Notas Sobre a Função-Autor e O Efeito Autoria No Auto Da Compadecida De Ariano Suassuna (original) (raw)

A Representação Identitária Do Sujeito Em Auto Da Compadecida, De Ariano Suassuna

Revista FSA, 2014

O Nordeste do Brasil tem sido loco de estudos acerca da identidade de sujeitos tidos como diferentes. Este artigo tem o objetivo de investigar a representação de sujeito nordestino em Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna, através da análise dos personagens João Grilo e Chicó. Para tanto, adota-se o método descritivo bibliográfico na análise desses personagens e no embasamento teórico, em que Stuart Hall (2003), Muniz Sodré (1999) e Benedict Anderson (2008) contribuem, ao discutirem sobre conceitos de identidade nacional e Albuquerque Jr. (2006), Auristela Andrade (2000), dentre outros, ao abordarem a questão do estereótipo do sujeito nordestino. Indagamos se os sujeitos representados em Auto da compadecida podem ser considerados simplesmente nordestinos ou brasileiros nordestinos. Os resultados indicam que os personagens representam não só o nordestino, mas o próprio brasileiro.

Dos mitos à picaresca: uma caminhada residual pelo Auto da Compadecida de Ariano Suassuna

2007

de pessoa rude, bruta, grosseira, baseando-nos na carta 22 de Pero Vaz de Caminha a D. Manuel I, quedamo-nos a perguntar:-Quando do descobrimento do Brasil, qual dos dois povos era o mais selvagem? De acordo com o escrivão, na chegada da frota portuguesa, apesar de os índios terem se aproximado do batel portando arcos e flechas, a um sinal de Nicolau Coelho, eles os depuseram; quando Coelho lhes arremessou um barrete, uma carapuça de linho e um sombreiro, um dos índios jogou-lhe um sombreiro de penas de aves, e um outro, um ramal grande de continhas brancas; nas várias vezes em que o Capitão mandou Afonso Ribeiro, um jovem degredado, ir ter com os índios para conhecer-lhes o modo de vida e maneiras, os nativos o receberam muito bem: deram-lhe arco e flecha e não receberam nada em troca; uma das vezes, quando um dos índios tomou umas continhas do degradado e fugiu, os outros, ao saberem do ocorrido, foram atrás do índio fujão, 20 CARVALHO, Ronald de. Op.cit., p. 31. 21 Há controvérsias quanto ao número de indígenas que havia no Brasil quando da chegada dos portugueses. Estima-se entre 1 a 10 milhões de aborígenes. Atualmente, são aproximadamente 460 mil índios que ocupam o território brasileiro. São aproximadamente 225 etnias indígenas e 180 línguas (Vide: www.funai.gov.br/indios/conteudo.htm). Em 11 de dezembro de 2002, a Lei n° 145 da Câmara Municipal de São Gabriel da Cachoeira, município amazonense, concedeu às línguas nheengatu, tukano e baniwa o status de línguas co-oficiais à língua portuguesa. Esta lei é encontrada em vários sítios, entre os quais: www.ipol.org.br. São Gabriel da Cachoeira, a aproximadamente 850 quilômetros de Manaus, é o município brasileiro com a maior população indígena, correspondendo a 95% da população (cf.

Uma análise da construção da narratividade processual na peça Auto da compadecida, de Ariano Suassuna

DDI - Departamento de Direito – São Cristóvão – Presencial, 2021

Nossas cicatrizes têm o poder de nos fazer lembrar que o passado foi real. Não obstante desejasse apagar algumas marcas, isso não seria possível. Contudo, foi perante esses momentos difíceis que pude notar a importância daqueles que sempre estiveram presentes. À minha mãe, Genivalda dos Santos Cruz, a minha eterna gratidão por todos os esforços prestados durante o meu processo de constituição enquanto indivíduo. Oriunda de família humilde e privada de muitos direitos, lutou para que seus filhos pudessem usufruir de um futuro melhor. Ela será, eternamente, o meu maior exemplo de bravura e perseverança. Da mesma forma, agradeço ao meu padrasto (in memoriam), José Barbosa de Menezes, agricultor, descendente de sertanejos, que mesmo diante das adversidades batalhou até os seus últimos dias, sendo a figura paterna por quem eu nutria (e ainda nutro) grande respeito e admiração. Sou grato também aos pets que passaram por minha vidaincluindo os gatos da Universidade por ajudarem a reduzir o meu estresse; aos meus familiares pelo suporte; aos amigos de longa data, e que sempre se fizeram presentes, Karine Peixoto, Edna Rodrigues, Kaline, Maydane, Wilmarques e Everton Santos; e aos amigos que conheci durante a graduação e o período de estágio na Procuradoria Geral do Estado

A mentira e o riso na obra Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna

2013

O presente trabalho e um estudo sobre a peca teatral Auto da Compadecida , de Ariano Suassuna, e a presenca da mentira e do riso na obra. A analise da especial atencao ao impacto da mentira na narrativa, o porque da mentira ser contada e as consequencias de seu uso. Para desenvolvermos essa analise, partimos da definicao da mentira e da importância de seu uso na literatura e no teatro. Em seguida, analisamos o riso por meio da apresentacao de um pequeno trecho de sua historia dentro da literatura, e a mentira como geradora do riso dentro da peca.

A Invenção do Tribunal do Júri em ‘Auto da Compadecida” de Ariano Suassuna

Revista de Direito, Arte e Literatura, 2016

Identificou-se as intersecções entre o Tribunal do Júri e a Literatura, no “Auto da Compadecida” de Ariano Suassuna. Enveredou-se num campo de intersecção entre o Direito e a Arte Literária para identificar os personagens, o ritual e a emoção no espetáculo do Tribunal do Júri por ele apresentado. O julgamento é a verdadeira chave para compreensão desta obra e é o ponto de intersecção, nesta pesquisa, com o Direito, pois se pretende relacionar a instituição do Tribunal do Júri a partir das construções de Ariano Suassuna. Concluiu-se que a emotividade dá-se na racionalidade do Tribunal do Júri.

A AUTORIA NO ENLACE EQUÍVOCO DAS POSIÇÕES DE SUJEITO

Resumo A identificação de alunos e professores em diferentes posições de sujeito é o grande ponto de investimento deste texto no qual a preocupação principal fica sintetizada na pergunta: que posições são essas que compõem o cenário da prática docente? Tendo como perspectiva teórico-metodológica a Análise do Discurso Materialista, a autora se fundamenta em Pêcheux, Orlandi, Gallo, Pfeiffer, Fedatto e Machado. Considerando as condições de produção da prática docente, a autora entrelaça o conceito de posição de sujeito e a noção de equívoco para compreender a produção do conhecimento enquanto gesto de autoria. Assinala a necessária busca de condições para que o desejo de saber e a identificação com o conhecimento estejam em contradição com a hierarquia da autoridade de saber, de modo que a apropriação dessa autoridade passe a ser um processo de responsabilização dos sujeitos professores e alunos pelos sentidos.  O convite para compor este dossiê em homenagem a Regina Mutti, pesquisadora e docente que sempre fez da relação com o ensino o palco de sua reflexão, me levou de volta à discussão da autoria. Um retorno bem-vindo e que retoma algumas questões do minicurso por mim ministrado no VII SENALE, na UFPEL, em 2012. Agradeço o convite. LA AUTORÍA EN EL ENLACE EQUÍVOCO DE LAS POSICIONES DE SUJETO Resumen La identificación de alumnos y profesores en diferentes posiciones de sujeto es elpunto central abordado en este texto, cuya preocupación principal puede sintetizarse en la pregunta: ¿qué posiciones son ésas que componen el escenario de la práctica docente? Teniendo como perspectiva teórico-metodológica el Análisis del Discurso Materialista, la autora se fundamenta en Pêcheux, Orlandi, Gallo, Pfeiffer, Fedatto y Machado. Considerando las condiciones de producción de la práctica docente, la autora en trelaza el concepto de posición de sujeto y la noción de equívoco para comprender la producción del conocimiento como gesto de autoría. Señala, en ese sentido, la necesaria búsqueda de condiciones para que el deseo de saber y laidentificaciónconelconocimientoesténencontradicciónconlajerarquía de la autoridad de saber, de modo que la apropiación de esa autoridad pase a ser un proceso de responsabilización de los sujetos profesores y alumnos por los sentidos. Palavras clave: Autoría; Equívoco; Discurso; Ensenãnza; Posición de sujeto

Entrevista com o escritor Ariano Suassuna

2008

Fabiano dos Santos: De que forma você chegou ao Conselho Federal de Cultura? Ariano Suassuna: Eu não sabia que existia o Conselho Federal de Cultura. Estava lá, no nordeste, quando recebi um telegrama do Ministro, naquele tempo, o Ministro da Educação e Cultura, que me comunicava a fundação do Conselho, e me dizia que eu tinha sido escolhido para representar a área do Teatro. Era um tempo muito difícil, havia um relacionamento muito difícil da cultura com o Governo. Eu estava já pensando em criar o Movimento Armorial e tinha sido convidado pelo reitor da Universidade Federal de Pernambuco, que era um amigo, Dr. Murilo Guimarães, para ser diretor do Departamento de Extensão Cultural. Eu vivia uma situação curiosa, porque eu tinha me oposto ao primeiro Governo Arraes. Eu sou de esquerda, mas não sou marxista. E, naquela época, estava começando uma separação radical entre católicos de esquerda e marxistas. Por causa disso, eu discordei do Governo Arraes, mas nunca fui incomodado pelo regime militar. Sendo um católico de esquerda, pude, de uma maneira astuciosa, gozar de uma 'imunidade'. Assim, consegui continuar a falar em Cultura Brasileira, em geral, porque a categoria Cultura Popular estava revogada. Quando veio o movimento militar, fecharam os movimentos de cultura popular e os centros de cultura. O Movimento de Cultura Popular do Recife foi pioneiro nessa linha. Eu fui o fundador do Movimento de Cultura Popular, ainda no Governo João Goulart e Miguel Arraes, lá no Recife. Discordei do Movimento porque eles faziam um teatro excessivamente engajado e eu era, como ainda sou, contrário a isso. Achava que o teatro excessivamente engajado prejudica a idéia que ele quer difundir e prejudica o próprio teatro. Quando recebi o convite para o Conselho Federal de Cultura, fui conversar com Dom Hélder Câmara e pedir sua opinião, se eu aceitaria ou não. Comecei a esconder, na minha casa, nesse período, gente que era ligada à cultura e estava sendo perseguida, e Dom Hélder sabia disso. Então, ele me disse: 'Ariano, aceite. Aceite por que você pode prestar um serviço bom à cultura, pertencendo lá ao Conselho Federal de Cultura, e pode ajudar nossos amigos ainda mais, porque você vai ficar com mais força'. Aí eu aceitei. Passei mais ou menos uns quinze dias antes de responder, pois eu consultei outros amigos: o Ermilo Borba Filho, o Gaston de Holanda e o Aluízio Magalhães. Ao mesmo tempo em que eu queria conseguir verbas para a cultura de Pernambuco, para as manifestações culturais de Pernambuco, eu queria também intensificar um pouco a minha ação na defesa da Cultura Popular e na defesa desses amigos que estavam sendo perseguidos. Fabiano dos Santos: Exatamente em que ano que isso aconteceu?

O “AUTO DA COMPADECIDA” E A INVENÇÃO DO TRIBUNAL DO JÚRI EM ARIANO SUASSUNA

RESUMO: Identificou-se as intersecções entre o Tribunal do Júri e a Literatura, no “Auto da Compadecida” de Ariano Suassuna. Enveredou-se num campo de intersecção entre o Direito e a Arte Literária para identificar os personagens, o ritual e a emoção no espetáculo do Tribunal do Júri por ele apresentado. O julgamento é a verdadeira chave para compreensão desta obra e é o ponto de intersecção, nesta pesquisa, com o Direito, pois se pretende relacionar a instituição do Tribunal do Júri a partir das construções de Ariano Suassuna. Concluiu-se que a emotividade dá-se na racionalidade do Tribunal do Júri. ABSTRACT: It identified the intersections between the jury and literature, the "Auto da Compadecida" by Ariano Suassuna. He embarked at the intersection field between law and Literary Arts to identify the characters, ritual and emotion in the jury of the show presented by him. The trial is the real key to understanding this work and is the intersection point of this research, with the law as it is intended to relate the institution of the jury from the buildings from Ariano Suassuna. It was concluded that emotionality gives on the rationality of the jury.

A FRENTE DE PESQUISA NA LITERATURA SOBRE A PRODUTIVIDADE DOS AUTORES

"O objetivo deste artigo é identificar, descrever e analisar a frente de pesquisa numa subárea do campo da bibliometria: a produtividade dos autores, conhecida também como a “Lei de Lotka”. Identificaram-se os autores que formam a frente de pesquisa deste campo. Esses autores têm 10 ou mais artigos produzidos, qualificando-os como grandes produtores, e, em alguns casos como produtores moderados. Todos eles tem os trabalhos publicados no idioma inglês, e a grande maioria deles nos periódicos da chamada “corrente principal”, isto é, indexados no Science Citation Index ou no Social Science Citation Index. Verificaram-se a existência de covariação entre o nível de produtividade dos autores, os artigos publicados nos periódicos da chamada “corrente principal” e o idioma da publicação concomitantemente com a frequência de citações. Em outras palavras, para qualificar-se na frente de pesquisa deste campo, o autor tem que ser um grande ou moderado produtor, publicar no idioma inglês e nos periódicos considerados de corrente principal. Fora deste contexto, o uso da informação explicitada na forma de citações fica reduzido a um consumo local. "

A Autoria na Obra de Leonel Moura1

uff.br

A partir do Renascimento, quando o domínio do campo do conhecimento artístico foi devidamente fundamentado na Europa, estamos acostumados com uma ideia de arte ligada a conhecimentos técnicos e vocações criativas singulares. De certo modo, podemos dizer que este conceito de arte foi prática dominante durante séculos, assentando-se principalmente na cultura Ocidental. Esta ideia comum de arte persistiu no julgamento da genialidade, fundamentando o ofício como fruto de uma inspiração transcendental, exemplificando o trabalho artístico por diversos séculos após o período renascentista.