Orientação da arte rupestre do vale do Côa: um caso de estudo na distribuição espacial da arte paleolítica ao ar livre (original) (raw)

Orientação das vertentes e conservação de arte rupestre: dados meteorológicos preliminares acerca do complexo de arte rupestre ao ar livre do Vale do Côa (Actas da II Mesa-Redonda «Artes Rupestres da Pré-história e da Proto-história» (Porto, Nov. 2011), Viseu, 2016, pp. 19-40)

Este artigo apresenta muito sucintamente dados preliminares sobre os padrões microclimáticos registados pelas quatro estações meteorológicas localizadas no Parque Arqueológico Vale do Côa. A investigação aqui apresentada faz parte de um doutoramento, submetido à School of Applied Sciences, Bournemouth University, sob orientação do Professor Timothy Darvill, que teve como objectivo criar uma escala de urgência de intervenção conservativa na arte rupestre ao ar livre do Vale do Côa. Este projecto lidou com a identificação e utilização de diferentes variáveis na avaliação da condição dos afloramentos com arte rupestre do Côa. Este artigo examina a relação entre orientação cardeal dos afloramentos e painéis gravados e o seu estado de conservação. De uma forma global, investigação levada a cabo teve como propósito principal melhor informar, gerir e, especialmente, priorizar possíveis intervenções futuras de conservação (Fernandes, 2012). Palavras-chave: orientação cardeal, conservação de arte rupestre ao ar livre This paper very briefly presents preliminary data on climatic patterns recorded by the four weather stations located in the Côa Valley Archaeological Park. Research presented here is part of a doctoral thesis submitted to the School of Applied Sciences, Bournemouth University, under the supervision of Professor Timothy Darvill, aimed at creating a conservation intervention emergency scale for the Côa Valley open-air rock-art. This project dealt with the identification and use of different variables in assessing the condition of rock art outcrops in the Côa. This article analyses the connection between aspect of the engraved outcrops and panels and their current condition. The overarching aims of carried out research were to better inform, manage and especially prioritize possible future conservation interventions (Fernandes, 2012).

"Per petras et per signos": A arte rupestre do Vale do Côa enquanto construtora do espaço na Proto-história

"Para lá da arte paleolítica, o Vale do Côa apresenta um conjunto notável de cronologia proto-histórica, ainda mal conhecido. Num texto anterior procurámos fazer um ponto da situação e apresentar pistas para a interpretação desta arte, a partir da temática de fronteira (Luís, 2008). Neste texto procuramos desenvolver este caminho interpretativo. Partindo da íntima relação entre esta arte e o espaço geográfico em que foi inscrita e de uma perspectiva de construção social desse mesmo espaço, atrevemo-nos a apresentar indícios para a interpretação da sua iconografia, confrontando-a com outros exemplos de iconografia peninsular, as fontes clássicas e elementos da mitologia de raiz céltica."

Arte rupestre: imagens científicas: a constituição dialógica da arte paleolítica do Côa

Antropologia Portuguesa, 2000

Este artigo recorre à noção de estória dialógica apresentada por Edward Bruner e Phyllis Gorfain para pensar os processos sociais e políticos que se encontram sub jacentes à descoberta arqueológica das gravuras paleolíticas do vale do Côa. Procura-se demonstrar como os discursos sobre as gravuras foram produzidos no interior da comunidade arqueológica, em interacção com discursos por ela anteriormente elaborados, difundidos e suportados, e, em particular, com os de Leroi-Gourhan, inseridos numa narrativa sobre a história da disciplina que os legitima, e respondem às versões alternativas que se lhes opõem-neste caso, aos discur sos dos especialistas em datação absoluta sobre a cronologia pós-paleolítica das gravuras. Conferindo especial atenção aos processos de visualização, este artigo procura também demonstrar como se constituíram as imagens científicas das gravuras do Côa que estruturam a sua de (per si) difícil percepção.

O sistema de visita e a preservação da arte rupestre em dois sítios de ar livre do Nordeste português: o Vale do Côa e Mazouco.

Revista Portuguesa de Arqueologia, 2003

Desde a sua abertura em 1996, o Parque Arqueológico Vale do Côa (PACV) tem estado debaixo de intensa análise e crítica, por parte, na sua maioria, de arqueólogos portugueses e da comunidade local, nomeadamente no que concerne ao sistema de visita implantado no Côa, objecto de discussão neste artigo. Tendo em conta estas críticas e alguns exemplos dos diferentes resultados produzidos pelas estratégias de gestão implementadas noutros sítios de arte rupestre desta área do Nordeste português mas também no Mundo, o objectivo deste artigo será o de discutir a eficácia dos vários sistemas de acesso de visitantes numa perspectiva de preservação versus acesso público não perdendo de vista toda a realidade socio-económica ligada à gestão de recursos culturais mas também turísticos e como tal económicos. Sendo o grande público um dos principais interessados na gestão do Património Cultural (PC), é vital determinar as suas opiniões sobre os sistemas de acesso a estes locais em geral e aos sítios de Arte Rupestre em particular. Assim sendo, no âmbito deste artigo foi efectuado um inquérito de opinião que visa avaliar o grau de satisfação com a visita que o sistema implantado no Vale do Côa permite. Do mesmo modo, as ideias e sugestões dos parceiros e comunidade local acerca do desenvolvimento económico e a gestão das visitas no Vale do Côa serão também objecto de análise, recorrendo a entrevistas por nós efectuadas e a artigos publicados na imprensa regional e nacional. Considerando o acima mencionado, o intuito deste artigo será o de demonstrar que os sítios de Arte Rupestre, localizados ao ar livre ou não, devido à sua natureza específica, e nomeadamente os situados nesta zona da Península Ibérica, exigem abordagens particulares no que respeita à sua gestão e especialmente na implementação dos siatemas de acesso público.

Uma paisagem sem gente? O problema do contexto arqueológico da arte rupestre proto-histórica do Côa e Douro

BOTICA, Natália, VILAÇA, Raquel, LUÍS, Luís & BLANCO-ROTEA, Rebeca, eds. – A paisagem da arte rupestre na Pré e Proto-história no Alto Douro Português Braga: Universidade de Braga., 2024

Discovered in 1993, in the context of the identification of the Côa Valley Palaeolithic rock art, the knowledge of this region’s rock art remains in a “protoarchaeologic” stage. Its interpretation has led to the definition of a set of artistic landscapes, which are largely disconnected from its socioeconomic context and the people who produced and enjoyed it..

Baptista, António Martinho & Reis, Mário (2008) - Prospecção da arte rupestre no Vale do Côa e Alto Douro português: Ponto da situação em Julho de 2006

2009

"Resumo Apresenta-se um ponto da situação relativamente ao conhecimento da Arte do Côa até Julho de 2006, com um historial da sua evolução desde os primórdios, com as primeiras e quase ignoradas referências dos anos 30 e 40, salientando-se a importância da prospecção sistemática para o recente salto quantitativo na quantidade de rochas decoradas conhecidas. Circunscreve-se e caracteriza-se geomorfologicamente a sua área de distribuição, centrada na junção entre os rios Côa e Douro. Caracterizam-se as metodologias de prospecção utilizadas e os diferentes constrangimentos que enfrentam, e apresenta-se uma descrição sumária da geomorfologia e da arte rupestre de cada um dos sítios conhecidos, assim como uma caracterização geral dos quatro grandes períodos cronológicos aqui representados. Conclui-se com a certeza que os 36 diferen- tes sítios e as 644 rochas inventariadas até esta altura são apenas uma fracção do total, e que muito falta ainda por descobrir e interpretar do extraordinário conjunto de gravuras e pinturas da abrangentemente chamada Arte do Côa. Palavras chave: Prospecção, Arqueologia rupestre, Arte do Vale do Côa, Arte Paleolítica, Arte da Idade do Ferro, Alto Douro português, Filiformes."