Gabriel Costa Resende Pinto Bastos dos Santos | UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro / Rio de Janeiro State University (original) (raw)

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Papers by Gabriel Costa Resende Pinto Bastos dos Santos

Research paper thumbnail of A metonímia horrífica na ficção: a concepção sui generis de monstros em "Consciência tranquila", de Cruz e Sousa

Criação e Crítica (USP), 2024

O presente trabalho discute uma estratégia particular da literatura de horror para criar seus pe... more O presente trabalho discute uma estratégia particular da literatura de horror para criar seus personagens monstruosos: a metonímia horrífica (CARROLL, 1999). Recapitulando modos possíveis de figuração monstruosa na ficção, decidimos pela aplicação desta forma específica, a mais apropriada ao caso em questão, à leitura crítica de um conto do autor catarinense João da Cruz e Souza, mais conhecido por ser um dos arcanos da escola simbolista brasileira, sobre um cruel escravista e os horrores de que é patrocinador. Sem divergirmos tanto em relação ao entendimento firmado sobre a categoria clássica do “monstro”, nosso objetivo é exemplificar uma das maneiras de presentificação da monstruosidade em nossa literatura, sempre colocada de maneira muito furtiva para escapar do jugo de uma tradição sabidamente valorizada, ao menos crítica e historiograficamente, por critérios realistas ou “documentais”.

Research paper thumbnail of A voz do verme híbrido e transtemporal de Pedro Kilkerry

Em Tese (UFMG), 2020

Pedro Militão Kilkerry (1885-1917) é um poeta simbolista baiano pouco conhecido, pouco pesquisado... more Pedro Militão Kilkerry (1885-1917) é um poeta simbolista baiano pouco conhecido, pouco pesquisado, e definitivamente muito evitado por sua fama de “difícil”. Nosso trabalho concentra-se no poema “O verme e a estrela” de Pedro Kilkerry e na adaptação cancional do mesmo, levada a cabo por Cid Campos e registrada no disco A fábrica do poema (1994), de Adriana Calcanhotto, e no projeto verbivocovisual Poesia é risco (1995), de Augusto de Campos. O objetivo é elaborar uma reflexão sobre a potência viva e vivificante da voz e de sua vocoperformance, que expande o meramente gráfico para novas potências somente sugeridas e ocultas em estado-página, a partir de um poema tão extraordinário.

Research paper thumbnail of O canto sirênico da yuurei: figurações do monstruoso feminino nas culturas ocidental e oriental

Entre tramas clássicas e orientais, 2023

Há algumas figuras míticas femininas que lograram habitar o imaginário coletivo universal. Neste ... more Há algumas figuras míticas femininas que lograram habitar o imaginário coletivo universal. Neste amplo repertório, destacam-se duas iterações do monstruoso feminino clássico: a sereia, criatura canora que ocupa lugar central em nossos bestiários, da fundação mítica do logos grego à cultura pop da agoridade, e cujas metamorfoses históricas espelham diferentes convenções do feminino na Europa; e a onryô, o yūrei (fantasma) vingativo do Japão, não necessariamente representado só por espíritos de mulheres, mas cuja roupagem mais influente reporta à peça de teatro kabuki Toukaidou Yotsuya Kaidan, encenada pela primeira vez no início do século XIX e cristalizadora de vários lugares-comuns do monstruoso japonês

Research paper thumbnail of Inventio e invenção na sátira atribuída a Gregório de Matos: o caso retórico e o caso Augusto de Campos

Palimpsesto, 2024

A partir da consideração da importância da obra cômico-satírica atribuída a Gregório de Matos par... more A partir da consideração da importância da obra cômico-satírica atribuída a Gregório de Matos para a poesia de Augusto de Campos, mormente enquanto constituinte extrínseco de seu projeto verbivocovisual, nosso artigo estabelece uma comparação crítica de dois modos de leitura, duas figurações possíveis da persona de Gregório de Matos. A primeira, aquela que contempla a entidade “barroca” por uma ótica adequada às contingências e condições de seu tempo, sob o regime da aemulatio ibérica e contrarreformista; a segunda, a que se detém sobre a permanência canônica da sátira gregoriana na obra de um autor contemporâneo de relevo. Trata-se de diálogo diacrônico despoletado pelo concretista e em última instância consubstanciado em performance poética.

Research paper thumbnail of O limiar da voz concreta

Letras & Letras, 2023

Partindo de uma discussão teórica que visa fixar o lugar genológico da letra de canção, o que ... more Partindo de uma discussão teórica que visa fixar o lugar genológico da letra de canção, o
que tem sido realizado criticamente por meio da operação de contraste com o que seria o gênero poema em sentido estrito, muitas vezes sob um aspecto negativo, propomos recolocar em debate o conceito camposiano de “poemúsica”, um entrelugar vocoperformático que complexifica e desestabiliza classificações fáceis. Para ilustrar nossas questões de forma didática e produtiva, optamos pela análise formal de dois artefatos verbivocovisuais presentes no CD-livro Poesia é risco (1995), de Augusto de Campos e Cid Campos.

Research paper thumbnail of A metonímia horrífica na ficção: a concepção sui generis de monstros em "Consciência tranquila", de Cruz e Sousa

Criação e Crítica (USP), 2024

O presente trabalho discute uma estratégia particular da literatura de horror para criar seus pe... more O presente trabalho discute uma estratégia particular da literatura de horror para criar seus personagens monstruosos: a metonímia horrífica (CARROLL, 1999). Recapitulando modos possíveis de figuração monstruosa na ficção, decidimos pela aplicação desta forma específica, a mais apropriada ao caso em questão, à leitura crítica de um conto do autor catarinense João da Cruz e Souza, mais conhecido por ser um dos arcanos da escola simbolista brasileira, sobre um cruel escravista e os horrores de que é patrocinador. Sem divergirmos tanto em relação ao entendimento firmado sobre a categoria clássica do “monstro”, nosso objetivo é exemplificar uma das maneiras de presentificação da monstruosidade em nossa literatura, sempre colocada de maneira muito furtiva para escapar do jugo de uma tradição sabidamente valorizada, ao menos crítica e historiograficamente, por critérios realistas ou “documentais”.

Research paper thumbnail of A voz do verme híbrido e transtemporal de Pedro Kilkerry

Em Tese (UFMG), 2020

Pedro Militão Kilkerry (1885-1917) é um poeta simbolista baiano pouco conhecido, pouco pesquisado... more Pedro Militão Kilkerry (1885-1917) é um poeta simbolista baiano pouco conhecido, pouco pesquisado, e definitivamente muito evitado por sua fama de “difícil”. Nosso trabalho concentra-se no poema “O verme e a estrela” de Pedro Kilkerry e na adaptação cancional do mesmo, levada a cabo por Cid Campos e registrada no disco A fábrica do poema (1994), de Adriana Calcanhotto, e no projeto verbivocovisual Poesia é risco (1995), de Augusto de Campos. O objetivo é elaborar uma reflexão sobre a potência viva e vivificante da voz e de sua vocoperformance, que expande o meramente gráfico para novas potências somente sugeridas e ocultas em estado-página, a partir de um poema tão extraordinário.

Research paper thumbnail of O canto sirênico da yuurei: figurações do monstruoso feminino nas culturas ocidental e oriental

Entre tramas clássicas e orientais, 2023

Há algumas figuras míticas femininas que lograram habitar o imaginário coletivo universal. Neste ... more Há algumas figuras míticas femininas que lograram habitar o imaginário coletivo universal. Neste amplo repertório, destacam-se duas iterações do monstruoso feminino clássico: a sereia, criatura canora que ocupa lugar central em nossos bestiários, da fundação mítica do logos grego à cultura pop da agoridade, e cujas metamorfoses históricas espelham diferentes convenções do feminino na Europa; e a onryô, o yūrei (fantasma) vingativo do Japão, não necessariamente representado só por espíritos de mulheres, mas cuja roupagem mais influente reporta à peça de teatro kabuki Toukaidou Yotsuya Kaidan, encenada pela primeira vez no início do século XIX e cristalizadora de vários lugares-comuns do monstruoso japonês

Research paper thumbnail of Inventio e invenção na sátira atribuída a Gregório de Matos: o caso retórico e o caso Augusto de Campos

Palimpsesto, 2024

A partir da consideração da importância da obra cômico-satírica atribuída a Gregório de Matos par... more A partir da consideração da importância da obra cômico-satírica atribuída a Gregório de Matos para a poesia de Augusto de Campos, mormente enquanto constituinte extrínseco de seu projeto verbivocovisual, nosso artigo estabelece uma comparação crítica de dois modos de leitura, duas figurações possíveis da persona de Gregório de Matos. A primeira, aquela que contempla a entidade “barroca” por uma ótica adequada às contingências e condições de seu tempo, sob o regime da aemulatio ibérica e contrarreformista; a segunda, a que se detém sobre a permanência canônica da sátira gregoriana na obra de um autor contemporâneo de relevo. Trata-se de diálogo diacrônico despoletado pelo concretista e em última instância consubstanciado em performance poética.

Research paper thumbnail of O limiar da voz concreta

Letras & Letras, 2023

Partindo de uma discussão teórica que visa fixar o lugar genológico da letra de canção, o que ... more Partindo de uma discussão teórica que visa fixar o lugar genológico da letra de canção, o
que tem sido realizado criticamente por meio da operação de contraste com o que seria o gênero poema em sentido estrito, muitas vezes sob um aspecto negativo, propomos recolocar em debate o conceito camposiano de “poemúsica”, um entrelugar vocoperformático que complexifica e desestabiliza classificações fáceis. Para ilustrar nossas questões de forma didática e produtiva, optamos pela análise formal de dois artefatos verbivocovisuais presentes no CD-livro Poesia é risco (1995), de Augusto de Campos e Cid Campos.