Mailsa Passos | UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro / Rio de Janeiro State University (original) (raw)

Papers by Mailsa Passos

Research paper thumbnail of CIRCUITOS COMUNICATIVOS DA AFRODIÁSPORA: ENUNCIAÇÃO, POLIFONIA E AS SABEDORIAS DE FRESTA

O presente texto consiste em uma reflexão sobre o conhecimento produzido em circuitos comunicativ... more O presente texto consiste em uma reflexão sobre o conhecimento produzido em circuitos comunicativos afrodiaspóricos em diálogo com os estudos do cotidiano.

Research paper thumbnail of Encontros cotidianos e a pesquisa em Educação: relações raciais, experiência dialógica e processos de identificação

The present paper is a reflection built on the process of a research on the Education field. This... more The present paper is a reflection built on the process of a research on the Education field. This research was conducted in dialogue with schools quotidian and had racial relations as a theme. Its main question was to comprehend "how the Afro-Brazilian population establishes identity bonds and connections". The expressions and dialogues that daily appear in educational contexts were chosen to be its analyses' material. Here the author discourses about the "encounter" as a research methodology, phenomenon from which these contexts appear as polyphonic environments. This paper's main theoretical interlocutors were: Mikhail Bakhtin and his language studies; Boaventura de Sousa Santos guiding on the reflection on epistemological matters; Paul Gilroy and Stuart Hall. It is still a research that also dialogues with literary work, understanding literature as a social theory.

Research paper thumbnail of Sobre encontros, amizades e caminhos na pesquisa em Ciências Humanas e Sociais

No livro "Alice no País das Maravilhas", de Lewis Carol, há um momento em que a protagonista cai ... more No livro "Alice no País das Maravilhas", de Lewis Carol, há um momento em que a protagonista cai numa toca de coelho e, desbravando o sem número de túneis subterrâneos que a formavam, depara-se com uma bifurcação em seu caminho. "Que caminho devo seguir?" -pergunta Alice ao Coelho. O Coelho, por sua vez, lhe pergunta "Para onde você quer ir?" ao que a menina responde que não sabe. "Então", diz o coelho, "tanto faz o caminho. Se você não sabe para onde quer ir, qualquer caminho pode servir".

Research paper thumbnail of A colonização em cartões postais: fotografia como certificação de uma presença1

Ver é o que se quer ver José de Souza Martins O movimento de turistas na escada Daru, uma das que... more Ver é o que se quer ver José de Souza Martins O movimento de turistas na escada Daru, uma das que dá acesso ao Museu do Louvre em Paris parecia, -aos meus olhos de latino-americana recém chegada à Europa -uma romaria. Os romeiros seguiam em peregrinação para sacralizarem ali seu gosto estético e seu "verniz artístico". No topo da escadaria, no primeiro andar da Ala Denon, La Victoire de Samothrace -imponente -torna-se quase uma miragem, ofuscada pelos incessantes flashs que indicam que não basta somente estar lá, "o romeiro" tem que levar como lembrança-prova de que esteve ali, de que a viu: uma fotografia, como eu mesma tenho aqui agora, no arquivo de fotos de viagem capturadas de minha máquina digital, alocadas em meu computador. Hoje La Victoire descansa imóvel no alto da escadaria. Se já representou um dia a viagem que precede a conquista, ela hoje espera. Seu destino é estar ali, aguardando os os visitantes, exposta no topo da escadaria Daru, no caminho da "sala de visitas". Hoje os turistas-romeiros passam por ela, fotografam-na, e seguem rumo à Gioconda, ou quem sabe à Vênus de Milus, ou ainda em busca das telas de Giotto. Hoje ela habita o alto da escada da sala-visitas. Posso eu também hoje -em poder de minhas fotografias -provar que a vi, e provo ainda que continuei seguindo os romeiros fiéis. Segui-os através dos corredores. Eles que vindo de todas as partes do mundo, veneravam aquele Mundo. Aquele foi um momento muito especial. Haja visto o volume de imagens que capturei naquele dia e o que fiz de pronto ao chegar no hotel no fim da tarde: telefonei para a família para dizer que estive no Louvre. Estas duas ações -fazer as fotos e narrar o que se viu -têm um caráter cultural e estão relacionadas a um conjunto de práticas, códigos e valores do mundo ocidental 1 Este texto foi produzido com material do acervo do INRP (Institute National de Recherche Pedagogique), na oportunidade do IV Colloque Laboratoire Civiic, na Universidade de Rouen, quando a autora lá esteve como professora visitante em abril/maio de 2009. 2 Graduada em Letras pela UFRJ, doutora em Educação pela PUC-Rio, professora adjunto da Faculdade de Educação da UERJ e membro do Laboratório Educação e Imagem/UERJ.

Research paper thumbnail of MUSEUS, RUAS E MERCADOS: PROCESSOS IDENTITÁRIOS E ALIANÇAS DA DIÁSPORA

Este artigo consiste em resultados parciais de uma pesquisa em curso que discute processos identi... more Este artigo consiste em resultados parciais de uma pesquisa em curso que discute processos identitários de sujeitos da diáspora africana. Trato aqui de como vão se manifestando sentimentos de pertença a partir de acontecimentos e encontros em espaços público diversos -em museus, nas ruas, nos mercados. No texto são narrados fatos ocorridos com um grupo de pós-graduandos e professores de uma disciplina do Curso de Mestrado em Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro em situação de trabalho de campo. A experiência com essa disciplina, que teve como título "Arte e conhecimento do diáspora africana" dá pistas dos movimentos dos processos identitários vividos pela diáspora africana no Brasil, e as relações desses processos com as práticas e os artefatos culturais. Todo o trabalho aqui apresentado tem como pressuposto que as práticas e os artefatos culturais estão articulados aos processos identitários dos sujeitos e que estes ao viverem a situação de rememorar/narrar estas práticas e reconhecerem-se nos artefatos passam por processos de atualização identitária.

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O presente texto consiste em uma reflexão sobre o conhecimento produzido em circuitos comunicativ... more O presente texto consiste em uma reflexão sobre o conhecimento produzido em circuitos comunicativos afrodiaspóricos em diálogo com os estudos do cotidiano.

Research paper thumbnail of Encontros cotidianos e a pesquisa em Educação: relações raciais, experiência dialógica e processos de identificação

The present paper is a reflection built on the process of a research on the Education field. This... more The present paper is a reflection built on the process of a research on the Education field. This research was conducted in dialogue with schools quotidian and had racial relations as a theme. Its main question was to comprehend "how the Afro-Brazilian population establishes identity bonds and connections". The expressions and dialogues that daily appear in educational contexts were chosen to be its analyses' material. Here the author discourses about the "encounter" as a research methodology, phenomenon from which these contexts appear as polyphonic environments. This paper's main theoretical interlocutors were: Mikhail Bakhtin and his language studies; Boaventura de Sousa Santos guiding on the reflection on epistemological matters; Paul Gilroy and Stuart Hall. It is still a research that also dialogues with literary work, understanding literature as a social theory.

Research paper thumbnail of Sobre encontros, amizades e caminhos na pesquisa em Ciências Humanas e Sociais

No livro "Alice no País das Maravilhas", de Lewis Carol, há um momento em que a protagonista cai ... more No livro "Alice no País das Maravilhas", de Lewis Carol, há um momento em que a protagonista cai numa toca de coelho e, desbravando o sem número de túneis subterrâneos que a formavam, depara-se com uma bifurcação em seu caminho. "Que caminho devo seguir?" -pergunta Alice ao Coelho. O Coelho, por sua vez, lhe pergunta "Para onde você quer ir?" ao que a menina responde que não sabe. "Então", diz o coelho, "tanto faz o caminho. Se você não sabe para onde quer ir, qualquer caminho pode servir".

Research paper thumbnail of A colonização em cartões postais: fotografia como certificação de uma presença1

Ver é o que se quer ver José de Souza Martins O movimento de turistas na escada Daru, uma das que... more Ver é o que se quer ver José de Souza Martins O movimento de turistas na escada Daru, uma das que dá acesso ao Museu do Louvre em Paris parecia, -aos meus olhos de latino-americana recém chegada à Europa -uma romaria. Os romeiros seguiam em peregrinação para sacralizarem ali seu gosto estético e seu "verniz artístico". No topo da escadaria, no primeiro andar da Ala Denon, La Victoire de Samothrace -imponente -torna-se quase uma miragem, ofuscada pelos incessantes flashs que indicam que não basta somente estar lá, "o romeiro" tem que levar como lembrança-prova de que esteve ali, de que a viu: uma fotografia, como eu mesma tenho aqui agora, no arquivo de fotos de viagem capturadas de minha máquina digital, alocadas em meu computador. Hoje La Victoire descansa imóvel no alto da escadaria. Se já representou um dia a viagem que precede a conquista, ela hoje espera. Seu destino é estar ali, aguardando os os visitantes, exposta no topo da escadaria Daru, no caminho da "sala de visitas". Hoje os turistas-romeiros passam por ela, fotografam-na, e seguem rumo à Gioconda, ou quem sabe à Vênus de Milus, ou ainda em busca das telas de Giotto. Hoje ela habita o alto da escada da sala-visitas. Posso eu também hoje -em poder de minhas fotografias -provar que a vi, e provo ainda que continuei seguindo os romeiros fiéis. Segui-os através dos corredores. Eles que vindo de todas as partes do mundo, veneravam aquele Mundo. Aquele foi um momento muito especial. Haja visto o volume de imagens que capturei naquele dia e o que fiz de pronto ao chegar no hotel no fim da tarde: telefonei para a família para dizer que estive no Louvre. Estas duas ações -fazer as fotos e narrar o que se viu -têm um caráter cultural e estão relacionadas a um conjunto de práticas, códigos e valores do mundo ocidental 1 Este texto foi produzido com material do acervo do INRP (Institute National de Recherche Pedagogique), na oportunidade do IV Colloque Laboratoire Civiic, na Universidade de Rouen, quando a autora lá esteve como professora visitante em abril/maio de 2009. 2 Graduada em Letras pela UFRJ, doutora em Educação pela PUC-Rio, professora adjunto da Faculdade de Educação da UERJ e membro do Laboratório Educação e Imagem/UERJ.

Research paper thumbnail of MUSEUS, RUAS E MERCADOS: PROCESSOS IDENTITÁRIOS E ALIANÇAS DA DIÁSPORA

Este artigo consiste em resultados parciais de uma pesquisa em curso que discute processos identi... more Este artigo consiste em resultados parciais de uma pesquisa em curso que discute processos identitários de sujeitos da diáspora africana. Trato aqui de como vão se manifestando sentimentos de pertença a partir de acontecimentos e encontros em espaços público diversos -em museus, nas ruas, nos mercados. No texto são narrados fatos ocorridos com um grupo de pós-graduandos e professores de uma disciplina do Curso de Mestrado em Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro em situação de trabalho de campo. A experiência com essa disciplina, que teve como título "Arte e conhecimento do diáspora africana" dá pistas dos movimentos dos processos identitários vividos pela diáspora africana no Brasil, e as relações desses processos com as práticas e os artefatos culturais. Todo o trabalho aqui apresentado tem como pressuposto que as práticas e os artefatos culturais estão articulados aos processos identitários dos sujeitos e que estes ao viverem a situação de rememorar/narrar estas práticas e reconhecerem-se nos artefatos passam por processos de atualização identitária.