NECROPOLÍTICA E CRISTOFASCISMO: SOBERANIA, VIOLÊNCIA E RELIGIÃO NA MANUTENÇÃO DA POLÍTICA BOLSONARISTA (original) (raw)
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CRISTOFASCISMO E BOLSONARISMO NO CAMPO POLÍTICO, SOCIAL E RELIGIOSO BRASILEIRO
Este artigo aborda o tema Cristofascismo e bolsonarismo no campo político, social e religioso brasileiro. Estes conceitos estão interligados e expandidos em campos de conhecimento diversos, que surgiram no horizonte como premissas deste artigo. O cristofascismo e o bolsonarismo, na contemporaneidade, nos levam a refletir. O primeiro se fundamenta em uma teologia do poder autoritário e o segundo como movimento de cunho personalista, raivoso e intolerante, digno dos maiores personagens autoritários da história recente. A pesquisa é de cunho bibliográfico; nela buscaremos estabelecer diálogo entre diversos autores a partir de entrevistas e publicações existentes em sites especializados. O tema escolhido se insere na realidade entendida como populismo político, manipulação religiosa e ideais nacionalistas. Uma mistura de discurso exacerbado contra as minorias e a diversidade é a tônica do fascismo, que tenta legitimar a violência física e discursiva para impor a sua força e construir um Estado paralelo entre milícias e fundamentalistas religiosos. Esta realidade está cada vez mais acentuada na realidade política, social e religiosa brasileira. Todas essas características nos ajudam a refletir o que encontramos na junção do bolsonarismo e o cristofascismo, nessa estrutura de poder entre teologia do poder e pragmatismo político-populista.
NECROPOLÍTICA E SUA LÓGICA SACRIFICIAL EM TEMPOS DE PANDEMIA
Estudos Teológicos, 2020
Resumo: Neste artigo pretendemos ampliar, deslocar e desdobrar o conceito de necropolítica de Achille Mbembe, aplicando-o a um contexto nacional de um governo de extrema-direita e relacionando-o com a lógica sacrificial que emerge em meio à pandemia. Para isso, primeiramente, apresentamos o conceito de necropolítica, destacando seus elementos estruturantes: a criação ficcional do inimigo e o estado de exceção. A partir disso, mostramos como necropolítica possui uma dimensão religiosa, que pode ser averiguada na sua lógica sacrifi cial. Em tempos de pandemia, concluímos que a necropolítica demonstra mais claramente sua face racista e antidemocrática, permitindo perceber mais claramente no sacrifício expiatório uma face da necrorreligião. Palavras-chave: Necropolítica. Covid-19. Pandemia. Estado de exceção. Sacrifício.
CRISTIANISMO NASCENTE E A CRÍTICA AO PODER POLÍTICO
IV Simpósio do Grupo de Pesquisa Cristianismo e Interpretações - UNICAP, 2018
Resumo Este estudo, baseado em pesquisa bibliográfica e exegese de textos neotestamentários, tem por objetivo mostrar as críticas do cristianismo primitivo contra o poder político greco-romano, e justifica-se pela necessidade de contestar as leituras bíblicas que promovem o quietismo político atual. Tomando como ponto de partida breves insights da Tanakh, analisaremos a critica política de Jesus, Pedro, Paulo e João, conforme registradas em alguns textos do Novo Testamento. Palavras-Chave: Cristianismo Nascente. Crítica Política. Império Romano. Introdução As raízes da crítica e da restrição ao poder político têm suas origens na Torá. A concessão da possibilidade de haver um rei em Israel ressalta importantes princípios de ética em Israel (Dt 17.14-20). Craigie (1976, p. 253-257) afirma que a possibilidade de um rei em Israel não era uma determinação, mas uma permissão divina com quatro requisitos restritivos e orientadores para que o rei tivesse seu poder submisso a Deus e à Lei: seria um homem entre seus irmãos e não acima deles; seria apontado por Deus; não acumularia cavalos, mulheres e riquezas; teria uma cópia da lei para sua orientação. A primeira tentativa malsucedida de monarquia em Israel, foi criticada com a alegoria das árvores na floresta (Jz 9.7-21) proferida por Jotão, que sobreviveu ao massacre contra os filhos de Gideão. A tese dessa fábula era que o poder régio atraía imprestáveis e ineptos, enquanto os que tinham valor e serviço não almejavam o poder político (MOORE, 1958, p. 244). O profeta Samuel "desaprovou de todo" (BALDWIN, 1996, p. 94) o pedido da unção de um rei (1Sm 8.1-22; 10.17-25). Mesmo previsto no Deuteronômio, a escolha de um rei representava a rejeição ao rei Yahweh, e a instalação de um sistema opressivo (BALDWIN, 1996, p. 95-97). Desde Davi, a monarquia israelita transgrediu todas as leis de Deuteronômio (Dt 17) e oprimiu a nação, a ponto de muitos profetas criticarem os reis e a
CRISE ORGANICA, NEOLIBERALISMO E BARBÁRIE
v. 5, 2020
O objetivo deste artigo é apenas sugerir alguns elementos para reflexão e discussão sobre o que acontece no nosso tempo. O texto segue a ideia de que o nosso tempo se caracteriza, grosso modo, pela crise estrutural ou crise orgânica do capital e que essa crise tem sido conduzida pelo invólucro ideológico do neoliberalismo, que expressa os interesses do capital em crise na sua ofensiva contra os trabalhadores. A tendência é o agravamento das contradições existentes no movimento do capital, com implicações dramáticas para o ambiente natural e a própria sobrevida da humanidade, com o ingresso no tempo da barbárie. Essa reflexão se alimenta principalmente dos escritos de Gramsci e Vico.
NECROPOLÍTICA E BIOPODER NO IMPÉRIO NEOLIBERAL
O estado de exceção, analisado pelo filósofo Giorgio Agamben (2010, Edições 70), tende a tornar-se cada vez mais o paradigma de governação na política contemporânea, posicionando-se no limiar entre democracia e absolutismo.
Revista de Estudos de Cultura, 2021
O presente artigo analisa a obra A Parábola do Semeador, de Octavia Butler, lançada em 1993 como o primeiro livro da duologia Semente da Terra. Inicialmente, apresenta um debate histórico e de conceituação do afrofuturismo e do gênero distópico. A partir disso, o artigo investiga aspectos importantes para a compreensão da narrativa, como a natureza religiosa do livro devido à fundação de uma religião por parte da protagonista, os aspectos políticos manifestados na sociedade e a forte presença da escravidão durante a obra. Por fim, o artigo busca posicionar a personagem Lauren Oya Olamina como uma figura abolicionista no século XXI, assim, traçando um paralelo com a figura bíblica de Moisés e com a revolucionária abolicionista negra Harriet Tubman.
"PÓS-LÓGICA" E NECROPOLÍTICA EM TEMPOS DE PANDEMIA
2022
Este artigo tem como objetivo realizar uma reflexão sobre a contradição na política federal e estadual paulista de combate à pandemia de Covid-19, esta última relacionada à política educacional do Estado de São Paulo. A essa contradição denominamos de “pós-lógica”. Começamos a nossa análise a partir da abordagem dos conceitos antropológicos de Religião e de Educação e os modelos “necropolíticos” de combate à pandemia. Posteriormente o pensamento de Albert Camus, quanto ao tema da pandemia, serviu de provocação para a continuidade de nossa ponderação. Entretanto, o pensamento existencialista não se demonstrou suficiente para decifrar a “pós-lógica” aplicada à política educacional paulista. Dessa forma, nos apoiamos na mundividência gramsciana para decifrar e refutar a “pós-lógica” de forma crítica. Valendo-se do arcabouço teórico marxista, gramsciano e freireano, nos debruçaremos sobre a temática da Educação. Com uma metodologia crítico-dialética deciframos a necropolítica fundamentada na “pós-lógica” demonstrando que o uso da “pós-verdade” e da “pós-lógica” pelo poder estatal paulista, são tentativas de manipular ideologicamente a maioria da população, tendo por objetivo principal favorecer a manutenção dos interesses mercadológicos nacionais em cumplicidade com a ação do capital internacional. Verificamos ainda que o resultado da política educacional paulista diante da pandemia era totalmente coerente com a política pedagógica estruturada a partir da “Pedagogia das Competências” há mais de 30 anos no Estado. Dessa forma, sugerimos como alternativa pedagógica estruturante o ensino emancipatório preconizado por Paulo Freire. Ele é um caminho concreto de educação humanizadora que pode identificar – a partir dos oprimidos – valores, propostas e modelos educacionais capazes de superar o atual modelo educacional causador das mais variadas formas de injustiça social, as quais se ampliaram em decorrência da pandemia de Covid-19. A estratégia de camuflagem dessa injustiça amplificada, isto é, a “pós-lógica”, contribuiu para colocar em risco o maior direito humano que é o direito à vida.
NEOFACISMO BOLSONARISTA - "UMA RETÓRICA DA VIOLÊNCIA POPULISTA"
NEOFACISMO BOLSONARISTA - UMA RETÓRICA DA VIOLÊNCIA POPULISTA, 2022
O presente texto trata do primórdio neoliberalismo brasileiro e sua rede intricada de deliberação contra a constituição brasileira no desmonte das políticas públicas, flexibilização do trabalho, e o fortalecimentos das elites políticas e econômicas nessa introdução minimizada do neofacismo como retórica populista de defesa da família, da pátria e da religião.
PSICOPOLÍTICA, NEOLIBERALISMO E AS NOVAS FORMAS DE PODER
A obra Psicopolítica: o neoliberalismo e as novas técnicas de poder, de Byung-Chul Han, é dividida em treze capítulos e trata da crise de liberdade como uma nova forma de exploração e submissão do sujeito em rede digital, cuja própria liberdade provoca coerções de poder ilimitado e interditos de submissão da experiência humana. Embora o sentimento de liberdade e de insubmissão nos acompanha em termos de projetos e reinvenção constante na atualidade, essa responsabilização surge na figura de coerção, ainda mais eficiente em termos de subjetivação e sujeição própria. O livro aborda a situação paradoxal dessa questão, visto que a liberdade é antagônica à coerção, mas é a que produz o maior lucro. No entanto, o excesso do próprio capital acaba provocando doenças psíquicas, tais como depressão (solidão emocional pelo isolamento e incapacidade de realizar-se no agir coletivo) ou síndromes do esgotamento profissional pela autoexploração para obter o melhor desempenho na competição com os outros, obrigando o sujeito a trabalhar incansavelmente como um ideal de vida e de luta interior consigo mesmo, sem a formação de um nós político. Tal sujeito dominado pela ditadura do capital humano é explorado em sua própria liberdade e "incapaz de se relacionar livre de qualquer interesse" ou por solicitude (HAN, 2018, p. 11). A ideia reside no fato de que "a liberdade individual é uma servidão na medida em que é tomada pelo capital para a sua própria multiplicação. Assim, o capital explora a liberdade do indivíduo para se reproduzir na livre concorrência" (HAN, 2018, p. 13). A rigor, "quem fracassa na sociedade neoliberal de desempenho, em vez de questionar a sociedade ou o sistema, considera a si mesmo como responsável e se envergonha por isso" (HAN, 2018, p. 16). Essa lógica não permite a emergência de qualquer tipo de resistência ao sistema e torna os explorados depressivos, garantindo relações de dominação e efeitos de hegemonia, segregação e hierarquização social. No tocante à rede digital, o livro refere que inicialmente foi "celebrada como um médium de liberdade ilimitada. O primeiro slogan publicitário de Microsoft, Aonde você quer ir hoje?, sugeria uma liberdade e uma modalidade sem fronteiras na internet" (HAN, 2018, p. 19).
RACISMO: NECROPOLÍTICA E NEOLIBERALISMO NO BRASIL
Revista Caboré, 2022
RESUMO O presente artigo visa discutir como a necropolítica e o neoliberalismo atuam em conjunto para a perpetuação do racismo. Inicialmente será tratada sobre quem foi responsável por dar origem ao termo necropolítica, em seguida utilizando o que seria Estado e neoliberalismo; por último como necropolítica, racismo e neoliberalismo juntos penalizam pessoas pobres e negras e como essas implicações estão presentes desde a escravidão no Brasil, como essa lógica neoliberal e "quem deve morrer" se retroalimentam diariamente por técnicas usadas pelo Estado. Na metodologia foram utilizados autores que escrevem sobre os assuntos, matérias jornalísticas e dados referentes a casos de uso excessivo da força pela polícia.