As tensoes da Modernidade (original) (raw)
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As Tensões Normativas Da Modernidade
Atos de Pesquisa em Educação, 2018
A partir de uma analise das relacoes familiares a modernidade e interrogada, aqui, em seu conjunto. As tensoes e as incertezas das relacoes educativas atuais podem ser vinculadas as intromissoes instaveis de dois registros modernos: um, trata-se da regra imperativa, tipica da pre-modernidade, e, outro, da regra negociada e contextualizada, indispensavel a individualizacao. O dilema normativo, hoje, encara assim ambas as regras, a imperativa e a cooperativa. Se a desvalorizacao da norma imperativa permanece evidente, por outro lado, nao consiste em solucao desvalorizar tambem a norma relacional, representando-a como algo que engendra todos os males. Deve-se recusar este falso dilema entre a norma moral ou a norma psicologica, entre o imperativo ou o individualismo, e aprender a manter ambos como partes da regulacao das condutas e das relacoes.
Tensões da modernidade na cidade latino-americana
Revista Eletrônica da ANPHLAC
Este artigo analisa a passagem do entusiasmo ao desencanto face à modernização urbana de Buenos Aires a partir de 1880 no pensamento de Miguel Cané. Por meio da análise de obras ficcionais e não ficcionais do intelectual portenho da Generación de Ochenta, o objetivo é compreender o papel da cidade na idealização da modernidade latino-americana por elites letradas que criticaram os rumos do progresso e desenvolveram um discurso nostálgico, de cunho conservador e aristocrático, como resposta às transformações sociais e urbanas as quais se viram incapazes de domesticar.
" Modernidade " , amplamente utilizado pela historiografia geralmente como sinônimo de " modernização " é atribuído no Brasil a meados do século XIX e início do XX, mas na verdade está presente em diferentes temporalidades em várias cidades brasileiras. Este estudo pretende abordar a questão, comparando cidades muito próximas geograficamente, mas distantes no tempo histórico. Trata-se de seis cidades localizadas no entorno da baía da Babitonga, no nordeste de Santa Catarina: Joinville, São Francisco do Sul, Araquari, Balneário Barra do Sul, Garuva e Itapoá. A chegada da modernidade para essas cidades ocorreu em tempos diferentes, sendo que, em algumas, ela mal começou. O olhar da população dos municípios envolvidos, registrados através de matérias de jornais, entrevistas em formulários e gravadas e outros documentos escritos é o foco das imagens do moderno que serão discutidas neste artigo. Entender o tempo histórico é, muitas vezes, bastante difícil, já que na maioria das vezes ele não corresponde ao tempo físico, aquele do calendário. Diferentes comunidades em diferentes localidades podem conviver, em um mesmo tempo físico, diferentes realidades que, historicamente, poderiam ser atribuídas a tempos também diferentes. Enquanto em uma cidade convive-se com as tecnologias mais avançadas de automação, sinônimo da contemporaneidade, em outra não se dispõe sequer de energia elétrica, coexistindo, em um mesmo país, práticas típicas do século XIX e do XXI. Essa afirmação pode ser útil para se discutir um conceito amplamente utilizado pelos historiadores e que, sem levá-la em conta, poderá parecer anacrônico: o conceito de modernidade. Tratado, no Brasil, geralmente, como um conceito datado e ligado principalmente às mudanças ocorridas em meados do século XIX e início do século XX, percebem-se múltiplas interpretações e diferentes temporalidades para esse conceito que muitas vezes é tratado como sinônimo de modernização 1. Inicialmente é preciso diferenciar modernidade de modernização. Segundo Raymundo Faoro 2 , o primeiro pode ser entendido como um processo natural conquistado por uma comunidade ou nação, enquanto o segundo é imposto por uma clique para retornar clique para retornar clique para retornar clique para retornar
Cadernos De Literatura Comparada, 2013
Resumo: Na relação com a arte e a literatura o tempo não pode ser concebido apenas como presente. Uma concepção errada do Modernismo assenta nessa visão exclusivamente de ruptura. No decurso do século XX, o Modernismo impôs-se como um momento fundador de uma tradição que importa rever. A partir de conceptualizações e questionamentos recentes do conceito de Modernidade, de Henri Meschonic a Antoine Compagnon, faz-se uma releitura do seu uso e da sua eficácia nos campos teórico e prático da literatura.
Revista Desassossego, 2014
RESUMO: O estudo tem como foco a questão identidade e alteridade no Livro do desassossego, de Fernando Pessoa, buscando precisar a importância do binômio no Modernismo e na obra em pauta. Fernando Pessoa é um dos poetas que mais questionou a identidade do sujeito moderno, sendo a poética dos heterônimos deveras ilustrativa da fragmentação da personalidade em meio aos avanços tecnológicos e culturais que tiveram início em meados do século XIX. Primeiramente, será definido o conceito de identidade e alteridade, considerando as ideias que o Modernismo herdou do Simbolismo, para, a seguir, analisar a questão do binômio identidade e alteridade, propriamente, no Livro do desassossego, considerando os diversos aspectos do binômio figurados na obra. PALAVRAS-CHAVE: Identidade e alteridade; Livro do desassossego; Fernando Pessoa.
Tessituras do tempo na contemporaneidade
Artcultura, 2017
Um dos desafios das Ciências Sociais para compreensão do presente passa pela problematização dos paradoxos do tempo que contemporaneamente habitamos. O que se propõe é uma metodologia que vá sondando as profundezas ocultas das estruturas sociais à superfície da vida cotidiana no pressuposto de que a compreensão do presente exige a sua inscrição numa trama constituída pelas tessituras do tempo no seu próprio decurso histórico. Manifestações do corre-corre cotidiano no espaço urbano serão tomadas como sinais de um tempo fugidio e de alienação que não dá tempo para dela se ganhar consciência. Como dar conta das armadilhas decorrentes da tirania do presente? Qual o significado e implicações da aceleração do tempo no ritmo de nossas vidas e nas expectativas de futuro? Que reconfigurações se registarão no espaço do vivido, lado visível do tempo?Palavras-chave: tempo; futuro; cotidiano.
Insolação e as trevas do moderno
experimento de análise do longa-metragem Insolação, de Felipe Hirsch e Daniela Thomas. Trabalho final da disciplina Anarquitetura: arte e arquitetura contemporâneas em diálogo, ministrada por Guilherme Wisnik e Agnaldo Farias.
Fórum Social Mundial Biblioteca das Alternativas As tensões da modernidade
Nos últimos tempos, tenho observado com alguma perplexidade a forma como os direitos humanos se transformaram na linguagem da política progressista. De facto, durante muitos anos, após a Segunda Guerra Mundial, os direitos humanos foram parte integrante da política da Guerra Fria, e como tal foram considerados pela esquerda. Duplos critérios na avaliação das violações dos direitos humanos, complacência para com ditadores amigos, defesa do sacrifício dos direitos humanos em nome dos objectivos do desenvolvimento — tudo isto tornou os direitos humanos suspeitos enquanto guião emancipatório. Quer nos países centrais, quer em todo o mundo em desenvolvimento, as forças progressistas preferiram a linguagem da revolução e do socialismo para formular uma política emancipatória. E, no entanto, perante a crise aparentemente irreversível destes projectos de emancipação, essas mesmas forças progressistas recorrem hoje aos direitos humanos para reinventar a linguagem da emancipação. É como se os direitos humanos fossem invocados para preencher o vazio deixado pelo socialismo. Poderão realmente os direitos humanos preencher tal vazio? A minha resposta é um sim muito condicional. O meu objectivo neste trabalho é identificar as condições em que os direitos humanos podem ser colocados ao serviço de uma política progressista e emancipatória. Tal tarefa exige que sejam claramente entendidas as tensões dialécticas que informam a modernidade ocidental 1. A crise que hoje afecta estas tensões assinala, melhor que qualquer outra coisa, os problemas que a modernidade ocidental actualmente defronta. Em minha opinião, a política de direitos humanos deste final de século é um factor-chave para compreender tal crise. Identifico três tensões dialécticas. A primeira ocorre entre regulação social e 1 Noutro trabalho, analiso com mais detalhe as tensões dialécticas da modernidade ocidental (Santos, 1995)