A Narrativa Docuficcional Como Forma De Escrever O Político Na Literatura Contemporânea a Partir Do Romance Macht Und Widerstand [Poder e Resistência], De Ilija Trojanow (original) (raw)

A RESISTÊNCIA AFETIVA E POLÍTICA NA NARRATIVA AUTOFICCIONAL A Resistência, de Julián Fuks

XXII Ciclo de Estudos Jurídicos: Mostra de Pesquisa e Extensão do Curso de Direito, 2017

Este trabalho visa a análise da narrativa de Julián Fuks, A Resistência (2015), com um recorte temático que contempla as questões relacionadas à resistência política e afetiva no âmbito dos entrecruzamentos da Ficção com a História, e da memória como possibilidade de ser, ao mesmo tempo, individual e coletiva. Ainda, a abordagem em questão divide-se em duas perspectivas: de um lado, a história da ditadura argentina e da família do narrador que resiste a ela; de outro, a história do filho adotivo e a difícil relação com os pais e os demais irmãos. Isso posto, a narrativa em análise pode ser entendida como uma construção autoficcional, pois o narrador ficcionaliza as suas vivências, assim, aliando memória e fabulação. Dessa forma, intenta, pela escrita, a conservação de um capital de lembranças, evitando que caiam no esquecimento, lançando, ainda, novos olhares ao passado ditatorial vivenciado pelo autor-narrador-personagem. Para atender a esses propósitos, a investigação está fundamentada, principalmente, em estudos bibliográficos. Este trabalho integra o projeto “Estética Da Resistência Afetiva E Política Em A Resistência, de Julián Fuks, fomentado pela FAPERGS.

DA LITERATURA COMO (PARTICIP)AÇÃO POLÍTICA: MODERNIDADE, UTOPIA E FICÇÃO DISTÓPICA

Resumo: O artigo articula Octavio Paz e Hannah Arendt em torno dos conceitos de política e ação, relacionando-os intimamente à literatura moderna, compreendida, em linhas gerais, como participação política no mundo. Em sequência, e em diálogo permanente com a Teoria Crítica, trata especificamente da literatura utópica, e, em especial, sua vertente distópica, apresentada enquanto uma literatura que Paz chamou de "terapêutica", que consiste em "diagnosticar o mal" em vez de prescrever remédios. Abstract: This paper articulates Octavio Paz and Hannah Arendt on the concepts of policy and action, linking them to modern literature, understood as participation in the political rule. In sequence, and in dialogue with the Critical Theory, addresses the utopian literature, and in particular its dystopian aspect, presented as a "therapeutic" literature, which consists of "diagnose the disease" instead of prescribe medication to the patient. A razão da Utopia é querer apenas o poder de não ter poder. Carlos Lima.

Literatura e Pensamento Político Em Dois Romances De Dyonélio Machado

Via Atlântica

O objetivo do artigo é apresentar um estudo sobre as formas de articulação do texto literário com o pensamento político nas obras Endiabrados e Proscritos, do escritor sul rio-grandense Dyonélio Machado. Escritos entre finais dos anos de 1950 e a década de 1960, os romances propõem um painel onde é representada a dinâmica sociopolítica do Brasil naquele período histórico. Uma de suas particularidades é a presença de um personagem escritor, por meio do qual abrem-se potencialmente as possibilidades de debate sobre o papel do intelectual na sociedade de classes.

Narrativa e Resistência: conto brasileiro contemporâneo

Literatura e Autoritarismo, 2019

Este artigo aborda como a perspectiva de resistência se manifesta no conto brasileiro contemporâneo, buscando identificar na forma e no tema de contos brasileiros do século XXI meios de resistência a qualquer situação de caráter conflitivo, não circunscrevendo a abordagem de resistência na literatura a episódios históricos específicos que poderiam gerar um teor testemunhal ou uma memória de fatos sociais representados nos contos. Para isso, expõe-se a concepção de resistência de Alfredo Bosi e análise de narrativas publicadas a partir dos anos 2000: “Boi”, de Marçal Aquino, e “O sorriso de brinquedo”, de Carlos Gildemar Pontes.

Notas Críticas à Literatura Sobre Estado, Políticas Estatais E Atores Políticos

Revista Brasileira de Informação Bibliográfica em …, 1997

5 De forma recente esta literatura tem se deslocado de uma postura centrada no Estado para uma linha de analise centrada nas relacoes entre Estado e sociedade em um ambiente organizado e constrangido por instituições. Devo a incorporacao das contribuições mais recentes neste texto, assim como minha descoberta deste deslocamento ao professor Ira Katznelson do

A Recriação Ficcional De Escritores No Romance Histórico Brasileiro Contemporâneo

2012

A proposta deste artigo e apresentar um panorama do romance historico brasileiro contemporâneo que se baseia na recriacao de escritores brasileiros tais como Machado de Assis, Clarice Lispector, Augusto dos Anjos, Graciliano Ramos dentre outros. Desse modo, a ficcao possibilita a revalorizacao e novas interpretacoes de autores e textos literarios produzidos no Brasil desde o movimento Barroco ate o Modernismo.

O “SE” MÁGICO DE STANISLAVSKI NA CONSTRUÇÃO DE UMA DRAMATURGIA BASEADA EM FATOS HISTÓRICOS DITATORIAIS

2009

O presente trabalho partiu da iniciativa de se criar um processo de construção dramatúrgica. Este estudo procurou construir cada personagem individualmente através do que se denominou prédramaturgia, partindo do conceito do "se mágico" de Stanislavski para a construção do personagem. O texto tem como objetivo a criação de quatro personagens infantis de nacionalidades diferentes e suas vivências durante regimes ditatoriais em seus respectivos países.

O HISTORIADOR DA POLÍTICA E A CRISE: DESAFIOS

Começo por uma definição básica dos contornos da história política ou da história do político 1. Esse campo se caracterizaria por reunir estudos dedicado às disputas pela construção (o que inclui a imaginação), conquista e manutenção (o que inclui a legitimação) do poder político. No nosso caso os fenômenos são observados em perspectiva histórica, obviamente, e as pesquisas podem colocar em foco igualmente ações, agentes, instituições e representações políticas as mais diversas. Feita essa definição inicial apresento a proposta da conferência: observar os impactos da crise atual sobre a historiografia dedicada à política, inclusive levando em conta algumas questões de natureza teórica, e refletir sobre a contribuição dos historiadores para a compreensão dos impasses atuais, em que concorrem com outras formas de apresentar/representar o passado e também com as ciências sociais. Além disso, a proposta é também debater sobre as diferentes formas de atuação pública dos historiadores em meio a esse contexto. Em outras palavras, trata-se de analisar os impactos da política sobre o conhecimento histórico e, na outra direção, a atuação da historiografia no espaço público. Temos visto recentemente alguns atores políticos e publicistas/jornalistas repetirem uma fórmula clássica, o que ao mesmo tempo destaca o lugar tradicional da história e denota a preocupação de tais agentes em garantir um lugar na posteridade. Têm se falado muito em julgamento da história e têm se especulado sobre o que dirão do momento atual os historiadores do futuro (Uma digressão provocativa para quem acredita que todos os eventos históricos são inventados pelos historiadores: com isso os contemporâneos transformam estes eventos em fato histórico, o que ficará como legado para os historiadores que não terão o papel de inventar o fato, mas de compreendê-lo e explica-lo). Não é coincidência que nos eventos realizados para debater os atuais impasses 1 Recentemente, tornou-se comum a flexão no gênero tradicional da palavra política e o uso de político, no masculino. O propósito dessa flexão de gênero, em geral, é utilizar " político " para expressar campo mais amplo que o abarcado tradicionalmente pela " política " , incorporando também o universo das representações e do imaginário. A esse respeito ver ROSANVALLON, Pierre. Por une histoire conceptuelle du politique. Paris: Seuil, 2003. Entretanto, não é indispensável o uso de " político " para expressar a ampliação do campo da política. Pode-se manter o uso da expressão tradicional e entender que ela passou a englobar também questões e fenômenos anteriormente não contemplados.

A VOZ DO NARRADOR NO ROMANCE POLIFÔNICO DE DOSTOIÉVSKI

When Bakhtin dedicates his literary studies to Dostoiévski's novels, the author observed that the Russian writer was the biggest responsible for creating what he calls the modern polyphonic novel. Using this concept of polyphony, the critic shows an analysis which defends that the construction of the characters was exceptional to the history of literature when it proposes personalities and particular voices to each subject of the novel. His theory consists in defending that the author's voice is not the one in charge of conducting the narrative anymore, but all the voices of all characters are now active in the story. That being so, the main intention of this article is to show how the narrator's voice of the novel " The Idiot " , from Dostoiévski, gains space in a polyphonic novel. The objective is to analyze how, specifically in this novel, the narrator's voice is identified in relation to the others characters' and author's voices. It is intended to investigate if his voice can be considered equivalent to the others voices in the narrative and if it is possible to defend that even the narrator's voice can be considered a character's voice.