Arte rupestre: imagens científicas: a constituição dialógica da arte paleolítica do Côa (original) (raw)
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Arqueologia em Portugal: 2020 - Estado da Questão, 2020
RESUMO A representação da gura humana é rara na arte paleolítica europeia, e a região do Côa não é excepção, em- bora desde o início se conheçam antropomorfos paleolíticos na sua arte de ar livre. Inicialmente restringidos a dois sítios, a sua quantidade e dispersão territorial expandiu-se consideravelmente nos últimos anos, com os continuados trabalhos de prospecção, registo de rochas decoradas e revisão das já conhecidas, ascendendo actualmente a quase meia centena, pesem embora as dúvidas na classi cação de várias entre elas. Este texto apresenta o conjunto completo destas guras inventariadas na arte do Côa, dividindo-as nos seus principais grupos cronológicos e tipológicos, e re ectindo sucintamente sobre a sua possível continuação para a fase cul- tural subsequente ao Paleolítico Superior. Palavras-chave: Arte rupestre, Figuras antropomór cas, Paleolítico Superior, Epipaleolítico, Região do Côa. ABSTRACT The representation of the human gure is rare in European Paleolithic art, and the Côa region is no exception, although Paleolithic anthropomorphs have been known in its open-air art since the beginning. At rst re- stricted to two sites, their quantity and territorial dispersion has considerably expanded in recent years, with the continued work of survey, review and registration of decorated rocks, and currently amount to almost half a hundred, despite the doubts concerning the classi cation of several among them. This text presents the com- plete set of these gures in the Côa art, divided in their main chronological and typological groups, and brie y re ecting on their possible continuation for the cultural phase subsequent to the Upper Paleolithic. Keywords: Rock art, Anthropomorphic gures, Upper Paleolithic, Epipaleolithic, Côa Region.
"Para lá da arte paleolítica, o Vale do Côa apresenta um conjunto notável de cronologia proto-histórica, ainda mal conhecido. Num texto anterior procurámos fazer um ponto da situação e apresentar pistas para a interpretação desta arte, a partir da temática de fronteira (Luís, 2008). Neste texto procuramos desenvolver este caminho interpretativo. Partindo da íntima relação entre esta arte e o espaço geográfico em que foi inscrita e de uma perspectiva de construção social desse mesmo espaço, atrevemo-nos a apresentar indícios para a interpretação da sua iconografia, confrontando-a com outros exemplos de iconografia peninsular, as fontes clássicas e elementos da mitologia de raiz céltica."
TRABALHOS DE ARQUEOLOGIA 54, 2012
Considerando que existe uma distribuição proporcional das vertentes (cerca de 25% para cada classe — Norte, Este, Sul e Oeste), na área onde o Parque Arqueológico do Vale do Côa se situa, como explicar a disparidade encontrada na orientação das encostas e afloramentos que contêm painéis datáveis do Paleolítico Superior? Quase metade dos sítios desta cronologia está exposta a Este contra menos de um décimo que se encontram orientados a Norte. Será que condicionantes geomorfológicas e de conservação diferencial poderão explicar completamente esta discrepância ou, por outro lado, poderão outros factores também ter determinado a escolha preferencial de encostas e afloramentos expostos a Este por parte dos gravadores pleistocénicos?
A construção do espaço numa sociedade proto-histórica, a arte rupestre do Vale do Côa
Espaços e paisagens: antiguidade clássica e heranças contemporâneas: Vol.3 História, Arqueologia e Arte, 2010
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As gravuras paleolíticas do vale do Côa
Resumo No vale do Côa existem centenas, talvez milhares de gravuras do período Paleolítico. O seu estudo está a ser realizado por uma equipa de arqueólogos coordenada por Mário Varela Gomes e António Martinho Baptista e demorará anos, talvez décadas. O que se segue baseia-se nos estudos científicos já publicados e representa o estado dos conhecimentos em Março de 1995. Encontrará neste texto a resposta às perguntas mais elementares acerca das gravuras propriamente ditas: o que são, onde se encontram, porquê são tão importantes e quando foram feitas?
2008
"Resumo Nos inícios de 2005 o Centro Nacional de Arte Rupestre (CNART) começou a prospecção sistemática da zona envolvente à Foz do Côa. Para além do seu óbvio interesse arqueológico, sabe-se que esta zona albergará o futuro Museu de Arte de Arqueologia do Vale do Côa e deveria, portanto, ser exaustivamente prospectada. Os resultados deste trabalho, que ainda prossegue, serão agora apresentados pela primeira vez, confirmando as principais ideias que desde há anos vimos defendendo relativamente à dispersão espacial e ordenamento cronológico da arte rupestre do Baixo Côa. Embora não se tenham ainda realizado os trabalhos de levantamento da arte rupestre entretanto detectada, pode afirmar-se desde já que a Foz do Côa constituiu-se como a maior aglomeração de rochas historiadas de todo o Baixo Côa, distribuídas fundamentalmente pelo período final do Paleolítico superior (fase Magdalenense) e pela Idade do Ferro. palavras-chave: Prospecção; Arte rupestre; Paleolítico; Idade do Ferro"
BOTICA, Natália, VILAÇA, Raquel, LUÍS, Luís & BLANCO-ROTEA, Rebeca, eds. – A paisagem da arte rupestre na Pré e Proto-história no Alto Douro Português Braga: Universidade de Braga., 2024
Discovered in 1993, in the context of the identification of the Côa Valley Palaeolithic rock art, the knowledge of this region’s rock art remains in a “protoarchaeologic” stage. Its interpretation has led to the definition of a set of artistic landscapes, which are largely disconnected from its socioeconomic context and the people who produced and enjoyed it..