UMA SÍNTESE DOS TRÊS ENFOQUES NA PESQUISA EM CIÊNCIAS SOCIAIS: O POSITIVISMO, A FENOMENOLOGIA E O MARXISMO (original) (raw)
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O POSITIVISMO E AS CIÊNCIAS FÍSICO-MATEMÁTICAS NO BRASIL
O termo positivismo está associado a filosofia para as quais o real, o verdadeiro, é o dado concreto, o dado sensível e toda metafísica é especulação inútil. Houve, ao longo da história, várias doutrinas com estes pontos de vista e, no entanto, muito diferentes entre si. Neste trabalho, consideramos o positivismo de Augusto Comte. Para este, só temos conhecimento de fenômenos, não de causas de fenômenos, a não ser que estas causas sejam também fenômenos. Não temos conhecimento de uma causa primeira ou de uma finalidade última das coisas. Somente conhecemos fenômenos e relações entre fenômenos; a estas relações chamamos leis.
POSITIVISMO E FUNDAMENTOS EPISTEMOLÓGICOS DA PESQUISA EM EDUCAÇÃO
Editora Schreiben eBooks, 2023
Este artigo apresenta uma análise filosófica da visão epistemológica do positivismo de Auguste Comte no contexto atual da educação. Primeiro, a filosofia é apresentada como a base teórica da epistemologia, segundo, ela tem se repetido no contexto, tempo e espaço em que o positivismo se desenvolve. Finalmente, o conhecimento científico da metafísica é aprimorado em um esforço para construir uma sociedade que possa libertar o homem da crença religiosa para atravessar para o progresso. Do ponto de vista metodológico, foi realizada uma revisão sistemática da literatura sobre o tema, que é frequentemente utilizada por pesquisadores da área de ciências humanas e sociais
TRABALHO E VALOR NAS MÍDIAS SOCIAIS: UMA ANÁLISE SOB AS LENTES DO MARXISMO
Trabalho & Educação (ISSN 1516-9537), 2018
Nesse artigo, busca-se responder a seguinte questão. Como explicar a origem do valor na esfera das mídias sociais, onde atuam empresas como Google e Facebook? Inicialmente, apresenta-se a abordagem do trabalho digital (digital labour) que Christian Fuchs propõe como resposta para o problema colocado. Nessa categoria estão inseridas todas as ocupações envolvidas nas cadeias de produção das tecnologias digitais. Fuchs evoca o conceito marxiano de trabalho produtivo para abordar o trabalho digital e, em seu esforço para aplicar o pensamento de Marx ao universo da Internet, o autor inclui na categoria digital labour o ato de navegar na Internet e usar as mídias sociais, tomando-o como trabalho explorado e produtor de mais-valia. Não obstante os méritos da abordagem de Fuchs, sua perspectiva acaba por divergir frontalmente de alguns princípios centrais do pensamento marxiano uma vez que (i) obscurece a diferença entre trabalho e lazer; (ii) elimina a diferença entre o tempo de trabalho necessário e tempo de trabalho excedente; e (iii) admite a extração de mais-valia e o conceito de trabalho produtivo fora da relação de assalariamento. Como alternativa para os equívocos dessa abordagem, o artigo apresenta uma interpretação das dinâmicas do valor nas mídias sociais que está fundamentada nas categorias renda e renda de monopólio empregadas por Marx, bem como na distinção entre valor e preço estabelecida pelo pensador alemão.
ESTATUTO ONTOLÓGICO DA TEORIA SOCIAL MARXIANA E "QUESTÃO DO MÉTODO"
RESUMO: Neste texto expomos as principais questões que permeiam e constituem a teoria do conhecimento em K. Marx, tendo como eixo a questão do trabalho como fundamento ontológico do método científico. Demonstramos, pautado especialmente nos trabalhos de G. Lukács e I. Mészáros, o caráter ontológico do pensamento de Marx e quais são os elementos teóricos fundamentais a serem observados no entendimento da relação entre ontologia, epistemologia e método. Para Marx, qualquer categoria científica só adquire concretude quando assentada nos fundamentos que tornam o Homem, Homem. Uma vez estatuída a base ontológica que sustenta a produção das ideias, "sujeito" e "objeto" do conhecimento aparecem enquanto unidade (que não deve ser confundida com identidade), enquanto subjetividade humana objetivada e enquanto realidade apreendida subjetivamente, de forma aproximativa, através das formas específicas de espelhamento ideal da realidade. O núcleo do texto reside na concepção que entende ser a categoria trabalho o "ponto de Arquimedes" de toda a teoria marxiana e que qualquer tentativa de resolução da problemática do método deve ter presente o caráter central determinante dessa categoria no Mundo dos Homens. Palavras-chave: Epistemologia; Ontologia; Método; Trabalho; Teoria marxista do conhecimento.
MARXISMO, DIVERSIDADE SEXUAL E DIVISÃO SEXUAL DO TRABALHO: REFLEXÕES DE UM FENÔMENO SOCIAL
Ciências Sociais e Políticas Povo e Democracia, 2023
O presente trabalho apresenta a temática de reflexão acerca do fenômeno social e de resistência na qual se apresenta a diversidade sexual a partir da perspectiva marxista. Ressaltamos aqui as violências que são apresentadas no serviço social exigindo assim uma análise crítica no que tange às categorias, gênero, classe e raça/etnia. Nesse sentido cabe afirmar que, partindo dessa perspectiva crítica, temos como objetivo, trazer contribuição à luta histórica do movimento LGBTQIA+. Trata-se de fato de uma temática atual e pertinente visto que de modo constante observa-se casos de violência contra as lutas dos movimentos sociais no Brasil. O presente estudo adotou como metodologia a pesquisa bibliográfica de cunho qualitativo e busca ainda dialogar e enfrentar críticas históricas e contemporâneas sob a ótica marxista no que tange a sua perspectiva de totalidade na diversidade sexual e divisão sexual do trabalho. São muitas críticas à suposta insuficiência do marxismo na diversidade sexual e na defesa da população LGBTQIA+, este estudo traz como evidência que o pensamento marxista contribuiu e ainda contribui para que diante de cada situação de exploração e de opressão, possamos identificar determinações da sociedade capitalista que submetem indivíduos a condições precárias de vida produzindo a barbárie identificada na contemporaneidade.
ASPECTOS ÉTICOS NA PESQUISA SOCIOLINGUÍSTICA
Toda pesquisa científica envolvendo humanos apresenta riscos. Questões de ética em pesquisa sociolinguística parecem improváveis, afinal, não estamos testando nenhuma droga nova, nem enfiando eletrodos no cérebro de nossos informantes. Que mal há em realizar uma simples entrevista ou aplicar um questionário a um conjunto de informantes? Do ponto de vista de cuidados éticos, há riscos, sim, e que precisam ser minimizados, com a elaboração prévia do desenho da pesquisa, o treinamento adequado do pesquisador de campo e o cuidado na divulgação dos resultados.
Revista Estudos Institucionais, 2019
Este artigo tem o intuito de ressaltar a importância da pesquisa interdisciplinar para a compreensão da regulação jurídica em um contexto social hipercomplexo. Para tanto, em primeiro lugar, analisa as dificuldades e os desafios ínsitos ao desenvolvimento da interdisciplinaridade. Em seguida, propõe que os “estudos sociojurídicos” sejam definidos como um campo interdisciplinar em que contribuições provenientes das mais diversas áreas das ciências sociais podem ser apropriadas pelos juristas para a elaboração de análises mais consequentes. Contudo, considerando a especificidade assumida pelos aportes teóricos de outras disciplinas no campo dos “estudos sociojurídicos”, propõe que as ciências sociais sejam entendidas, sobretudo, como instrumentos de “vigilância epistemológica” no âmbito desses estudos.
A POSTURA DO POSITIVISMO COM RELACAO AS CIENCIAS HUMANAS
Neste artigo tentaremos mostrar como o movimento positivista tratou a relação entre as ciências humanas e as ciências naturais, especificamente, através dos filósofos Auguste Comte e John Stuart Mill, que tiveram um papel decisivo no modo como as ciências humanas vieram a ser posteriormente abordadas. Comte na sua obra Curso de filosofia positiva (1842) defende a idéia de uma unidade metodológica das ciências, de modo que o método positivo poderia ser empregado não só pelas ciências naturais, mas podendo ser estendido ao estudo dos fenômenos humanos e sociais. Mill, por sua vez, em sua obra Sistema de lógica dedutiva e indutiva (1843), no capítulo intitulado "A lógica das ciências morais", tentou fornecer às ciências humanas, por ele chamadas "ciências morais", uma fundamentação de caráter positivo. A idéia básica por ele sustentada é que as ciências morais não detêm uma lógica própria, mas empregam aquela já utilizada pelas ciências naturais, de modo que elas seriam apenas uma parte destas últimas, visando nada mais do que conhecer as regularidades dos fenômenos humanos.