Meios alternativos online: tensionamentos no cenário midiático em Cuba e comparações com o Brasil. (original) (raw)
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A mídia alternativa e o modelo mediático estatal cubano
V Encontro Regional Sudeste de História da Mídia Alcar Sudeste, 2018
O artigo aborda o desenvolvimento dos meios de comunicação em Cuba a partir de 1959. Descreve como a influência da teoria leninista sobre a imprensa configurou de um modelo midiático próximo do modelo soviético, que concebe a mídia como instrumentos para a propaganda político-partidária. Isso e o conflito histórico com os EUA, em parte, explica a hostilidade dos meios estatais aos veículos alternativos, tanto os que surgiram a partir do final da década de 1980 como os emergeram no ambiente virtual na década de 2000. O texto conclui que mídia alternativa espelha a diversidade e pluralismo da sociedade cubana, e que seu confronto com o modelo mediático estatal se insere no quadro da luta pela democratização da comunicação.
Comunicação alternativa e pluralidade política em Cuba: o caso do Observatório Crítico.
Partindo das discussões conceituais acerca da comunicação alternativa feitas por estudiosos como Martín-Barbero e Luis Ramiro Beltrán, discutimos como a socialização da internet em Cuba tem favorecido o aparecimento de espaços que, no ambiente digital, contribuem para a visualização da pluralidade política existente na sociedade civil cubana atual. Apresentamos como os ativistas da Red Protagónica Observatorio Crítico (RPOC), aproveitam os recursos do ciberespaço para conferir visibilidade a suas ideias e iniciativas, combinando suas ações online com o ativismo social no espaço público.
Cuba é o país mais envelhecido da América Latina, o que revela desafios para desenvolvimento social e econômico nacional. Articulam-se, nesse contexto, as potencialidades e os limites que identificam a espaços da mídia governista e da mídia alternativa digital cubana na abordagem dessa problemática demográfica. A partir da noção de cidadania comunicativa (MATA, 2006), se analisam as diferenças entre os principais jornais tradicionais governistas e recentes meios alternativos digitais na Ilha. Por fim, se evidencia como o desenvolvimento de meios alternativos online em Cuba viabiliza o protagonismo dos cidadãos comuns na abordagem de problemáticas demográficas e seu impacto no desenvolvimento de políticas públicas nacionais com perspectiva cidadã.
Este artigo analisa o papel da revista católica Espacio Laical no fomento do debate público sobre do processo de reformas econômicas em Cuba, envolvendo diferentes atores sociais. Nosso percurso teórico procura, de um lado, as contribuições de diversos estudiosos (HABERMAS, 2007; RATZINGER, 2004) em torno da atuação da religião e da mídia religiosa nas atuais sociedades secularizadas e, do outro, convocamos autores (CHAGUAC EDA, 2011; TRUJILLO, 2013b) que nos permitem entender o caráter alternativo de Espacio Laical, dado o estrito controle que exerce o Estado sobre os meios de comunicação tradicionais. Por meio da análise de conteúdo dos objetivos declarados pela publicação, editoriais, dossiês e as transcrições de dois debates presenciais (entre palestrantes e ouvintes) publicados entre 2010 e 2014, constatam-se a crescente politização da Revista nesse período, além de sua tentativa de contribuir para a visualização de atores e discursos políticos que têm pouca ou nenhuma visibilidade na mídia oficial cubana, demonstrando a diversidade política da sociedade civil da Ilha e as conexões que estabelece com representantes da diáspora cubana que se interessam pela participação dos emigrados no desenvolvimento de seu país de origem. Após de uma década de trabalho, Espacio Laical é considerada uma das publicações mais influentes na esfera pública cubana e foco de atenção para numerosos pesquisadores.
A mídia alternativa possível no Brasil DOI:10.5007/1807-1384.2010v7n1p358
Revista Internacional Interdisciplinar INTERthesis, 2010
O livro Recortes da mídia alternativa: histórias & memórias da comunicação no Brasil 1 foi organizado pela professora Karina Janz Woitowicz a partir da reunião de vários escritos acerca dos temas jornalismo e comunicação que resultaram de diversas pesquisas realizadas por estudantes/pesquisadores de graduação, pós-graduação e professores de instituições de ensino superior, estaduais, federais e privadas, das regiões norte, nordeste, sudeste e sul do país. Esta obra ocupa mais de trezentas páginas e encontra-se dividida em quatro capítulos, subdivididos em vinte e dois textos que abrangem a questão da comunicação e do jornalismo alternativo no Brasil. Para tanto, lançou-se mão do uso de fontes primárias diversas: os periódicos existentes em arquivos públicos ou privados, entrevistas, pedidos de concessão etc.. Devo alertar que graças à abrangência dos assuntos tratados neste livro, por questão de espaço, me aportarei em alguns assuntos em detrimento de outros, sem que isso caracterize desmerecimento de nenhum destes.
Cidadania comunicativa e políticas demográficas em Cuba: da mídia governista à mídia alternativa.
Resumo: O artigo analisa a abordagem da temática do envelhecimento populacional na mídia cubana, a partir da noção de cidadania comunicativa (MATA, 2006). Aborda-se as potencialidades desse conceito para a construção de narrativas midiáticas que privilegiem a voz dos sujeitos, sobretudo de grupos invisibilizados. Cuba é o país mais envelhecido da América Latina, o que revela desafios para desenvolvimento social e econômico. Articulam-se, nesse contexto, as potencialidades e os limites que identificam os espaços da mídia governista e da mídia alternativa cubana. A análise dos dois principais jornais governistas revelou a preferência pelo uso de dados estatísticos e a ausência de vozes populares na abordagem da temática. Isso contrasta com as estratégias de recentes meios alternativos digitais que viabilizam o protagonismo dos cidadãos comuns nos relatos apresentados.
Mídia alternativa e diversidade cultural/sexual no Brasil
Revista Extraprensa, 2010
Graduado em Letras (1992) pela PUC/SP; Mestrado (1997) e Doutorado (2002) em Comunicação pela ECA/USP; e Pós-Doutorado (2006) em Multimeios pelo IA/UNICAMP. Atualmente é docente da Universidade Braz Cubas (UBC)
Quando a pauta é Cuba: o jornalista assujeitado às suas evidências
Resumo: No presente artigo, refletimos sobre o modo como a ideologia se manifesta na linguagem. De maneira específica, analisamos as condições de produção do vídeo Impressões de Cuba, produzido pela Globo News, na semana do dia 17 de dezembro de 2014, quando Cuba e os EUA reataram suas relações diplomáticas. Consideramos para a nossa análise dois fatores fundamentais: o sujeito (jornalista) e a situação, na tentativa de compreender a produção discursiva e seus efeitos de sentido no vídeo sobre Cuba. O presente artigo defende que, para o jornalista, tomado por sua experiência direta e imediata da realidade, as coisas na Ilha já chegam, pelo imaginário, como significado evidente. Antes de ir a Cuba, a ilha já chegara como imagem para o sujeito, que deixa escapar, pela linguagem, seu posicionamento no discurso sobre Cuba.
Jornalismo Alternativo e a Internet: Uma Possibilidade Cidadã para a Notícia
Neste breve relato de experiência procuraremos explicitar os resultados, conclusões e discussões acerca da própria pesquisa qualitativa que nos levou até eles, no campo da mídia alternativa e do jornalismo feito na internet no Brasil. Por meio de um estudo das coberturas jornalísticas dos protestos de 2013 em diante, catalogamos a mídia brasileira em tradicional, a grande mídia, e alternativa, representada pelos veículos contra-hegemônicos de comunicação. A partir dessa divisão analisamos as coberturas realizadas por alguns veículos representativos das categorias, para então traçar um mapeamento do jornalismo brasileiro e as potencialidades expressas nessa nova plataforma para uma reforma da comunicação.
Vínculos migratórios e interações digitais: novos arranjos disposicionais na Cuba transnacional
Dispositiva, 2020
Este artigo considera o contexto atual da experiência migratória de Cuba, configurada a partir de uma dinâmica de comunicação digital transnacional. Na primeira parte do texto são apresentados alguns elementos do ativismo digital na ilha, evidenciando como experiências de injustiça podem configurar dispositivos midiáticos que atuam como articuladores de múltiplas forças e arranjos que podem atravessar um contexto de comunicação transmidiática e transnacional. A seguir, são apresentados os procedimentos metodológicos adotados para a análise de caso das narrativas construídas na mobilização online em torno da morte de uma criança cubana de um ano, Paloma, após ter sido vacinada. Argumentamos que a criação de um dispositivo (trans) midiático transnacional de interações comunicativas off-line/online foi possível nesse caso pelo engajamento político-afetivo de atores localizados dentro e fora de Cuba em múltiplos espaços off-line e online.