Charlie Hebdo_ reflexões sobre a tolerância (original) (raw)
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Os fundamentos filosóficos da tolerância na modernidade: BAYLE e LOCKE
2021
O livro que o leitor tem agora diante de si corresponde a um espelho das pesquisas realizadas há mais de uma década pelos autores em tornos dos problemas da Modernidade filosófica, sobretudo aqueles que envolvem a relação entre religião, política e tolerância. Apesar de adequado a um público mais amplo, o caráter desta obra continua a ser o de um texto filosófico no qual os termos e os conceitos tratados recebem uma abordagem técnica, imprescindível ao fazer científico. Ao longo dos dois capítulos deste livro, o pesquisador ou o leitor curioso, cujo título despertou a sua atenção, encontrará uma investigação dedicada a um dos temas mais discutidos pela filosofia desde o século XVII, a saber, a tolerância entre as religiões e a relação do Estado com Igrejas e sociedades religiosas. O livro parte da investigação sobre o sentido do termo tolerância para demarcá-lo em sua origem e variações semânticas, bem como para refletir a respeito das apropriações e desenvolvimentos frutos da filosofia moderna. A partir dessa orientação, os escritos do filósofo francês Pierre Bayle e do filósofo inglês John Locke sobre a tolerância, e as suas relações com a política, a liberdade, a religião, são tomados como objeto central por meio dos quais os autores pretendem estabelecer os contornos que demarcam a discussão filosófica acerca da tolerância na Modernidade.
Os limites da tolerância: as "lições" do Holocausto
2004
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Ceticismo e tolerância em Montaigne
Montaigne's skepticism in the practical and moral realms is characterized by the lack of criteria or rules of conduct so that one could attain a general pattern of behavior or tradition. The period in which he lived was propitious to reinforce the following scenario: the religious wars in France and all over Europe and the discovery of the peoples in the New World were fundamental factors for the growth of philosophical doubts regarding individual behavior and organized society. Nevertheless, Montaigne denounces the cruelties committed in his time, whether among the indigenous people or between Catholics and Protestants, and often argues in favor of freedom of conscience and opinion. In this paper I will show that Montaigne's Philosophy, despite his skepticism, is susceptible to a general idea of tolerance that traspasses different peoples and individuals, even though the concept of tolerance is not systematized in his writings and such a defense seems incompatible with a certain kind of skepticism.
O paradoxo da tolerância como virtude: por um sentido moral de tolerância como reconhecimento
Resumo: Atribuir um significado para o termo tolerância não é tarefa a ser facilmente cumprida. Muitas vezes descrita como uma virtude elusiva, a tolerância parece ser politicamente necessária, mas moralmente impossível. Isso acontece porque a tolerância é um bem moral, segundo o qual é preciso " suportar um mal " , ou seja, aguentar condutas e crenças desagradáveis de outrem, ainda que se tenha o poder para interferir nelas, entretanto, ela é uma virtude requerida apenas em face daquilo que é intolerável. Diante desse problema, por que tolerar? Defende-se, como hipótese desse artigo que, para separar o sentido de tolerância da noção de desagrado, é preciso propor um sentido moral de Tolerância como Reconhecimento. Originada a partir de uma leitura da teoria hegeliana do reconhecimento e suas interpretações, esse sentido de tolerância a coloca como condição moral do desenvolvimento intersubjetivo da individualidade, sendo, portanto, requisito constitutivo do Eu e da interação social. Dessa forma, tolerar é preciso para que se possa manter a tensão que é condição originária da subjetividade. Entende-se por tolerância um princípio moral e político que instrumentaliza interações sociais potencialmente pacíficas. Interpretada tanto como uma disposição moral do indivíduo, quanto como um meio de atuação política, a tolerância consiste em um modo de ação cuja justificação é irrenunciável: sua negação implica na legitimação da força como estratégia de resolução de conflitos. A incontestabilidade de sua necessidade prática, entretanto, não simplifica os modos de teorização dessa virtude. Isso acontece porque a tolerância pode assumir diversos sentidos, dentro da teoria moral e política. Em um primeiro momento, ela adquire o que neste projeto se denomina de sentido moral da tolerância: ela é uma virtude individual segundo a qual o sujeito deixa de agir no sentido de impedir uma prática ou crença detestável de outrem, ainda que tenha poder para fazê-lo. Em um segundo momento, entretanto, a tolerância pode ser descrita em um sentido político: ela é um compromisso democrático que possibilita a coexistência de várias comunidades culturais na esfera pública.
Revista USP, 2006
A tolerância como virtude ste tema nos instiga a pensar o conceito tolerância que, ainda que dúbio, deve ser interpretado como uma virtude.
Reflexões Sobre O Princípio Da Tolerância
Revista da Faculdade de Direito UFPR, 2013
O objetivo deste artigo é provocar uma discussão sobre a importância do princípio da tolerância e as suas consequências na área jurídica, especialmente no Direito Constitucional. Tolerância é um conceito filosófico cuja importância tem sido identificada como fundamentalpara a resolução de problemas trazidos pelas sociedades atuais pluralistas. Pretende-se abordar a questão principalmente no contexto histórico e nas semelhanças entre tolerância e solidariedade para depois verificar a sedimentação desses princípios ao longo do tempo, especialmente na ordem jurídica brasileira. As várias guerras civis, os problemas de intolerância religiosa, a discriminaçãosexual, conflitos étnicos demonstram a crise que domina as sociedades contemporâneas, com destaque para a intensificação dessas diferenças e dos processos de exclusão. Esses problemas não podem ser resolvidos exclusivamente no âmbito privado das relações individuais, mas como eles se relacionam com a aceitação das diferenças entre os...
Tolerância: reflexões filosóficas, políticas e jurídicas para o século XXI
Este artigo tem como objetivo fundamentar o conceito de Tolerância como um valor irrenunciável para as condições de justiça no século XXI. O processo de integração, aproximação e comunicação experimentado nesse período expõe as diferenças e desigualdades existentes no interior das sociedades e dos povos. As gritantes desigualdades que ainda persistem no mundo, os fanatismos políticos e religiosos que estão na origem das guerras e dos conflitos, bem como as evidências de uma cultura hedonista e violenta, entre outras, denunciam a instrumentalização do outro ou a sua própria negação, assim como clama pelo desenvolvimento de novos parâmetros de relacionamento. A Tolerância é um valor moral com condições de construir a identidade humana e política do próximo período histórico. Nessa linha de pensamento, pretende-se justificar a afirmação: O século XXI ou será tolerante, ou não será. Sem o exercício da Tolerância, a atuação do Estado, das instituições e das organizações sociais será de negar o outro, isto é, a necessária Alteridade dificulta a sua práxis e as conquistas empreendidas. A Tolerância contribui para a integração humana, a melhoria da qualidade de vida, a superação do isolamento e de outras privações.