Fernando Fontoura | Unisinos - Academia.edu (original) (raw)
Papers by Fernando Fontoura
Prometheus Journal of Philosophy, 2019
RESUMO: O correto uso das phantasiai é um tema central para a ética do bem viver de Epicteto. Nor... more RESUMO: O correto uso das phantasiai é um tema central para a ética do bem viver de Epicteto. Normalmente elas são traduzidas como impressões ou representações. Mas parece que nos textos das Diatribes e do Encheiridion podemos verificar um uso duplo de phantasia: uma no sentido daquilo que aparece (exterior ao indivíduo) que é o fenômeno e outra no sentido do que fazemos com elas (interior ao indivíduo) que é a representação (apresenta novamente a/em si mesmo). Aquilo que fazemos com elas faz parte da ética do bem viver de Epicteto, porém aquilo que aparece, antes de fazermos uso disso, é o que trataremos como fenômeno (da qual muitos autores traduzem por impressão). É aí que vamos discutir nesse texto: qual é a qualidade ou características desse fenômeno na ética de Epicteto. Como ele se apresenta ante ao indivíduo antes dele fazer uso das phantasiai e qual relação tem ele com o exercício das representações. Como base de fenomenologia para a essa pesquisa usaremos a fenomenologia de Edmund Husserl. PALAVRAS-CHAVE: Phantasia. Epicteto. Fenomenologia. Husserl ABSTRACT: The correct use of phantasiai is a central theme for Epictetus' ethics of well-being. Usually they are translated as impressions or representations. But it seems that in the texts of Diatribes and Encheiridion we can see a dual use of phantasia: one in the sense of what appears (outside the individual) that is the phenomenon and another in the sense of what we do with them (interior to the individual) that is the representation (presenting again to / in itself). What we do with them is part of Epictetus's ethic of well-being, but what appears before we make use of it is what we will treat as a phenomenon (which many authors translate by impression). This is where we will discuss in this text: what is the quality or characteristics of this phenomenon in Epictetus ethics. How does he present himself before the individual before he makes use of phantasiai and what relation does he have with the exercise of representations. As a basis of phenomenology for this research we will use the phenomenology of Edmund Husserl.
RESUMO: O objetivo deste artigo é reforçar a concepção de filosofia como prática voltada ao bem-v... more RESUMO: O objetivo deste artigo é reforçar a concepção de filosofia como prática voltada ao bem-viver e, consequentemente, do filósofo como aquele que age em direção a esse objetivo. Para tanto será considerada a arte do bem-viver de um filósofo específico, Epicteto (55 d.C. – 135 d.C.) e seu desenvolvimento de uma filosofia prática para a questão do bem-viver, isto é, como um modo de vida. A substancialidade de um bem-viver se dá dentro de alguma estrutura que possibilita essa prática e a definição desta estrutura, como modelo para uma arte (techné), torna-se importante para delimitar quais escolhas e ações são possíveis e valorizadas dentro de uma concepção de bem-viver. Pode-se definir estruturas de ou modelos que aceitem um viver, mas nem todas estruturas ou modelos aceitam um bem-viver substancial, ainda mais na concepção de Epicteto. A diferenciação entre viver e bem-viver não se dá somente na qualidade ou no conteúdo das escolhas morais e teleológicas, mas também na estrutura adequada para ambas as posições. Uma vez definida a estrutura ou modelo de um bem-viver, na concepção de Epicteto, abre-se a possibilidade de correção do caminho até este bem-viver e também das escolhas apropriadas a efetivar essa substancialidade através dessa estrutura. ABSTRACT: The purpose of this article is to strengthen the concept of philosophy as practice focused on living well and hence the philosopher as one who acts toward that goal. To do so, I will be considering the art of good living of a specific philosopher, Epictetus (55 B.C.-135 A.D.) and his development of a practical philosophy to the question of the good life, that is, as a way of life. The substantiality of a good life occurs within some structure and the definition of this structure, as a model for an art (techné), is important to define what choices and actions are possible and valued within a conception of the good life. You can define structures or models who accept a living, but not all the structure model accepts a substantial living well, even in the design of Epictetus. The differentiation between living and living well does not happen only in the quality or content of moral choices and teleological but also the appropriate framework for both positions. Once defined the structure or model of a good life in the design of Epictetus, it opens the possibility of the way to fix this good life and also the appropriate choices to accomplish this substantiality through that structure.
Philosophy as a way of life is a matter of ancient philosophical schools, both Greek and Roman. T... more Philosophy as a way of life is a matter of ancient philosophical schools, both Greek and Roman. To this end, several philosophical schools have developed discourses to clarify and support philosophical practice. This is the central idea of Pierre Hadot, a French philosopher who takes up the question of philosophy as a way of life and from which we set out to develop arguments towards an ethic of good living. This work of dissertation will develop a specific ethic of good living of the Greek-Roman philosopher Epictetus, who lived in the first century of our era. The search for an ideal of life had as fundamental topics the virtues (aretai), happiness (eudaimonia), the serene flow of life (euroia), the imperturbation of the soul (ataraxia). However, the euroia will be considered here as the fundamental goal of the ethics of well-being, which is developed by the exercise of the virtues. To accomplish this, the ethics of good living will show Epictetus's theory of action and the fundamental structures for it to be realized. Within the theory of action proairesis is a fundamental point where reason and the differentiation between that which is in our power (eph'hêmin) of that which is not in our power (úk eph'hêmin) are of paramount importance for the development of a therapy of yourself toward euroia.
Partindo da concepção de que o ser humano pode construir conhecimento e que seu aparato cognitivo... more Partindo da concepção de que o ser humano pode construir conhecimento e que seu aparato cognitivo, devidamente estimulado, pode dar conta da aprendizagem do mundo exterior e assim construir uma inteligência conceitual, a epistemologia objetivista de Ayn Rand pode ser uma alternativa quanto à relação entre entidade/identidade-causalidade, relação esta perdida ou enfraquecida por teorias epistemológicas durante a história da filosofia. O foco dessa relação está na identidade, à qual é a base de uma teoria do conhecimento que prima pela relação existência-consciência. Através da atividade do sujeito na relação com o mundo, ele torna-se responsável pela construção de seu conhecimento, eliminando assim qualquer tipo de teoria que tire dele sua capacidade cognitiva ou a enfraqueça tornando-o mero expectador das relações do mundo.
Drafts by Fernando Fontoura
RESUMO: dentro da concepção de filosofia prática, a fenomenologia aplicada à filosofia clínica te... more RESUMO: dentro da concepção de filosofia prática, a fenomenologia aplicada à filosofia clínica tem o estatuto de fenomenologia existencial por ter como fundamento de suas questões a vivência ou a facticidade e não propriamente-ou somente-a questão da consciência ou da essência daquilo que aparece em si mesmo. Através da porta aberta por Husserl, outros fenomenologistas-Sartre, Merleau-Ponty e mesmo Heidegger-colocaram as questões da fenomenologia em uma perspectiva existencial e é essa a abordagem que a filosofia clínica utiliza em sua prática terapêutica. Esse artigo visa colocar em perspectiva prática a fenomenologia existencialista diretamente sob o paradigma da filosofia clínica e delinear quais os pontos de contato entre um e outro. PALAVRAS-CHAVE: fenomenologia, filosofia clínica, filosofia prática. ABSTRACT: within the conception of practical philosophy, phenomenology applied to clinical philosophy has the status of existential phenomenology because it is based on its questions of experience or facticity and not properly-or not only-the question of consciousness or the essence of what appears in itself. Through the door opened by Husserl, other phenomenologists-Sartre, Merleau-Ponty and even Heidegger-have put the questions of phenomenology in an existential perspective and this is the approach that clinical philosophy uses in its therapeutic practice. This article aims to put into practice perspective the existentialist phenomenology directly under the paradigm of clinical philosophy and to delineate the points of contact between one and the other.
RESUMO: a relação hermenêutica entre eu e tu em Gadamer, em sua obra Verdade e Método coloca a ét... more RESUMO: a relação hermenêutica entre eu e tu em Gadamer, em sua obra Verdade e Método coloca a ética como fundamento primeiro e último dessa relação. Com vistas a uma nova ordem mundial hermenêutica, através do diálogo, da escuta, do direito e da voz do outro, tanto para conflitos geopolíticos como para uma relação cotidiana entre pessoas, Gadamer estabelece alguns critérios para um diálogo de abertura onde ambas as partes, eu e tu, têm responsabilidades éticas nessa dialética. Na apresentação dessa relação ética hermenêutica gadameriana, vamos deliberar que o lugar ou espaço dessa relação ideal que ele coloca, não é na política ou em outra área mais abrangente, mas é possível dentro de uma relação menor, uma relação terapêutica, porém não a psicanálise, mas a da filosofia clínica, por ela defender veementemente a singularidade. ABSTRACT: the hermeneutic relationship between thou and I in Gadamer in his Truth and Method puts ethics as the first and last foundation of this relationship. With a view to a new hermeneutic world order, through dialogue, listening, right and the voice of the other, both for geopolitical conflicts and for a daily relationship between people, Gadamer sets out some criteria for an open dialogue where both parties, thou and I, have ethical responsibilities in this dialectic. In the presentation of this Gadamerian hermeneutic ethics relation, we will deliberate that the place or space of this ideal relationship, is not in politics or in another more broader area, but it is possible within a minor relationship, a therapeutic relationship, but not psychoanalysis , but that of clinical philosophy, because it strongly advocates the uniqueness. PALAVRAS-CHAVE: Gadamer-hermenêutica-ética-filosofia clínica-dialética-singularidade INTRODUÇÃO Na obra Verdade e Método Gadamer fala na relação eu-tu estabelecendo a hermenêutica, neste processo de diálogo, enquanto ética. Dentro desta perspectiva alguns tópicos fundamentais se sobressaem, tais como, o outro, a diferença, o diálogo, o ouvir, a alteridade, o respeito, o acolhimento. Basicamente aqui veremos as três formas de relação que Gadamer coloca em Verdade e Método como possíveis entre Eu-Tu e tentaremos mostrar que a relação ética fundamental onde os tópicos acima descritos se efetivam é em uma relação terapêutica, especificamente a relação terapêutica que se dá na Filosofia Clínica 2. A abertura ao ouvir, o não julgamento ético ou epistemológico sobre o outro, o acolhimento e a não tipologização são características essências que precisam estar presentes para que tal relação hermenêutica-ética aconteça. Todas essas são caraterísticas da abordagem ao humano da Filosofia Clínica. Há, lógico, alguns pontos de tensão que também serão explicitados.
Starting from the conception that the human being can build knowledge and that your cognitive app... more Starting from the conception that the human being can build knowledge and that your cognitive apparatus properly stimulated can account for the learning of the external world and thus build a conceptual intelligence, the objectivist epistemology of Ayn Rand may be an alternative to the relationship between entity-causality, relationship whose is lost or weakened by theories during the history of philosophy. The focus of this relationship lies on identity, which is the basis of a theory of knowledge that lies on an existence-consciousness relationship. Through the activity of the subject in relation to the world, he become responsible for the construction of your own knowledge, thereby eliminating any kind of theory that takes away its cognitive ability or weakens making him mere spectator of the world's relations.
Phenomenology as an approach reaches things in themselves and has its application also in the the... more Phenomenology as an approach reaches things in themselves and has its application also in the therapeutic field, being in the Clinical Philosophy of fundamental importance for the structural and hermeneutical approach that follows the phenomenological phase in its method. In this article we will outline the role and importance of existential phenomenology in the methodology of Clinical Philosophy, a therapeutical approach that had its methodological construction in Brazil in the 1990s.
Partindo da concepção de que o ser humano pode construir conhecimento e que seu aparato cognitivo... more Partindo da concepção de que o ser humano pode construir conhecimento e que seu aparato cognitivo, devidamente estimulado, pode dar conta da aprendizagem do mundo exterior e assim construir uma inteligência conceitual, a epistemologia objetivista de Ayn Rand pode ser uma alternativa quanto à relação entre entidade-identidade- causalidade, relação esta perdida ou enfraquecida por teorias epistemológicas durante a história da filosofia. O foco dessa relação está na identidade, à qual é a base de uma teoria do conhecimento que prima pela relação existência-consciência. Através da atividade do sujeito na relação com o mundo, ele torna-se responsável pela construção de seu conhecimento, eliminando assim qualquer tipo de teoria que tire dele sua capacidade cognitiva ou a enfraqueça tornando-o mero expectador das relações do mundo.
Prometheus Journal of Philosophy, 2019
RESUMO: O correto uso das phantasiai é um tema central para a ética do bem viver de Epicteto. Nor... more RESUMO: O correto uso das phantasiai é um tema central para a ética do bem viver de Epicteto. Normalmente elas são traduzidas como impressões ou representações. Mas parece que nos textos das Diatribes e do Encheiridion podemos verificar um uso duplo de phantasia: uma no sentido daquilo que aparece (exterior ao indivíduo) que é o fenômeno e outra no sentido do que fazemos com elas (interior ao indivíduo) que é a representação (apresenta novamente a/em si mesmo). Aquilo que fazemos com elas faz parte da ética do bem viver de Epicteto, porém aquilo que aparece, antes de fazermos uso disso, é o que trataremos como fenômeno (da qual muitos autores traduzem por impressão). É aí que vamos discutir nesse texto: qual é a qualidade ou características desse fenômeno na ética de Epicteto. Como ele se apresenta ante ao indivíduo antes dele fazer uso das phantasiai e qual relação tem ele com o exercício das representações. Como base de fenomenologia para a essa pesquisa usaremos a fenomenologia de Edmund Husserl. PALAVRAS-CHAVE: Phantasia. Epicteto. Fenomenologia. Husserl ABSTRACT: The correct use of phantasiai is a central theme for Epictetus' ethics of well-being. Usually they are translated as impressions or representations. But it seems that in the texts of Diatribes and Encheiridion we can see a dual use of phantasia: one in the sense of what appears (outside the individual) that is the phenomenon and another in the sense of what we do with them (interior to the individual) that is the representation (presenting again to / in itself). What we do with them is part of Epictetus's ethic of well-being, but what appears before we make use of it is what we will treat as a phenomenon (which many authors translate by impression). This is where we will discuss in this text: what is the quality or characteristics of this phenomenon in Epictetus ethics. How does he present himself before the individual before he makes use of phantasiai and what relation does he have with the exercise of representations. As a basis of phenomenology for this research we will use the phenomenology of Edmund Husserl.
RESUMO: O objetivo deste artigo é reforçar a concepção de filosofia como prática voltada ao bem-v... more RESUMO: O objetivo deste artigo é reforçar a concepção de filosofia como prática voltada ao bem-viver e, consequentemente, do filósofo como aquele que age em direção a esse objetivo. Para tanto será considerada a arte do bem-viver de um filósofo específico, Epicteto (55 d.C. – 135 d.C.) e seu desenvolvimento de uma filosofia prática para a questão do bem-viver, isto é, como um modo de vida. A substancialidade de um bem-viver se dá dentro de alguma estrutura que possibilita essa prática e a definição desta estrutura, como modelo para uma arte (techné), torna-se importante para delimitar quais escolhas e ações são possíveis e valorizadas dentro de uma concepção de bem-viver. Pode-se definir estruturas de ou modelos que aceitem um viver, mas nem todas estruturas ou modelos aceitam um bem-viver substancial, ainda mais na concepção de Epicteto. A diferenciação entre viver e bem-viver não se dá somente na qualidade ou no conteúdo das escolhas morais e teleológicas, mas também na estrutura adequada para ambas as posições. Uma vez definida a estrutura ou modelo de um bem-viver, na concepção de Epicteto, abre-se a possibilidade de correção do caminho até este bem-viver e também das escolhas apropriadas a efetivar essa substancialidade através dessa estrutura. ABSTRACT: The purpose of this article is to strengthen the concept of philosophy as practice focused on living well and hence the philosopher as one who acts toward that goal. To do so, I will be considering the art of good living of a specific philosopher, Epictetus (55 B.C.-135 A.D.) and his development of a practical philosophy to the question of the good life, that is, as a way of life. The substantiality of a good life occurs within some structure and the definition of this structure, as a model for an art (techné), is important to define what choices and actions are possible and valued within a conception of the good life. You can define structures or models who accept a living, but not all the structure model accepts a substantial living well, even in the design of Epictetus. The differentiation between living and living well does not happen only in the quality or content of moral choices and teleological but also the appropriate framework for both positions. Once defined the structure or model of a good life in the design of Epictetus, it opens the possibility of the way to fix this good life and also the appropriate choices to accomplish this substantiality through that structure.
Philosophy as a way of life is a matter of ancient philosophical schools, both Greek and Roman. T... more Philosophy as a way of life is a matter of ancient philosophical schools, both Greek and Roman. To this end, several philosophical schools have developed discourses to clarify and support philosophical practice. This is the central idea of Pierre Hadot, a French philosopher who takes up the question of philosophy as a way of life and from which we set out to develop arguments towards an ethic of good living. This work of dissertation will develop a specific ethic of good living of the Greek-Roman philosopher Epictetus, who lived in the first century of our era. The search for an ideal of life had as fundamental topics the virtues (aretai), happiness (eudaimonia), the serene flow of life (euroia), the imperturbation of the soul (ataraxia). However, the euroia will be considered here as the fundamental goal of the ethics of well-being, which is developed by the exercise of the virtues. To accomplish this, the ethics of good living will show Epictetus's theory of action and the fundamental structures for it to be realized. Within the theory of action proairesis is a fundamental point where reason and the differentiation between that which is in our power (eph'hêmin) of that which is not in our power (úk eph'hêmin) are of paramount importance for the development of a therapy of yourself toward euroia.
Partindo da concepção de que o ser humano pode construir conhecimento e que seu aparato cognitivo... more Partindo da concepção de que o ser humano pode construir conhecimento e que seu aparato cognitivo, devidamente estimulado, pode dar conta da aprendizagem do mundo exterior e assim construir uma inteligência conceitual, a epistemologia objetivista de Ayn Rand pode ser uma alternativa quanto à relação entre entidade/identidade-causalidade, relação esta perdida ou enfraquecida por teorias epistemológicas durante a história da filosofia. O foco dessa relação está na identidade, à qual é a base de uma teoria do conhecimento que prima pela relação existência-consciência. Através da atividade do sujeito na relação com o mundo, ele torna-se responsável pela construção de seu conhecimento, eliminando assim qualquer tipo de teoria que tire dele sua capacidade cognitiva ou a enfraqueça tornando-o mero expectador das relações do mundo.
RESUMO: dentro da concepção de filosofia prática, a fenomenologia aplicada à filosofia clínica te... more RESUMO: dentro da concepção de filosofia prática, a fenomenologia aplicada à filosofia clínica tem o estatuto de fenomenologia existencial por ter como fundamento de suas questões a vivência ou a facticidade e não propriamente-ou somente-a questão da consciência ou da essência daquilo que aparece em si mesmo. Através da porta aberta por Husserl, outros fenomenologistas-Sartre, Merleau-Ponty e mesmo Heidegger-colocaram as questões da fenomenologia em uma perspectiva existencial e é essa a abordagem que a filosofia clínica utiliza em sua prática terapêutica. Esse artigo visa colocar em perspectiva prática a fenomenologia existencialista diretamente sob o paradigma da filosofia clínica e delinear quais os pontos de contato entre um e outro. PALAVRAS-CHAVE: fenomenologia, filosofia clínica, filosofia prática. ABSTRACT: within the conception of practical philosophy, phenomenology applied to clinical philosophy has the status of existential phenomenology because it is based on its questions of experience or facticity and not properly-or not only-the question of consciousness or the essence of what appears in itself. Through the door opened by Husserl, other phenomenologists-Sartre, Merleau-Ponty and even Heidegger-have put the questions of phenomenology in an existential perspective and this is the approach that clinical philosophy uses in its therapeutic practice. This article aims to put into practice perspective the existentialist phenomenology directly under the paradigm of clinical philosophy and to delineate the points of contact between one and the other.
RESUMO: a relação hermenêutica entre eu e tu em Gadamer, em sua obra Verdade e Método coloca a ét... more RESUMO: a relação hermenêutica entre eu e tu em Gadamer, em sua obra Verdade e Método coloca a ética como fundamento primeiro e último dessa relação. Com vistas a uma nova ordem mundial hermenêutica, através do diálogo, da escuta, do direito e da voz do outro, tanto para conflitos geopolíticos como para uma relação cotidiana entre pessoas, Gadamer estabelece alguns critérios para um diálogo de abertura onde ambas as partes, eu e tu, têm responsabilidades éticas nessa dialética. Na apresentação dessa relação ética hermenêutica gadameriana, vamos deliberar que o lugar ou espaço dessa relação ideal que ele coloca, não é na política ou em outra área mais abrangente, mas é possível dentro de uma relação menor, uma relação terapêutica, porém não a psicanálise, mas a da filosofia clínica, por ela defender veementemente a singularidade. ABSTRACT: the hermeneutic relationship between thou and I in Gadamer in his Truth and Method puts ethics as the first and last foundation of this relationship. With a view to a new hermeneutic world order, through dialogue, listening, right and the voice of the other, both for geopolitical conflicts and for a daily relationship between people, Gadamer sets out some criteria for an open dialogue where both parties, thou and I, have ethical responsibilities in this dialectic. In the presentation of this Gadamerian hermeneutic ethics relation, we will deliberate that the place or space of this ideal relationship, is not in politics or in another more broader area, but it is possible within a minor relationship, a therapeutic relationship, but not psychoanalysis , but that of clinical philosophy, because it strongly advocates the uniqueness. PALAVRAS-CHAVE: Gadamer-hermenêutica-ética-filosofia clínica-dialética-singularidade INTRODUÇÃO Na obra Verdade e Método Gadamer fala na relação eu-tu estabelecendo a hermenêutica, neste processo de diálogo, enquanto ética. Dentro desta perspectiva alguns tópicos fundamentais se sobressaem, tais como, o outro, a diferença, o diálogo, o ouvir, a alteridade, o respeito, o acolhimento. Basicamente aqui veremos as três formas de relação que Gadamer coloca em Verdade e Método como possíveis entre Eu-Tu e tentaremos mostrar que a relação ética fundamental onde os tópicos acima descritos se efetivam é em uma relação terapêutica, especificamente a relação terapêutica que se dá na Filosofia Clínica 2. A abertura ao ouvir, o não julgamento ético ou epistemológico sobre o outro, o acolhimento e a não tipologização são características essências que precisam estar presentes para que tal relação hermenêutica-ética aconteça. Todas essas são caraterísticas da abordagem ao humano da Filosofia Clínica. Há, lógico, alguns pontos de tensão que também serão explicitados.
Starting from the conception that the human being can build knowledge and that your cognitive app... more Starting from the conception that the human being can build knowledge and that your cognitive apparatus properly stimulated can account for the learning of the external world and thus build a conceptual intelligence, the objectivist epistemology of Ayn Rand may be an alternative to the relationship between entity-causality, relationship whose is lost or weakened by theories during the history of philosophy. The focus of this relationship lies on identity, which is the basis of a theory of knowledge that lies on an existence-consciousness relationship. Through the activity of the subject in relation to the world, he become responsible for the construction of your own knowledge, thereby eliminating any kind of theory that takes away its cognitive ability or weakens making him mere spectator of the world's relations.
Phenomenology as an approach reaches things in themselves and has its application also in the the... more Phenomenology as an approach reaches things in themselves and has its application also in the therapeutic field, being in the Clinical Philosophy of fundamental importance for the structural and hermeneutical approach that follows the phenomenological phase in its method. In this article we will outline the role and importance of existential phenomenology in the methodology of Clinical Philosophy, a therapeutical approach that had its methodological construction in Brazil in the 1990s.
Partindo da concepção de que o ser humano pode construir conhecimento e que seu aparato cognitivo... more Partindo da concepção de que o ser humano pode construir conhecimento e que seu aparato cognitivo, devidamente estimulado, pode dar conta da aprendizagem do mundo exterior e assim construir uma inteligência conceitual, a epistemologia objetivista de Ayn Rand pode ser uma alternativa quanto à relação entre entidade-identidade- causalidade, relação esta perdida ou enfraquecida por teorias epistemológicas durante a história da filosofia. O foco dessa relação está na identidade, à qual é a base de uma teoria do conhecimento que prima pela relação existência-consciência. Através da atividade do sujeito na relação com o mundo, ele torna-se responsável pela construção de seu conhecimento, eliminando assim qualquer tipo de teoria que tire dele sua capacidade cognitiva ou a enfraqueça tornando-o mero expectador das relações do mundo.