A missionação Jesuíta em Moçambique: as relações com a sociedade e com o poder político, 1941-2011 (original) (raw)
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The present study entitled ' the Jesuit Missions in Mozambique: relations with society and with the political power in Tete, 1941-2011» analyzes the role of the Mozambican nation-building missions. This study was motivated by the fact that some questions about the relationship between the State and the Church in General and between the political power and the missionaries in particular persist. The impact of the Jesuit relations with political power and society in construction of the mozambican citizenship is analysed. The Mozambicans citizenship, in this study is understood to be the set of intrinsic Mozambican values as a result of the union between the colonial past references with post-colonial values. The study focuses on the historical evolution of the Jesuit presence in Mozambique. Documentary and field research show that both entities, i.e., Church and State, complement each other in the performance of their roles to promote social welfare. The question that the study considers criticism concerns the understanding of the sense of cooperation between a secular State and religious congregations. To make the study more restrictive and easy to understand, a particular case was chosen: the Missionaries of the Society of Jesus. From the social point of view, this study seeks to contribute to the solution of the problem of conflict between the secularity of the State and the problems inherent in social development whose answer requires the intervention of both political and religious power. The study reveals that, in certain circumstances, the missionary is on top place than that conferred by common sense because of its objective role in the knowledge of the real problems of the population and recommended solutions.
Aspectos da acção missionária portuguesa em contexto colonial actividade missionária das congregações portuguesas durante o Estado Novo é relativamente mal conhecida, apesar de se reconhecer a sua importância ao nível do papel que assumiram na aplicação, nos territórios ultramarinos, de muitas das directrizes da política colonial do tempo do salazarismo.
Topoi (Rio de Janeiro)
RESUMO Este artigo analisa a inserção do cristianismo batista em Moçambique, ex-colônia africana de Portugal, entre os anos de 1950 e 1971. Naquele contexto, os missionários se envolveram apenas com os colonos que ali viviam. A pergunta que tentaremos responder é: por que tais evangélicos não incluíram os(as) moçambicanos(as) autóctones em seus projetos? Consideraremos as razões históricas que explicam a primazia sociorracial assinalada, questionando alguns conceitos utilizados em estudos sobre história do protestantismo, especialmente os de protestantismos de “missão” e de “migração”, aqui interpelados a partir de apontamentos da Escola Italiana de História das Religiões, que oferece suporte para a principal conclusão do texto, a saber: em lugar de uma suposta natureza não missionária, o projeto era, sim, proselitista. A mídia impressa confessional do grupo será nossa principal fonte documental. Esperamos contribuir com os debates sobre as missões cristãs em África no século XX, so...
Topoi. Revista de História, 2022
Este artigo analisa a inserção do cristianismo batista em Moçambique, ex-colônia africana de Portugal, entre os anos de 1950 e 1971. Naquele contexto, os missionários se envolveram apenas com os colonos que ali viviam. A pergunta que tentaremos responder é: por que tais evangélicos não incluíram os(as) moçambicanos(as) autóctones em seus projetos? Consideraremos as razões históricas que explicam a primazia sociorracial assinalada, questionando alguns conceitos utilizados em estudos sobre história do protestantismo, especialmente os de protestantismos de “missão” e de “migração”, aqui interpelados a partir de apontamentos da Escola Italiana de História das Religiões, que oferece suporte para a principal conclusão do texto, a saber: em lugar de uma suposta natureza não missionária, o projeto era, sim, proselitista. A mídia impressa confessional do grupo será nossa principal fonte documental. Esperamos contribuir com os debates sobre as missões cristãs em África no século XX, sobretudo no âmbito da História Cultural das Religiões.
Revista História e Cultura, Franca-SP , 2014
Resumo: A vinda da primeira missão de jesuítas para a América Portuguesa, em 1549, estava ligada a um momento em que a Coroa lusa buscava tornar sua ocupação do território efetiva e rentável frente à violenta resistência dos nativos, à concorrência de ocupações estrangeiras e aos diversos projetos dos grupos sociais que ali se estabeleciam. O duplo objetivo deste trabalho é analisar a posição da Coroa portuguesa, mais como negociadora do que como impositora, quanto à exploração da população nativa na América entre os séculos XVI e XVII junto aos diferentes grupos interessados; e ainda, analisar, nesse período, a formulação de uma política missionária própria da província jesuítica brasileira, calcada na tutela religiosa e civil dos índios aldeados e na participação direta dos religiosos na organização social, política e econômica da sociedade que se constituía na América portuguesa.
A missionação católica em Moçambique no âmbito do padroado português do Oriente foi confrontada desde o início com o muito mais antigo proselitismo islâmico. Com base em escritos de missionários dominicanos, jesuítas e agostinhos, procura-se fundamentar as etapas desse confronto e, em particular, explicar como aos magros resultados da missão católica se contrapôs, desde o século XVIII, o crescente sucesso da islamização nas regiões costeiras do Norte de Moçambique e nas zonas interiores da chamada Macuana -o país Macua -em articulação com a intensificação do tráfico de escravos. Assim, discute-se a relativa recetividade do catolicismo por parte de diferentes grupos africanos e como tal aceitação cedeu perante o recrudescimento do prestígio dos muçulmanos, após a expulsão dos portugueses de Mombaça e o fim da sua influência política na costa suaíli a norte do Cabo Delgado. A mudança de paradigma religioso no Norte de Moçambique, ligada à penetração económica dos negreiros muçulmanos em direção ao interior e à formação de novas entidades políticas militarizadas mais ou menos islamizadas e articuladas com o sultanato de Angoche e outros xecados costeiros, foi ainda reforçada pela debilidade do Estado colonial e pelas demonstrações de tolerância e abertura religiosa por parte da administração pombalina, que se traduziram na instalação de redes muçulmanas em zonas anteriormente controladas por moradores afro-indoportugueses. Finalmente, sublinha-se a inadequação do cristianismo às realidades política, social e cultural do Norte de Moçambique, perante a recetividade aos sincretismos islâmicos difundidos a partir dos centros religiosos nas ilhas Comores, que, ao combinarem-se com as culturas locais, ajudaram a preservar os traços mais essenciais das hierarquias políticas e familiares africanas.
A Administração eclesiástica de Moçambique, século XVII
Revista de história da sociedade e da cultura, 2022
Este artigo é fruto de pesquisas realizadas no contexto de dois projetos: 1-"Religião, administração e justiça eclesiástica no império português (1514-1750)-ReligionAJE", PTDC/HAR-HIS/28719/2017, aprovado no âmbito do concurso para financiamento de projetos de investigação científica e desenvolvimento tecnológico em todos os domínios científicos, co-financiado pelo FEDER-Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, através do COMPETE, Programa Operacional Competitividade e Internacionalização (POCI), e por fundos nacionais através da FCT-Fundação para a Ciência e Tecnologia e H2020, coordenado por José Pedro Paiva; 2-"Disciplinando almas, disciplinando a sociedade: o cristianismo no Império português", financiado pelo CNPq e coordenado por mim. Com a generosidade de sempre, José Pedro Paiva encontrou tempo para ler uma primeira versão deste artigo. Agradeço ao amigo pelas indicações de fontes e sugestões que permitiram melhorar os argumentos apresentados aqui.
Resumo: Partindo do pressuposto de que a evangelização é um evento de longuíssimo prazo e dotado de processos fragmentados e particulares, o artigo mergulha nos fundamentos históricos da evangelização da Época Moderna a fim de colher elementos capazes de definir um quadro teórico e metodológico para o estudo da missionação jesuítica nos domínios ultramarinos de Portugal e Espanha. Pretende-se, com essa discussão, chamar a atenção para a importância da atividade missionária na construção do Novo Mundo, consequentemente, como um tema de estudo de fundamental importância para a compreensão da história colonial das sociedades latino-americanas. Palavras-chave: Evangelização – Missionação – Companhia de Jesus – Coroa Portuguesa – Coroa Espanhola. Resumen: Partiendo de la hipótesis de que la evangelización es un hecho a largo plazo y que está dotado de procesos fragmentados y particulares, el artículo se sumerge en los fundamentos históricos de la evangelización de la Época Moderna con el fin de recoger elementos capaces de definir un marco teórico y metodológico para el estudio de las Misiones Jesuíticas en los territorios de ultra mar de Portugal y de España. Con esta discusión se pretende llamar la atención sobre la actividad de las Misiones en la construcción del Nuevo Mundo y por consiguiente, considerarlo como un tema de estudio de fundamental importancia para la comprensión de la historia colonial de las sociedades latinoamericanas. Palabras clave: Evangelización – Misiones Jesuíticas – Compañía De Jesús – Corona Portuguesa – Corona Española.