Fabio Camarneiro | Universidade Federal do Espirito Santo (original) (raw)
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Papers by Fabio Camarneiro
Revista Interinstitucional Artes de Educar, 2021
Este texto busca pensar as produções culturais do cotidiano como práticas de significação de suje... more Este texto busca pensar as produções culturais do cotidiano como práticas de significação de sujeitos trans-parentes (praticantes de imagens e sons nas margens), em processos de negociação com modos de (in)visibilidade a partir dos discursos da mídia. Interessa-nos as narrativas midiáticas a respeito do (des)aparecimento desses corpos precários e vulneráveis, mas também alianças possíveis (como pensadas por Judith Butler) a partir dos materiais da mídia. Se, como disse Susan Sontag, as imagens provocam, ao mesmo tempo, efeitos de engajamento e distanciamento, nossa aposta metodológica se faz através de uma interpretação dos efeitos dos acontecimentos que impedem a expansão de gestos travestis nas mídias e nossa aposta política se concentra no desejo e na implicação em contar outras histórias sobre esses gestos.
Revista ECO-Pós, 2021
Este artigo tem como objetivo analisar duas diferentes representações da persona pública de Olavo... more Este artigo tem como objetivo analisar duas diferentes representações da persona pública de Olavo de Carvalho. Nas redes sociais em geral e no Twitter em particular, Olavo demonstra uma faceta imoderada, marcada pelas agressões e pelos xingamentos. Por outro lado, no documentário O jardim das aflições (Josias Teófilo, 2017), aparece como um pacato intelectual que reside no interior da Virginia, nos EUA. Nosso objetivo é estabelecer pontos de contato entre essas duas representações, tentando demonstrar como elas constituem um equilíbrio entre a liberdade imoderada de um bobo da corte medieval e a autoridade erudita de um sábio contemporâneo. Além disso, estabeleceremos paralelos entre os discursos olavista e bolsonarista, levando em conta principalmente a maneira como ambos lidam com a ideia de uma “verdade” que permaneceria oculta pela ação de forças de um imaginário “complô comunista universal”.
Abusões, 2021
Este artigo pretende analisar as personagens femininas do universo Blade Runner: a novela Android... more Este artigo pretende analisar as personagens femininas do universo Blade Runner: a novela Androides sonham com ovelhas elétricas? (Do Androids Dream of Electric Sheep?, 1968), de Philip K Dick quanto os longas-metragens Blade Runner, o caçador de androides (Blade Runner, 1982), de Ridley Scott e Blade Runner 2049 (2017), de Denis Villeneuve. Para isso, serão utilizadas as teorias de Teresa de Lauretis, que pensa a construção social de gênero como fruto de uma tecnologia, e Donna J. Haraway, que nega as dicotomias entre mente e animal e humano, orgânico e máquina, público e privado, natureza e cultura, homem e mulher e, no lugar delas, defende o hibridismo representado pelo corpo ciborgue. Assim, percorremos a ficção científica e a teoria feminista contemporânea para perceber como feminismo e tecnologia possuem, mais do que pontos de contato, afinidades constitutivas.
Rebeca - Revista Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual, 2019
O artigo faz uma crítica à ideia do “fim do cinema” a partir de conceitos ligados ao pós-modernis... more O artigo faz uma crítica à ideia do “fim do cinema” a partir de conceitos ligados ao pós-modernismo (Lyotard, Jameson) e à teoria do cinema (Bazin, Daney, Deleuze). A intenção é mostrar como o neoliberalismo e as mudanças tecnológicas provocaram uma mudança na ontologia das imagens, além de certa obsessão pela ideia de “fim” (do cinema e, mais recentemente, da democracia nos países ocidentais). A partir de Deleuze, buscamos entender como a crise do ideal clássico de verdade marca as disputas contemporâneas na política (e na recepção e construção das imagens no contemporâneo). Identificamos também, como consequência desse contexto, o limite de uma forma narrativa específica (o épico).
Revista ECO-Pós, 2019
O elenco de “Cleópatra” (Júlio Bressane, 2007) dialoga diretamente com um referencial televisivo ... more O elenco de “Cleópatra” (Júlio Bressane, 2007) dialoga diretamente com um referencial televisivo – cujo naturalismo é reiteradamente criticado. Marcado pela imobilidade do tableau, o filme coloca o corpo de Alessandra Negrini no centro do enquadramento a recriar a famosa personagem (com ecos de Theda Bara à Liz Taylor). Ao oscilar entre erudição e “escracho”, Bressane usa o gestual de certa comédia televisiva e da chanchada para tornar seus atores em “autores”.
The Americas: A Quarterly Review of Latin American History, 2017
Em primeiro lugar, muito obrigado a meu orientador, Rubens Machado Jr., que foi (e segue sendo) u... more Em primeiro lugar, muito obrigado a meu orientador, Rubens Machado Jr., que foi (e segue sendo) uma inspiração e um modelo. À minha família: Maria Ignez-minha mãe; Ligiane e Júlio-irmã e cunhado, e Terezinha-tia. In memoriam, a Cirino-meu pai, Genésia e Basílio-avós maternos, Lígia e Armênio-avós paternos. A Thaís Fortes (Thatou).
Rebeca - Revista Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual, 2016
O texto é uma homenagem ao cineasta Carlos Reichenbach, falecido em junho de 2012, e tenta esboça... more O texto é uma homenagem ao cineasta Carlos Reichenbach, falecido em junho de 2012, e tenta esboçar algumas categorias críticas a partir de seu curta Equilíbrio e graça, de 2002, para pensar a obra do diretor. Essas categorias estão ligadas ao gnosticismo e à ideia de um "cinema total".
e Sérgio Alpendre) foram imprescindíveis em minha formação, tendo muito me ensinado em matéria de... more e Sérgio Alpendre) foram imprescindíveis em minha formação, tendo muito me ensinado em matéria de cinema-e em tantas outras matérias. Os irmãos Raquel e André Bertoluci sempre guardaram uma mesa para que eu pudesse trabalhar no Café Pequeno, onde Angra e Felícia, com simpatia e prontidão, serviram os melhores espressos da cidade. Inês Suzuki e Henrique Fukace, com inesgotável simpatia, cuidaram de minha saúde com suas agulhas. Fernanda Vidigal e Moira Toledo me garantiram suporte e incentivo. Flavia Perin, carinhosa e prontamente, ofereceu sua ajuda na revisão. Rosa Mattos, uma "segunda mãe", inestimável amiga, venceu suas batalhas com alegria e bom-humor. Adriana Morelli me proporcionou alguns dos dias mais preciosos em minha lembrança. Luanda de Moura me fez redescobrir o mistério das palavras e o imenso prazer da escrita. A todos, o meu muito obrigado.
C-Legenda - Revista do Programa de Pós-graduação em Cinema e Audiovisual, 2020
Comparative Cinema
Writers Stefan Zweig and Elizabeth Bishop both lived in Brazil, although in very different circum... more Writers Stefan Zweig and Elizabeth Bishop both lived in Brazil, although in very different circumstances. Their stories served as basis for two films: Maria Schrader’s Stefan Zweig: Farewell to Europe (Vor der Morgenröte, 2016), and Bruno Barreto’s Reaching for the Moon (Flores raras, 2013). This article aims to describe the differences between these two films, and how they can be connected to Brazilian authors such as Gilberto Freyre and Sérgio Buarque de Holanda, whose works attempt to understand Brazil’s social dynamics from the perspective of its violent colonial past. Furthermore, this article aims to question the connections between historical accuracy and political engagement, arguing that the general tone of a film narrative may sometimes be much more politically-oriented than the actual facts it portrays.
Revista Interinstitucional Artes de Educar, 2021
Este texto busca pensar as produções culturais do cotidiano como práticas de significação de suje... more Este texto busca pensar as produções culturais do cotidiano como práticas de significação de sujeitos trans-parentes (praticantes de imagens e sons nas margens), em processos de negociação com modos de (in)visibilidade a partir dos discursos da mídia. Interessa-nos as narrativas midiáticas a respeito do (des)aparecimento desses corpos precários e vulneráveis, mas também alianças possíveis (como pensadas por Judith Butler) a partir dos materiais da mídia. Se, como disse Susan Sontag, as imagens provocam, ao mesmo tempo, efeitos de engajamento e distanciamento, nossa aposta metodológica se faz através de uma interpretação dos efeitos dos acontecimentos que impedem a expansão de gestos travestis nas mídias e nossa aposta política se concentra no desejo e na implicação em contar outras histórias sobre esses gestos.
Revista ECO-Pós, 2021
Este artigo tem como objetivo analisar duas diferentes representações da persona pública de Olavo... more Este artigo tem como objetivo analisar duas diferentes representações da persona pública de Olavo de Carvalho. Nas redes sociais em geral e no Twitter em particular, Olavo demonstra uma faceta imoderada, marcada pelas agressões e pelos xingamentos. Por outro lado, no documentário O jardim das aflições (Josias Teófilo, 2017), aparece como um pacato intelectual que reside no interior da Virginia, nos EUA. Nosso objetivo é estabelecer pontos de contato entre essas duas representações, tentando demonstrar como elas constituem um equilíbrio entre a liberdade imoderada de um bobo da corte medieval e a autoridade erudita de um sábio contemporâneo. Além disso, estabeleceremos paralelos entre os discursos olavista e bolsonarista, levando em conta principalmente a maneira como ambos lidam com a ideia de uma “verdade” que permaneceria oculta pela ação de forças de um imaginário “complô comunista universal”.
Abusões, 2021
Este artigo pretende analisar as personagens femininas do universo Blade Runner: a novela Android... more Este artigo pretende analisar as personagens femininas do universo Blade Runner: a novela Androides sonham com ovelhas elétricas? (Do Androids Dream of Electric Sheep?, 1968), de Philip K Dick quanto os longas-metragens Blade Runner, o caçador de androides (Blade Runner, 1982), de Ridley Scott e Blade Runner 2049 (2017), de Denis Villeneuve. Para isso, serão utilizadas as teorias de Teresa de Lauretis, que pensa a construção social de gênero como fruto de uma tecnologia, e Donna J. Haraway, que nega as dicotomias entre mente e animal e humano, orgânico e máquina, público e privado, natureza e cultura, homem e mulher e, no lugar delas, defende o hibridismo representado pelo corpo ciborgue. Assim, percorremos a ficção científica e a teoria feminista contemporânea para perceber como feminismo e tecnologia possuem, mais do que pontos de contato, afinidades constitutivas.
Rebeca - Revista Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual, 2019
O artigo faz uma crítica à ideia do “fim do cinema” a partir de conceitos ligados ao pós-modernis... more O artigo faz uma crítica à ideia do “fim do cinema” a partir de conceitos ligados ao pós-modernismo (Lyotard, Jameson) e à teoria do cinema (Bazin, Daney, Deleuze). A intenção é mostrar como o neoliberalismo e as mudanças tecnológicas provocaram uma mudança na ontologia das imagens, além de certa obsessão pela ideia de “fim” (do cinema e, mais recentemente, da democracia nos países ocidentais). A partir de Deleuze, buscamos entender como a crise do ideal clássico de verdade marca as disputas contemporâneas na política (e na recepção e construção das imagens no contemporâneo). Identificamos também, como consequência desse contexto, o limite de uma forma narrativa específica (o épico).
Revista ECO-Pós, 2019
O elenco de “Cleópatra” (Júlio Bressane, 2007) dialoga diretamente com um referencial televisivo ... more O elenco de “Cleópatra” (Júlio Bressane, 2007) dialoga diretamente com um referencial televisivo – cujo naturalismo é reiteradamente criticado. Marcado pela imobilidade do tableau, o filme coloca o corpo de Alessandra Negrini no centro do enquadramento a recriar a famosa personagem (com ecos de Theda Bara à Liz Taylor). Ao oscilar entre erudição e “escracho”, Bressane usa o gestual de certa comédia televisiva e da chanchada para tornar seus atores em “autores”.
The Americas: A Quarterly Review of Latin American History, 2017
Em primeiro lugar, muito obrigado a meu orientador, Rubens Machado Jr., que foi (e segue sendo) u... more Em primeiro lugar, muito obrigado a meu orientador, Rubens Machado Jr., que foi (e segue sendo) uma inspiração e um modelo. À minha família: Maria Ignez-minha mãe; Ligiane e Júlio-irmã e cunhado, e Terezinha-tia. In memoriam, a Cirino-meu pai, Genésia e Basílio-avós maternos, Lígia e Armênio-avós paternos. A Thaís Fortes (Thatou).
Rebeca - Revista Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual, 2016
O texto é uma homenagem ao cineasta Carlos Reichenbach, falecido em junho de 2012, e tenta esboça... more O texto é uma homenagem ao cineasta Carlos Reichenbach, falecido em junho de 2012, e tenta esboçar algumas categorias críticas a partir de seu curta Equilíbrio e graça, de 2002, para pensar a obra do diretor. Essas categorias estão ligadas ao gnosticismo e à ideia de um "cinema total".
e Sérgio Alpendre) foram imprescindíveis em minha formação, tendo muito me ensinado em matéria de... more e Sérgio Alpendre) foram imprescindíveis em minha formação, tendo muito me ensinado em matéria de cinema-e em tantas outras matérias. Os irmãos Raquel e André Bertoluci sempre guardaram uma mesa para que eu pudesse trabalhar no Café Pequeno, onde Angra e Felícia, com simpatia e prontidão, serviram os melhores espressos da cidade. Inês Suzuki e Henrique Fukace, com inesgotável simpatia, cuidaram de minha saúde com suas agulhas. Fernanda Vidigal e Moira Toledo me garantiram suporte e incentivo. Flavia Perin, carinhosa e prontamente, ofereceu sua ajuda na revisão. Rosa Mattos, uma "segunda mãe", inestimável amiga, venceu suas batalhas com alegria e bom-humor. Adriana Morelli me proporcionou alguns dos dias mais preciosos em minha lembrança. Luanda de Moura me fez redescobrir o mistério das palavras e o imenso prazer da escrita. A todos, o meu muito obrigado.
C-Legenda - Revista do Programa de Pós-graduação em Cinema e Audiovisual, 2020
Comparative Cinema
Writers Stefan Zweig and Elizabeth Bishop both lived in Brazil, although in very different circum... more Writers Stefan Zweig and Elizabeth Bishop both lived in Brazil, although in very different circumstances. Their stories served as basis for two films: Maria Schrader’s Stefan Zweig: Farewell to Europe (Vor der Morgenröte, 2016), and Bruno Barreto’s Reaching for the Moon (Flores raras, 2013). This article aims to describe the differences between these two films, and how they can be connected to Brazilian authors such as Gilberto Freyre and Sérgio Buarque de Holanda, whose works attempt to understand Brazil’s social dynamics from the perspective of its violent colonial past. Furthermore, this article aims to question the connections between historical accuracy and political engagement, arguing that the general tone of a film narrative may sometimes be much more politically-oriented than the actual facts it portrays.