Escritores brasileiros tradutores e a tradução dos nomes próprios (original) (raw)
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Escritores tradutores brasileiros e a tradução dos nomes próprios
Translationes, 2011
ResumoTrata-se de verificar como se dá a tradução de nomes próprios na prosa traduzida para o português do Brasil por grandes escritores brasileiros no âmbito da Editora e Livraria do Globo de Porto Alegre. As obras do corpus são constituídas por romances e contos pertencentes ao cânone da literatura em língua inglesa e da literatura francesa
Escritores e tradutores: apresentação
Letrônica
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Poetas-tradutores: quando a tradução encontra a criação
Cadernos de Tradução, 2020
Este artigo especula os motivos pelos quais muitos poetas brasileiros se dedicam à tradução de poesia ao invés de trabalharem exclusivamente em seus projetos de criação “autoral”. Partimos da constatação de que os poetas foram os grandes responsáveis pela tradução e publicação de poesia estrangeira no Brasil na segunda metade do século passado e na primeira década deste século, apesar de a autoria tida como “original” ter sido considerada, pelo menos desde o Romantismo, superior ou mais digna de apreço do que a tradução. Conclui-se que os poetas que recorrem à tradução o fazem, em geral, tendo em mente pelo menos três intenções não-excludentes: a) demarcar as suas filiações ou afinidades com determinada família poética; b) proceder a um exercício de crítica e criação com a finalidade de imergir na experiência da linguagem de outro poeta; c) influenciar os cânones, apontando rumos para a poesia local. Também são abordadas outras consequências das escolhas tradutórias dos poetas-trad...
Guimarães Rosa e seus tradutores
2021
As cartas que Guimarães Rosa trocou com tradutores de sua obra, devidamente reunidas e organizadas por pesquisadores, têm fornecido um material inesgotável de análise e propiciado um fértil debate sobre seu projeto pessoal de escrita, bem como sobre os processos e produtos da tradução literária. Neste artigo, procuramos explorar a correspondência do escritor com três de seus tradutores visando a ressaltar questões ligadas à tradução da obra rosiana emitidas tanto pelo autor como por seus tradutores. Nas cartas a Edoardo Bizzarri, Curt Meyer-Clason e Harriet de Onís, observa-se que Guimarães Rosa estabelece um sólido vínculo de cooperação, que reverte diretamente nas obras traduzidas. Os argumentos e as reflexões trocadas entre autor e tradutores deixam entrever a concepção de escrita literária de Rosa, sua preocupação com a recepção de seus romances e contos no exterior, bem como a visão do que seus tradutores acreditam ser a tradução literária.
A variação linguística em traduções de “alta literatura” e de best-sellers de ficção popular
DOAJ (DOAJ: Directory of Open Access Journals), 2018
Resumo: Embora o estudo da variação linguística em traduções literárias tenha estimulado um debate notável nos Estudos da Tradução nas últimas décadas, pouca reflexão tem sido desenvolvida em torno da (in)existência de uma relação entre o emprego de marcas de oralidade e traduções de obras da chamada alta literatura e de bestsellers de ficção. Seria possível observar algum contraste relevante, quanto às marcas de oralidade, entre obras de ficção às quais se atribuem, em princípio, objetivos mercadológicos distintos? Para responder a essa questão, realizou-se uma pesquisa comparativa com o objetivo de quantificar as ocorrências de marcas de oralidade, tais como as delineadas por Britto (2012), em uma tradução associada à alta literatura (Indignação, de Philip Roth), e em outra caracterizada como um típico bestseller de entretenimento (O Manipulador, de John Grisham). Palavras-chave: Sociolinguística aplicada à tradução; Marcas de oralidade; Alta literatura; Bestsellers de ficção.
Nomes próprios e artigos definidos no português brasileiro
Revista Letras, 2017
Neste artigo, apresentamos uma discussão sobre contextos sintáticos em que o nome próprio, no português brasileiro, pode ou não vir acompanhado por artigo definido. Há contextos em que a realização é obrigatória, quando o nome próprio é modificado, atuando como um nome comum, mas há contextos, como aqueles em que é modificado por construções apositivas, em que permanece com seu estatuto de nome próprio, podendo haver variação na realização do artigo. Ainda, há o contexto de inversão de predicado, em que o nome próprio, modificado, continua referindo a uma única entidade no discurso e exige a realização do artigo definido.
Palavra de Tradutor: Reflexões sobre tradução por tradutores brasileiros
2018
As the title suggests, this book brings together reflections on translation and its practice from the viewpoints of a variety of Brazilian translators. These are non-systematized reflections which were produced in different historical contexts spanning over two hundred years, from the end of the 18th century until the present day. They come from paratexts and metatexts written by translators, men and women, which offer approaches to diverse textual genres: from technical/ scientific writings to fiction, as well as children's literature, epic and lyrical poetry, and drama. The book, in bilingual format, is aimed at the Brazilian and international academic communities. It was conceived with the purpose of widening the reach of a body of texts that were originally found in books where their significance is sometimes not apparent. Following a diachronic structure, the opening text, the 1798 "Discurso do traductor" ("Discourse of the Translator"), was written by Manuel Jacinto Nogueira da Gama, and accompanies his translation of Lazare Carnot's Réflexions sur la métaphysique du calcul infinitésimal (Reflections on the Metaphysical Principles of the Infinitesimal Analysis). Next, there is Odorico Mendes' prologue to his translation of Homer's Iliad [1863?]. On to the 20th century, we present passages about translation from Monteiro Lobato's letters, published in 1944; a text by Clarice Lispector, "Traduzir procurando não trair" ("Translating Seeking not to Betray"), originally published in issue 177 of Joia magazine, in Rio de Janeiro, in May 1968; an excerpt from "Transluciferação mefistofáustica" ("Mephistofaustian Transluciferation") by Haroldo de
O problema do nome próprio e o projeto literário machadiano
História Revista
O objetivo deste artigo é analisar alguns dos dispositivos de nomeação das personagens, presentes nos primeiros romances de Machado de Assis. As práticas machadianas de nomeação são discutidas aqui à luz de uma história da onomástica literária, considerando-se em particular seu momento romântico. Pretende-se, assim, demonstrar que Machado de Assis recusou os termos correntes do tratamento da questão do nome próprio entre os romancistas românticos. Ao contrário deles, criou narradores que não falam sobre os nomes das personagens e praticou a homonímia e a nomeação irônica. Mas nem por isso se deve concluir que o autor de Helena era um escritor antirromântico. Uma outra faceta de seu uso do nome próprio permite compreender os verdadeiros termos do projeto literário de Machado de Assis: não a crítica, mas o aperfeiçoamento do Romantismo.
(Re)constituição identitária de tradutores
RESUMO O objetivo geral deste estudo é o de entender o uso de recursos tecnológicos na prática de tradução e, assim, contribuir para os Estudos da Linguagem e da Tradução, sobretudo, o movimento que o advento tecnológico provoca na identidade do tradutor e na prática tradutória. No mercado de traduções, a atividade tradutória parece apenas ser viável pela idealização tecnológica, ou seja, a qualidade da tradução é colocada como um ideal de perfeição, impecabilidade e maestria apenas possível pelo aparato tecnológico, responsável por apagar deslizes tributários da imperfeição humana e da equivocidade da língua. Diante disso, apresentamos a hipótese de que as tecnologias de tradução funcionam como enxertos, próteses, substitutivos imprescindíveis ao conhecimento linguístico do tradutor, instaurados como um fetiche o qual assegurará a legitimação da qualidade tradutória. Os recortes discursivos, advindos das entrevistas conduzidas por Skype e Facebook, com 19 tradutores, formaram dois eixos de análise. No primeiro, notamos, por parte de alguns tradutores, aderência à hegemonia tecnológica, refletindo representações de si enquanto parte de uma elite tecnológica por possuir expertise em softwares atualizados para a realização do ato tradutório. No segundo eixo, observamos, por parte de outros tradutores, resistência à imposição tecnológica, realçando representações de si como integrantes de um grupo desvalorizado, consciente de que precisa lidar com as exigências do mercado de traduções. Diante disso, conectamos a concepção freudiana de fetichismo como uma atitude de submissão à tecnologia e a concepção marxista de fetichismo como um anseio de objeção à tecnologia. Na primeira, é necessária a presença de algum elemento externo, substituindo o pênis, para a realização sexual. Na segunda, a mercadoria é transformada de matéria inorgânica à criatura orgânica para a realização comercial. Palavras-chave: tecnologias de tradução, análise de discurso, fetichismo, identidade, representações.