Juliano Antoniolli | Universidade Federal do Rio Grande do Sul (original) (raw)
Papers by Juliano Antoniolli
Com o ressurgimento da propaganda republicana na década de 1870 no Império brasileiro inicia-se u... more Com o ressurgimento da propaganda republicana na década de 1870 no Império brasileiro inicia-se um esforço de releitura da história nacional. Este artigo analisa a contribuição dos estudantes republicanos da Faculdade de Direito de São Paulo no trabalho de republicanização do passado, realizada a partir da re-significação de eventos e personagens históricos que, segundo sua interpretação, demonstravam a antiguidade e a legitimidade do seu projeto de reforma da estrutura política brasileira. A reescrita da história sob um ponto de vista republicano, no entanto, não só se deu por meio de artigos de jornais voltados à propaganda, como também lançou mão de pressupostos teóricos que alteraram a forma de produção do conhecimento histórico.The resurgence of republican propaganda in the 1870s in the Brazilian Empireinitiates an effort toward national history. This paper analyses the contribution ofrepublican students of São Paulo’s Law School to the work of republicanization of thepast, mad...
Perdi a conta do número de vezes que tentei escrever estes agradecimentos. Escrever é sempre, par... more Perdi a conta do número de vezes que tentei escrever estes agradecimentos. Escrever é sempre, para mim, um ato de força: as palavras tem de ser espremidas para fora, e, enquanto, traço estas, no fundo da minha cabeça, um terrível censor aponta cada um dos problemas que só ele é capaz de imaginar (e se tratam apenas de algumas linhas). Mais do que isso, é o momento de maior exposição, em que entram em conflito, por um lado, a vontade de dizer sinceramente obrigado, e assim, expressar, ainda que de forma insuficiente, minha gratidão àquelas pessoas que fizeram parte da minha vida nos últimos quatro anos e que fazem parte do trabalho de escrita desta tese; e, por outro, a timidez de parecer piegas, o medo de esquecer, enfim, a insegurança constante que me causa jogar palavras para o mundo. O propósito, no entanto, é nobre, e, assim, eis aqui os meus obrigados. Em primeiro lugar, eu agradeço à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Em 2013, ano em que ingressei na pós-graduação, o cenário de investimentos em educação no país era outro. Assim, pude gozar de uma bolsa concedida pela CAPES, que permitiu a dedicação integral ao doutorado durante quatro anos. Fui também contemplado com um período de dez meses de estudos em Paris, que foram fundamentais para minha formação como aspirante a doutor em História. Lá fui acolhido pela professora Sabina Loriga, diretora de estudos na École des Hautes Études en Sciences Sociales, a quem agradeço imensamente pela oportunidade e pelo diálogo. Infelizmente hoje essa já não é mais a realidade da pesquisa universitária no Brasil. Reconhecendo a centralidade das agências financiadoras do Estado na promoção e execução de pesquisas nacionais, expresso minha gratidão e anseio por dias melhores. Em seguida, quero agradecer ao Programa de Pós-graduação em História da UFRGS. Obrigado Gabriel Focking, e aos bolsistas que por ali passaram, Guilherme e Karen, pelo ótimo trabalho e pela atenção dispensada. Aos professores Temístocles Cezar e Benito Schimidt que durante minha formação foram fundamentais, e com quem aprendi a ler e pensar teoricamente. E aos alunos do curso de História que em 2013 pacientemente assistiram às minhas aulas de estágio docente.
História Unisinos, 2020
Este é um artigo de acesso aberto, licenciado por Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (... more Este é um artigo de acesso aberto, licenciado por Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0), sendo permitidas reprodução, adaptação e distribuição desde que o autor e a fonte originais sejam creditados. Resumo: Com o ressurgimento da propaganda republicana na década de 1870 no Império brasileiro inicia-se um esforço de releitura da história nacional. Este artigo analisa a contribuição dos estudantes republicanos da Faculdade de Direito de São Paulo no trabalho de republicanização do passado, realizada a partir da ressignificação de eventos e personagens históricos que, segundo sua interpretação, demonstravam a antiguidade e a legitimidade do seu projeto de reforma da estrutura política brasileira. A reescrita da história sob um ponto de vista republicano, no entanto, não só se deu por meio de artigos de jornais voltados à propaganda, como também lançou mão de pressupostos teóricos que alteraram a forma de produção do conhecimento histórico.
História da Historiografia: International Journal of Theory and History of Historiography, 2019
Neste artigo,analiso o julgamento histórico como parte integrante da produção historiográfica no ... more Neste artigo,analiso o julgamento histórico como parte integrante da produção historiográfica no século XIX. Para isso, exploro o confronto de interpretações acerca da Revolução Farroupilha (1835-1845) iniciado em 1879, em torno da memória documentada de Tristão de Alencar Araripe, e da recepção desse documento na Corte e na província do Rio Grande do Sul. A memória e as respostas que ela gerou permitem refletir sobre a construção de juízos pelos historiadores na sua prática de representação do passado. Nesse sentido, exploro duas possibilidades de interpretação. No primeiro momento, trato de refletir o condicionamento social dos julgamentos históricos, salientando, para o caso de Araripe, os aspectos relativos à sua formação e atuação como letrado e como político. Em seguida, debruço-me sobre alguns princípios que fundamentavam o ofício do historiador, tais como a seleção das fontes e a imparcialidade na apreciação dos fatos, por meio da crítica à memória formulada por Karl von Kos...
Projeto História : Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados de História, 2019
Procuro refletir acerca do conceito de revolução articulado no contexto de crise do Império brasi... more Procuro refletir acerca do conceito de revolução articulado no contexto de crise do Império brasileiro, a partir do debate em torno da Revolução Farroupilha e da propaganda republicana desenvolvida na Fac. de Direito de São Paulo a partir de 1870. O objetivo é compreender, a partir da perspectiva da história dos conceitos, os significados do conceito de revolução veiculado por diferentes grupos políticos no debate historiográfico e político naquela conjuntura. Nesse intuito, serão analisadas a Guerra civil do Rio Grande do Sul, de Tristão de Alencar Araripe, as respostas que este trabalho recebeu na província sulina, e, por fim, os textos de propaganda republicana publicados entre os anos de 1879 e 1882.
Este trabalho se propôs a analisar a representação do passado na série pedagógica publicada entre... more Este trabalho se propôs a analisar a representação do passado na série pedagógica publicada entre 1916 e 1920 por Achylles Porto Alegre (1848-1926). Homem de letras atuante no meio intelectual porto-alegrense desde o século 19, o autor se dedica, ao final da vida, à instrução das gerações mais novas de rio-grandenses. Para isso, oferece ao público uma série de pequenos livros nos quais, a partir da sua memória e testemunho, oferece exemplos de personagens e acontecimentos dignos de imitação. A análise se organiza assim em torno de três eixos explicativos. O primeiro procura identificar os mecanismos mobilizados por Achylles, para além da dimensão fiduciária do testemunho, na construção de si como narrador autorizado das coisas do passado, através da análise dos prefácios de suas obras. Foi possível perceber que o autor atua no processo de manutenção da memória regional, encontrando, nela, um lugar para si e suas experiências que dá a ler. O segundo eixo explicativo procura definir o estatuto da crônica enquanto gênero de fronteira no qual o registro cronológico do passado estabelece laços com os usos criativos da linguagem próprios da literatura, ao mesmo tempo que visa compreender as aproximações e afastamentos estabelecidos pelo autor entre os escritos da trilogia educativa e a literatura de imaginação. Nesse sentido, a crônica se apresenta como o veículo textual/discursivo propício para uma representação do passado que busca instruir e agradar. Com a história e a literatura operando como instrumentos pedagógicos do ser nacional e regional, onde ambos os gêneros guardam respeito ao referente, a marca que afasta o empreendimento educativo da literatura de imaginação é a da anterioridade da coisa atestada pela memória a partir da qual Achylles afirma a verdade do passado relatado. Por fim, o terceiro eixo visa a compreender a noção de história veiculada pelas biografias exemplares de homens ilustres, que articula uma concepção de tempo que será confrontada com as temporalidades da memória e do progresso que atravessam sua escrita. Desta forma, vê-se, num momento de desorientação temporal, o passado, como campo de experiência, novamente orientando o futuro, horizonte de expectativa, ao contrário do que se poderia esperar após o advento da modernidade.This study aims to examine the past representation in the educational series published between 1916 and 1920 by Achylles Porto Alegre (1848-1926). Man of letters active in Porto Alegre’s intellectuality since the 19th century, at the end of this life, the author dedicates himself to the education of younger generations of rio-grandenses. To do so, he offers the public a series of small books in which, based in his memory and testimony, he provides examples of characters and events worthy of imitation. So, the analysis is organized around three axes of explanation. The first seeks to identify the mechanisms mobilized by Achylles, beyond the fiduciary dimension of the testimony, in order to construct himself as a allowed narrator through the analysis of the prefaces of his books. It was revealed that the author works in the maintenance of the local memory, finding in it a place for himself and his presented experiences. The second explanatory axis seeks to define the chronicle’ status as a border genre in which the chronological record of the past links with the creative uses of language found in literature, as well to understand the approaches and detachments established by the author between the writings of the educational trilogy and imaginative literature. In this sense, the chronicle is presentes itself as the textual/discursive vehicle to a past’s representation that seeks to educate and please. With history and literature operating as teaching tools of nationality and regionality, where both genders guard about the referent, the trace that keeps away the educational enterprise of imaginative literature is the thing’s precedence, attested by the memory from which Achylles affirms the truth of the reported past. Finally, the third axis priority is to understand the sense of history conveyed by exemplary biographies of ilustrious men, that articulates a conception of time that will be confronted by the temporalities of memory and progress that go through his writing. Thus, we see in a moment of disorientation in time, the past, as a field of experience, again directing once again the future horizon of expectation, contrary to what one might expect after the advent of modernity
Schmidt (orient.) (UFRGS). O trabalho apresentado é um recorte do projeto mais amplo, "Flávio Kou... more Schmidt (orient.) (UFRGS). O trabalho apresentado é um recorte do projeto mais amplo, "Flávio Koutzii: pedaços de vida na memória-uma biografia política", que tem como objetivo reconstruir a trajetória política do referido militante, desde sua infância, ligada à esquerda judaica em Porto Alegre, passando pela sua militância estudantil e sua atuação na resistência às ditaduras de segurança nacional latino-americanas, até suas experiências vinculadas ao exílio na Europa e à redemocratização política brasileira. Durante a campanha internacional de solidariedade pela libertação de Flávio, preso na Argentina desde 1975, produziu-se uma documentação variada, composta por cópias de correspondência, relatórios de atividades realizadas, recortes de periódicos e documentos de origem estatal. Esse material foi armazenado por Clara, mãe de Flávio, e Norma Espindola, companheira dele naquela época. Inicialmente separado, o arquivo foi agrupado, e faz parte do acervo pessoal de Koutzii. Esta apresentação trará, num primeiro momento, a descrição do trabalho realizado na estruturação e organização destes documentos. Em um segundo momento, será dada maior atenção à correspondência de Norma Espindola, principalmente àquela relacionada aos seus esforços pela soltura de Flávio. Nestas cartas, é possível perceber que, em busca de uma "solidariedade ativa" para o caso do companheiro, Norma constrói para si uma imagem de ex-presa política exilada que luta pela liberdade de seu "esposo". Busca-se compreender quais identidades foram assumidas por ela nos referidos textos epistolares, situando-as em relação aos objetivos desta correspondência. Como referenciais teóricos, parto das discussões sobre gênero e escritas de si. (BIC).
AEDOS, 2010
... Aprender com a História? na Universidade de Ouro Preto, em Mariana, Minas Gerais, agosto de 2... more ... Aprender com a História? na Universidade de Ouro Preto, em Mariana, Minas Gerais, agosto de 2009. ... que infelizmente morreu jovem) mais a Flora Süssekind. Um grupo de pessoas de história cultural da literatura que eu acho absolutamente fantástico. ...
revistafenix.pro.br
R ESUMO: O objetivo deste artigo é examinar como o militante de esquerda Flávio Koutzii (1943) é ... more R ESUMO: O objetivo deste artigo é examinar como o militante de esquerda Flávio Koutzii (1943) é representado em textos de caráter memorialístico escritos por seus companheiros de militância e por outros indivíduos que com ele conviveram na década de 1960, ...
Com o ressurgimento da propaganda republicana na década de 1870 no Im-pério brasileiro inicia-se ... more Com o ressurgimento da propaganda republicana na década de 1870 no Im-pério brasileiro inicia-se um esforço de releitura da história nacional. Este artigo analisa a contribuição dos estudantes republicanos da Faculdade de Direito de São Paulo no trabalho de republicanização do passado, realizada a partir da ressignificação de eventos e personagens históricos que, segundo sua interpretação, demonstravam a antiguidade e a legitimidade do seu projeto de reforma da estrutura política brasileira. A reescrita da história sob um ponto de vista republicano, no entanto, não só se deu por meio de artigos de jornais voltados à propaganda, como também lançou mão de pressupostos teóricos que alteraram a forma de produção do conhecimento histórico.
História da Historiografia, 2019
Neste artigo, analiso o julgamento histórico como parte integrante da produção historiográfica no... more Neste artigo, analiso o julgamento histórico como parte integrante da produção historiográfica no século XIX. Para isso, exploro o confronto de interpretações acerca da Revolução Farroupilha (1835-1845) iniciado em 1879, em torno da memória documentada de Tristão de Alencar Araripe, e da recepção desse documento na Corte e na província do Rio Grande do Sul. A memória e as respostas que ela gerou permitem refletir sobre a construção de juízos pelos historiadores na sua prática de representação do passado. Nesse sentido, exploro duas possibilidades de interpretação. No primeiro momento, trato de refletir o condicionamento social dos julgamentos históricos, salientando, para o caso de Araripe, os aspectos relativos à sua formação e atuação como letrado e como político. Em seguida, debruço- me sobre alguns princípios que fundamentavam o ofício do historiador, tais como a seleção das fontes e a imparcialidade na apreciação dos fatos, por meio da crítica à memória formulada por Karl von Koseritz.
Projeto História, 2019
Procuro refletir acerca do conceito de revolução articulado no contexto de crise do Império brasi... more Procuro refletir acerca do conceito de revolução articulado no contexto de crise do Império brasileiro, a partir do debate em torno da Revolução Farroupilha e da propaganda republicana desenvolvida na Fac. de Direito de São Paulo a partir de 1870. O objetivo é compreender, a partir da perspectiva da história dos conceitos, os significados do conceito de revolução veiculado por diferentes grupos políticos no debate historiográfico e político naquela conjuntura. Nesse intuito, serão analisadas a Guerra civil do Rio Grande do Sul, de Tristão de Alencar Araripe, as respostas que este trabalho recebeu na província sulina, e, por fim, os textos de propaganda republicana publicados entre os anos de 1879 e 1882.
Perdi a conta do número de vezes que tentei escrever estes agradecimentos. Escrever é sempre, par... more Perdi a conta do número de vezes que tentei escrever estes agradecimentos. Escrever é sempre, para mim, um ato de força: as palavras tem de ser espremidas para fora, e, enquanto, traço estas, no fundo da minha cabeça, um terrível censor aponta cada um dos problemas que só ele é capaz de imaginar (e se tratam apenas de algumas linhas). Mais do que isso, é o momento de maior exposição, em que entram em conflito, por um lado, a vontade de dizer sinceramente obrigado, e assim, expressar, ainda que de forma insuficiente, minha gratidão àquelas pessoas que fizeram parte da minha vida nos últimos quatro anos e que fazem parte do trabalho de escrita desta tese; e, por outro, a timidez de parecer piegas, o medo de esquecer, enfim, a insegurança constante que me causa jogar palavras para o mundo. O propósito, no entanto, é nobre, e, assim, eis aqui os meus obrigados. Em primeiro lugar, eu agradeço à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Em 2013, ano em que ingressei na pós-graduação, o cenário de investimentos em educação no país era outro. Assim, pude gozar de uma bolsa concedida pela CAPES, que permitiu a dedicação integral ao doutorado durante quatro anos. Fui também contemplado com um período de dez meses de estudos em Paris, que foram fundamentais para minha formação como aspirante a doutor em História. Lá fui acolhido pela professora Sabina Loriga, diretora de estudos na École des Hautes Études en Sciences Sociales, a quem agradeço imensamente pela oportunidade e pelo diálogo. Infelizmente hoje essa já não é mais a realidade da pesquisa universitária no Brasil. Reconhecendo a centralidade das agências financiadoras do Estado na promoção e execução de pesquisas nacionais, expresso minha gratidão e anseio por dias melhores. Em seguida, quero agradecer ao Programa de Pós-graduação em História da UFRGS. Obrigado Gabriel Focking, e aos bolsistas que por ali passaram, Guilherme e Karen, pelo ótimo trabalho e pela atenção dispensada. Aos professores Temístocles Cezar e Benito Schimidt que durante minha formação foram fundamentais, e com quem aprendi a ler e pensar teoricamente. E aos alunos do curso de História que em 2013 pacientemente assistiram às minhas aulas de estágio docente.
AEDOS, 2010
Esta entrevista nos foi cedida pelo professor Hans Ulrich Gumbrecht, da Stanford University, dura... more Esta entrevista nos foi cedida pelo professor Hans Ulrich Gumbrecht, da Stanford University, durante a realização do 3º Seminário Nacional de História da Historiografia: Aprender com a História? na Universidade de Ouro Preto, em Mariana, Minas Gerais, agosto de 2009. O professor Gumbrecht é autor de diversos livros, dentre os quais destacamos os seguintes, traduzidos ao português: Em 1926: vivendo no limite do tempo, Modernização dos sentidos, As Funções da retórica parlamentar na Revolução Francesa e Elogio da beleza atlética. A entrevista foi realizada após a apresentação da Conferência de Abertura do referido evento pelo professor Gumbrecht, cujo título foi "Depois de "Depois de aprender com a história". O que fazer com o passado agora?". Iniciamos nossa conversa com o professor Gumbrecht falando sobre um tema de grande interesse seu: esportes. Torcedor do Borussia Dortmund e admirador do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, Gumbrecht acha que atualmente os dois maiores jogadores de futebol do mundo são Cristiano Ronaldo e Lionel Messi. Embora jogador do rival Bayern de Munique, o francês Franck Ribéry recebeu grandes elogios do professor. Por fim, se tivesse que arriscar um palpite acerca de quem será o time campeão da Copa do Mundo de 2010, Gumbrecht acredita que La Furia Rojaa seleção nacional espanholaé a grande favorita do momento. Aedos -ISSN 1984-5634 http://www.seer.ufrgs/aedos Num. 5, vol. 2, Julho-Dezembro 2009 153 AEDOS: Professor Gumbrecht, considerando que estamos participando do 3º Seminário Nacional de História da Historiografia, cujo enfoque temático de discussões versa acerca do potencial de aprendizado com a história, gostaríamos de lhe propor a seguinte questão: na sua opinião, o que podemos aprender com nosso conhecimento sobre o passado? GUMBRECHT: A resposta mais radical e também insatisfatória que tentei dar na palestra de hoje é que depende de cada momento. Eu acho que hoje, fora da disciplina da história, na práxis cotidiana, o que aprendemos da história são feitos difusos. Como eu falei, Ouro Preto continua sendo um lugar fascinante, talvez mais fascinante do que nunca. Quando vou a Ouro Preto, no momento em que estou chegando à cidade, desejo saber tudo sobre Ouro Preto. Vou dar um exemplo do esporte. Três semanas atrás eu estive de férias em Istambul. Então fui assistir a um jogo da Supercopa Turca. Eu estava do lado dos torcedores do Fenerbahçe, e então eles me disseram que o clube foi fundado pelo Mustafa Kemal Atatürk, o fundador do Estado Turco (achei muito interessante) e que por isso o clube era tão popular. No dia seguinte, comprei na loja do Beşiktaşque é um time rico de um bairro rico, como o Morumbi em São Paulo -, comprei uma camisa e falei com um empregado da loja que me disse: "Claro, claro, o Fenerbahçe é mais popular E foi fundado pelo Atatürk, mas o nosso time também foi fundado por ele". Então isso sugere que o Atatürk, em uma jogada política muito inteligente fundou quase todos os times turcos de futebol. Isso, no momento em que estou na Turquia, é muito interessante porque as três semanas em que estive lá, eu fiquei fascinado pelo Atatürk. Eu não imaginava que havia uma separação entre Estado e Religião de uma forma tão estrita no mundo islâmico. Um aspecto interessante, é que houve um esforço nos anos 1930, para contratar todos os professores universitários judeus que tiveram que sair da Alemanha para os melhores postos de trabalho em nome de uma modernização nacional. Isso vai ter conseqüência para a minha vida, existencial, política, econômica, profissional? Não. Nada. Assim um pouco como com o Barroco de Ouro Preto, como com Tiradentes. Nada. É verdade que depende muito do interesse do momento. Quer dizer, aprendo continuamente, dependendo do meu interesse, com a história em um momento determinado que estou vivendo. Se estou em Aedos -ISSN 1984-5634 http://www.seer.ufrgs/aedos Num. 5, vol. 2, Julho-Dezembro 2009 Aedos -ISSN 1984-5634 http://www.seer.ufrgs/aedos Num. 5, vol. 2, Julho-Dezembro 2009 156 realizada durante sua vida sobre a mímeses, eu acho super importante. Eu acho que a obra dele é uma das mais importantes da minha geração nas ciências humanas. Em relação às reflexões entre literatura e filosofia, literatura e produção literária, reflexão literária, acho importante o Silviano Santiago. Eu gosto muito dos romances dele. São pessoas que eu conheço os que eu acho bastantes importantes. E, sem dizer nomes, eu digo mais. Por exemplo, eu acho que o departamento de filosofia da UFRGS é muito bom. Toda vez que vou a Porto Alegre, que vou à Universidade Federal para uma discussão com o pessoal da Filosofia, eu noto que realmente são pessoas com um nível de conhecimento muitíssimo bom. Isso não para ser simpático, mas eu acho que o Brasil academicamente é com certeza um país de primeiro mundo. De certa forma, estou dizendo isso polemicamente. Não estou falando dos níveis de ponta, estou falando de um nível médio: se você vai a uma Universidade brasileira, que não é de ponta, num departamento de ciências humanas e compara com vários países europeus, para mim, seria melhor que os países europeus. O que não se pode comparar com os Estados Unidos, porque lá têm das coisas mais fantásticas às piores coisas. Por exemplo, nos Estados Unidos não existe um sistema universitário. Existem Stanford, Harvard, Yale, Princeton, que são incríveis, mas também existem universidades péssimas. Mas eu acho que em relação ao sistema estatal universitário, às PUCs, o Brasil é um país com universidades bastantes admiráveis. Por exemplo, o Marcelo Jasmin, professor da PUCRJ. É um muito bom teórico da história. Estou sempre impressionado com suas perguntas. Nos Estados Unidos, creio eu, na minha geração e talvez na próxima, são cada vez menos gerações com grandes nomes, como as gerações anteriores. Por exemplo, o meu departamento tinha o Richard Rorty e o Hayden White. Richard Rorty morreu dois anos atrás e o Hayden White se aposentou. Acho que hoje é quase impossível que uma Universidade consiga recrutar equivalentes. Acho que na minha geração, talvez mundialmente, cada campo tinha uns trinta ou quarenta acadêmicos de ciências humanas muito bons. Sem que houvesse um Richard Rorty ou um Habermas. Na Alemanha de hoje, você tem vinte filósofos mais jovens que herdaram, mais ou menos, a orientação da Escola de Frankfurt, tipo Habermas, muito bons. Mas claramente não um Habermas. Quer dizer, é um pouco a mesma coisa no Brasil. Eu acho que o nível da minha geração é excelente. Provavelmente ainda melhor nas gerações mais novas. Creio que o Costa Lima, bem Aedos -ISSN 1984-5634 http://www.seer.ufrgs/aedos Num. 5, vol. 2, Julho-Dezembro 2009 157 traduzido, mais simpático, poderia ter sido um homem internacional de ponta. Mas o fenômeno que quero sublinhar com o Brasil de hoje, é como as ciências humanas no país são um fenômeno quase coletivo, muito forte. Uma cidade como Mariana organizar um colóquio e ter um auditório tão grande, com pessoas que aguentam uma palestra de cem minutos, não completamente fácil, é para se sublinhar. Há poucos países no mundo que podem fazer isto. Na França, não. Na Alemanha eu não sei, mas acho que seria difícil. Mas na França com certeza. Na Itália nem se fala. Não na Espanha com certeza. Eu diria que o Brasil está no nível da Inglaterra, Alemanha e Suíça nas ciências humanas. Eu não posso falar em engenharia e ciências naturais. Nas ciências humanas eu acho que a produção brasileira é isolada, pouco traduzida, mas a qualidade é do mais alto nível. AEDOS: Professor Gumbrecht, o senhor faz bastante referência ao conceito fenomenológico Lebenswelt ("mundo da vida"). Para o senhor, qual a importância deste conceito para os estudos de história? O senhor poderia citar mais três conceitos que em sua opinião sejam fundamentais para se pensar a história? GUMBRECHT: Tenho cada vez mais interesse em poder identificar inferências, marcos antropológicos e históricos transculturais. Talvez ressoe um tom moralista que não quero. Mas uma idéia que eu acho interessante diz a respeito a volta do conceito de verdade. De repente a verdade, que há dez anos atrás era apenas uma construção, reapareceu como um conceito fundamental. Para mim mais ou menos desde Em 1926. É impossível alegar que a referência seja corretamente representada. Eu acho que o "mundo da vida" (Lebenswelt) é interessante neste sentido. Eu diria que existe uma fronteira entre toda a variedade de construções que sejam possíveis para a consciência humana e outras que não. A lebenswelt contém todas aquelas possibilidades que podemos realizar. Nesse sentido eu acho interessante dizer que existe, talvez, uma infinidade de possíveis dependências do passado, mas que cuja certeza e referência últimas não temos. Existem certas coisas que nunca vão acontecer, apesar de toda a tecnologia eletrônica. Por exemplo, nunca vamos conseguir a
RESUMO: O objetivo deste artigo é examinar como o militante de esquerda Flávio Koutzii (1943) é r... more RESUMO: O objetivo deste artigo é examinar como o militante de esquerda Flávio Koutzii (1943) é representado em textos de caráter memorialístico escritos por seus companheiros de militância e por outros indivíduos que com ele conviveram na década de 1960, especialmente no âmbito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Busca-se, desta forma, acessar alguns aspectos das sensibilidades da chamada "geração 68" em Porto Alegre. Para tanto, utiliza-se como referenciais teóricos os conceitos de memória e geração.
História da Historiografia - v. 12, n. 29 (2019) by Juliano Antoniolli
História da Historiografia: International Journal of Theory and History of Historiography, 2019
Neste artigo, analiso o julgamento histórico como parte integrante da produção historiográfica no... more Neste artigo, analiso o julgamento histórico como parte integrante da produção historiográfica no século XIX. Para isso, exploro o confronto de interpretações acerca da Revolução Farroupilha (1835-1845) iniciado em 1879, em torno da memória documentada de Tristão de Alencar Araripe, e da recepção desse documento na Corte e na província do Rio Grande do Sul. A memória e as respostas que ela gerou permitem refletir sobre a construção de juízos pelos historiadores na sua prática de representação do passado. Nesse sentido, exploro duas possibilidades de interpretação. No primeiro momento, trato de refletir o condicionamento social dos julgamentos históricos, salientando, para o caso de Araripe, os aspectos relativos à sua formação e atuação como letrado e como político. Em seguida, debruço-me sobre alguns princípios que fundamentavam o ofício do historiador, tais como a seleção das fontes e a imparcialidade na apreciação dos fatos, por meio da crítica à memória formulada por Karl von Koseritz.
https://www.historiadahistoriografia.com.br/revista/article/view/1380/775
Com o ressurgimento da propaganda republicana na década de 1870 no Império brasileiro inicia-se u... more Com o ressurgimento da propaganda republicana na década de 1870 no Império brasileiro inicia-se um esforço de releitura da história nacional. Este artigo analisa a contribuição dos estudantes republicanos da Faculdade de Direito de São Paulo no trabalho de republicanização do passado, realizada a partir da re-significação de eventos e personagens históricos que, segundo sua interpretação, demonstravam a antiguidade e a legitimidade do seu projeto de reforma da estrutura política brasileira. A reescrita da história sob um ponto de vista republicano, no entanto, não só se deu por meio de artigos de jornais voltados à propaganda, como também lançou mão de pressupostos teóricos que alteraram a forma de produção do conhecimento histórico.The resurgence of republican propaganda in the 1870s in the Brazilian Empireinitiates an effort toward national history. This paper analyses the contribution ofrepublican students of São Paulo’s Law School to the work of republicanization of thepast, mad...
Perdi a conta do número de vezes que tentei escrever estes agradecimentos. Escrever é sempre, par... more Perdi a conta do número de vezes que tentei escrever estes agradecimentos. Escrever é sempre, para mim, um ato de força: as palavras tem de ser espremidas para fora, e, enquanto, traço estas, no fundo da minha cabeça, um terrível censor aponta cada um dos problemas que só ele é capaz de imaginar (e se tratam apenas de algumas linhas). Mais do que isso, é o momento de maior exposição, em que entram em conflito, por um lado, a vontade de dizer sinceramente obrigado, e assim, expressar, ainda que de forma insuficiente, minha gratidão àquelas pessoas que fizeram parte da minha vida nos últimos quatro anos e que fazem parte do trabalho de escrita desta tese; e, por outro, a timidez de parecer piegas, o medo de esquecer, enfim, a insegurança constante que me causa jogar palavras para o mundo. O propósito, no entanto, é nobre, e, assim, eis aqui os meus obrigados. Em primeiro lugar, eu agradeço à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Em 2013, ano em que ingressei na pós-graduação, o cenário de investimentos em educação no país era outro. Assim, pude gozar de uma bolsa concedida pela CAPES, que permitiu a dedicação integral ao doutorado durante quatro anos. Fui também contemplado com um período de dez meses de estudos em Paris, que foram fundamentais para minha formação como aspirante a doutor em História. Lá fui acolhido pela professora Sabina Loriga, diretora de estudos na École des Hautes Études en Sciences Sociales, a quem agradeço imensamente pela oportunidade e pelo diálogo. Infelizmente hoje essa já não é mais a realidade da pesquisa universitária no Brasil. Reconhecendo a centralidade das agências financiadoras do Estado na promoção e execução de pesquisas nacionais, expresso minha gratidão e anseio por dias melhores. Em seguida, quero agradecer ao Programa de Pós-graduação em História da UFRGS. Obrigado Gabriel Focking, e aos bolsistas que por ali passaram, Guilherme e Karen, pelo ótimo trabalho e pela atenção dispensada. Aos professores Temístocles Cezar e Benito Schimidt que durante minha formação foram fundamentais, e com quem aprendi a ler e pensar teoricamente. E aos alunos do curso de História que em 2013 pacientemente assistiram às minhas aulas de estágio docente.
História Unisinos, 2020
Este é um artigo de acesso aberto, licenciado por Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (... more Este é um artigo de acesso aberto, licenciado por Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0), sendo permitidas reprodução, adaptação e distribuição desde que o autor e a fonte originais sejam creditados. Resumo: Com o ressurgimento da propaganda republicana na década de 1870 no Império brasileiro inicia-se um esforço de releitura da história nacional. Este artigo analisa a contribuição dos estudantes republicanos da Faculdade de Direito de São Paulo no trabalho de republicanização do passado, realizada a partir da ressignificação de eventos e personagens históricos que, segundo sua interpretação, demonstravam a antiguidade e a legitimidade do seu projeto de reforma da estrutura política brasileira. A reescrita da história sob um ponto de vista republicano, no entanto, não só se deu por meio de artigos de jornais voltados à propaganda, como também lançou mão de pressupostos teóricos que alteraram a forma de produção do conhecimento histórico.
História da Historiografia: International Journal of Theory and History of Historiography, 2019
Neste artigo,analiso o julgamento histórico como parte integrante da produção historiográfica no ... more Neste artigo,analiso o julgamento histórico como parte integrante da produção historiográfica no século XIX. Para isso, exploro o confronto de interpretações acerca da Revolução Farroupilha (1835-1845) iniciado em 1879, em torno da memória documentada de Tristão de Alencar Araripe, e da recepção desse documento na Corte e na província do Rio Grande do Sul. A memória e as respostas que ela gerou permitem refletir sobre a construção de juízos pelos historiadores na sua prática de representação do passado. Nesse sentido, exploro duas possibilidades de interpretação. No primeiro momento, trato de refletir o condicionamento social dos julgamentos históricos, salientando, para o caso de Araripe, os aspectos relativos à sua formação e atuação como letrado e como político. Em seguida, debruço-me sobre alguns princípios que fundamentavam o ofício do historiador, tais como a seleção das fontes e a imparcialidade na apreciação dos fatos, por meio da crítica à memória formulada por Karl von Kos...
Projeto História : Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados de História, 2019
Procuro refletir acerca do conceito de revolução articulado no contexto de crise do Império brasi... more Procuro refletir acerca do conceito de revolução articulado no contexto de crise do Império brasileiro, a partir do debate em torno da Revolução Farroupilha e da propaganda republicana desenvolvida na Fac. de Direito de São Paulo a partir de 1870. O objetivo é compreender, a partir da perspectiva da história dos conceitos, os significados do conceito de revolução veiculado por diferentes grupos políticos no debate historiográfico e político naquela conjuntura. Nesse intuito, serão analisadas a Guerra civil do Rio Grande do Sul, de Tristão de Alencar Araripe, as respostas que este trabalho recebeu na província sulina, e, por fim, os textos de propaganda republicana publicados entre os anos de 1879 e 1882.
Este trabalho se propôs a analisar a representação do passado na série pedagógica publicada entre... more Este trabalho se propôs a analisar a representação do passado na série pedagógica publicada entre 1916 e 1920 por Achylles Porto Alegre (1848-1926). Homem de letras atuante no meio intelectual porto-alegrense desde o século 19, o autor se dedica, ao final da vida, à instrução das gerações mais novas de rio-grandenses. Para isso, oferece ao público uma série de pequenos livros nos quais, a partir da sua memória e testemunho, oferece exemplos de personagens e acontecimentos dignos de imitação. A análise se organiza assim em torno de três eixos explicativos. O primeiro procura identificar os mecanismos mobilizados por Achylles, para além da dimensão fiduciária do testemunho, na construção de si como narrador autorizado das coisas do passado, através da análise dos prefácios de suas obras. Foi possível perceber que o autor atua no processo de manutenção da memória regional, encontrando, nela, um lugar para si e suas experiências que dá a ler. O segundo eixo explicativo procura definir o estatuto da crônica enquanto gênero de fronteira no qual o registro cronológico do passado estabelece laços com os usos criativos da linguagem próprios da literatura, ao mesmo tempo que visa compreender as aproximações e afastamentos estabelecidos pelo autor entre os escritos da trilogia educativa e a literatura de imaginação. Nesse sentido, a crônica se apresenta como o veículo textual/discursivo propício para uma representação do passado que busca instruir e agradar. Com a história e a literatura operando como instrumentos pedagógicos do ser nacional e regional, onde ambos os gêneros guardam respeito ao referente, a marca que afasta o empreendimento educativo da literatura de imaginação é a da anterioridade da coisa atestada pela memória a partir da qual Achylles afirma a verdade do passado relatado. Por fim, o terceiro eixo visa a compreender a noção de história veiculada pelas biografias exemplares de homens ilustres, que articula uma concepção de tempo que será confrontada com as temporalidades da memória e do progresso que atravessam sua escrita. Desta forma, vê-se, num momento de desorientação temporal, o passado, como campo de experiência, novamente orientando o futuro, horizonte de expectativa, ao contrário do que se poderia esperar após o advento da modernidade.This study aims to examine the past representation in the educational series published between 1916 and 1920 by Achylles Porto Alegre (1848-1926). Man of letters active in Porto Alegre’s intellectuality since the 19th century, at the end of this life, the author dedicates himself to the education of younger generations of rio-grandenses. To do so, he offers the public a series of small books in which, based in his memory and testimony, he provides examples of characters and events worthy of imitation. So, the analysis is organized around three axes of explanation. The first seeks to identify the mechanisms mobilized by Achylles, beyond the fiduciary dimension of the testimony, in order to construct himself as a allowed narrator through the analysis of the prefaces of his books. It was revealed that the author works in the maintenance of the local memory, finding in it a place for himself and his presented experiences. The second explanatory axis seeks to define the chronicle’ status as a border genre in which the chronological record of the past links with the creative uses of language found in literature, as well to understand the approaches and detachments established by the author between the writings of the educational trilogy and imaginative literature. In this sense, the chronicle is presentes itself as the textual/discursive vehicle to a past’s representation that seeks to educate and please. With history and literature operating as teaching tools of nationality and regionality, where both genders guard about the referent, the trace that keeps away the educational enterprise of imaginative literature is the thing’s precedence, attested by the memory from which Achylles affirms the truth of the reported past. Finally, the third axis priority is to understand the sense of history conveyed by exemplary biographies of ilustrious men, that articulates a conception of time that will be confronted by the temporalities of memory and progress that go through his writing. Thus, we see in a moment of disorientation in time, the past, as a field of experience, again directing once again the future horizon of expectation, contrary to what one might expect after the advent of modernity
Schmidt (orient.) (UFRGS). O trabalho apresentado é um recorte do projeto mais amplo, "Flávio Kou... more Schmidt (orient.) (UFRGS). O trabalho apresentado é um recorte do projeto mais amplo, "Flávio Koutzii: pedaços de vida na memória-uma biografia política", que tem como objetivo reconstruir a trajetória política do referido militante, desde sua infância, ligada à esquerda judaica em Porto Alegre, passando pela sua militância estudantil e sua atuação na resistência às ditaduras de segurança nacional latino-americanas, até suas experiências vinculadas ao exílio na Europa e à redemocratização política brasileira. Durante a campanha internacional de solidariedade pela libertação de Flávio, preso na Argentina desde 1975, produziu-se uma documentação variada, composta por cópias de correspondência, relatórios de atividades realizadas, recortes de periódicos e documentos de origem estatal. Esse material foi armazenado por Clara, mãe de Flávio, e Norma Espindola, companheira dele naquela época. Inicialmente separado, o arquivo foi agrupado, e faz parte do acervo pessoal de Koutzii. Esta apresentação trará, num primeiro momento, a descrição do trabalho realizado na estruturação e organização destes documentos. Em um segundo momento, será dada maior atenção à correspondência de Norma Espindola, principalmente àquela relacionada aos seus esforços pela soltura de Flávio. Nestas cartas, é possível perceber que, em busca de uma "solidariedade ativa" para o caso do companheiro, Norma constrói para si uma imagem de ex-presa política exilada que luta pela liberdade de seu "esposo". Busca-se compreender quais identidades foram assumidas por ela nos referidos textos epistolares, situando-as em relação aos objetivos desta correspondência. Como referenciais teóricos, parto das discussões sobre gênero e escritas de si. (BIC).
AEDOS, 2010
... Aprender com a História? na Universidade de Ouro Preto, em Mariana, Minas Gerais, agosto de 2... more ... Aprender com a História? na Universidade de Ouro Preto, em Mariana, Minas Gerais, agosto de 2009. ... que infelizmente morreu jovem) mais a Flora Süssekind. Um grupo de pessoas de história cultural da literatura que eu acho absolutamente fantástico. ...
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R ESUMO: O objetivo deste artigo é examinar como o militante de esquerda Flávio Koutzii (1943) é ... more R ESUMO: O objetivo deste artigo é examinar como o militante de esquerda Flávio Koutzii (1943) é representado em textos de caráter memorialístico escritos por seus companheiros de militância e por outros indivíduos que com ele conviveram na década de 1960, ...
Com o ressurgimento da propaganda republicana na década de 1870 no Im-pério brasileiro inicia-se ... more Com o ressurgimento da propaganda republicana na década de 1870 no Im-pério brasileiro inicia-se um esforço de releitura da história nacional. Este artigo analisa a contribuição dos estudantes republicanos da Faculdade de Direito de São Paulo no trabalho de republicanização do passado, realizada a partir da ressignificação de eventos e personagens históricos que, segundo sua interpretação, demonstravam a antiguidade e a legitimidade do seu projeto de reforma da estrutura política brasileira. A reescrita da história sob um ponto de vista republicano, no entanto, não só se deu por meio de artigos de jornais voltados à propaganda, como também lançou mão de pressupostos teóricos que alteraram a forma de produção do conhecimento histórico.
História da Historiografia, 2019
Neste artigo, analiso o julgamento histórico como parte integrante da produção historiográfica no... more Neste artigo, analiso o julgamento histórico como parte integrante da produção historiográfica no século XIX. Para isso, exploro o confronto de interpretações acerca da Revolução Farroupilha (1835-1845) iniciado em 1879, em torno da memória documentada de Tristão de Alencar Araripe, e da recepção desse documento na Corte e na província do Rio Grande do Sul. A memória e as respostas que ela gerou permitem refletir sobre a construção de juízos pelos historiadores na sua prática de representação do passado. Nesse sentido, exploro duas possibilidades de interpretação. No primeiro momento, trato de refletir o condicionamento social dos julgamentos históricos, salientando, para o caso de Araripe, os aspectos relativos à sua formação e atuação como letrado e como político. Em seguida, debruço- me sobre alguns princípios que fundamentavam o ofício do historiador, tais como a seleção das fontes e a imparcialidade na apreciação dos fatos, por meio da crítica à memória formulada por Karl von Koseritz.
Projeto História, 2019
Procuro refletir acerca do conceito de revolução articulado no contexto de crise do Império brasi... more Procuro refletir acerca do conceito de revolução articulado no contexto de crise do Império brasileiro, a partir do debate em torno da Revolução Farroupilha e da propaganda republicana desenvolvida na Fac. de Direito de São Paulo a partir de 1870. O objetivo é compreender, a partir da perspectiva da história dos conceitos, os significados do conceito de revolução veiculado por diferentes grupos políticos no debate historiográfico e político naquela conjuntura. Nesse intuito, serão analisadas a Guerra civil do Rio Grande do Sul, de Tristão de Alencar Araripe, as respostas que este trabalho recebeu na província sulina, e, por fim, os textos de propaganda republicana publicados entre os anos de 1879 e 1882.
Perdi a conta do número de vezes que tentei escrever estes agradecimentos. Escrever é sempre, par... more Perdi a conta do número de vezes que tentei escrever estes agradecimentos. Escrever é sempre, para mim, um ato de força: as palavras tem de ser espremidas para fora, e, enquanto, traço estas, no fundo da minha cabeça, um terrível censor aponta cada um dos problemas que só ele é capaz de imaginar (e se tratam apenas de algumas linhas). Mais do que isso, é o momento de maior exposição, em que entram em conflito, por um lado, a vontade de dizer sinceramente obrigado, e assim, expressar, ainda que de forma insuficiente, minha gratidão àquelas pessoas que fizeram parte da minha vida nos últimos quatro anos e que fazem parte do trabalho de escrita desta tese; e, por outro, a timidez de parecer piegas, o medo de esquecer, enfim, a insegurança constante que me causa jogar palavras para o mundo. O propósito, no entanto, é nobre, e, assim, eis aqui os meus obrigados. Em primeiro lugar, eu agradeço à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Em 2013, ano em que ingressei na pós-graduação, o cenário de investimentos em educação no país era outro. Assim, pude gozar de uma bolsa concedida pela CAPES, que permitiu a dedicação integral ao doutorado durante quatro anos. Fui também contemplado com um período de dez meses de estudos em Paris, que foram fundamentais para minha formação como aspirante a doutor em História. Lá fui acolhido pela professora Sabina Loriga, diretora de estudos na École des Hautes Études en Sciences Sociales, a quem agradeço imensamente pela oportunidade e pelo diálogo. Infelizmente hoje essa já não é mais a realidade da pesquisa universitária no Brasil. Reconhecendo a centralidade das agências financiadoras do Estado na promoção e execução de pesquisas nacionais, expresso minha gratidão e anseio por dias melhores. Em seguida, quero agradecer ao Programa de Pós-graduação em História da UFRGS. Obrigado Gabriel Focking, e aos bolsistas que por ali passaram, Guilherme e Karen, pelo ótimo trabalho e pela atenção dispensada. Aos professores Temístocles Cezar e Benito Schimidt que durante minha formação foram fundamentais, e com quem aprendi a ler e pensar teoricamente. E aos alunos do curso de História que em 2013 pacientemente assistiram às minhas aulas de estágio docente.
AEDOS, 2010
Esta entrevista nos foi cedida pelo professor Hans Ulrich Gumbrecht, da Stanford University, dura... more Esta entrevista nos foi cedida pelo professor Hans Ulrich Gumbrecht, da Stanford University, durante a realização do 3º Seminário Nacional de História da Historiografia: Aprender com a História? na Universidade de Ouro Preto, em Mariana, Minas Gerais, agosto de 2009. O professor Gumbrecht é autor de diversos livros, dentre os quais destacamos os seguintes, traduzidos ao português: Em 1926: vivendo no limite do tempo, Modernização dos sentidos, As Funções da retórica parlamentar na Revolução Francesa e Elogio da beleza atlética. A entrevista foi realizada após a apresentação da Conferência de Abertura do referido evento pelo professor Gumbrecht, cujo título foi "Depois de "Depois de aprender com a história". O que fazer com o passado agora?". Iniciamos nossa conversa com o professor Gumbrecht falando sobre um tema de grande interesse seu: esportes. Torcedor do Borussia Dortmund e admirador do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, Gumbrecht acha que atualmente os dois maiores jogadores de futebol do mundo são Cristiano Ronaldo e Lionel Messi. Embora jogador do rival Bayern de Munique, o francês Franck Ribéry recebeu grandes elogios do professor. Por fim, se tivesse que arriscar um palpite acerca de quem será o time campeão da Copa do Mundo de 2010, Gumbrecht acredita que La Furia Rojaa seleção nacional espanholaé a grande favorita do momento. Aedos -ISSN 1984-5634 http://www.seer.ufrgs/aedos Num. 5, vol. 2, Julho-Dezembro 2009 153 AEDOS: Professor Gumbrecht, considerando que estamos participando do 3º Seminário Nacional de História da Historiografia, cujo enfoque temático de discussões versa acerca do potencial de aprendizado com a história, gostaríamos de lhe propor a seguinte questão: na sua opinião, o que podemos aprender com nosso conhecimento sobre o passado? GUMBRECHT: A resposta mais radical e também insatisfatória que tentei dar na palestra de hoje é que depende de cada momento. Eu acho que hoje, fora da disciplina da história, na práxis cotidiana, o que aprendemos da história são feitos difusos. Como eu falei, Ouro Preto continua sendo um lugar fascinante, talvez mais fascinante do que nunca. Quando vou a Ouro Preto, no momento em que estou chegando à cidade, desejo saber tudo sobre Ouro Preto. Vou dar um exemplo do esporte. Três semanas atrás eu estive de férias em Istambul. Então fui assistir a um jogo da Supercopa Turca. Eu estava do lado dos torcedores do Fenerbahçe, e então eles me disseram que o clube foi fundado pelo Mustafa Kemal Atatürk, o fundador do Estado Turco (achei muito interessante) e que por isso o clube era tão popular. No dia seguinte, comprei na loja do Beşiktaşque é um time rico de um bairro rico, como o Morumbi em São Paulo -, comprei uma camisa e falei com um empregado da loja que me disse: "Claro, claro, o Fenerbahçe é mais popular E foi fundado pelo Atatürk, mas o nosso time também foi fundado por ele". Então isso sugere que o Atatürk, em uma jogada política muito inteligente fundou quase todos os times turcos de futebol. Isso, no momento em que estou na Turquia, é muito interessante porque as três semanas em que estive lá, eu fiquei fascinado pelo Atatürk. Eu não imaginava que havia uma separação entre Estado e Religião de uma forma tão estrita no mundo islâmico. Um aspecto interessante, é que houve um esforço nos anos 1930, para contratar todos os professores universitários judeus que tiveram que sair da Alemanha para os melhores postos de trabalho em nome de uma modernização nacional. Isso vai ter conseqüência para a minha vida, existencial, política, econômica, profissional? Não. Nada. Assim um pouco como com o Barroco de Ouro Preto, como com Tiradentes. Nada. É verdade que depende muito do interesse do momento. Quer dizer, aprendo continuamente, dependendo do meu interesse, com a história em um momento determinado que estou vivendo. Se estou em Aedos -ISSN 1984-5634 http://www.seer.ufrgs/aedos Num. 5, vol. 2, Julho-Dezembro 2009 Aedos -ISSN 1984-5634 http://www.seer.ufrgs/aedos Num. 5, vol. 2, Julho-Dezembro 2009 156 realizada durante sua vida sobre a mímeses, eu acho super importante. Eu acho que a obra dele é uma das mais importantes da minha geração nas ciências humanas. Em relação às reflexões entre literatura e filosofia, literatura e produção literária, reflexão literária, acho importante o Silviano Santiago. Eu gosto muito dos romances dele. São pessoas que eu conheço os que eu acho bastantes importantes. E, sem dizer nomes, eu digo mais. Por exemplo, eu acho que o departamento de filosofia da UFRGS é muito bom. Toda vez que vou a Porto Alegre, que vou à Universidade Federal para uma discussão com o pessoal da Filosofia, eu noto que realmente são pessoas com um nível de conhecimento muitíssimo bom. Isso não para ser simpático, mas eu acho que o Brasil academicamente é com certeza um país de primeiro mundo. De certa forma, estou dizendo isso polemicamente. Não estou falando dos níveis de ponta, estou falando de um nível médio: se você vai a uma Universidade brasileira, que não é de ponta, num departamento de ciências humanas e compara com vários países europeus, para mim, seria melhor que os países europeus. O que não se pode comparar com os Estados Unidos, porque lá têm das coisas mais fantásticas às piores coisas. Por exemplo, nos Estados Unidos não existe um sistema universitário. Existem Stanford, Harvard, Yale, Princeton, que são incríveis, mas também existem universidades péssimas. Mas eu acho que em relação ao sistema estatal universitário, às PUCs, o Brasil é um país com universidades bastantes admiráveis. Por exemplo, o Marcelo Jasmin, professor da PUCRJ. É um muito bom teórico da história. Estou sempre impressionado com suas perguntas. Nos Estados Unidos, creio eu, na minha geração e talvez na próxima, são cada vez menos gerações com grandes nomes, como as gerações anteriores. Por exemplo, o meu departamento tinha o Richard Rorty e o Hayden White. Richard Rorty morreu dois anos atrás e o Hayden White se aposentou. Acho que hoje é quase impossível que uma Universidade consiga recrutar equivalentes. Acho que na minha geração, talvez mundialmente, cada campo tinha uns trinta ou quarenta acadêmicos de ciências humanas muito bons. Sem que houvesse um Richard Rorty ou um Habermas. Na Alemanha de hoje, você tem vinte filósofos mais jovens que herdaram, mais ou menos, a orientação da Escola de Frankfurt, tipo Habermas, muito bons. Mas claramente não um Habermas. Quer dizer, é um pouco a mesma coisa no Brasil. Eu acho que o nível da minha geração é excelente. Provavelmente ainda melhor nas gerações mais novas. Creio que o Costa Lima, bem Aedos -ISSN 1984-5634 http://www.seer.ufrgs/aedos Num. 5, vol. 2, Julho-Dezembro 2009 157 traduzido, mais simpático, poderia ter sido um homem internacional de ponta. Mas o fenômeno que quero sublinhar com o Brasil de hoje, é como as ciências humanas no país são um fenômeno quase coletivo, muito forte. Uma cidade como Mariana organizar um colóquio e ter um auditório tão grande, com pessoas que aguentam uma palestra de cem minutos, não completamente fácil, é para se sublinhar. Há poucos países no mundo que podem fazer isto. Na França, não. Na Alemanha eu não sei, mas acho que seria difícil. Mas na França com certeza. Na Itália nem se fala. Não na Espanha com certeza. Eu diria que o Brasil está no nível da Inglaterra, Alemanha e Suíça nas ciências humanas. Eu não posso falar em engenharia e ciências naturais. Nas ciências humanas eu acho que a produção brasileira é isolada, pouco traduzida, mas a qualidade é do mais alto nível. AEDOS: Professor Gumbrecht, o senhor faz bastante referência ao conceito fenomenológico Lebenswelt ("mundo da vida"). Para o senhor, qual a importância deste conceito para os estudos de história? O senhor poderia citar mais três conceitos que em sua opinião sejam fundamentais para se pensar a história? GUMBRECHT: Tenho cada vez mais interesse em poder identificar inferências, marcos antropológicos e históricos transculturais. Talvez ressoe um tom moralista que não quero. Mas uma idéia que eu acho interessante diz a respeito a volta do conceito de verdade. De repente a verdade, que há dez anos atrás era apenas uma construção, reapareceu como um conceito fundamental. Para mim mais ou menos desde Em 1926. É impossível alegar que a referência seja corretamente representada. Eu acho que o "mundo da vida" (Lebenswelt) é interessante neste sentido. Eu diria que existe uma fronteira entre toda a variedade de construções que sejam possíveis para a consciência humana e outras que não. A lebenswelt contém todas aquelas possibilidades que podemos realizar. Nesse sentido eu acho interessante dizer que existe, talvez, uma infinidade de possíveis dependências do passado, mas que cuja certeza e referência últimas não temos. Existem certas coisas que nunca vão acontecer, apesar de toda a tecnologia eletrônica. Por exemplo, nunca vamos conseguir a
RESUMO: O objetivo deste artigo é examinar como o militante de esquerda Flávio Koutzii (1943) é r... more RESUMO: O objetivo deste artigo é examinar como o militante de esquerda Flávio Koutzii (1943) é representado em textos de caráter memorialístico escritos por seus companheiros de militância e por outros indivíduos que com ele conviveram na década de 1960, especialmente no âmbito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Busca-se, desta forma, acessar alguns aspectos das sensibilidades da chamada "geração 68" em Porto Alegre. Para tanto, utiliza-se como referenciais teóricos os conceitos de memória e geração.
História da Historiografia: International Journal of Theory and History of Historiography, 2019
Neste artigo, analiso o julgamento histórico como parte integrante da produção historiográfica no... more Neste artigo, analiso o julgamento histórico como parte integrante da produção historiográfica no século XIX. Para isso, exploro o confronto de interpretações acerca da Revolução Farroupilha (1835-1845) iniciado em 1879, em torno da memória documentada de Tristão de Alencar Araripe, e da recepção desse documento na Corte e na província do Rio Grande do Sul. A memória e as respostas que ela gerou permitem refletir sobre a construção de juízos pelos historiadores na sua prática de representação do passado. Nesse sentido, exploro duas possibilidades de interpretação. No primeiro momento, trato de refletir o condicionamento social dos julgamentos históricos, salientando, para o caso de Araripe, os aspectos relativos à sua formação e atuação como letrado e como político. Em seguida, debruço-me sobre alguns princípios que fundamentavam o ofício do historiador, tais como a seleção das fontes e a imparcialidade na apreciação dos fatos, por meio da crítica à memória formulada por Karl von Koseritz.
https://www.historiadahistoriografia.com.br/revista/article/view/1380/775