Literatura e Democracia (original) (raw)

Democracia e Literatura no Pragmatismo de Rorty

Estudo inicial de fins de graduação sobre a relação entre a literatura, como fonte de narrativas de experiências particulares, e a democracia, como forma de organização e deliberação sociais, no pensamento pragmatista de Richard Rorty. O argumento é de que o progresso moral das sociedades democráticas contemporâneas depende do processo permanente de dilatação da tolerância, coisa que as narrativas sem pretensões universalistas conseguem prover pelo apelo à dor provocada por certas formas de poder.

Literatura Nos Jornais: Democratização Na Escrita e Na Receção

Via Atlântica

Os jornais foram um elemento decisivo na democratização do acesso à literatura, tanto na produção do discurso literário como na sua receção. A imprensa periódica, com relevo para os jornais, permitiu um diálogo entre jornalismo e literatura. Nos contextos coloniais, permitiu, ainda, que os centros produtivos se deslocassem para os espaços periféricos, onde surgiram novas oportunidades de escrita e receção. Partindo da análise comparativa das obras e percursos de um jornalista metropolitano que se torna escritor em Angola e de um intelectual angolano, procuramos compreender como os jornais democratizaram a literatura e quais as suas limitações neste processo.

Entre a Literatura e a Política

Revista Ciências Humanas

Neste artigo, objetivou-se analisar as ideias e os posicionamentos de Monteiro Lobato a partir das reflexões que compartilhou com o amigo Cesídio Ambrogi em cartas que endereçou a ele. Tematicamente, as cartas abrangem uma gama variada de assuntos, no entanto o foco centra-se nas discussões e posicionamentos políticos e nas impressões contextuais expressas na literatura produzida por ambos, que constituiu o início da amizade e que se consolidou com um dos pontos de confluência de interesses. Para tanto, considera-se que as cartas, reconhecidas como testemunhos involuntários, possibilitam perceber de modo mais claro os posicionamentos e os pensamentos dos interlocutores. Isso porque são documentos privados que, originalmente, não foram produzidos com a intencionalidade de que se tornassem públicos; portanto, há neles maior liberdade de expressão. O corpus documental deste estudo abrange as cartas enviadas por Monteiro Lobato ao amigo Cesídio Ambrogi, que fazem parte de um acervo part...

ENTRE LITERATURA E DEMOCRACIA, UMA DEMANDA: POR UMA LITERATURA DEMOCRÁTICA

Em Tese, 2017

Atendendo à demanda da revista Em Tese sobre as relações (im)possíveis entre literatura e democracia, propomos diferentes reflexões a partir de perspectivas teóricas advindas dos campos da Literatura, do Direito, do Urbanismo e da Filosofia, pautadas pelo direcionamento dos Estudos Culturais. A fim de reunirmos criativamente essa diversidade, decidimos abordar a questão de maneira plural, escrevendo a quatro mãos. Dentre as referências escolhidas, contamos com autores clássicos (Safo, Sólon e Tirteu), poetas contemporâneos (Ana C. César, Rafaela B. e Siscar), filósofos contemporâneos (Adorno, Arendt, Derrida, Horkheimer, Lefebvre e Rancière), criminólogos, sociólogos e urbanistas (Anyar de Castro, Harvey, Maricato e Vainer). Nosso objetivo é problematizar as ideias em torno de democracia e literatura, de modo a criticá-las e, ao mesmo tempo, reconhecer suas potencialidades para o momento de crise que vivemos.

Politica e literatura

Crítica Marxista (São Paulo), 2015

Com Política e literatura: Antonio Gramsci e a crítica italiana, Daniela Mussi realiza uma operação de extrema relevância para os estudos gramscianos. Mais do que nunca, de fato, é preciso resgatar Gramsci dos equívocos panfletários. Muitos dos livros sobre Gramsci que nos últimos anos obtiveram maior visibilidade, principalmente na Itália, caracterizam-se por um uso instrumental de Gramsci no contexto das polêmicas do momento. Dois exemplos: enquanto o bem sucedido volume I due carceri di Gramsci [Os dois cárceres de Gramsci] (2012), de Franco Lo Piparo volta-se mais contra Togliatti e o Partido Comunista Italiano do que em favor de uma análise rigorosa do pensamento gramsciano, o livro Antonio Gramsci (2015) de Diego Fusaro, filósofo de considerável sucesso nos mass media italianos, propõe uma espécie de Gramsci pensador identitário antieuro e das pequenas pátrias. Felizmente este trabalho de Daniela Mussi contém uma perspectiva voltada não para a contingência, mas sim para uma análise do pensamento gramsciano visada a valorizar a singularidade deste. Ainda hoje é válido o que Michel Foucault declarou acerca de Gramsci numa carta privada de 1984 -conforme lembrou na edição norte-americana dos Cadernos do cárcere um grande pesquisador gramsciano como Joseph Buttigieg -, Gramsci "é um autor mais frequentemente * Professor da Universidade Federal do Ceará.

Literatura em tempos autoritários

Revista Darandina

Este artigo objetiva analisar o conto “Recordações do casarão”, de Bernardo Kucinski, publicado após o processo de redemocratização política no livro Você vai voltar pra mim e outros contos(2014), a qual tem por assunto central memórias da ditadura civil-militar brasileira. Nessa perspectiva, propõe-se discutir a possibilidade de elaborar as experiências traumáticas do regime autoritário no plano da linguagem.

Literatura, a emergência do político

Nau Literária, 2018

A política como acontecimento. Não há, por assim dizer, uma política perene ou um estado permanente do político. Só há a política enquanto evento. Não que a sua emergência não dependa de mecanismos socioeconômicos e históricos, de agentes humanos concretos empenhados na transformação da realidade vividaisso é óbvio.