Conceição Andrade Martins | Universidade de Lisboa (original) (raw)
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Papers by Conceição Andrade Martins
António Augusto de Aguiar nasceu em Lisboa, a 4 de Setembro de 1838, e morreu nesta cidade no dia... more António Augusto de Aguiar nasceu em Lisboa, a 4 de Setembro de 1838, e morreu nesta cidade no dia do seu 49º aniversário, 4 de Setembro de 1887. Era filho de um negociante da capital, António Ezequiel de Aguiar, e de Maria Efigénia de Aguiar, e em 1862 tinha casado na Igreja da Pena com Virgínia Eduarda Xavier Serra, com quem teve dois filhos. Tendo estudado ciências naturais na Escola Politécnica de Lisboa, onde se matriculou em 1855, "especializou-se" em química, cadeira que a partir de 1861 regeu naquela Escola, primeiro como lente substituto e depois (1865) efectivo, e que também leccionou no Instituto Industrial de Lisboa, do qual foi director. Nesta instituição dirigiu o laboratório de química e distinguiu-se por o ter organizado segundo o plano seguido nos melhores da Alemanha e ter aberto cursos práticos, o que constituiu uma verdadeira reforma do ensino. Por este motivo, e pela reputação de grande químico que entretanto ganhara, o imperador do Brasil, D.
ics.ul.pt
Condicionada, à partida, pela estrutura produtiva, por um lado, e pela falta de instrução e de cr... more Condicionada, à partida, pela estrutura produtiva, por um lado, e pela falta de instrução e de crédito agrícola, por outro lado, a introdução, difusão e generalização em Portugal das novas técnicas e práticas culturais processou-se, no geral, de forma relativamente lenta e irregular. O que não significou que nalgumas regiões e ramos mais lucrativos, ou atingidos por crises conjunturais, o processo de modernização agrícola não avançasse a um ritmo mais acelerado, como foi o caso dos sectores vitivinícola e hortícola e das regiões onde os mesmos tinham maior implantação.
Análise Social, Jan 1, 1996
A intervenção política dos vinhateiros no século xix O sector vitivinícola foi, sem dúvida, um do... more A intervenção política dos vinhateiros no século xix O sector vitivinícola foi, sem dúvida, um dos mais dinâmicos da economia portuguesa oitocentista. A cultura da vinha expandiu-se consideravelmente por todo o país e em finais do século ocuparia entre 10% e 15% da área cultivada e produziria um rendimento bruto superior a 36 000 contos. O vinho, por seu lado, representava cerca de 50% das receitas do comércio externo português e cobria à volta de 30% das importações. Uma região, o Douro, e um produto, o vinho do Porto, sobressaem inegavelmente no Portugal vinícola de Oitocentos. Em meados do século (1864), o «relatório» elaborado pela Comissão Encarregada de Estudar a Questão Vinhateira do Douro 1 dá-nos uma ideia da importância económica e social do sector do vinho do Porto. Na região demarcada viviam directamente da produção e do comércio do vinho do Porto 25 246 agregados familiares, e a este número haveria ainda que acrescentar os trabalhadores sazonais, os que viviam da navegação no Douro e os que se sustentavam deste comércio no Porto e em Gaia. Os capitais e os rendimentos provenientes da cultura, fabrico e comércio do vinho do Porto rondariam os 46 000 contos. Entre 1838 e 1862, o Estado cobrou anualmente, somente de direitos «excepcionais» pela sua exportação e consumo no Porto e em Gaia, fora os impostos comuns e os específicos, mais de 250 contos 2 , representando as receitas provenientes dos direitos de exportação do vinho do Porto entre 67% e 81% das restantes mercadorias exportadas 3 . Na balança comercial portuguesa o vinho do Porto representava um terço * Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Relatório da Commissão Especial Encarregada de Estudar a Questão Vinhateira do Douro, Lisboa, Imprensa Nacional, 1865. 2 Cerca de 190 contos de direitos de exportação e 63 contos de direitos de consumo (ibid.). 3 O valor mais alto corresponde ao período em que os direitos foram mais elevados (12$000 em pipa) e o mais baixo ao da sua diminuição (2$4000 em pipa mais os adicionais). 413
Cuena, Politica e Economia", Lisboa, Livros Horizonte, Jan 1, 2003
Diário de um Agricultor Alentejano (1832- …, Jan 1, 1982
Análise Social, Jan 1, 1997
Análise Social, Jan 1, 1988
O vinho do Porto constitui, sem dúvida, o mais importante produto da história económica portugues... more O vinho do Porto constitui, sem dúvida, o mais importante produto da história económica portuguesa do últimos três séculos.
Análise Social, Jan 1, 1991
o título «Filoxera em Portugal». Os comentários e as sugestões do Doutor António Barreto e do Dr.... more o título «Filoxera em Portugal». Os comentários e as sugestões do Doutor António Barreto e do Dr. Manuel de Lucena ao texto dessa comunicação muito contribuíram para a sua reformulação no presente artigo. 653 Conceição Andrade Martins poletou crises locais e esteve na origem da crise vinícola do final do século xix. Afectou as finanças públicas e a balança comercial. Deixou marcas indeléveis no sector vinícola e na paisagem.
António Augusto de Aguiar nasceu em Lisboa, a 4 de Setembro de 1838, e morreu nesta cidade no dia... more António Augusto de Aguiar nasceu em Lisboa, a 4 de Setembro de 1838, e morreu nesta cidade no dia do seu 49º aniversário, 4 de Setembro de 1887. Era filho de um negociante da capital, António Ezequiel de Aguiar, e de Maria Efigénia de Aguiar, e em 1862 tinha casado na Igreja da Pena com Virgínia Eduarda Xavier Serra, com quem teve dois filhos. Tendo estudado ciências naturais na Escola Politécnica de Lisboa, onde se matriculou em 1855, "especializou-se" em química, cadeira que a partir de 1861 regeu naquela Escola, primeiro como lente substituto e depois (1865) efectivo, e que também leccionou no Instituto Industrial de Lisboa, do qual foi director. Nesta instituição dirigiu o laboratório de química e distinguiu-se por o ter organizado segundo o plano seguido nos melhores da Alemanha e ter aberto cursos práticos, o que constituiu uma verdadeira reforma do ensino. Por este motivo, e pela reputação de grande químico que entretanto ganhara, o imperador do Brasil, D.
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Condicionada, à partida, pela estrutura produtiva, por um lado, e pela falta de instrução e de cr... more Condicionada, à partida, pela estrutura produtiva, por um lado, e pela falta de instrução e de crédito agrícola, por outro lado, a introdução, difusão e generalização em Portugal das novas técnicas e práticas culturais processou-se, no geral, de forma relativamente lenta e irregular. O que não significou que nalgumas regiões e ramos mais lucrativos, ou atingidos por crises conjunturais, o processo de modernização agrícola não avançasse a um ritmo mais acelerado, como foi o caso dos sectores vitivinícola e hortícola e das regiões onde os mesmos tinham maior implantação.
Análise Social, Jan 1, 1996
A intervenção política dos vinhateiros no século xix O sector vitivinícola foi, sem dúvida, um do... more A intervenção política dos vinhateiros no século xix O sector vitivinícola foi, sem dúvida, um dos mais dinâmicos da economia portuguesa oitocentista. A cultura da vinha expandiu-se consideravelmente por todo o país e em finais do século ocuparia entre 10% e 15% da área cultivada e produziria um rendimento bruto superior a 36 000 contos. O vinho, por seu lado, representava cerca de 50% das receitas do comércio externo português e cobria à volta de 30% das importações. Uma região, o Douro, e um produto, o vinho do Porto, sobressaem inegavelmente no Portugal vinícola de Oitocentos. Em meados do século (1864), o «relatório» elaborado pela Comissão Encarregada de Estudar a Questão Vinhateira do Douro 1 dá-nos uma ideia da importância económica e social do sector do vinho do Porto. Na região demarcada viviam directamente da produção e do comércio do vinho do Porto 25 246 agregados familiares, e a este número haveria ainda que acrescentar os trabalhadores sazonais, os que viviam da navegação no Douro e os que se sustentavam deste comércio no Porto e em Gaia. Os capitais e os rendimentos provenientes da cultura, fabrico e comércio do vinho do Porto rondariam os 46 000 contos. Entre 1838 e 1862, o Estado cobrou anualmente, somente de direitos «excepcionais» pela sua exportação e consumo no Porto e em Gaia, fora os impostos comuns e os específicos, mais de 250 contos 2 , representando as receitas provenientes dos direitos de exportação do vinho do Porto entre 67% e 81% das restantes mercadorias exportadas 3 . Na balança comercial portuguesa o vinho do Porto representava um terço * Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Relatório da Commissão Especial Encarregada de Estudar a Questão Vinhateira do Douro, Lisboa, Imprensa Nacional, 1865. 2 Cerca de 190 contos de direitos de exportação e 63 contos de direitos de consumo (ibid.). 3 O valor mais alto corresponde ao período em que os direitos foram mais elevados (12$000 em pipa) e o mais baixo ao da sua diminuição (2$4000 em pipa mais os adicionais). 413
Cuena, Politica e Economia", Lisboa, Livros Horizonte, Jan 1, 2003
Diário de um Agricultor Alentejano (1832- …, Jan 1, 1982
Análise Social, Jan 1, 1997
Análise Social, Jan 1, 1988
O vinho do Porto constitui, sem dúvida, o mais importante produto da história económica portugues... more O vinho do Porto constitui, sem dúvida, o mais importante produto da história económica portuguesa do últimos três séculos.
Análise Social, Jan 1, 1991
o título «Filoxera em Portugal». Os comentários e as sugestões do Doutor António Barreto e do Dr.... more o título «Filoxera em Portugal». Os comentários e as sugestões do Doutor António Barreto e do Dr. Manuel de Lucena ao texto dessa comunicação muito contribuíram para a sua reformulação no presente artigo. 653 Conceição Andrade Martins poletou crises locais e esteve na origem da crise vinícola do final do século xix. Afectou as finanças públicas e a balança comercial. Deixou marcas indeléveis no sector vinícola e na paisagem.