Carlos Campelo da Silva | Universidade Metodista de Piracicaba (original) (raw)

Papers by Carlos Campelo da Silva

Research paper thumbnail of Significado Da Ansiedade Na Clínica Existencial-Humanista

Psicopatologia Fenomenológica Contemporânea, Dec 19, 2023

Research paper thumbnail of O absurdo em Kierkegaard e Camus: limite extremo, fé e revolta

TEOLITERARIA - Revista de Literaturas e Teologias, 2019

O objetivo do trabalho é investigar aspectos da noção de absurdo em trechos de obras de Camus e d... more O objetivo do trabalho é investigar aspectos da noção de absurdo em trechos de obras de Camus e de Kierkegaard, centrando nosso interesse sobre o que chamaremos aqui de limite em face do absurdo para ambos os pensadores. Iniciaremos nossa leitura sobre Camus em O mito de Sísifo (2017), e dedicaremos especial atenção ao capítulo “O suicídio filosófico”. Aqui o pensador franco-argelino se remete a Kierkegaard incluindo-o entre os pensadores que efetuaram, de um modo específico, o suicídio filosófico. A partir daí, investigaremos a noção de absurdo em Kierkegaard, especialmente em sua obra Temor e Tremor (1843), onde o autor nos apresenta a noção do duplo movimento da fé em virtude do absurdo. Como conclusão, pretendemos mostrar a diferença de perspectivas sobre esse limite em face do absurdo e como as alternativas de ação propostas por ambos não são contraditórias entre si, embora Camus seja crítico de Kierkegaard.

Research paper thumbnail of Os paradoxos da existência e a psicoterapia: Rollo May and Kierkegaard

Revista Psicopatologia Fenomenológica Contemporânea, 2021

O objetivo deste trabalho é apresentar o conceito do paradoxo na clínica existencial-humanista, a... more O objetivo deste trabalho é apresentar o conceito do paradoxo na clínica existencial-humanista, a partir de Rollo May e Kierkegaard. Ao utilizar a palavra dilema no título de seu livro A psicologia e o dilema humano (1979), Rollo May (1909-1994), explica que não a utiliza em um sentido técnico, mas seu uso consiste em referir-se às polaridades e aos paradoxos que são inescapavelmente humanos. Entretanto, ainda que o paradoxo seja parte fundamental da existência humana, muitas vezes tentamos fugir dele desenvolvendo excessivamente uma das polaridades para escapar da outra. Daí surgirem muitos distúrbios que conduzem as pessoas às clínicas e aos consultórios psicoterapêuticos. Porém, o psicólogo norte-americano salienta que as polaridades são também a fonte de energia e de criatividade humana, pois é do confronto construtivo das tensões, que o paradoxo produz, que nos tornamos criativos. O conceito de paradoxo é fundamental no pensamento do filósofo dinamarquês Søren Kierkegaard (1813...

Research paper thumbnail of A ortodoxia do “grande infiel”: ou sobre o uso do ceticismo Humeano por Kierkegaard e Hamann

Revista Ética e Filosofia Política

Este trabalho tem como objetivo analisar a apropriação que Hamann e Kierkegaard fazem de alguns a... more Este trabalho tem como objetivo analisar a apropriação que Hamann e Kierkegaard fazem de alguns aspectos do ceticismo desenvolvido por Hume. Em 1744, David Hume (1711-1776), até então, autor do Tratado da Natureza Humana (1739) e dos Ensaios Morais e Políticos (1741) é rejeitado para o cargo de professor da cadeira de Ética da Universidade de Edimburgo, sob a alegação de que ele era um “notório infiel”. Desse modo, parece estranho pensar que Hamann que tão energicamente combateu a ilustração, sendo um defensor implacável de um cristianismo baseado somente na fé, tenha algo a ver com o ceticismo de Hume. Do mesmo modo, que não parece crível pensar que o autor de Escola do Cristianismo (1850), Obras do Amor (1847) e Discursos edificantes possa de alguma forma estar relacionado com este “notório infiel”. Entretanto, as afirmações de Hume de que: “[...] a religião cristã não só foi inicialmente acompanhada de milagres, como até hoje não é possível que uma pessoa razoável lhe dê crédito ...

Research paper thumbnail of A ORTODOXIA DO "GRANDE INFIEL": OU SOBRE O USO DO CETICISMO HUMEANO POR KIERKEGAARD E HAMANN THE ORTHODOXY OF THE "GREAT INFIDEL": OR ABOUT THE USE OF HUMEAN SKEPTICISM BY KIERKEGAARD AND HAMANN

Revista Ética e Filosofia Política, 2019

Este trabalho tem como objetivo analisar a apropriação que Hamann e Kierkegaard fazem de alguns a... more Este trabalho tem como objetivo analisar a apropriação que Hamann e Kierkegaard fazem de alguns aspectos do ceticismo desenvolvido por Hume. Em 1744, David Hume (1711-1776), até então, autor do Tratado da Natureza Humana (1739) e dos Ensaios Morais e Políticos (1741) é rejeitado para o cargo de professor da cadeira de Ética da Universidade de Edimburgo, sob a alegação de que ele era um “notório infiel”. Desse modo, parece estranho pensar que Hamann que tão energicamente combateu a ilustração, sendo um defensor implacável de um cristianismo baseado somente na fé, tenha algo a ver com o ceticismo de Hume. Do mesmo modo, que não parece crível pensar que o autor de Escola do Cristianismo (1850), Obras do Amor (1847) e Discursos edificantes possa de alguma forma estar relacionado com este “notório infiel”. Entretanto, as afirmações de Hume de que: “[...] a religião cristã não só foi inicialmente acompanhada de milagres, como até hoje não é possível que uma pessoa razoável lhe dê crédito sem milagre [...]”, bem como a afirmativa de Hume, segundo a qual ser um cético filosófico é o primeiro e mais importante passo no sentido de se tornar um cristão verdadeiro, parecem ter provido as armas que Kierkegaard e Hamann tanto necessitavam para combater o racionalismo filosófico e teológico que se imiscuíam na religião e minavam a fé. Desse modo, essa comunicação pretende apontar as consequências do pensamento humeano para a concepção de um cristianismo cético desenvolvido por Hamann e Kierkegaard.

Research paper thumbnail of Igreja e Estado no Pensamento de Søren Kierkegaard (p.39-43)

ANAIS DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA RELIGIÃO DA PUC-CAMPINAS , 2020

O objetivo dessa comunicação é refletir sobre a relação entre Igreja e Estado no pensamento do fi... more O objetivo dessa comunicação é refletir sobre a relação entre Igreja e Estado no pensamento do filósofo dinamarquês Søren Kierkegaard (1813-1855). Para tanto,
iniciaremos apresentando o contexto religioso no qual Kierkegaard estava inserido, isto é, o do protestantismo luterano, uma vez que desde os dias da reforma, a Dinamarca adotara oficialmente essa confissão de fé. Em seguida apresentaremos o ataque veemente de Kierkegaard a igreja estatal dinamarquesa em seu jornal O instante (1855). Kierkegaard repudiava a própria ideia de uma igreja estatal, pois quando tais líderes são apresentados como “testemunhas de verdade”, tal conceito é pervertido, uma vez que "A Verdade" foi pregada em uma cruz, enquanto aqueles que se dizem seus representantes levam uma vida confortável. O cristianismo primitivo havia desafiado o status quo, mas a igreja contemporânea se tornou o símbolo da afetação burguesa satisfeita consigo mesma. Desse modo, embora seja praticamente um consenso entre os estudiosos do pensamento de Kierkegaard que o filósofo poucas vezes tratou explicitamente em sua obra de temas políticos, não se pode dizer que a política está totalmente ausente de suas reflexões. Ao criticar a igreja oficial dinamarquesa, a sociedade de massa e a imprensa, Kierkegaard toca em alguns pontos da esfera política, principalmente no que tange as relações entre a Igreja e o Estado. Para ele, a experiência com o Absoluto, relaciona-se com as escolhas do indivíduo e, desse modo, não poderia haver uma religião do Estado.
Ao olhar para a Dinamarca do século XIX onde os pastores eram assalariados do Estado e a religião também era responsável por muitas decisões que eram tomadas na esfera pública, Kierkegaard fez uma afirmação hiperbólica: “o cristianismo não existe mais”. Para o autor, cristianismo tem a ver com escolha pessoal e não com geografia. O que define a minha relação com a transcendência é a minha escolha pessoal e não o meu local de nascimento. Desse modo, o objetivo dessa comunicação é compreender o lugar em que Kierkegaard coloca as relações entre igreja e Estado, tema este clássico da reflexão protestante, tendo em vista que Lutero e Calvino também se ocuparam deste tema, embora deva ser dito, de modo bem diverso.

Research paper thumbnail of Hamann e Kierkegaard: da herança pietista à influência nos movimentos intelectuais dos séculos XVIII e XX (p. 12-17)

ANAIS DO PPGCR , 2019

Resumo: O objetivo desta comunicação é fazer uma breve análise da influência do movimento de refo... more Resumo:
O objetivo desta comunicação é fazer uma breve análise da influência do movimento de reforma religiosa iniciado no século XVII, denominado Pietismo, sobre os pensamentos de Johann Georg Hamann (1730-1788) e Søren Aabye Kierkegaard (1813-1855) e suas consequências nos desdobramentos dos movimentos intelectuais dos séculos XVIII e XX, a saber, Romantismo e Existencialismo, respectivamente. Tendo em vista, que as ideias elaboradas por esses pensadores têm sido consideradas propulsoras desses movimentos. O pietismo foi uma reação contra o confessionalismo racionalista e enfatizava a profundidade e sinceridade da fé pessoal e a união direta com Deus, que poderia ser alcançada por meio de um escrupuloso autoexame. Hamann, foi criado em um ambiente pietista, assim como muitos intelectuais de sua época, mas o pietismo de Hamann se distinguia em muitos aspectos daquele defendido por pietistas ortodoxos, baseado em uma ênfase exagerada na emoção e no ódio ao saber. Entretanto, o seu antirracionalismo pode ser considerado uma herança pietista. Kierkegaard, considerado algumas vezes como o discípulo mais brilhante que Hamann possuiu, teve uma infância moldada pelas inclinações pietistas de seu pai, que era um membro proeminente da sociedade moraviana de Copenhague. Assim como Hamann, a influência do pietismo em Kierkegaard não é isenta de críticas, por outro lado, pode-se perceber que a ênfase do pensador dinamarquês na subjetividade e na verdade como apropriação, são heranças desse movimento, bem como os seus Discursos edificantes se aproximam muito ao gênero de escrita dos pietistas. Hamann e Kierkegaard, encabeçam, ainda que indiretamente, dois grandes movimentos intelectuais e suas influências podem ser vistas em algumas características comuns a esses movimentos. A ênfase dos românticos na vontade e não na razão, e suas críticas a padronização da vida e o elogio do gênio, parecem uma herança do “Mago do Norte”. Do mesmo modo, a ênfase dos existencialistas na existência em contraposição a essência, bem como as temáticas relacionadas a subjetividade, angústia, liberdade e absurdo, são uma herança kierkegaardiana. Assim, reconhecendo que Hamann e Kierkegaard desenvolveram suas obras sob o influxo do pietismo, pode-se dizer que o pietismo indiretamente é a raiz comum de onde brota a seiva que dará origem a esses movimentos.

Palavras-chave: Hamann. Kierkegaard. Pietismo. Romantismo. Existencialismo.

Research paper thumbnail of O Cristão e a Desobediência ao Tirano: O caso Bonhoeffer (893-898)

ANAIS SOTER, 2018

O objetivo desta comunicação é refletir acerca da possibilidade e até mesmo do dever do cristão e... more O objetivo desta comunicação é refletir acerca da possibilidade e até mesmo do dever do cristão em resistir ao tirano. Falaremos aqui especialmente daquelas circunstâncias nas quais o respeito e o cuidado pelas vidas humanas são colocados de lado por interesses arbitrários. Para tanto, nos concentraremos em um dos momentos mais sombrios da história: o período do regime nazista, onde milhares de Judeus, além de ciganos e homossexuais foram perseguidos e executados. Momento em que muitos cristãos foram omissos, ou pior, associaram-se aos nazistas formando a Igreja Nacional do Reich. Diante de tal conjuntura houve reações por parte daqueles que percebiam os desvios dos “Cristãos Alemães” dos princípios Bíblicos e das confissões históricas do protestantismo. Assim, em 1934, houve um sínodo independente em Barmen, de onde surgiu uma confissão de fé que ficou conhecida como declaração de Barmen e também originou o movimento que ficou conhecido como: Igreja Confessante. Um dos líderes desse movimento foi o pastor Dietrich Bonhoeffer (1906-1945). Bonhoeffer se posicionou desde o início contra o regime nazista e foi além do movimento confessional, para ele não bastava apenas confessar, era preciso agir. Desse modo, o teólogo alemão participou ativamente na resistência contra o nazismo, sendo enforcado por alta traição em 09 de abril de 1945. Desse modo, essa comunicação visa contribuir para o pensamento acerca da legitimidade do cristão em agir contra o tirano e em favor daqueles que são espoliados de seus direitos: ‘“Erga a voz em favor dos que não podem defender-se’ (Pv. 31.8). quem reconhece na igreja de hoje, que essa é a menor das exigências a nós feitas pela Bíblia nestes tempos?”.

Research paper thumbnail of Credo quia absurdum: Tertuliano e Kierkegaard (169-174)

ANAIS VI CONGRESSO ANPTECRE, 2017

Nossa proposta de comunicação tem como objetivo analisar a apropriação que Kierkegaard faz de Ter... more Nossa proposta de comunicação tem como objetivo analisar a apropriação que Kierkegaard faz de Tertuliano e do famoso aforismo a ele atribuído: “eu creio porque é absurdo”. O reminiscente desse aforismo será retomado por Kierkegaard em sua obra Temor e Tremor (1843) por meio das expressões: “por força do absurdo” ou “em virtude do absurdo”. Por suas atitudes frente à filosofia, tanto Tertuliano quanto Kierkegaard foram acusados de irracionalismo e atitude anti-filosófica. Essa proposta de comunicação, no entanto, pretende abordar os autores a partir de outra perspectiva. Em nossa análise, pretendemos mostrar que Tertuliano e Kierkegaard não eram contra o pensamento racional e a filosofia per se, o que ambos não admitiam era que a religião ficasse subordinada aos sistemas filosóficos. Com o seu aforismo – (embora existam controvérsias se foi exatamente isso que Tertuliano disse, mas é provavelmente certo que ele disse coisas semelhantes) – Tertuliano pretende demarcar a diferença entre a religião judaico-cristã e as concepções dos filósofos, entre a fé que encontra as razões para a sua crença e os filósofos que tentam reduzir ou “encaixar” a fé em seus sistemas ou refutá-la como nonsense. É também, por causa da religião judaico-cristã e tudo que ela comporta em seu escopo que o pensador dinamarquês Søren Aaybie Kierkegaard, mais de mil e setecentos anos depois de Tertuliano se insurgirá contra os sistemas filosóficos e contra a submissão da teologia a tais sistemas. Desse modo, a análise se pautará no conceito de absurdo investigando quais as consequências desse conceito para Tertuliano e para Kierkegaard.

Research paper thumbnail of Kierkegaard e a reforma luterana (p. 165-171)

ANAIS SOTER 2017, 2017

Kierkegaard, em o Ponto de vista explicativo da minha obra de escritor (1848) afirma que é um aut... more Kierkegaard, em o Ponto de vista explicativo da minha obra de escritor (1848) afirma que é um autor religioso e que toda a sua obra relaciona-se com o problema do tornar-se cristão. No entanto, a pergunta que se faz, é de qual cristianismo ele estava falando? Ao analisarmos as obras do autor e as críticas frequentes direcionadas à cristandade, não podemos perder de vista que o cristianismo ao qual o pensador dinamarquês trata ao longo de sua obra, é o cristianismo reformado, cuja teologia, organização eclesiástica, liturgia e ética procedem de Martinho Lutero (1843-1546). E foi este cristianismo que ofereceu à Kierkegaard os temas fundamentais para que ele desenvolvesse a sua filosofia. Desse modo, a presente comunicação objetiva mostrar de que forma o pensamento do filósofo se encontra na esteira do pensamento protestante luterano. Compreendendo que, mesmo algumas críticas de Kierkegaard direcionadas ao reformador têm como propósito atingir a instituição religiosa que no seu entender, havia se distanciado de um compromisso sério com o cristianismo. Neste aspecto podemos entender Kierkegaard como um luterano da modernidade combatendo os erros que ele via em seu tempo. No entanto, é importante salientar que enquanto Lutero pretendia reformar a instituição, Kierkegaard se dirige ao indivíduo.

Research paper thumbnail of A crítica da multidão: pensando a política a partir de Kierkegaard (p. 8-12)

ANAIS DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA RELIGIÃO, 2018

O objetivo desta comunicação é compreender a crítica do filósofo Søren Kierkegaard à multidão. Pa... more O objetivo desta comunicação é compreender a crítica do filósofo Søren Kierkegaard à multidão. Para tanto, partiremos da categoria do indivíduo, palavra cara ao filósofo, uma vez que esta categoria contrasta com “a massa”, “o público”, “a turba”, “a multidão”. E segundo Kierkegaard “a multidão é a mentira”. Entretanto, não se deve pensar que Kierkegaard era um subjetivista ou isolacionista, como às vezes tem sido classificado. A recusa de Kierkegaard a algumas perspectivas políticas que se baseiam na “massa” é porque ele acreditava que estas nivelam os indivíduos de um modo rasteiro e também são ineficientes para resolver o problema social. Desse modo, o pensador dinamarquês se volta para a primeira Carta de São Paulo aos Coríntios, mas especificamente ao Hino à Caridade (Cap. 13) e escreve As Obras do Amor (1847). Para Kierkegaard, somente o amor ao próximo, como compreendido na perspectiva cristã, poderá realizar o mais alto ideal social (a igualdade humana), uma vez que, somente quem ama verdadeiramente o próximo exprime incondicionalmente a igualdade humana. Desse modo, essa comunicação procurará mostrar que a crítica de Kierkegaard à multidão está amparada em suas convicções religiosas. Entretanto, pretendemos também mostrar que tal recusa, não significa abandono ou alienação dos problemas sociais por parte do autor. Tendo em vista que, ao assumir o conceito de próximo, tal como se encontra no Novo Testamento, o autor demonstra as suas preocupações sociais, entretanto, o próximo não é a multidão, pois ao amar a multidão, não amo a ninguém propriamente, mas ao amar o próximo amo a esse existente que está ao meu lado.

Research paper thumbnail of O absurdo em Kierkegaard e Camus: limite extremo, fé e revolta

Teoliterária, 2019

O objetivo do trabalho é investigar aspectos da noção de absurdo em trechos de obras de Camus e ... more O objetivo do trabalho é investigar aspectos da noção de absurdo em trechos de obras de Camus e de Kierkegaard, centrando nosso interesse sobre o que chamaremos aqui de limite em face do absurdo para ambos os pensadores. Iniciaremos nossa leitura sobre Camus em O mito de Sísifo (2017) e dedicaremos especial atenção ao capítulo “O suicídio filosófico”. Aqui o pensador franco-argelino se remete a Kierkegaard, incluindo-o entre os pensadores que efetuaram, de um modo específico, o suicídio filosófico. A partir daí, investigaremos a noção de absurdo em Kierkegaard, especialmente em sua obra Temor e Tremor (1843), onde o autor nos apresenta a noção do duplo movimento da fé em virtude do absurdo. Como conclusão, pretendemos mostrar a diferença de perspectivas sobre esse limite em face do absurdo e como as alternativas de ação propostas por ambos não são contraditórias entre si, embora Camus seja crítico de Kierkegaard.
Palavras-chave: Camus, Kierkegaard, limite extremo, absurdo, fé.

Book Reviews by Carlos Campelo da Silva

Research paper thumbnail of Compêndio Kierkegaard

Reflexão, 2018

Nos dias 27, 28 e 29 de maio de 2013, diversos pesquisadores brasileiros seguiram rumo à Universi... more Nos dias 27, 28 e 29 de maio de 2013, diversos pesquisadores brasileiros seguiram rumo à Universidade do Rio dos Sinos (Unisinos), no Rio Grande do Sul, para se unirem a outros pesquisadores estrangeiros a fim de comemorar o bicentenário de nascimento do filósofo Søren
Aabye Kierkegaard, nascido em 5 de maio de 1813 e falecido em 11 de novembro de 1855. Do encontro, nasceu o “Compêndio Kierkegaard”, coletânea das conferências proferidas naquele Congresso por seis convidados estrangeiros...

Research paper thumbnail of Significado Da Ansiedade Na Clínica Existencial-Humanista

Psicopatologia Fenomenológica Contemporânea, Dec 19, 2023

Research paper thumbnail of O absurdo em Kierkegaard e Camus: limite extremo, fé e revolta

TEOLITERARIA - Revista de Literaturas e Teologias, 2019

O objetivo do trabalho é investigar aspectos da noção de absurdo em trechos de obras de Camus e d... more O objetivo do trabalho é investigar aspectos da noção de absurdo em trechos de obras de Camus e de Kierkegaard, centrando nosso interesse sobre o que chamaremos aqui de limite em face do absurdo para ambos os pensadores. Iniciaremos nossa leitura sobre Camus em O mito de Sísifo (2017), e dedicaremos especial atenção ao capítulo “O suicídio filosófico”. Aqui o pensador franco-argelino se remete a Kierkegaard incluindo-o entre os pensadores que efetuaram, de um modo específico, o suicídio filosófico. A partir daí, investigaremos a noção de absurdo em Kierkegaard, especialmente em sua obra Temor e Tremor (1843), onde o autor nos apresenta a noção do duplo movimento da fé em virtude do absurdo. Como conclusão, pretendemos mostrar a diferença de perspectivas sobre esse limite em face do absurdo e como as alternativas de ação propostas por ambos não são contraditórias entre si, embora Camus seja crítico de Kierkegaard.

Research paper thumbnail of Os paradoxos da existência e a psicoterapia: Rollo May and Kierkegaard

Revista Psicopatologia Fenomenológica Contemporânea, 2021

O objetivo deste trabalho é apresentar o conceito do paradoxo na clínica existencial-humanista, a... more O objetivo deste trabalho é apresentar o conceito do paradoxo na clínica existencial-humanista, a partir de Rollo May e Kierkegaard. Ao utilizar a palavra dilema no título de seu livro A psicologia e o dilema humano (1979), Rollo May (1909-1994), explica que não a utiliza em um sentido técnico, mas seu uso consiste em referir-se às polaridades e aos paradoxos que são inescapavelmente humanos. Entretanto, ainda que o paradoxo seja parte fundamental da existência humana, muitas vezes tentamos fugir dele desenvolvendo excessivamente uma das polaridades para escapar da outra. Daí surgirem muitos distúrbios que conduzem as pessoas às clínicas e aos consultórios psicoterapêuticos. Porém, o psicólogo norte-americano salienta que as polaridades são também a fonte de energia e de criatividade humana, pois é do confronto construtivo das tensões, que o paradoxo produz, que nos tornamos criativos. O conceito de paradoxo é fundamental no pensamento do filósofo dinamarquês Søren Kierkegaard (1813...

Research paper thumbnail of A ortodoxia do “grande infiel”: ou sobre o uso do ceticismo Humeano por Kierkegaard e Hamann

Revista Ética e Filosofia Política

Este trabalho tem como objetivo analisar a apropriação que Hamann e Kierkegaard fazem de alguns a... more Este trabalho tem como objetivo analisar a apropriação que Hamann e Kierkegaard fazem de alguns aspectos do ceticismo desenvolvido por Hume. Em 1744, David Hume (1711-1776), até então, autor do Tratado da Natureza Humana (1739) e dos Ensaios Morais e Políticos (1741) é rejeitado para o cargo de professor da cadeira de Ética da Universidade de Edimburgo, sob a alegação de que ele era um “notório infiel”. Desse modo, parece estranho pensar que Hamann que tão energicamente combateu a ilustração, sendo um defensor implacável de um cristianismo baseado somente na fé, tenha algo a ver com o ceticismo de Hume. Do mesmo modo, que não parece crível pensar que o autor de Escola do Cristianismo (1850), Obras do Amor (1847) e Discursos edificantes possa de alguma forma estar relacionado com este “notório infiel”. Entretanto, as afirmações de Hume de que: “[...] a religião cristã não só foi inicialmente acompanhada de milagres, como até hoje não é possível que uma pessoa razoável lhe dê crédito ...

Research paper thumbnail of A ORTODOXIA DO "GRANDE INFIEL": OU SOBRE O USO DO CETICISMO HUMEANO POR KIERKEGAARD E HAMANN THE ORTHODOXY OF THE "GREAT INFIDEL": OR ABOUT THE USE OF HUMEAN SKEPTICISM BY KIERKEGAARD AND HAMANN

Revista Ética e Filosofia Política, 2019

Este trabalho tem como objetivo analisar a apropriação que Hamann e Kierkegaard fazem de alguns a... more Este trabalho tem como objetivo analisar a apropriação que Hamann e Kierkegaard fazem de alguns aspectos do ceticismo desenvolvido por Hume. Em 1744, David Hume (1711-1776), até então, autor do Tratado da Natureza Humana (1739) e dos Ensaios Morais e Políticos (1741) é rejeitado para o cargo de professor da cadeira de Ética da Universidade de Edimburgo, sob a alegação de que ele era um “notório infiel”. Desse modo, parece estranho pensar que Hamann que tão energicamente combateu a ilustração, sendo um defensor implacável de um cristianismo baseado somente na fé, tenha algo a ver com o ceticismo de Hume. Do mesmo modo, que não parece crível pensar que o autor de Escola do Cristianismo (1850), Obras do Amor (1847) e Discursos edificantes possa de alguma forma estar relacionado com este “notório infiel”. Entretanto, as afirmações de Hume de que: “[...] a religião cristã não só foi inicialmente acompanhada de milagres, como até hoje não é possível que uma pessoa razoável lhe dê crédito sem milagre [...]”, bem como a afirmativa de Hume, segundo a qual ser um cético filosófico é o primeiro e mais importante passo no sentido de se tornar um cristão verdadeiro, parecem ter provido as armas que Kierkegaard e Hamann tanto necessitavam para combater o racionalismo filosófico e teológico que se imiscuíam na religião e minavam a fé. Desse modo, essa comunicação pretende apontar as consequências do pensamento humeano para a concepção de um cristianismo cético desenvolvido por Hamann e Kierkegaard.

Research paper thumbnail of Igreja e Estado no Pensamento de Søren Kierkegaard (p.39-43)

ANAIS DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA RELIGIÃO DA PUC-CAMPINAS , 2020

O objetivo dessa comunicação é refletir sobre a relação entre Igreja e Estado no pensamento do fi... more O objetivo dessa comunicação é refletir sobre a relação entre Igreja e Estado no pensamento do filósofo dinamarquês Søren Kierkegaard (1813-1855). Para tanto,
iniciaremos apresentando o contexto religioso no qual Kierkegaard estava inserido, isto é, o do protestantismo luterano, uma vez que desde os dias da reforma, a Dinamarca adotara oficialmente essa confissão de fé. Em seguida apresentaremos o ataque veemente de Kierkegaard a igreja estatal dinamarquesa em seu jornal O instante (1855). Kierkegaard repudiava a própria ideia de uma igreja estatal, pois quando tais líderes são apresentados como “testemunhas de verdade”, tal conceito é pervertido, uma vez que "A Verdade" foi pregada em uma cruz, enquanto aqueles que se dizem seus representantes levam uma vida confortável. O cristianismo primitivo havia desafiado o status quo, mas a igreja contemporânea se tornou o símbolo da afetação burguesa satisfeita consigo mesma. Desse modo, embora seja praticamente um consenso entre os estudiosos do pensamento de Kierkegaard que o filósofo poucas vezes tratou explicitamente em sua obra de temas políticos, não se pode dizer que a política está totalmente ausente de suas reflexões. Ao criticar a igreja oficial dinamarquesa, a sociedade de massa e a imprensa, Kierkegaard toca em alguns pontos da esfera política, principalmente no que tange as relações entre a Igreja e o Estado. Para ele, a experiência com o Absoluto, relaciona-se com as escolhas do indivíduo e, desse modo, não poderia haver uma religião do Estado.
Ao olhar para a Dinamarca do século XIX onde os pastores eram assalariados do Estado e a religião também era responsável por muitas decisões que eram tomadas na esfera pública, Kierkegaard fez uma afirmação hiperbólica: “o cristianismo não existe mais”. Para o autor, cristianismo tem a ver com escolha pessoal e não com geografia. O que define a minha relação com a transcendência é a minha escolha pessoal e não o meu local de nascimento. Desse modo, o objetivo dessa comunicação é compreender o lugar em que Kierkegaard coloca as relações entre igreja e Estado, tema este clássico da reflexão protestante, tendo em vista que Lutero e Calvino também se ocuparam deste tema, embora deva ser dito, de modo bem diverso.

Research paper thumbnail of Hamann e Kierkegaard: da herança pietista à influência nos movimentos intelectuais dos séculos XVIII e XX (p. 12-17)

ANAIS DO PPGCR , 2019

Resumo: O objetivo desta comunicação é fazer uma breve análise da influência do movimento de refo... more Resumo:
O objetivo desta comunicação é fazer uma breve análise da influência do movimento de reforma religiosa iniciado no século XVII, denominado Pietismo, sobre os pensamentos de Johann Georg Hamann (1730-1788) e Søren Aabye Kierkegaard (1813-1855) e suas consequências nos desdobramentos dos movimentos intelectuais dos séculos XVIII e XX, a saber, Romantismo e Existencialismo, respectivamente. Tendo em vista, que as ideias elaboradas por esses pensadores têm sido consideradas propulsoras desses movimentos. O pietismo foi uma reação contra o confessionalismo racionalista e enfatizava a profundidade e sinceridade da fé pessoal e a união direta com Deus, que poderia ser alcançada por meio de um escrupuloso autoexame. Hamann, foi criado em um ambiente pietista, assim como muitos intelectuais de sua época, mas o pietismo de Hamann se distinguia em muitos aspectos daquele defendido por pietistas ortodoxos, baseado em uma ênfase exagerada na emoção e no ódio ao saber. Entretanto, o seu antirracionalismo pode ser considerado uma herança pietista. Kierkegaard, considerado algumas vezes como o discípulo mais brilhante que Hamann possuiu, teve uma infância moldada pelas inclinações pietistas de seu pai, que era um membro proeminente da sociedade moraviana de Copenhague. Assim como Hamann, a influência do pietismo em Kierkegaard não é isenta de críticas, por outro lado, pode-se perceber que a ênfase do pensador dinamarquês na subjetividade e na verdade como apropriação, são heranças desse movimento, bem como os seus Discursos edificantes se aproximam muito ao gênero de escrita dos pietistas. Hamann e Kierkegaard, encabeçam, ainda que indiretamente, dois grandes movimentos intelectuais e suas influências podem ser vistas em algumas características comuns a esses movimentos. A ênfase dos românticos na vontade e não na razão, e suas críticas a padronização da vida e o elogio do gênio, parecem uma herança do “Mago do Norte”. Do mesmo modo, a ênfase dos existencialistas na existência em contraposição a essência, bem como as temáticas relacionadas a subjetividade, angústia, liberdade e absurdo, são uma herança kierkegaardiana. Assim, reconhecendo que Hamann e Kierkegaard desenvolveram suas obras sob o influxo do pietismo, pode-se dizer que o pietismo indiretamente é a raiz comum de onde brota a seiva que dará origem a esses movimentos.

Palavras-chave: Hamann. Kierkegaard. Pietismo. Romantismo. Existencialismo.

Research paper thumbnail of O Cristão e a Desobediência ao Tirano: O caso Bonhoeffer (893-898)

ANAIS SOTER, 2018

O objetivo desta comunicação é refletir acerca da possibilidade e até mesmo do dever do cristão e... more O objetivo desta comunicação é refletir acerca da possibilidade e até mesmo do dever do cristão em resistir ao tirano. Falaremos aqui especialmente daquelas circunstâncias nas quais o respeito e o cuidado pelas vidas humanas são colocados de lado por interesses arbitrários. Para tanto, nos concentraremos em um dos momentos mais sombrios da história: o período do regime nazista, onde milhares de Judeus, além de ciganos e homossexuais foram perseguidos e executados. Momento em que muitos cristãos foram omissos, ou pior, associaram-se aos nazistas formando a Igreja Nacional do Reich. Diante de tal conjuntura houve reações por parte daqueles que percebiam os desvios dos “Cristãos Alemães” dos princípios Bíblicos e das confissões históricas do protestantismo. Assim, em 1934, houve um sínodo independente em Barmen, de onde surgiu uma confissão de fé que ficou conhecida como declaração de Barmen e também originou o movimento que ficou conhecido como: Igreja Confessante. Um dos líderes desse movimento foi o pastor Dietrich Bonhoeffer (1906-1945). Bonhoeffer se posicionou desde o início contra o regime nazista e foi além do movimento confessional, para ele não bastava apenas confessar, era preciso agir. Desse modo, o teólogo alemão participou ativamente na resistência contra o nazismo, sendo enforcado por alta traição em 09 de abril de 1945. Desse modo, essa comunicação visa contribuir para o pensamento acerca da legitimidade do cristão em agir contra o tirano e em favor daqueles que são espoliados de seus direitos: ‘“Erga a voz em favor dos que não podem defender-se’ (Pv. 31.8). quem reconhece na igreja de hoje, que essa é a menor das exigências a nós feitas pela Bíblia nestes tempos?”.

Research paper thumbnail of Credo quia absurdum: Tertuliano e Kierkegaard (169-174)

ANAIS VI CONGRESSO ANPTECRE, 2017

Nossa proposta de comunicação tem como objetivo analisar a apropriação que Kierkegaard faz de Ter... more Nossa proposta de comunicação tem como objetivo analisar a apropriação que Kierkegaard faz de Tertuliano e do famoso aforismo a ele atribuído: “eu creio porque é absurdo”. O reminiscente desse aforismo será retomado por Kierkegaard em sua obra Temor e Tremor (1843) por meio das expressões: “por força do absurdo” ou “em virtude do absurdo”. Por suas atitudes frente à filosofia, tanto Tertuliano quanto Kierkegaard foram acusados de irracionalismo e atitude anti-filosófica. Essa proposta de comunicação, no entanto, pretende abordar os autores a partir de outra perspectiva. Em nossa análise, pretendemos mostrar que Tertuliano e Kierkegaard não eram contra o pensamento racional e a filosofia per se, o que ambos não admitiam era que a religião ficasse subordinada aos sistemas filosóficos. Com o seu aforismo – (embora existam controvérsias se foi exatamente isso que Tertuliano disse, mas é provavelmente certo que ele disse coisas semelhantes) – Tertuliano pretende demarcar a diferença entre a religião judaico-cristã e as concepções dos filósofos, entre a fé que encontra as razões para a sua crença e os filósofos que tentam reduzir ou “encaixar” a fé em seus sistemas ou refutá-la como nonsense. É também, por causa da religião judaico-cristã e tudo que ela comporta em seu escopo que o pensador dinamarquês Søren Aaybie Kierkegaard, mais de mil e setecentos anos depois de Tertuliano se insurgirá contra os sistemas filosóficos e contra a submissão da teologia a tais sistemas. Desse modo, a análise se pautará no conceito de absurdo investigando quais as consequências desse conceito para Tertuliano e para Kierkegaard.

Research paper thumbnail of Kierkegaard e a reforma luterana (p. 165-171)

ANAIS SOTER 2017, 2017

Kierkegaard, em o Ponto de vista explicativo da minha obra de escritor (1848) afirma que é um aut... more Kierkegaard, em o Ponto de vista explicativo da minha obra de escritor (1848) afirma que é um autor religioso e que toda a sua obra relaciona-se com o problema do tornar-se cristão. No entanto, a pergunta que se faz, é de qual cristianismo ele estava falando? Ao analisarmos as obras do autor e as críticas frequentes direcionadas à cristandade, não podemos perder de vista que o cristianismo ao qual o pensador dinamarquês trata ao longo de sua obra, é o cristianismo reformado, cuja teologia, organização eclesiástica, liturgia e ética procedem de Martinho Lutero (1843-1546). E foi este cristianismo que ofereceu à Kierkegaard os temas fundamentais para que ele desenvolvesse a sua filosofia. Desse modo, a presente comunicação objetiva mostrar de que forma o pensamento do filósofo se encontra na esteira do pensamento protestante luterano. Compreendendo que, mesmo algumas críticas de Kierkegaard direcionadas ao reformador têm como propósito atingir a instituição religiosa que no seu entender, havia se distanciado de um compromisso sério com o cristianismo. Neste aspecto podemos entender Kierkegaard como um luterano da modernidade combatendo os erros que ele via em seu tempo. No entanto, é importante salientar que enquanto Lutero pretendia reformar a instituição, Kierkegaard se dirige ao indivíduo.

Research paper thumbnail of A crítica da multidão: pensando a política a partir de Kierkegaard (p. 8-12)

ANAIS DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA RELIGIÃO, 2018

O objetivo desta comunicação é compreender a crítica do filósofo Søren Kierkegaard à multidão. Pa... more O objetivo desta comunicação é compreender a crítica do filósofo Søren Kierkegaard à multidão. Para tanto, partiremos da categoria do indivíduo, palavra cara ao filósofo, uma vez que esta categoria contrasta com “a massa”, “o público”, “a turba”, “a multidão”. E segundo Kierkegaard “a multidão é a mentira”. Entretanto, não se deve pensar que Kierkegaard era um subjetivista ou isolacionista, como às vezes tem sido classificado. A recusa de Kierkegaard a algumas perspectivas políticas que se baseiam na “massa” é porque ele acreditava que estas nivelam os indivíduos de um modo rasteiro e também são ineficientes para resolver o problema social. Desse modo, o pensador dinamarquês se volta para a primeira Carta de São Paulo aos Coríntios, mas especificamente ao Hino à Caridade (Cap. 13) e escreve As Obras do Amor (1847). Para Kierkegaard, somente o amor ao próximo, como compreendido na perspectiva cristã, poderá realizar o mais alto ideal social (a igualdade humana), uma vez que, somente quem ama verdadeiramente o próximo exprime incondicionalmente a igualdade humana. Desse modo, essa comunicação procurará mostrar que a crítica de Kierkegaard à multidão está amparada em suas convicções religiosas. Entretanto, pretendemos também mostrar que tal recusa, não significa abandono ou alienação dos problemas sociais por parte do autor. Tendo em vista que, ao assumir o conceito de próximo, tal como se encontra no Novo Testamento, o autor demonstra as suas preocupações sociais, entretanto, o próximo não é a multidão, pois ao amar a multidão, não amo a ninguém propriamente, mas ao amar o próximo amo a esse existente que está ao meu lado.

Research paper thumbnail of O absurdo em Kierkegaard e Camus: limite extremo, fé e revolta

Teoliterária, 2019

O objetivo do trabalho é investigar aspectos da noção de absurdo em trechos de obras de Camus e ... more O objetivo do trabalho é investigar aspectos da noção de absurdo em trechos de obras de Camus e de Kierkegaard, centrando nosso interesse sobre o que chamaremos aqui de limite em face do absurdo para ambos os pensadores. Iniciaremos nossa leitura sobre Camus em O mito de Sísifo (2017) e dedicaremos especial atenção ao capítulo “O suicídio filosófico”. Aqui o pensador franco-argelino se remete a Kierkegaard, incluindo-o entre os pensadores que efetuaram, de um modo específico, o suicídio filosófico. A partir daí, investigaremos a noção de absurdo em Kierkegaard, especialmente em sua obra Temor e Tremor (1843), onde o autor nos apresenta a noção do duplo movimento da fé em virtude do absurdo. Como conclusão, pretendemos mostrar a diferença de perspectivas sobre esse limite em face do absurdo e como as alternativas de ação propostas por ambos não são contraditórias entre si, embora Camus seja crítico de Kierkegaard.
Palavras-chave: Camus, Kierkegaard, limite extremo, absurdo, fé.

Research paper thumbnail of Compêndio Kierkegaard

Reflexão, 2018

Nos dias 27, 28 e 29 de maio de 2013, diversos pesquisadores brasileiros seguiram rumo à Universi... more Nos dias 27, 28 e 29 de maio de 2013, diversos pesquisadores brasileiros seguiram rumo à Universidade do Rio dos Sinos (Unisinos), no Rio Grande do Sul, para se unirem a outros pesquisadores estrangeiros a fim de comemorar o bicentenário de nascimento do filósofo Søren
Aabye Kierkegaard, nascido em 5 de maio de 1813 e falecido em 11 de novembro de 1855. Do encontro, nasceu o “Compêndio Kierkegaard”, coletânea das conferências proferidas naquele Congresso por seis convidados estrangeiros...