A consciência e a questão da humanidade do humano em Das Wesen des Christentums, de Ludwig Feuerbach (original) (raw)

O Conceito De Essência Humana a Partir Da Concepção Antropológica De Ludwig Feuerbach

Revista Dialectus - Revista de Filosofia

O presente artigo busca apresentar a concepção de essência humana materialista antropológica de Feuerbach. Ao longo de seu pensamento, Feuerbach, procura esclarecer que pensar o homem, significa pensá-lo dentro dos limites da condição humana material sensível e física. Portanto é enfatizado que Feuerbach sustenta que o acesso a nossa essência está relacionado com a maneira como acessamos a nossa consciência e que a maneira como acessamos essa última tem uma condição estritamente material e, portanto, deveríamos abordá-la exatamente dessa maneira e não como algo fora de nós e meramente abstrato como a filosofia especulativa. A essência humana não alienada é resultado de uma relação adequada do ser humano com aqueles atributos que são estritamente humanos, que são razão, vontade e coração. Por fim, pretende-se apresentar como Feuerbach compreende a essência humana e qual deve ser a condição para o contato de forma não alienada do homem com a mesma, bem como o que é necessário para pos...

Ateísmo e Religião em Ludwig Feuerbach: uma aposta na essencialidade do humano

Revista Caminhos (PUC Goiás), 2016

Resumo: através desta incursão procuramos apontar algumas chaves de leitura para repensarmos o fenômeno do ateísmo, por ora vislumbrado a partir de uma de suas principais bases teóricas no século XIX, qual seja, a filosofia de Ludwig Feuerbach. Marcando sua distância em relação às demais críticas à religião, cujo núcleo de interesses geralmente se desenvolvia ao redor da inexistência de Deus, Feuerbach defende o reconhecimento de uma orfandade originária, única possibilidade capaz de reconduzir-nos rumo à essencialidade do huma-no. A religião é, nesse sentido, a principal forma de expressão desta essência, sendo que seu objeto não é Deus, mas o próprio homem. Toda projeção é, por-tanto, introjeção, a busca por uma interioridade perdida. Palavras-chave: Religião. Deus; Ateísmo. Ludwig Feuerbach.

A Religião Como Expressão Legítima Da Essência Humana Em Ludwig Feuerbach

2017

O presente artigo tem como meta demonstrar como o cristianismo expressa a essencia humana atraves de seus simbolos sagrados. Serao destacados dois momentos distintos em A Essencia do Cristianismo (1841) de Ludwig Feuerbach (1804-1872). O primeiro e marcado com o que ha de positivo na religiao e o segundo com o que ha de negativo. Inicialmente sera exposto o que a religiao crista expressa de verdadeiro, isto e, o desvelamento antropologico. Em seguida sera demonstrado como o cristianismo aliena o homem de sua propria essencia. Assim, concluir-se-a com a proposta etica esbocada por Feuerbach a partir da negacao da religiao.

A Filosofia Crítica de Feuerbach: Natureza, Homem e Deus

2020

O livro A Filosofia Crítica de Feuerbach: Natureza, Homem e Deus reúne artigos de jovens e experientes pesquisadores do Brasil e do exterior dedicados a analisar a extensa obra do filósofo e antropólogo alemão Ludwig Feuerbach (1804-1872), que inclui importantes títulos, como Pensamentos sobre Morte e Imortalidade (1830), A Essência do Cristianismo (1841), Princípios da Filosofia do Futuro (1843), Preleções sobre a Essência da Religião (1851), Teogonia (1857). Mas também este livro pretende abordar as conexões entre o pensamento de Feuerbach e o de outros filósofos, como: Epicuro, Pico Della Mirandola, Hegel, Marx, Freud, Ernest Bloch e Guy Debord. Ao contrário, porém, do que poderia parecer, o tema predominante nesta coletânea não é só o pensamento de Feuerbach em si, os temas principais de sua filosofia da religião, da teologia, da antropologia, e sim um ponto que para Feuerbach é fundamental: a relação crítica entre natureza, homem e deus. E, embora por vezes o pensamento de Feuerbach se sobreponha ao dos outros filósofos, predominam as conexões entre a filosofia deste e a dos demais. Não por acaso, a primeira parte do livro é menor e discute a filosofia propriamente dita de Feuerbach – são apenas cinco dos quinze artigos que totalizam o livro. Já a segunda é mais extensa e tematiza a relação e o contraste do pensamento de Feuerbach com o de filósofos antigos, modernos e contemporâneos. Mas, mesmo dividido em duas partes, o livro pode ser entendido como “completo”, pois como examinar Feuerbach sozinho, como não o aproximar de autores que são objeto de sua reflexão, admiração e crítica?

A Aversão Do Cristianismo À Natureza Em Feuerbach

Philósophos - Revista de Filosofia, 2010

Feuerbach deixa claro que a teologia cristã se relaciona negativamente ante a natureza. A depreciação ou desvalorização religiosa pela natureza tem consequências para o julgamento da natureza humana por parte da teologia, pois esta condena também a dimensão natural-sensível da natureza do homem e, frente a esta, enaltece o espírito. Precisamente porque a natureza expressa objetividade, necessidade, corporeidade, sensibilidade, é ela o negativo, por assim dizer uma prova dos limites da interioridade, do sentimento religioso, isto é, a barreira concreta que se opõe à ilusão de uma existência sobrenatural. Deste ponto de vista cristão, ela deve, portanto, ser eliminada, negada. Feuerbach argumenta que Deus (o todo supremo, a essência sublime), o qual a fantasia religiosa criou, é apenas uma representação fantasmagórica do gênero humano, uma construção subjetiva do homem, abstraída de todas as fronteiras e restrições da natureza, e a religião cristã serve ao homem como um meio, com o qual ele tenta livrar-se da natureza.

Feuerbach e a ideia de Deus: a natureza como confluência intrínseca entre o homem e a religiosidade

Revista Multidisciplinar do Conhecimento Científico, 2018

Este artigo propõe perscrutar uma perspectiva filosófica no pensamento de Ludwig Feuerbach do ponto de vista da relação entre a crença em um Deus criador do mundo e do homem, sobretudo a partir da interação entre este e a natureza como uma forma de alienação subjacente. A partir da obra A Essência do Cristianismo (1841) e mais notadamente em Preleções sobre a Essência da Religião (1848), Feuerbach estabelece que a base da crença e adoração em seres sobrenaturais está alicerçada no desconhecimento das leis naturais que governam o universo, assim como pela dependência imanente entre a natureza e o homem. Desse modo, partindo do pressuposto que o homem é inteiramente dependente da natureza que o cerca, bem como do processo de transformação inerente às suas necessidades de subsistência, o ambiente sócio-histórico-psíquico-antropológico fornece o arcabouço que fomenta a relação de substância (Deus) na consubstanciação intrínseca entre a essência da natureza e a essência do homem. Palavras chave: Alienação, Natureza, Antropologia teológica, Transcendentalidade.

A religião em Feuerbach: Deus não é Deus, mas o Homem e/ou Natureza divinizados

Revista Dialectus, 2016

Resumo: Em sua obra principal, A Essência do Cristianismo, Feuerbach mostra que o Cristianismo coloca no seu cume um deus pessoal, ilimitado, que cria através do "puro pensar" e do "querer" a natureza e o homem. Já em A Essência da Religião e nos Complementos e Esclarecimentos para a Essência da Religião, Feuerbach analisa a religião natural, na qual deus é um ser físico, idêntico à natureza. Assim como a religião cristã transformou a essência humana em deus, do mesmo modo a religião natural fez da natureza um deus. Mas, para Feuerbach, o deus cristão não é um ser não-humano, mas o próprio homem adorado como divino, assim também o deus físico da religião natural não é deus, mas a própria natureza divinizada. Frente a tais religiões, Feuerbach quer resgatar tanto o homem como a natureza e estabelecer entre eles uma nova relação: o homem não apenas como um ser espiritual, mas também de necessidade, finito, sensível, que depende da natureza, e esta última não como obra de deus, nem do homem, mas como instância originária, como causa dela mesma, e que sem ela, o homem é nada, não pode ser. Homem e natureza se completam: o homem deve sua existência, seu nascimento e preservação à natureza, mas esta é melhor preservada, desenvolvida e conhecida por meio do homem.

[Resenha] Livro - A dimensão humana na formação religiosa e presbiteral

A dimensão humana na formação religiosa e presbiteral, 2024

Uma resenha sobre o livro A Dimensão Humana na Formação Presbiteral e Religiosa, de organização de Frei Vagner Sanagiotto, O.Carm. Uma obra importante para fundamentar a necessidade pela qual o olhar para o crescimento nas dimensões da maturidade humana se faz condição sine qua non haveria uma formação integral daqueles(as) que se colocam em direção a resposta do chamado de Deus para a vida religiosa e sacerdotal.

A encarnacao de Deus - pensar o humano em Hegel

Sapere Aude Revista de Filosofia, 2022

O conceito de encarnação que Hegel propõe na Fenomenologia do espírito é uma nova leitura do tema no contexto do século 19 e abrirá possibilidades grandiosas para a teologia daquele século, pois evidencia uma leitura radical do conceito de Kenosis bíblica, evidenciando que na encarnação o que é revelado é a plena união entre o divino e o humano. Na pessoa singular do Cristo estaria sendo explicitada essa união entre Deus e a humanidade de uma forma visível. Dessa forma Hegel está abrindo a possibilidade para uma nova relação do homem com Deus, pois na encarnação o infinito se mostra na finitude em formas determinadas. A abertura para uma nova compreensão do humano encontra aqui um suporte filosófico e teológico excelente. Na encarnação a essência divina assume a natureza humana, faz-se carne, ela torna-se outro de si na presença sensível, uma figura particular da essência divina.Deus se une à humanidade abrindo com isso a possibilidade de pensar um novo mundo plenamente aberto e o lugar da liberdade plena do homem que não tem agora nenhum transcendente sobre si e é, portanto, imbuído de uma responsabilidade única de agir no mundo.

A razão em Feuerbach como base da unidade do homem e da natureza

Resumo: Feuerbach trata a natureza, na sua primeira obra, A Razão Una, Universal e Infinita, desde a perspectiva do panteísmo, no qual ele vê a superação do dualismo entre o espírito e a natureza, ou seja, a reconciliação entre eles, que vale simultaneamente como negação da subjetividade individual, abstrata, e da personalidade como determinação de Deus. Trata-se aqui de um direcionamento de Feuerbach para a natureza, em clara oposição à teologia cristã-monoteísta, que manifesta um abandono completo à natureza (ao " não sagrado " , ao " não divino "). Enquanto a teologia cristã está em oposição à natureza e, com isto, também à natureza originária do homem, porque Deus é para ela um ser " exclusivo " , " extramundano " ou " estranho ao mundo " , trata Feuerbach a natureza, a matéria, panteisticamente, em unidade com Deus ou com o espírito. Palavras-chave: A natureza no panteísmo, A natureza no jovem Feuerbach, Feuerbach Abstract: Feuerbach treats nature on his first work On the Infinitude, Unity, and Universality of Reason from the view point of pantheism which is seen by him as a source for superseding the dualism of spirit and nature, i.e., the reconciliation between the two which is worth simultaneously as the negation of individual abstract subjectivity and personality as determined by God. One deals here with a directive from Feuerbach towards a clear opposition to the Christian monotheist theology that displays a complete abandonment to nature (to the " un-sacred " , " un-divine "). While Christian theology in its proposition that God is an " exclusive extramundane being " opposes nature, and by so doing man's original nature as well, Feuerbach treats nature as matter which is pantheistically tied to God and spirit.