Literatura: uma categoria política (original) (raw)

Entre a Literatura e a Política

Revista Ciências Humanas

Neste artigo, objetivou-se analisar as ideias e os posicionamentos de Monteiro Lobato a partir das reflexões que compartilhou com o amigo Cesídio Ambrogi em cartas que endereçou a ele. Tematicamente, as cartas abrangem uma gama variada de assuntos, no entanto o foco centra-se nas discussões e posicionamentos políticos e nas impressões contextuais expressas na literatura produzida por ambos, que constituiu o início da amizade e que se consolidou com um dos pontos de confluência de interesses. Para tanto, considera-se que as cartas, reconhecidas como testemunhos involuntários, possibilitam perceber de modo mais claro os posicionamentos e os pensamentos dos interlocutores. Isso porque são documentos privados que, originalmente, não foram produzidos com a intencionalidade de que se tornassem públicos; portanto, há neles maior liberdade de expressão. O corpus documental deste estudo abrange as cartas enviadas por Monteiro Lobato ao amigo Cesídio Ambrogi, que fazem parte de um acervo part...

Literatura, a emergência do político

Nau Literária, 2018

A política como acontecimento. Não há, por assim dizer, uma política perene ou um estado permanente do político. Só há a política enquanto evento. Não que a sua emergência não dependa de mecanismos socioeconômicos e históricos, de agentes humanos concretos empenhados na transformação da realidade vividaisso é óbvio.

Politica e literatura

Crítica Marxista (São Paulo), 2015

Com Política e literatura: Antonio Gramsci e a crítica italiana, Daniela Mussi realiza uma operação de extrema relevância para os estudos gramscianos. Mais do que nunca, de fato, é preciso resgatar Gramsci dos equívocos panfletários. Muitos dos livros sobre Gramsci que nos últimos anos obtiveram maior visibilidade, principalmente na Itália, caracterizam-se por um uso instrumental de Gramsci no contexto das polêmicas do momento. Dois exemplos: enquanto o bem sucedido volume I due carceri di Gramsci [Os dois cárceres de Gramsci] (2012), de Franco Lo Piparo volta-se mais contra Togliatti e o Partido Comunista Italiano do que em favor de uma análise rigorosa do pensamento gramsciano, o livro Antonio Gramsci (2015) de Diego Fusaro, filósofo de considerável sucesso nos mass media italianos, propõe uma espécie de Gramsci pensador identitário antieuro e das pequenas pátrias. Felizmente este trabalho de Daniela Mussi contém uma perspectiva voltada não para a contingência, mas sim para uma análise do pensamento gramsciano visada a valorizar a singularidade deste. Ainda hoje é válido o que Michel Foucault declarou acerca de Gramsci numa carta privada de 1984 -conforme lembrou na edição norte-americana dos Cadernos do cárcere um grande pesquisador gramsciano como Joseph Buttigieg -, Gramsci "é um autor mais frequentemente * Professor da Universidade Federal do Ceará.

Literatura Politica e Pessoalidade

Este trabalho investiga as diferentes estratégias, espaços e modalidades de atuação em que se insere um conjunto de agentes que ingressaram na carreira literária entre os anos de 1945 e 1964 no Maranhão. As variáveis constituintes de seus perfis sociais foram analisadas de forma relacional, identificando-se as dimensões e princípios de hierarquização constituintes deste espaço social, considerando-se os investimentos feitos no âmbito cultural, político e de relações sociais.

Literatura e política numa letra só

Navegações, 2020

No dia primeiro de maio de 2019, na sua casa em Matosinhos (Portugal), a Profa. Dra. Isabel Pires de Lima, catedrática de Literatura Comparada da Universidade do Porto e ex-ministra de cultura de Portugal, abriu o seu coração para contar-nos sobre sua trajetória intelectual na esfer política e acadêmica e, especialmente, sobre a sua formação na área de Literatura Comparada e a situação atual da pesquisa no campo.

Literatura, crítica literária e politização dos direitos humanos

2019

Hoje, a defesa dos direitos humanos, em todos os campos do saber, inclusive o da literatura, é um dos aspectos mais importantes para fortalecer as lutas na-cionais e transnacionais contra as injustiças. Todavia, a história recente já mos-trou a necessidade de uma problematização do uso e abuso desses direitos em diferentes contextos de "aplicação". A adoção da categoria de direitos humanos é realmente uma arma eficaz para desmascarar e lutar contra todas as formas de abusos e injustiças e, ao mesmo tempo, para reconhecer as responsabilidades, nomear os responsáveis e enfrentar politicamente as situações de discriminação, opressão e dominação hegemônica?

Notas Críticas à Literatura Sobre Estado, Políticas Estatais E Atores Políticos

Revista Brasileira de Informação Bibliográfica em …, 1997

5 De forma recente esta literatura tem se deslocado de uma postura centrada no Estado para uma linha de analise centrada nas relacoes entre Estado e sociedade em um ambiente organizado e constrangido por instituições. Devo a incorporacao das contribuições mais recentes neste texto, assim como minha descoberta deste deslocamento ao professor Ira Katznelson do

A categoria marxista conteúdo e forma na leitura literária

Revista ibero-americana de estudos em educação, 2017

RESUMO: Este estudo analisa a obra Noite na taverna, de Álvares de Azevedo, em adaptação publicada em 2013. O objetivo da pesquisa foi o de perceber a relação da categoria marxista conteúdo e forma presente na obra. Para o desenvolvimento do trabalho, utilizou-se a metodologia de pesquisa bibliográfica com abordagem críticodialética. A análise permite afirmar que a relação conteúdo e forma são elementos indissociáveis em uma obra literária e favoráveis para o desenvolvimento da formação de futuros leitores. PALAVRAS-CHAVE: Obra literária. Conteúdo e forma. Leitura literária. Categoria marxista.

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Letras e Linguística perante a Capes, Benjamin Abdala Junior tem sido um fervoroso crítico de toda classe de poder discricionário. Sua trajetória mostra como o velho e o falso dilema entre arte e política não deixa de ser um sofisma. "A política, como outras formulações discursivas [diz-nos com convicção] são inerentes à própria codificação do texto literário". Constituem formulações que permitem entender o texto em suas articulações mais profundas. Desconsiderá-las, em função de uma pretensa literariedade é não permitir uma análise mais densa e contextualizada. Dessa forma, tanto a elaboração do texto como sua leitura são enredadas por essas séries discursivas. Em relação à atualidade, falar em leitura política pode implicar -como ele o faz -em se colocar contrariamente à distopia. Nada disso leva, entretanto, à desconsideração do sentido artístico da obra de arte. O que caracteriza um texto literário é sua capacidade de concentrar significações. Quanto melhor elaborado, mais vai resistir às leituras, e sua mensagem acaba por produzir impactos em leitores de muitas épocas.