janeiro de 1940, das competências em matéria de turismo para o Secretariado de Propaganda Nacional (SPN), então dirigido por António Ferro, antigo escritor e jornalista, agora dono e senhor do órgão da propaganda nacional. Que ideias tinha Ferro para o sector do Turismo? Que iniciativas desenvolveu neste âmbito? O que sobrou da perspet...

Research paper thumbnail of Turismo ferroviário em Portugal nos anos trinta: os "comboios mistério" e os "expressos populares

Com o advento da contemporaneidade, no mundo ocidental, tornou-se indiscutível a importância do t... more Com o advento da contemporaneidade, no mundo ocidental, tornou-se indiscutível a importância do turismo, desde logo a nível da economia, como também a nível do lazer, transformação social que, além de características culturais, foi também objeto de atenção política. Portugal comungou deste fenómeno, de uma forma geral tardiamente, em relação à maioria dos países europeus, por razões estruturais diversas. Embora tenha sido no século XX que a viagem turística sofreu, entre nós, um desenvolvimento sem precedentes, este investimento vinha fazendo-se sentir desde meados do século anterior, graças em grande parte ao alargamento da rede de caminhos-de-ferro nacional. As consequências em termos de turismo foram imediatas: por um lado, tornou acessível a um maior número de pessoas as viagens de lazer; por outro, os locais que passaram a ser considerados como destino dos turistas foram determinados pela própria rede de caminhos-de-ferro. A aposta no turismo interno, através da rede ferroviári...

Research paper thumbnail of António Ferro e a propaganda de um certo Portugal: Berna e Roma, 1950-1956

Finais de 1949. António Ferro, diretor do Secretariado Nacional de Informação (SNI) desde 1933, a... more Finais de 1949. António Ferro, diretor do Secretariado Nacional de Informação (SNI) desde 1933, abandona o cargo, sendo nomeado ministro de Portugal em Berna, cargo que ocupa até 1954, mudando-se depois para Roma, onde permaneceu até 1956, data da sua morte. O abandono do cargo de diretor do SNI não significou, contudo, uma interrupção da sua atividade como intérprete e divulgador da “personalidade portuguesa”, descortinando-se na sua ação enquanto ministro de Portugal, em Berna e em Roma, uma continuidade no modelo identitário que tinha implementado no SNI, centrado no demótico como emblema da portugalidade. Homem de ação por natureza, o trabalho diplomático-propagandístico desenvolvido nas respetivas legações, em Berna e Roma, não parecia chegar para o antigo diretor do Secretariado, que criou de raiz um Centro Português de Informações (CPI), primeiro em Genebra e depois em Roma. Esta comunicação procurará, portanto, esclarecer a ação de Ferro neste período, tentando dar resposta ...

Research paper thumbnail of O 'alquimista de sínteses': António Ferro, a cultura e a propaganda em/de Portugal

A visão de Ferro relativa ao país revelou-se desde cedo acutilante. O jornalista apresentou estas... more A visão de Ferro relativa ao país revelou-se desde cedo acutilante. O jornalista apresentou estas suas ideias numa série de crónicas que assinou em 1932, no Diário de Notícias:

Research paper thumbnail of A propaganda da Nação: turismo ferroviário em Portugal nos anos trinta

Abertura em Paris da primeira representação do turismo nacional no estrangeiro, gerida pelo Estad... more Abertura em Paris da primeira representação do turismo nacional no estrangeiro, gerida pelo Estado e pela Companhia Portuguesa dos Caminhos de Ferro Criação das Comissões de Iniciativa (base das estruturas orgânicas locais) Repartição de Turismo colocada sob a dependência do Ministério do Interior, com os serviços ligados ao turismo agrupados na Repartição de Jogos e Turismo (Re)Criação do Conselho Nacional de Turismo, em grande medida para dar resposta à participação portuguesa na Exposição Ibero

Research paper thumbnail of The Porto Delegation of the National Secretariat for Information (1945-1960): the relationship with the city and its institutions

e.Journal of Portuguese History, 2019

EnglishThe National Propaganda Secretariat, founded in 1933, was the first political institution ... more EnglishThe National Propaganda Secretariat, founded in 1933, was the first political institution of the Estado Novo (New State) during the period of the regime’s structuring and consolidation. Following its restructuring in 1944, it became the National Secretariat for Information, a designation it maintained until 1968. Answerable to the Presidency of the Council of Ministers, its action was concentrated in the fields of propaganda, information, culture, and tourism. In 1945, a delegation of the secretariat was established in Porto, traditionally a city that was resistant towards the regime. This research seeks to analyze the Porto Delegation. It examines its activities and discusses how these were linked to the Secretariat’s fundamental mission, namely the rhetorical construction of the New State regime. portuguesNO Secretariado de Propaganda Nacional foi o primeiro dos organismos politicos do Estado Novo, fundado no periodo de estruturacao e consolidacao do regime, em 1933. Alvo d...

Research paper thumbnail of Um cinema nacional de projecção internacional. António Lopes Ribeiro nas décadas de 1930 e

Aniki, Revista Portuguesa da Imagem em Movimento, 2024

António Lopes Ribeiro foi uma figura-chave do cinema português ao longo de mais de três décadas. ... more António Lopes Ribeiro foi uma figura-chave do cinema português ao longo
de mais de três décadas. Neste artigo, sigo o percurso do realizador desde meados dos
anos 1920 até finais da II Guerra Mundial, apresentando e analisando os diversos
projectos em que se envolveu com o intuito de criar um cinema nacional de projecção
internacional. A chegada do sonoro fortaleceu este anseio. Para garantir a
sustentabilidade económica da indústria cinematográfica e uma produção contínua
Lopes Ribeiro acreditava ser necessário ampliar a distribuição para além dos mercados
tradicionais, i.e. as colónias e as comunidades de emigração portuguesa no Brasil.
Metodologicamente, esta investigação serve-se de documentos do fundo do
Secretariado Nacional da Informação e do Arquivo Salazar, bem como outras fontes
primárias, sobretudo hemerográficas, como o Diário de Lisboa e a Animatógrafo, revista
especializada em cinema, além de um conjunto de cartas de Lopes Ribeiro dirigidas a
António Ferro, provenientes da Fundação Quadros.

Research paper thumbnail of O ‘Feitiço do Império’: a encenação do universo colonial português nas exposições de 1932, 1934 e 1940

CEM / Cultura, Espaço & Memória, 2024

Este artigo centra-se no Estado Novo, nas décadas iniciais de 1930 e 1940. Procura-se analisar o ... more Este artigo centra-se no Estado Novo, nas décadas iniciais de 1930 e 1940. Procura-se
analisar o imaginário colonial nacional, a partir da narrativa visual criada em três exposições: a
Grande Exposição Industrial Portuguesa de 1932, a I Exposição Colonial Portuguesa, em 1934, e a
Secção Colonial da Exposição do Mundo Português, em 1940. Em todas, o Império exibia-se em
«miniatura», através de conjuntos de aldeias e habitações típicas das várias colónias, aí se incluindo
exemplares da fauna local e indígenas. Esta forma de comunicação visual impunha uma imediatez
sensorial que permitia chegar ao grande público, inspirada nas técnicas de encenação de ambientes
etnográficos fixadas nos circuitos das grandes exposições desde meados de Oitocentos. Pretende-se,
assim, analisar as formas cenográficas expositivas utilizadas, recorrendo ao universo iconográfico
daí resultante, de carácter propagandístico — nomeadamente revistas e filmes — no intuito de
compreender o processo de objectificação cultural a que foi submetido o universo colonial
português.

Research paper thumbnail of From winners to forgotten

Research paper thumbnail of A propósito do aniversário do Jornal de Notícias. Algumas ideias sobre os três diários matutinos do Porto durante o Estado Novo.

Research paper thumbnail of ENCENAR A NAÇÃO» -A DIPLOMACIA CULTURAL DO ESTADO NOVO PORTUGUÊS ATRAVÉS DOS CENTROS DE INFORMAÇÕES DE GENEBRA E ROMA

Este artigo aborda os esforços da diplomacia cultural portuguesa no estrangeiro, no período pós-I... more Este artigo aborda os esforços da diplomacia cultural portuguesa no estrangeiro, no período pós-II Guerra Mundial. Baseando-se na noção de soft power teorizada por Joseph Nye, a investigação centra-se nos primeiros Centros de Informação Portugueses, em Genebra e Roma, criados pelo ministro português nestas cidades, António Ferro. Recorrendo sobretudo a fontes documentais inéditas do fundo do Secretariado Nacional de Informação, procurou-se elucidar sobre a sua orgânica, a sua relação com o poder central, bem como examinar as actividades desenvolvidas e os resultados alcançados. Assumiu-se como hipótese de trabalho que os Centros funcionaram numa lógica de defesa do país, parte de uma estratégia para «seduzir» uma Europa democratizada do pós-guerra, face ao regime ditatorial do Estado Novo, que persistia em manter um Império Colonial.

Research paper thumbnail of Porto, Paranhos e os Bairros Económicos. Um património e uma memória histórica em risco

O Programa dos Bairros Económicos do Estado Novo português, inspirado nas cidades-jardim europeia... more O Programa dos Bairros Económicos do Estado Novo português, inspirado nas cidades-jardim europeias do início do século XX, deixou marcas profundas em várias cidades. Entre elas, o Porto. É nesta cidade, e nas suas casas económicas, que centramos este artigo, com foco no Bairro Económico de Paranhos. Fazendo o seu estudo do ponto de vista histórico, procuramos compreender como é que o crescimento dos espaços onde estes bairros foram construídos, entre os anos 1930 e 1970, contribuiu para a mudança do sentido de identidade desses lugares, como modificou esta paisagem cultural e, reflectindo criticamente, como colocou em causa, em risco, não apenas a memória, histórica e colectiva, a eles associada, mas também os elementos físicos do espaço, que entendemos como Património.

Research paper thumbnail of Um cinema nacional de projeccao internacional Antonio Lopes Ribeiro nas decadas de 1930 e 1940

Ribeiro foi uma figura-chave do cinema português ao longo de mais de três décadas. Neste artigo, ... more Ribeiro foi uma figura-chave do cinema português ao longo de mais de três décadas. Neste artigo, sigo o percurso do realizador desde meados dos anos 1920 até finais da II Guerra Mundial, apresentando e analisando os diversos projectos em que se envolveu com o intuito de criar um cinema nacional de projecção internacional. A chegada do sonoro fortaleceu este anseio. Para garantir a sustentabilidade económica da indústria cinematográfica e uma produção contínua Lopes Ribeiro acreditava ser necessário ampliar a distribuição para além dos mercados tradicionais, i.e. as colónias e as comunidades de emigração portuguesa no Brasil. Metodologicamente, esta investigação serve-se de documentos do fundo do Secretariado Nacional da Informação e do Arquivo Salazar, bem como outras fontes primárias, sobretudo hemerográficas, como o Diário de Lisboa e a Animatógrafo, revista especializada em cinema, além de um conjunto de cartas de Lopes Ribeiro dirigidas a António Ferro, provenientes da Fundação Quadros.

Research paper thumbnail of História e Império. Exposições portuguesas e o estabelecimento de modelos de representação identitárias: a Iª Exposição Colonial Portuguesa, a Exposição Histórica da Ocupação no Século XIX e a Secção Colonial da Exposição do Mundo Português

Os anos 1930 constituíram um período atribulado nos territórios ultramarinos portugueses, alvo de... more Os anos 1930 constituíram um período atribulado nos territórios ultramarinos portugueses, alvo de cobiça por parte de nações europeias. Foi neste contexto que se organizaram duas exposições de cariz colonial: a Iª Exposição Colonial Portuguesa e a Exposição Histórica da Ocupação no Século XIX. Procurando forjar uma consciência nacional da importância histórica e do valor político-económico do Império Colonial, e obter uma identificação das populações com a política colonial do Estado Novo, os eventos constituíram parte crucial de um projeto de legitimação imperial do regime. Em 1940, na Exposição do Mundo Português, o Império era novamente exibido na Secção Colonial. Aí, procurou-se transmitir uma única mensagem: a ideia da singularidade da colonização e a afirmação da realidade imperial de Portugal. Este texto procura esclarecer, numa proposta comparativa, o papel da História e do Império nas representações identitárias do Estado Novoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersio

Research paper thumbnail of O turismo e a projeção da vida nacional por António Ferro: o papel dos concursos

A preocupação com o turismo e com a sua organização fez-se sentir em Portugal a partir de nais do... more A preocupação com o turismo e com a sua organização fez-se sentir em Portugal a partir de nais do século XIX e inícios do século XX, quando o setor se apresentou como resposta aos problemas nanceiros com que o país se defrontava. Desta forma, a I República adotou uma visão do turismo como indústria, concebido como atividade económica crucial para o país, um setor a ser orientado e defendido pelo Estado. Em 1939, em pleno Estado Novo, a tutela do turismo passou do Ministério do Interior para o Secretariado de Propaganda Nacional dirigido por António Ferro. Este artigo procurará esclarecer a visão de Ferro relativamente ao turismo e o seu papel dentro do regime, como arma de propaganda político-ideológica, pela análise de um dos modelos mais utilizados pelo Secretariado: os concursos populares.info:eu-repo/semantics/publishedVersio

Research paper thumbnail of Religiosidade popular e turismo macabro…? Dois estudos de caso: corpos incorruptos e capelas dos ossos

Turismo, Sociedade & Território, Dec 2, 2021

Pretende-se com este estudo, de natureza teórica e histórica, reflectir sobre práticas culturais ... more Pretende-se com este estudo, de natureza teórica e histórica, reflectir sobre práticas culturais religiosas relacionadas com a morte. Apresentamos dois estudos de caso, que constituem duas formas populares de devoção: a dos corpos incorruptos, nomeadamente o culto a 'santa' Maria Adelaide, e as capelas de ossos, em particular as de Évora e Campo Maior. Discutimos a atracção que a morte exerce sobre os vivos e procuramos destrinçar a estranha mistura que parece existir entre os sentimentos religiosos e o apelo do macabro nos casos seleccionados. Tentamos comprender ainda se estes são casos que se podem inserir na categoria de turismo macabro, como entendida pelos estudiosos deste campo. Fica uma ideia chave: diante da morte e da sua inevitabilidade, o homem é colocado perante a questão da efemeridade da vida e estas ideias ocupam os seus pensamentos (e acções); a forma como dirigem a sua devoção – e sobretudo a devoção popular – são bem ilustrativos deste facto.

Research paper thumbnail of O 'alquimista de sínteses': António Ferro e o cinema português

Dissertação de Mestrado em História Contemporânea, pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto

Research paper thumbnail of Imagens e representações de Portugal. António Ferro e a elaboração identitária da Nação

O século XX europeu nasceu sob o signo da insegurança, afastado das certezas e das promessas de p... more O século XX europeu nasceu sob o signo da insegurança, afastado das certezas e das promessas de progresso indefinido da centúria de Oitocentos, situação agravada com a I Guerra Mundial. O mundo pós 1918, dominado no plano económico pelas sequelas da crise de 1929 e da Grande Depressão, viria a ser o período de consolidação de ditaduras fascistas e nacionalistas um pouco por toda a Europa, uma época de marcados nacionalismos. Em Portugal, a política do Estado Novo, oficializado em 1933, no seguimento da ditadura militar instaurada em 1926, assumiu como missão restaurar a alma da pátria portuguesa e assegurar o prestígio da Nação, interna e externamente. Para tal, foi criado logo em 1933 um organismo responsável pela propaganda de Portugal, mas também do regime e do seu chefe, o Secretariado de Propaganda Nacional. A presente tese centra-se, assim, na ação deste organismo, dirigido por António Ferro entre 1933 e 1949, no respeitante à elaboração identitária de Portugal, isto é, a construção de um ideário que expressava a identidade da Nação portuguesa, naquilo que se propunha ser a sua autenticidade. Em termos gerais, analisa-se que imagem de Portugal foi construída neste período, para que públicos, internos e externos, descortinando os meios/plataformas acionados e os elementos discursivos utilizados, situando-os dentro da Política do Espírito protagonizada por Ferro e pelo Secretariado Nacional de Propaganda, avaliando-se as motivações inerentes a este processo, pessoais e institucionais.

Research paper thumbnail of Turismo no Estado Novo português: o papel do demótico e do Secretariado de Propaganda Nacional

Comunicação apresentada no XII Colóquio Internacional Tradição e Modernidade no Mundo Ibero-ameri... more Comunicação apresentada no XII Colóquio Internacional Tradição e Modernidade no Mundo Ibero-americano, realizado de 18 a 21 de Julho de 2017, na Universidade Católica do Porto, Porto, organização conjunta do Centro de Estudo de Filosofia da Universidade Católica Portuguesa, Grupo de Investigação “Intelectuais e Poder no Mundo Ibero-Americano” da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Asociacíon de Historia Atual da Universidade de Cádiz e Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX da Universidade de CoimbraEsta comunicação explora as ligações entre Turismo e Nacionalismo, assumindo o primeiro como parte integrante de uma política de (re)construção identitária empreendida pelo Estado Novo português, através do Secretariado de Propaganda Nacional (SPN). Desde finais do século XIX e inícios do século XX que o turismo se tornou, entre nós, assunto de vivo interesse e aceso debate. Em particular, desde cedo que a necessidade de um comando superior e único, que caberia ao Estado,...

Research paper thumbnail of Encenar a nação — a diplomacia cultural do Estado Novo português através dos Centros de Informações de Genebra e Roma

CEM, 2021

This article examines the efforts of Portuguese cultural diplomacy abroad in the aftermath of Wor... more This article examines the efforts of Portuguese cultural diplomacy abroad in the aftermath of World War II. Drawing on the concept of soft power theorised by Joseph Nye, the research focuses on the first Portuguese Information Centres, in Geneva and Rome, created by the Portuguese Minister in these cities, António Ferro. Drawing mainly on unpublished documentary sources from the National Secretariat for Information fund in the National Archive, the aim was to shed light on its organisation, its relationship with central government, and to examine the activities undertaken and the results achieved. The working hypothesis was that the Centres functioned in a logic of defence of the nation, part of a strategy to «seduce» a post-war democratised Europe, confronted with the Portuguese dictatorship, which persisted in maintaining a Colonial Empire

Research paper thumbnail of Turismo em Portugal. E se António Ferro não tivesse existido?

Em 1936, ano do I Congresso Nacional de Turismo, este sector da vida portuguesa era assunto de vi... more Em 1936, ano do I Congresso Nacional de Turismo, este sector da vida portuguesa era assunto de vivo interesse e aceso debate. Reclamava-se então, para que Portugal se tornasse um país turístico, um comando superior e único, que caberia ao Estado, como animador e orientador máximo. Uma das conclusões do Congresso foi neste sentido, a de que seria necessário criar um organismo único de carácter administrativo e técnico com poder, autonomia e dotação orçamental, que deveria ficar adstrito à Presidência do Conselho. Em 1939, estas exortações tornavam-se finalmente realidade: o decreto nº 30 251, de 30 de dezembro, providenciou a passagem, a partir de 1 de janeiro de 1940, das competências em matéria de turismo para o Secretariado de Propaganda Nacional (SPN), então dirigido por António Ferro, antigo escritor e jornalista, agora dono e senhor do órgão da propaganda nacional. Que ideias tinha Ferro para o sector do Turismo? Que iniciativas desenvolveu neste âmbito? O que sobrou da perspet...

Research paper thumbnail of Turismo ferroviário em Portugal nos anos trinta: os "comboios mistério" e os "expressos populares

Com o advento da contemporaneidade, no mundo ocidental, tornou-se indiscutível a importância do t... more Com o advento da contemporaneidade, no mundo ocidental, tornou-se indiscutível a importância do turismo, desde logo a nível da economia, como também a nível do lazer, transformação social que, além de características culturais, foi também objeto de atenção política. Portugal comungou deste fenómeno, de uma forma geral tardiamente, em relação à maioria dos países europeus, por razões estruturais diversas. Embora tenha sido no século XX que a viagem turística sofreu, entre nós, um desenvolvimento sem precedentes, este investimento vinha fazendo-se sentir desde meados do século anterior, graças em grande parte ao alargamento da rede de caminhos-de-ferro nacional. As consequências em termos de turismo foram imediatas: por um lado, tornou acessível a um maior número de pessoas as viagens de lazer; por outro, os locais que passaram a ser considerados como destino dos turistas foram determinados pela própria rede de caminhos-de-ferro. A aposta no turismo interno, através da rede ferroviári...

Research paper thumbnail of António Ferro e a propaganda de um certo Portugal: Berna e Roma, 1950-1956

Finais de 1949. António Ferro, diretor do Secretariado Nacional de Informação (SNI) desde 1933, a... more Finais de 1949. António Ferro, diretor do Secretariado Nacional de Informação (SNI) desde 1933, abandona o cargo, sendo nomeado ministro de Portugal em Berna, cargo que ocupa até 1954, mudando-se depois para Roma, onde permaneceu até 1956, data da sua morte. O abandono do cargo de diretor do SNI não significou, contudo, uma interrupção da sua atividade como intérprete e divulgador da “personalidade portuguesa”, descortinando-se na sua ação enquanto ministro de Portugal, em Berna e em Roma, uma continuidade no modelo identitário que tinha implementado no SNI, centrado no demótico como emblema da portugalidade. Homem de ação por natureza, o trabalho diplomático-propagandístico desenvolvido nas respetivas legações, em Berna e Roma, não parecia chegar para o antigo diretor do Secretariado, que criou de raiz um Centro Português de Informações (CPI), primeiro em Genebra e depois em Roma. Esta comunicação procurará, portanto, esclarecer a ação de Ferro neste período, tentando dar resposta ...

Research paper thumbnail of O 'alquimista de sínteses': António Ferro, a cultura e a propaganda em/de Portugal

A visão de Ferro relativa ao país revelou-se desde cedo acutilante. O jornalista apresentou estas... more A visão de Ferro relativa ao país revelou-se desde cedo acutilante. O jornalista apresentou estas suas ideias numa série de crónicas que assinou em 1932, no Diário de Notícias:

Research paper thumbnail of A propaganda da Nação: turismo ferroviário em Portugal nos anos trinta

Abertura em Paris da primeira representação do turismo nacional no estrangeiro, gerida pelo Estad... more Abertura em Paris da primeira representação do turismo nacional no estrangeiro, gerida pelo Estado e pela Companhia Portuguesa dos Caminhos de Ferro Criação das Comissões de Iniciativa (base das estruturas orgânicas locais) Repartição de Turismo colocada sob a dependência do Ministério do Interior, com os serviços ligados ao turismo agrupados na Repartição de Jogos e Turismo (Re)Criação do Conselho Nacional de Turismo, em grande medida para dar resposta à participação portuguesa na Exposição Ibero

Research paper thumbnail of The Porto Delegation of the National Secretariat for Information (1945-1960): the relationship with the city and its institutions

e.Journal of Portuguese History, 2019

EnglishThe National Propaganda Secretariat, founded in 1933, was the first political institution ... more EnglishThe National Propaganda Secretariat, founded in 1933, was the first political institution of the Estado Novo (New State) during the period of the regime’s structuring and consolidation. Following its restructuring in 1944, it became the National Secretariat for Information, a designation it maintained until 1968. Answerable to the Presidency of the Council of Ministers, its action was concentrated in the fields of propaganda, information, culture, and tourism. In 1945, a delegation of the secretariat was established in Porto, traditionally a city that was resistant towards the regime. This research seeks to analyze the Porto Delegation. It examines its activities and discusses how these were linked to the Secretariat’s fundamental mission, namely the rhetorical construction of the New State regime. portuguesNO Secretariado de Propaganda Nacional foi o primeiro dos organismos politicos do Estado Novo, fundado no periodo de estruturacao e consolidacao do regime, em 1933. Alvo d...

Research paper thumbnail of No claro-escuro do cinema português, pelas páginas do Diário de Lisboa

Research paper thumbnail of O ‘Feitiço do Império’: a encenação do universo colonial português nas exposições de 1932, 1934 e 1940

Research paper thumbnail of From winners to forgotten: the projects for the Monument to Prince Henrique the Navigator, in Sagres, Portugal

Research paper thumbnail of Uma Irmandade Ibérica? Portugal, Espanha e os projectos cinematográficos conjuntos na década de 1940

Research paper thumbnail of O Galo de Barcelos Um objecto muitas historias

Research paper thumbnail of António Ferro, o jornalismo literário e a estética modernista como forma de construção da realidade

Considerado por Luís Reis Torgal como um dos “intelectuais orgânicos” do Estado Novo, António Joa... more Considerado por Luís Reis Torgal como um dos “intelectuais orgânicos” do Estado Novo, António
Joaquim Tavares Ferro ficou conhecido pelo papel que desempenhou ao serviço do regime e de
Salazar, que fez dele primeiro diretor do Secretariado de Propaganda Nacional. Criado, como se
sabe, logo em 1933, este organismo gravou no imaginário coletivo uma imagem do país, do regime
e do seu ditador, que aqui se pretende discutir. Ferro não era um desconhecido. Antes desta sua
incursão pelo Secretariado destacara-se na vida pública portuguesa como literato e, sobretudo, como
jornalista. Neste seu percurso, António Ferro aventurou-se num tipo particular de jornalismo, o
'jornalismo literário', bem patente nas suas reportagens, entrevistas e crónicas. Foi esta profissão
que lhe trouxe verdadeira notoriedade pública. Foi também o jornalismo que lhe permitiu perceber
como moldar, ou construir, uma determinada realidade, aquela que, até certo ponto, perdura ainda e
que propagandeou como diretor do Secretariado. É este seu percurso pelo jornalismo português que
se procurará analisar, procurando entender qual o papel de Ferro no panorama jornalístico nacional
nas décadas de 1920 a 1950. Ainda mais: considerando que, por um lado, uma das funções
atribuídas ao Secretariado foi a de regular as relações da imprensa com os poderes do Estado e que,
por outro lado, Ferro foi presidente do Sindicado Nacional dos Jornalistas de 1934 a 1937,
acumulando com a direção do Secretariado, importa ainda avaliar e refletir sobre o poder, a ação e o
controlo que ele tinha do meio jornalístico, no período em análise.

Research paper thumbnail of CIÊNCIAS PARA O CONHECIMENTO DO MUNDO. UMA PROPOSTA PARA A FORMAÇÃO DE PROFESSORES E EDUCADORES

As Ciências Humanas e Sociais e as Ciências Físicas e Naturais são quase sempre referidas como do... more As Ciências Humanas e Sociais e as Ciências Físicas e Naturais são quase sempre referidas como dois mundos distintos: na comunicação social, nas conversas do dia-a-dia, nas tutelas institucionais e governamentais, nas revistas profissionais e respetivas comunidades, nas escolas, e na própria formação de educadores e professores.
Apresenta-se neste trabalho um modelo implementado na ESEPP na formação de educadores e professores do 1.º CEB, que valoriza a dimensão interdisciplinar, aproximando e colocando em diálogo as ciências humanas e sociais e as ciências físicas e naturais, através da abordagem Ciência Tecnologia e Sociedade (CTS). Apesar de ser compreensível a necessidade de evidenciar as especificidades de cada área científica, consideramos que é também necessário o esforço em promover a articulação entre estas áreas na formação de educadores e professores.
Esta proposta utiliza uma abordagem centrada na metodologia de trabalho de projeto. Durante as sessões os estudantes foram incentivados a identificar temáticas enquadradas nos documentos orientadores oficiais da Educação de Infância e do 1.º CEB e a abordá-las numa perspetiva de articulação disciplinar. Durante as suas atividades os estudantes: i) efetuaram pesquisas de trabalhos científicos sobre as temáticas por eles selecionadas nas duas áreas científicas propostas; ii) refletiram sobre possíveis articulações entre as Ciências Humanas e Sociais e as Ciências Físicas e Naturais no tratamento dessas temáticas; iii) apontaram caminhos no sentido de essas articulações se refletirem em abordagens pedagógico-didáticas, quer em contexto do Educação Pré-Escolar, quer em contexto do 1º Ciclo do Ensino Básico.
Apresentam-se alguns resultados relativos às perceções de estudantes sobre a articulação entre as duas áreas científicas, assim como alguns exemplos das temáticas por eles trabalhadas.
Procuramos com este trabalho contribuir para a resolução do problema associado a esta desarticulação, e consideramos que o nosso modelo de formação de Educadores e Professores aqui apresentado contribui para a promoção de literacia científica, mostrando que o tratamento das temáticas selecionadas pelos estudantes sai enriquecido com esta articulação científica e disciplinar.

Research paper thumbnail of Notas alguns perfis de professores da Escola Normal do Porto (entre finais do século XIX e o advento do Estado Novo)

Esta comunicação enquadra o projecto de investigação "Contributos para uma História da Escola Nor... more Esta comunicação enquadra o projecto de investigação "Contributos para uma História da Escola Normal do Porto", que vem sendo desenvolvido na Escola Superior de Educação do Porto. Trata-se, no fundo, da segunda apresentação de resultados parciais desta investigação, na sequência do texto apresentado por este mesmo no I Encontro Nacional, subordinado ao tema A Escola Normal do Porto. Um arquivo e múltiplos desafios. Neste caso, pretende-se fazer uma primeira abordagem aos perfis dos professores da Escola Normal nas primeiras décadas da sua existência. Avançaremos com a identificação de alguns professores cuja atuação, quer enquanto professores, quer enquanto dirigentes, contribuiu para construir a dinâmica e identidade da instituição. Avançaremos com dados pertinentes sobre o trabalho pedagógico e didático que realizaram, as influências que receberam e os resultados do seu labor, entre outros assuntos que nos parecem dignos de nota e que desejamos colocar à discussão dos especialistas nestas matérias. Enfim, não deixaremos de notar a intervenção destes professores na cidade e no país, uma vez que alguns daqueles que até agora identificámos desempenharam funções em instituições políticas, administrativas e culturais que marcaram a história da cidade do Porto e de Portugal entre finais do século XIX e primeiras décadas do século XX.

Research paper thumbnail of EDUCAÇÃO PATRIMONIAL E A FORMAÇÃO DE PROFESSORES NA ESCOLA SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO PORTO

Em Portugal, no 1º Ciclo do Ensino Básico, a questão do património cultural e da educação patrimo... more Em Portugal, no 1º Ciclo do Ensino Básico, a questão do património cultural e da educação patrimonial está subjacente ao currículo estabelecido para o Estudo do Meio, área que engloba quer as Ciências Humanas e Sociais quer as Ciências Naturais. Todavia, na formação inicial de professores a aposta na metodologia da educação patrimonial é apenas residual.
Com esta comunicação pretende-se apresentar e discutir resultados de trabalhos de alunos e propostas metodológicas de trabalho patrimonial em sala de aula, no âmbito de várias unidades curriculares da área das Ciências Humanas e Sociais, na licenciatura em Educação Básica, na Escola Superior de Educação do Politécnico do Porto. Em comum têm o fato de as propostas didáticas mobilizarem o património cultural português, trabalhando-o como um importante recurso educativo na construção da identidade pessoal, social e cultural dos alunos. Seguem uma metodologia de trabalho centradas na aprendizagem do estudante, assumindo este um papel ativo na construção do seu saber, com foco no desenvolvimento de atitudes de cidadania e de atenção ao (seu) património cultural.
A análise feita às propostas apresentadas permite inferir que a educação patrimonial é possível de ser realizada nas escolas do Ensino Básico português, mas que há ainda um longo caminho a ser percorrido. Será, portanto, de identificar e validar vias de formação de professores numa perspetiva da valorização patrimonial.

Research paper thumbnail of O Futurismo no percurso público e político de António Ferro

Entre nós, o modernismo, inaugurado com o lançamento da revista Orpheu, constituiu um movimento n... more Entre nós, o modernismo, inaugurado com o lançamento da revista Orpheu, constituiu um movimento na literatura e na arte de rutura com o passado. Agregador de tendências estéticas e sensibilidades variadas, caracterizado pela inovação, o modernismo português propunha-se romper com o marasmo literário e artístico que se arrastava desde finais do século XIX.
Como um “ismos” do movimento modernista, o Futurismo português procurava, por um lado, o ressurgimento do país, numa reação contra a “decadência nacional” e a “desnacionalização”, através de um novo tipo de politização da arte e da literatura, numa revolução estética; por outro lado, verificava-se claramente uma vocação cosmopolita, de gosto europeu. Politicamente, é também óbvia a ligação, tal como em Itália, entre o modernismo/futurismo artístico e literário e o autoritarismo e nacionalismo de direita, que prometiam revolucionar a ordem social e política vigente. Pode, portanto, afirmar-se, seguindo Villaverde Cabral, que, do ponto de vista intelectual, os modernistas e futuristas portugueses contribuíram de forma significativa para minar a já abalada legitimidade cultural da I República e para o advento do regime autoritário que lhe sucedeu.
No contexto deste primeiro modernismo/futurismo, aos nomes de Fernando Pessoa, Almada Negreiros, Mário de Sá-Carneiro, Santa Rita-Pintor ou Amadeu de Souza Cardoso, surge com frequência associado o de António Ferro, personagem recordada e estudada sobretudo como político construtor da imagem de Salazar e diretor do Secretariado de Propaganda Nacional. Tal significa que a consideração de Ferro como uma figura de primeira linha do movimento modernista e futurista português é claramente polémica.
Todavia, devo salientar que a proposta aqui apresentada não é um exercício de crítica literária. Pretendo antes analisar da existência de aspetos modernistas e futuristas, implícitos e explícitos, na atividade criadora de Ferro, quer enquanto escritor e jornalista, quer enquanto ator político no Estado Novo.
Eis a questão: Terá António Ferro sido um dos maiores representantes do primeiro modernismo/futurismo português ou o responsável pela sua domesticação?

Research paper thumbnail of Memórias da Escola Normal do Porto: o seu arquivo e espólio

Este estudo pretende revelar alguns aspectos marcantes da evolução da Escola Normal do Porto, des... more Este estudo pretende revelar alguns aspectos marcantes da evolução da Escola Normal do Porto, desde a sua fundação em 1882.
Instituição de referência no sistema de Ensino português desde finais do século XIX, a Escola Normal do Porto legou-nos um espólio documental de grande riqueza, essencial para a percepção das suas fases evolutivas e, no limite, da sua transformação em instituição de ensino superior, bem como do seu próprio papel na estrutura de ensino nacional. Esta comunicação parte de um trabalho de organização do arquivo histórico da Escola Normal, realizado no âmbito de projecto de investigação que actualmente se desenvolve na Escola Superior de Educação do Porto, envolvendo docentes, bolseiros, estagiários e investigadores, numa plataforma colaborativa.
Distribuída por várias áreas temáticas, como seria de esperar de um arquivo com duração centenária, a documentação revela facetas interessantes e importantes que enquadram a linha de investigação em que esta comunicação se integra: cultura, património, educação e construção de identidades no âmbito da Educação e do Ensino. Começando por uma breve apresentação do trabalho realizado até ao momento, a nossa investigação tentará abordar questões-chave nestes domínios, procurando reflectir sobre temas que nos parecem essenciais nesta temática abordando o que cada uma das diferentes tipologias documentais tem para nos oferecer.
Considerando as diferentes áreas cobertas pelo arquivo, este estudo compreenderá abordagens sumárias à questão dos agentes educacionais, designadamente professores e estudantes, a cultura material escolar e os espaços escolares (sua distribuição, organização e finalidade educativa), a gestão financeira da instituição e as relações estabelecidas entre a instituição e os organismos de poder (central, regional e local), bem como com outras instituições educativas, neste caso privilegiando a perspectiva comparativa, que nos parece essencial para a total apreensão do fenómeno educacional português.

Research paper thumbnail of Turismo no Estado Novo português: o papel do demótico e do Secretariado de Propaganda Nacional

Esta comunicação explora as ligações entre Turismo e Nacionalismo, assumindo o primeiro como part... more Esta comunicação explora as ligações entre Turismo e Nacionalismo, assumindo o primeiro como parte integrante de uma política de (re)construção identitária empreendida pelo Estado Novo português, através do Secretariado de Propaganda Nacional (SPN).
Desde finais do século XIX e inícios do século XX que o turismo se tornou, entre nós, assunto de vivo interesse e aceso debate. Em particular, desde cedo que a necessidade de um comando superior e único, que caberia ao Estado, se impunha. Após a implantação da República, o setor foi nacionalizado mas só em 1939 se providenciou a passagem das competências em matéria de turismo para o SPN, organismo sob a dependência direta da Presidência do Conselho.
Sob esta tutela, o setor do turismo tornou-se parte integrante da campanha de reaportuguesamento de Portugal então empreendida, arma de propaganda político-ideológica, instrumento privilegiado para o reconhecimento internacional do regime e estratégia de inclusão dos cidadãos nos ideais e princípios do regime.
Considerava-se que Portugal, país de turismo, deveria apresentar um modelo turístico de acordo com a singularidade nacional. Para tal, mobilizou-se o demótico, encarado como o substrato sobre o qual repousava a identidade nacional. Desta forma, os costumes e as tradições populares, envolvidos numa estética de raiz modernista, permitiram o congelamento e a recriação de uma nação simples, harmónica, solidária, de tradições imutáveis.

Research paper thumbnail of ARQUIVOS E ESPÓLIOS DE ESTABELECIMENTOS DE ENSINO EM PORTUGAL

As memórias da Escola Normal do Porto, depois Escola do Magistério Primário, de cujas heranças é ... more As memórias da Escola Normal do Porto, depois Escola do Magistério Primário, de cujas heranças é depositária a Escola Superior de Educação do Porto, encontram-se num Arquivo de pertença do Politécnico do Porto. Esta comunicação tem por objetivo apresentar o processo de organização e levantamento dos seus fundos documentais, visando a sua preservação e valorização, bem como refletir sobre os desafios que se lançam para o futuro próximo destes núcleos documentais. Uma vez que o que foi a Escola Normal do Porto não se encontra circunscrita a este Arquivo, existindo ainda fundos bibliográficos, materiais e iconográficos, serão igualmente objeto de reflexão as formas de preservação e de valorização destes espólios.

Research paper thumbnail of Turismo em Portugal. E se António Ferro não existisse.pdf

Em 1936, ano do I Congresso Nacional de Turismo, este sector da vida portuguesa era assunto de vi... more Em 1936, ano do I Congresso Nacional de Turismo, este sector da vida portuguesa era assunto de vivo interesse e aceso debate. Reclamava-se então, para que Portugal se tornasse um país turístico, um comando superior e único, que caberia ao Estado, como animador e orientador máximo. Uma das conclusões do Congresso foi neste sentido, a de que seria necessário criar um organismo único de carácter administrativo e técnico com poder, autonomia e dotação orçamental, que deveria ficar adstrito à Presidência do Conselho.
Em 1939, estas exortações tornavam-se finalmente realidade: o decreto nº 30 251, de 30 de dezembro, providenciou a passagem, a partir de 1 de janeiro de 1940, das competências em matéria de turismo para o Secretariado de Propaganda Nacional (SPN), então dirigido por António Ferro, antigo escritor e jornalista, agora dono e senhor do órgão da propaganda nacional.
Que ideias tinha Ferro para o sector do Turismo? Que iniciativas desenvolveu neste âmbito? O que sobrou da perspetiva de Ferro? Estas são algumas das questões a que se procurará dar resposta, partindo da tese de que as narrativas e os imaginários turísticos elaborados por Ferro constituem heranças poderosas para o atual setor turístico nacional: os “ícones da Nação estadonovista” identificados e utlizados pelo diretor do SPN continuam a ser os mesmos, ainda que revestidos de uma roupagem de acordo com os gostos, as cores e as linhas estéticas deste século.

Research paper thumbnail of O cinema nos regimes autoritários. Estudo comparativo dos casos espanhol e português (1930-1950).pdf

Atas do V Encontro Anual da AIM, 2016

Assumindo como princípio basilar que a conexão entre o campo cultural e o poder político é uma co... more Assumindo como princípio basilar que a conexão entre o campo cultural e o poder político é uma constante na maioria dos regimes, democráticos, autoritários/totalitários, liberais, pode encarar-se esta relação em dois sentidos opostos: a arte como reflexo da ideologia de uma classe/elite dominante, que serve como obliteradora de discursos alternativos, funcionando a um tempo como instrumento de conhecimento e de construção da realidade, ou a arte como a entendia Theodor Adorno, como um poder de pressão, como uma forma de resistência, como um contra-poder. Inscrito na esfera cultural, enquanto agente da História, o cinema desde muito cedo que se apresentou como uma “arma” nas mãos dos regimes políticos. No caso da sua utilização por Estados de ideologia única, o cinema tem mesmo servido para produzir uma história institucional, a “sua história”. Esta comunicação pretende ser uma reflexão sobre a instrumentalização propagandística do discurso cinematográfico, através da comparação entre o regime de Franco, em Espanha, e do Estado Novo, em Portugal, entre as décadas de 1930 e 1950, procurando em concreto apreender o poder que para
António Ferro (diretor do Secretariado de Propaganda Nacional, órgão que superintendia o cinema português) e para Manuel García Viñolas (diretor do Departamento Nacional de Cinematografia Espanhola) o cinema conquistou e a (s) forma (s) como foi utilizado

Research paper thumbnail of António Ferro e a propaganda de um certo Portugal. Berna e Roma, 1950 a 1956

Finais de 1949. António Ferro, diretor do Secretariado Nacional de Informação (SNI) desde 1933, a... more Finais de 1949. António Ferro, diretor do Secretariado Nacional de Informação (SNI) desde 1933, abandona o cargo, sendo nomeado ministro de Portugal em Berna, cargo que ocupa até 1954, mudando-se depois para Roma, onde permaneceu até 1956, data da sua morte.
O abandono do cargo de diretor do SNI não significou, contudo, uma interrupção da sua atividade como intérprete e divulgador da “personalidade portuguesa”, descortinando-se na sua ação enquanto ministro de Portugal, em Berna e em Roma, uma continuidade no modelo identitário que tinha implementado no SNI, centrado no demótico como emblema da portugalidade.
Homem de ação por natureza, o trabalho diplomático-propagandístico desenvolvido nas respetivas legações, em Berna e Roma, não parecia chegar para o antigo diretor do Secretariado, que criou de raiz um Centro Português de Informações (CPI), primeiro em Genebra e depois em Roma.
Esta comunicação procurará, portanto, esclarecer a ação de Ferro neste período, tentando dar resposta a uma série de questões de investigação, que se passam a enumerar:
- que ideia de nação portuguesa foi a transmitida por Ferro enquanto ministro de Portugal em Berna e Roma?
- que instrumentos foram mobilizados por Ferro nestas funções?
- que relação se estabeleceu entre esta ação diplomática de Ferro, de divulgação da nação, e o Secretariado, órgão por excelência da propaganda nacional, neste período dirigido por José Manuel da Costa e depois por Eduardo Brazão?
- como funcionavam os Centros Portugueses de Informação?
- que consequências resultaram desta ação de divulgação de Portugal no estrangeiro liderada por Ferro?
- que correspondência existiu entre os objetivos traçados e as realizações efetivas?

Research paper thumbnail of O alquimista de sinteses Antonio Ferro a cultura e a propaganda em e de Portugal

Desde cedo, na sua vida pública e política, que António Ferro se atribuiu a missão de recuperar a... more Desde cedo, na sua vida pública e política, que António Ferro se atribuiu a missão de recuperar a reputação da Nação. Para tal, a propaganda e a cultura constituíram-se, na sua óptica, como armas legítimas e imprescindíveis para a criação de uma certa imagem de Portugal. Como princípios ideológico-políticos, modernidade e tradição, vanguardismo estético e conservadorismo ideológico, numa verdadeira alquimia de sínteses

Research paper thumbnail of SNI e SEIT (1944-1974): a história de uma instituição do Estado Novo

Relatório final de Pós-Doutoramento, 2020

Relatório final de Pós-Doutoramento

Research paper thumbnail of IMAGENS E REPRESENTAÇÕES DE PORTUGAL. ANTÓNIO FERRO E A ELABORAÇÃO IDENTITÁRIA DA NAÇÃO

Tese de Doutoramento

O século XX europeu nasceu sob o signo da insegurança, afastado das certezas e das promessas de p... more O século XX europeu nasceu sob o signo da insegurança, afastado das certezas e das
promessas de progresso indefinido da centúria de Oitocentos, situação agravada com a I Guerra
Mundial. O mundo pós 1918, dominado no plano económico pelas sequelas da crise de 1929 e
da Grande Depressão, viria a ser o período de consolidação de ditaduras fascistas e nacionalistas
um pouco por toda a Europa, uma época de marcados nacionalismos.
Em Portugal, a política do Estado Novo, oficializado em 1933, no seguimento da
ditadura militar instaurada em 1926, assumiu como missão restaurar a alma da pátria portuguesa
e assegurar o prestígio da Nação, interna e externamente. Para tal, foi criado logo em 1933 um
organismo responsável pela propaganda de Portugal, mas também do regime e do seu chefe, o
Secretariado de Propaganda Nacional.
A presente tese centra-se, assim, na ação deste organismo, dirigido por António Ferro
entre 1933 e 1949, no respeitante à elaboração identitária de Portugal, isto é, a construção de um
ideário que expressava a identidade da Nação portuguesa, naquilo que se propunha ser a sua
autenticidade. Em termos gerais, analisa-se que imagem de Portugal foi construída neste período,
para que públicos, internos e externos, descortinando os meios/plataformas acionados e os
elementos discursivos utilizados, situando-os dentro da Política do Espírito protagonizada por
Ferro e pelo Secretariado Nacional de Propaganda, avaliando-se as motivações inerentes a este
processo, pessoais e institucionais.

Research paper thumbnail of António Lopes Ribeiro e António Ferro. Cumplicidades cinematográficas

Avanca | Cinema 2024, 2024

António Lopes Ribeiro was a major figure in Portuguese cinema for over three decades. In this pap... more António Lopes Ribeiro was a major figure in
Portuguese cinema for over three decades. In this
paper, I intend to present and analyse the projects in
which he was involved with the aim to create a national
cinema with international projection, during the 1940s,
and in particular during the Second World War. In
order to guarantee the economic sustainability of the
Portuguese film industry and continuous production,
Lopes Ribeiro believed that distribution needed to be
expanded beyond the traditional markets, namely, the
colonies and the Portuguese emigration communities in
Brazil. I will demonstrate how these internationalisation
plans were only able to be materialised with the direct
support of political power, examining his connection
to António Ferro, the director of the organisation that
oversaw cinema, the National Propaganda Secretariat/
National Secretariat of Information. Finally, I will
look at the reasons why his projects for Portuguese
cinema failed. Methodologically, this research draws
on documents from the National Secretariat of
Information and the Salazar archives, as well as other
primary sources, mainly newspapers and magazines
specialising in cinema, as well as a set of letters written
by Lopes Ribeiro to António Ferro, from the Quadros
Foundation.

Research paper thumbnail of Memory wars and identity narratives in a post-colonial world: the case of the Monument to the Discoveries in Lisboa

Heritage in Eight Acts: International Themes, 2024

In 1940, the Monument to the Discoveries was erected in the Belém area of Lisbon. It was an ephem... more In 1940, the Monument to the Discoveries was erected in the Belém area of Lisbon. It was an ephemeral structure, an integral part of the Portuguese World Exhibition. It represented a stylised caravel with Prince Henry the Navigator at the prow, considered the greatest patron of the voyages by sea, undertaken by the Portuguese from the fifteenth century onwards. The sculpture did not just celebrate the Infante, who led a procession of navigators, cartographers, warriors, colonisers, evangelisers and chroniclers, regarded to be the heroes of the Discoveries. The ephemeral structure stood by the Tagus River until 1943, when it was removed from the site. However, in 1959, there was a decision to rebuild it, this time with durable materials. Throughout this period, the monument was a symbol of the Estado Novo dictatorship (1933–1974), presenting an ideologically and politically conditioned nationalist interpretation of part of Portugal’s historical past. In 1985, with an already consolidated democracy, brought about by the revolution of April 1974, the monument’s interior was renovated, and the Cultural Centre of Discoveries inaugurated, now being one of the most visited monuments in the country. In these times of post-coloniality, it has come under great popular scrutiny, becoming a contested heritage site, with some even advocating its destruction, because it symbolises a colonial and oppressive past and represents a historical and collective memory that is only partially told in the public space. This essay focuses on the history of this sculptural and architectural ensemble, seeking to show how it forms part of a heritage of memory, which can and should have various readings, and how it continues to contribute to the construction of Portuguese national identity.

Research paper thumbnail of António Ferro, o jornalismo literário e a estética modernista como forma de construção da realidade

Research paper thumbnail of Os filmes da Invicta Film e o Portugal revelado aos portugueses

O conteúdo desta obra está protegido por Lei. Qualquer forma de reprodução, distribuição, comunic... more O conteúdo desta obra está protegido por Lei. Qualquer forma de reprodução, distribuição, comunicação pública ou transformação da totalidade ou de parte desta obra carece de expressa autorização do editor e dos seus autores. Os artigos, bem como a autorização de publicação das imagens, são da exclusiva responsabilidade dos autores.

Research paper thumbnail of António Ferro e o "heróico cinema português"