Relações De Coocorrência CV Na Aquisição Do Português Brasileiro: Uma Discussão Acerca Do Papel Das Classes Consonantais (original) (raw)
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Aquisição do tipo silábico CV(r) no português brasileiro
Scripta, 2006
Os Modelos baseados no Uso e na Linguistica Probabilistica sugerem que a frequencia em que palavras individuais ou grupos de palavras sao usados, e a frequencia em que padroes estruturais ocorrem numa lingua afetam a representacao mental. Os modelos tambem propoem que as palavras no lexico estao organizadas de forma multidimensional em funcao de similaridades foneticas e semânticas, e que a representacao fonologica contem nao so os tracos distintivos, mas tambem os previsiveis e redundantes. Assim, a variacao e considerada intrinseca a gramatica e a representacao. Este artigo refere-se a aquisicao da estrutura silabica variavel CV(r) em criancas de 2;6 a 5;0, do Rio de Janeiro. A analise mostra que a distribuicao das frequencias das variantes e um reflexo da variacao estruturada, observada na comunidade de fala, e do estabelecimento de diferentes esquemas representacionais em funcao da classe morfologica e da posicao da silaba na palavra.
Aquisição de cognatos por aprendizes brasileiros de Inglês
Anais do I Congresso Nordestino de Linguística Aplicada, 2020
Ao iniciar o processo de aprendizado/aquisição de uma outra língua, que não a sua materna, o aprendiz dá início a um continuum que é conhecido na literatura da área de aquisição de línguas (PAIVA, 2014) como interlíngua. A interlíngua não é a língua materna do aprendiz, tampouco a língua alvo que almeja alcançar; é um sistema autônomo com características próprias (SELINKER, 1972). Dentre essas características estão, por exemplo, as estratégias de aprendizagem/aquisição e a fossilização; esta se refere ao fato de a aprendizagem/aquisição cessar em algum aspecto da língua (fonética, sintaxe, semântica, etc.) e aquelas às escolhas que o aprendiz faz para chegar à aquisição/aprendizagem de estruturas na língua alvo (VIEIRA, 2009). Dito isto, este trabalho teve como objetivo analisar a aquisição de cognatos por aprendizes brasileiros de inglês, pois muitas vezes os aprendizes os usam pela semelhança com a sua língua materna, o português brasileiro (PB). Metodologicamente, através de uma pesquisa quali-quantitativa, foram aplicados três testes distintos no campo da fonética e semântica para analisar o processo de aquisição/aprendizagem dos cognatos e interpretar os dados advindos deste processo. Usamos como referencial teórico os trabalhos de Selinker (1972), Percegona (2005), Villalba (2002) e Vieira (2009) para tratar aspectos da interlíngua; Bijsterveld (2010) e Nagy (1993) para tratar aspectos dos cognatos; e Kail (2013) e Paiva (2014; 2019) para aspectos metodológicos. Os resultados e conclusões mostraram o uso de cognatos como uma estratégia importante e passível de ser usada para o desenvolvimento da interlíngua, mas alertaram para grandes chances de fossilização no campo da fonética e chances menores no campo da semântica. Palavras-chave: Aquisição. Cognatos. Aprendizes. Inglês.
Processos Fonológicos Consonantais Na Aquisição Da Classe Verbal Irregular Do Português Brasileiro
Signo
RESUMO: O presente estudo tem como foco analisar como crianças em fase de aquisição do sistema verbal irregular do PB (Português Brasileiro) aplicam os processos fonológicos consonantais diante de conjugações verbais irregulares e qual a relação desses processos com a aquisição verbal do português. Para isso, selecionou-se o total de nove verbos, que foram avaliados segundo a aplicação de um instrumento, criado especificamente para esta pesquisa. Participaram da coleta de dados 16 crianças, falantes nativas de PB, estudantes de 1º ao 4º ano, na faixa etária de 06 a 09 anos de idade, todos alfabetizados. A partir das possibilidades de análise, entende-se que a aquisição do sistema verbal irregular do PB pode ser considerada como tardia, motivada, especialmente, pela presença de alternâncias consonantais nos radicais de suas flexões, as quais operam na língua com processos fonológicos consonantais.
A Morfologia Derivacional na Aquisição do Português como Língua Estrangeira / Língua Segunda
Diacrítica
Com base nas características gramaticais das palavras derivadas e no modo como são processadas mentalmente, argumenta-se a favor do ensino explícito dos processos de formação de palavras por promover o enriquecimento do léxico do aprendente de Português Língua Estrangeira ou Língua Segunda e favorecer o reconhecimento, interpretação e produção de palavras, sejam elas totalmente novas ou não, o que é muito importante se se tiver em conta que muitas palavras morfologicamente complexas não aparecem nos dicionários. Vários estudos têm mostrado que a melhoria do conhecimento morfolexical por parte do aprendente estrangeiro diminui o recurso constante ao dicionário e acelera os processos de leitura e de produção linguística (oral e escrita). Na segunda parte do artigo, apresenta-se o tipo de conteúdos e de atividades didáticas que podem ser desenvolvidas nas aulas de PLE ou PL2 com vista ao desenvolvimento da componente derivacional dos aprendentes.
Aquisição Da Retração Acentual Do Inglês Por Falantes De Português Brasileiro
2021
RESUMO Este artigo discute a aquisicao da regra de retracao do acento do ingles por falantes do portugues brasileiro, lancando luzes sobre a influencia da L1 e do ensino na aquisicao de uma L2. Foi aplicado um experimento no qual 37 falantes nativos e nao-nativos de ingles produziram as mesmas palavras isoladamente, em contexto de choque acentual e em contexto sem choque acentual, de modo que se pudesse observar a produtividade desse fenomeno. Os resultados encontrados mostram que a retracao ocorreu em proporcoes semelhantes em contextos com e sem choque acentual e que os aprendizes de nivel avancado se aproximaram bastante da taxa de aplicacao dos nativos. Tambem se observou que palavras terminadas em obstruinte nao favoreceram a aplicacao da regra enquanto palavras terminadas em vogal longa ou nasal favoreceram, o que evidencia que a estrutura silabica e o inventario segmental da L1 afetam os resultados da L2.
Aquisição Fonológica Do Português Por Uma Criança Surda Com Implante Coclear
2021
O objetivo deste trabalho é analisar a fala, em Português Brasileiro (PB), de uma criança surda portadora de Implante Coclear de 8 anos e 7 meses de idade, a fim de observar as características individuais de suas produções fonológicas, tendo como referência a aquisição da linguagem atípica (SLOBIN, 2015). Destaca-se que essa criança não entrou em contato com a Língua Brasileira de Sinais-Libras e iniciou a aquisição do português brasileiro aos 2 anos de idade. A pesquisa se pauta na teoria dos Modelos Baseados no Uso (BYBEE, 2001). Foi realizada uma coleta com a criança participante, que aconteceu com envolvimento da família para deixá-la mais confortável durante a gravação. A coleta com a criança participante baseou-se no estudo Aquisição Fonológica da Criança (LAMPRECHT, HERNANDORENA e YAVAS, 2001) o qual contém um quadro de palavras de cinco imagens Miguilim-Revista Eletrônica do Netlli | v. 10, n.1, p. 107-133, jan.-abr. 2021 com temas dos seguintes ambientes: zoológico, cozinha, sala, banheiro e veículos. Em suas produções, a criança participante demonstrou preferência pelos sons oclusivos [p, b, t, d, k], não apresentando produção do retroflexo álveo-palatal vozeado [ɹ]. A criança produziu também todas as vogais tônicas orais [a, e, ɛ, i, o, ɔ, u] e as seguintes vogais nasais [ , e , ũ]. Em relação à aquisição de padrões silábicos, os padrões CVC, CV e VC se mostram com maior frequência.
Vogal De Apoio Em Grupos Consonantais CCV No Português Brasileiro
ABRALIN, 2017
Este artigo apresenta um estudo acústico dos segmentos vocálicos (vogal de apoio e núcleo) presentes em sílabas CCV do português brasileiro. As duas consoantes dos encontros consonantais são plosivas e fricativas seguidas de tap. A caracterização acústica dessas vogais é feita através dos dois primeiros formantes orais e da duração.