Roland Barthes e seus primeiros toques de delicadeza minimalista: sobre O grau zero da escritura (original) (raw)

Walter Benjamin e Roland Barthes às margens da escritura

Cadernos Benjaminianos

Resumo: A noção de escritura, desenvolvida por teóricos como Roland Barthes,Jacques Derrida e Maurice Blanchot, no século XX, possui um lugar medular nateoria da literatura e na crítica literária. O presente trabalho propõe um cotejamento entre a teoria de Walter Benjamin e de Roland Barthes no que concerne à escritura. Tomando alguns traços principais da escritura, analisados por Barthes, em conjunto com o pensamento de Benjamin acerca da narração, do declínio da experiencia e de algumas obras da literatura moderna – como a obra de Proust– é possível elucidar de que forma a escritura, operando como um limiar (Schwelle), escapa à rigidez das fronteiras que separam o pessoal e o histórico, a ordem comum do individualismo, a experiência da vivência.Palavras-chave: Roland Barthes; Walter Benjamin; escritura; limiar.: The notion of writing, developed by theorists such as Roland Barthes, Jacques Derrida and Maurice Blanchot, in the 20th century, has a fundamental place when it comes to l...

A angústia da banalidade, notas sobre Roland Barthes

Este ensaio pretende esboçar uma breve perspectiva teórica da obra de Roland Barthes, investigando noções como estilo, escrita e retórica, a partir de uma confrontação com o que chamou de “angústia da banalidade”, conforme está presente em Essais critiques (1964). Ela permite situar o lugar da literatura em sua obra tanto quanto compreender algumas de suas escolhas teórico-literárias.

Vida e obra. Roland Barthes e a escrita do Diário

outra travessia, 2017

http://dx.doi.org/10.5007/2176-8552.2016n21p145GIORDANO, Alberto. “Vida y obra. Roland Barthes y la escritura del Diario”. In: ______. La contraseña de los solitarios. Diarios de escritores. Rosario: Beatriz Viterbo Editora, 2011, p. 91-108. Tradução de Carlos Eduardo Schmidt Capela. Alberto Giordano, crítico e ensaísta, é professor da Universidad Nacional de Rosario (UNR), na Argentina. Todas as passagens citadas pelo autor, ao longo do ensaio, foram aqui traduzidas diretamente da versão espanhola. As traduções de Barthes ao português encontram-se, ao lado das suas versões castelhanas, nas Referências bibliográficas (N. T.).

Escrever “no grau zero” com a luz. Sobre a semiologia barthesiana da fotografia

2017

This article aims to present the suis generis Barthes’ semiology of photography. It seems to be based on the same zero degree scripture prerogatives. This is to define the exceptional character of aesthetics in Barthes, which sustains an ethics under the same responsibility for “moral of the form”, claimed by semiotician to any language.

As ambivalências textuais de Roland Barthes

Acta Scientiarum. Human and Social Sciences, 2003

Por meio da leitura crítica de A Morte do Autor e Da Obra ao Texto, ambos de Roland Barthes, pretende-se desenvolver um estudo da construção das noções de autor, leitor e texto. Tal construção, baseada em dicotomias, atribui importantes funções sociais e políticas ao leitor, ao texto e ao autor. A própria noção de texto de Barthes coloca, contudo, em xeque essas dicotomias e suas implicações, revelando as ambivalências de sua argumentação.

Do fait divers ao Biografema escrita da vida e poética do detalhe em Roland Barthes

Esse artigo propõe uma teoria sobre a escrita biográfica tendo por base o trabalho de Roland Barthes. Partindo de uma revisão da obra do semiólogo francês, identificamos um percurso crítico que articula os conceitos de fait divers, efeito de real, punctum e biografema na tentativa de resolver o problema da escrita realista e da apreensão do sujeito pelo Texto. Através do artifício da escritura, torna-se possível realizar uma dobra no problema “De que forma é possível escrever uma vida?”. Com Barthes, a questão torna-se “Que vida é possível ver por meio do Texto? ”

Roland Barthes: Um Semiólogo Nômade

Revista de Filosofia Aurora, 2003

O presente artigo tem por encargo descrever, de maneira panorâmica, o percurso intelectual trilhado por Roland Barthes no que diz respeito às suas pesquisas na área de fundamentação e de análises semiológicas empreendidas sobre fatos culturais. Veremos, e por isso o chamamos nômade, como, tendo partido de uma adesão ao estruturalismo científico de cunho saussuriano percorreu-o aos seus limites até desembocar em sua renúncia, assumindo a análise hermenêutica como alternativa de compreensão da cultura. Para efeito de análise e ilustração, serão enfocadas algumas obras pontuais consideradas de relevância apresentadas em ordem cronológica, iniciando com Mitologias e encerrando com Aula, dando destaque para e intermediária Sistema da moda, entre outras. Esperamos com isso dar conta da construção de um roteiro confiável de sua produção intelectual.

Do ensaio ao romance: Roland Barthes e A preparação do romance

2020

Como pretendemos analisar neste artigo, em A preparacao do romance (projeto de romance composto de notas, anotacoes e esbocos de textos que compuseram o ultimo curso de Barthes ministrado no College de France, entre 1977 a 1980), Roland Barthes projeta na linguagem ensaistica uma poetica iniciatica de potencial escrituracao do romance. Nesse sentido, A preparacao do romance pode ser analisada como um vasto projeto sobre a escrita e uma extensa poetica do fazer da obra.

Roland Barthes e a preparação do romance

Em seu curso “A Preparação do Romance”, apresentado entre 1978 e 1980, Roland Barthes discutiu a forma do romance moderno a partir de obras de grandes autores, como Proust, Mallarmé, Tolstoi entre outros. A partir de seus estudos e de sua publicação do período, pretendo abordar como a obra de Barthes assemelha-se ao que ele descreve como romance moderno. Na apresentação desse curso, o teórico afi rmou que este seria uma “simulação” de um “aprendiz de romancista”. No mesmo período, várias de suas publicações abordavam o mesmo tema, e o seu desejo por um novo tipo de escritura, levando muitos a acreditar que ele pretendia empreender realmente o projeto de Obra maior tal como descrevia. Além da explicitação do desejo de escritura que podemos observar no Barthes desses últimos anos de vida, a própria crítica semiológica empreendida por ele era acompanhada de uma riqueza de escritura até hoje celebrada. Palavras-chave: Roland Barthes. Romance francês contemporâneo. Gêneros literários.