Facebook como espaço de ação virtual: uma análise sobre as reações discursivas na fan page de um movimento ambiental (original) (raw)

Facebook como mídia alternativa para o ativismo ambiental: análise das reações discursivas na fanpage do Greenpeace do Brasil

Anais do 10º Encontro Nacional de História da Mídia, 2015

Este artigo tem como objetivo mapear as reações discursivas depreendidas dos comentários dos internautas-leitores em post do movimento ambiental Greenpeace do Brasil no Facebook e avalia, primariamente, como tais reações podem interferir no ativismo ambiental. A hipótese do trabalho é a de que, pelas reações, os internautas podem conquistar a expressão política que desejam, porém possuem níveis limitados de conversação e participação, podendo ser incapazes de contribuir para a visibilidade e legitimidade da instituição. Buscamos identificar as características das reações e os níveis de participação Depreendidos dos comentários postados e por fim, analisar, primariamente, a interferência de tais reações. Para isso, adotamos como pressupostos teóricos a Teoria Semiolinguística da Análise do Discurso e outros teóricos sobre a subjetividade digital, bem como algumas discussões mais filosóficas sobre o alcance das redes sociais.

Novos sujeitos em ação no espaço virtual: uma análise dos discursos em busca da visibilidade pública do Greenpeace Brasil no Facebook

Anais do Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação - INTERCOM, 2014

Os movimentos ambientais encontraram nas redes sociais da internet um meio para divulgarem suas causas. Mas, para conquistarem a visibilidade pública que desejam, eles precisam interagir com outros discursos e sujeitos com identidades múltiplas, que comentam e participam da construção das informações no meio virtual. Com base nas teorias discursivas de Charaudeau (2012 e 2013) e nos estudos sociológicos de Santaella (2007) e Sibilia (2008), este artigo se propõe a identificar quem são esses sujeitos que comentam e como eles contribuem para a construção da visibilidade do movimento ambiental Greenpeace Brasil no Facebook.

Diálogos entre transativismo, comunicação de interesse público e educomunicação

Este capítulo delineia-se na interlocução entre a comunicação de interesse público, na perspectiva defendida por Duarte (2007), transmidialidade como um fenômeno não ficcional (FREEMAN, 2016; JENKINS et al., 2009), transmedia literacy (SCOLARI, 2016; LUGO, 2016) e transativismo (SRIVASTAVA, 2011a), para descrever o delineamento conceitual de dois projetos transmídia na área de educação. Buscamos analisar como a noção de transmídia e a abordagem educomunicativa e cidadã permeiam campanhas de interesse do público na área de educação no Brasil e no Timor-Leste. Além de um enfoque capaz de considerar modalidades midiáticas não digitais na construção de narrativas expandidas, buscamos enfatizar a natureza da mediação no cenário analisado, sendo este um aspecto ainda pouco explorado nos estudos sobre transmídia. Procuramos compreender de que maneira as instâncias sociais, culturais, econômicas e políticas se manifestam e se interpõem na produção de uma campanha transmídia não ficcional na área de educação. E de que maneira, as histórias podem retomar origens, enfatizando culturas, tradições e pessoas no centro da comunicação e da educação.

[Tese de Doutorado] ANÁLISE DO DISCURSO MIDIATIVISTA: uma abordagem às transmissões simultâneas do Mídia Ninja

Em 2011, surgia no Brasil uma das primeiras iniciativas cidadãs de registro on-line e em tempo real de protestos. Estava ali o embrião do que se tornaria uma das mais discutidas articulações midiativistas do país. Isso só aconteceria, efetivamente, dois anos depois, quando a nação teria de lidar com diversas manifestações, levando milhares de pessoas às ruas de cidades brasileiras, no que ficou conhecido como Jornadas de Junho de 2013. Os atos foram marcados pelo grito da crise de representatividade, política e midiática; assim, bandeiras parlamentares e logos de mídias corporativas eram pouco aceitos nas marchas. É nesse contexto que ganha representatividade o Mídia Ninja, coletivo de comunicação independente que registrava os protestos de perto, ao vivo, pela Internet, pautando, inclusive, os tradicionais veículos de comunicação. Em 2014, durante a Copa do Mundo de Futebol, mais uma vez os Ninjas estavam nas ruas – período que representa o recorte de exame desta pesquisa. Frente à emergência de tal fenômeno, o objetivo deste trabalho foi o de descrever e analisar as condições de produção do discurso do Mídia Ninja, buscando compreender o lugar que o coletivo ocupa no regime discursivo midiático que se tem na contemporaneidade. Importante registrar que se fala neste trabalho exclusivamente das transmissões simultâneas do Mídia Ninja, e não da série de outras investidas que ele gera. Para tanto, empreendeu-se, como intentos específicos, a circunscrição dos aspectos estruturais que compõem o dispositivo técnico de produção do veículo; a descrição e análise do dispositivo comunicacional e enunciativo regular do coletivo; e, por fim, o exame da dinâmica interacional do grupo midiativista com seus receptores/interlocutores na plataforma Twitcasting. Como mecanismo de apreciação crítica, procedeu-se à Análise do Discurso, mais especificamente ao campo da semiolinguística, buscando aportes que auxiliassem na constituição metodológica. O ferramental, que compreende uma estrutura triparte, avalia as dimensões técnicas, interacionais, contextuais, verbais-enuncivas-enunciativas, visuais, sonoras, da relação imagem-texto e dos efeitos. No entanto, assentou-se aqui também em uma fundamentação teórica que ajuda a refletir histórica e conceitualmente acerca das ocupações pela sociedade das redes e das ruas, bem como de que maneira a mídia e os mecanismos de mediação exercem papel fundamental nessa conjuntura. Após análises, tem-se como resultado uma decomposição detalhada do coletivo, que expõe as principais propriedades dele, e ajuda numa tomada de caracterização diferente daquela que é propagada no senso comum, a apresentar inclusive um conceito acerca do midiativismo de forma mais precisa. Acredita-se que as considerações aqui alocadas não fecham o fenômeno que está se vivenciando, em curso pleno, sofrendo e imputando mutações nos campos midiático, da web, político, dos movimentos sociais, entre outras frentes. Todavia, deixam-se assertivas que de certo modo ajudam a compreender um pouco (ou uma parte) de nossa sociedade, seus interesses, seus medos, suas necessidades e desejos. Por fim, acredita-se que esta tese traz ainda uma contribuição para se pensar nos estudos linguísticos (e na Análise do Discurso) à luz de novas frentes midiáticas e de intervenção social, dado que sua aplicação ao cenário de exame aqui cultivado pareceu muito positivo. -------------- ABSTRACT In Brazil 2011, one of the first citizenship initiatives of online and real time protests registration appeared. This was the embryo which would become one of the most discussed media activism articulations in the country. This would effectively only happen two years later, when the nation had to deal with many manifestations, leading thousands of people to Brazilian cities streets, in a movement known as 2013 June Journeys. These acts were characterized by a crisis scream for representativeness, political and media; therefore, parliamentary flags and corporative media logos were not well accepted in the demonstrations. It is in this context that Media Ninja gets representativeness, an independent communication collective that closely registered the protests, live, via Internet, marking, inclusively, the traditional communication vehicles. In 2014, during the Soccer World Cup, once again the Ninjas were in the streets- period that represents the examined scenario of this research. Facing the emergence of such phenomena, the aim of this paper was to describe and analyze Media Ninja production conditions, trying to understand the place which the collective occupies in the media discursive regime that we have in the contemporaneity. It is important to register that this paper talks, exclusively, about the simultaneous transmissions of Media Ninja and not the series of other sallies that it generates. Therefore, as specific intents, we undertook the circumscription of structural aspects that constitute the technical device of the vehicle production; the description and analyses of the regular communicational and enunciative collective device; and at last, the examination of the interaction dynamic of the media activist group with their receptors/interlocutors on the Twitcasting platform. As a critical appreciation mechanism, we initiated the Discourse Analysis, more specifically towards the semiolinguistic field looking for contributions that helped in the methodological constitution. The tooling which consists of a three part structure, evaluates the technical, interactional, contextual, verbal-enuncive-enunciative, audiovisual, image-text, and effect dimensions. However, we also settled here in a theoretical ground that helps to reflect historically and conceptually about the occupation of networks and streets by the society, as well as how the media and the mediation mechanisms exert a fundamental role in this scenario. After analyses, the result is a detailed breakdown of the collective, which exposes its main properties and helps in a characterization taken different from that which is propaganda in the common sense, in also presenting a concept about the media activism in a more accurate way. It is believed that the considerations here set do not close the phenomena that is being lived, in full ongoing, suffering and attributing mutations in the web, political, social movements of the media field, among other fronts. However, we leave some assertive that in a way, help to understand a little (or in part) about our society, its interests, its fears, its needs and desires. Finally, it is believed that this thesis also brings a contribution for one to think about in linguistic studies (and Discourse Analysis) in light of the new media and social intervention fronts, since their application to the examined scenario here cultivated seemed very positive.

M I DI A TIVISMO INTERFACES DO DO CONCEITO À PRÁTICA

Ativismo Digital de Favelas como Formas de Infraestrutura Comunicacional Urbana, 2018

Neste capítulo, apresentamos um estudo do ativismo digital de favelas, analisando-o como ferramenta para combater a opressão, a injustiça e o assassinato da juventude negra e favelada que temos testemunhado em diversas cidades brasileiras e, em especial, no Rio de Janeiro. Isso ocorre em um contexto de preparação, realização e, agora, pós-realização de megaeventos, como a Copa do Mundo de Futebol de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Para alcançar este objetivo, percebemos na antropologia digital um caminho metodológico frutífero, tomando como base a abordagem netnográfica, assim também como encontros face a face com ativistas. A ideia é compreender melhor como funcionam essas redes de ativismo digital de favelas, analisando algumas de suas características e táticas. Também exploramos questões como: quais têm sido alguns dos principais desafios e tensões? Quais têm sido algumas das principais conquistas? E que lições podem ser compartilhadas com outros grupos ativistas em outros países e contextos? Aqui, gostaríamos de demonstrar que o fenômeno do ativismo digital pode ser melhor compreendido quando analisado de uma maneira imersiva e detalhada, buscando interfaces entre os estudos de ativismo, antropológicos e de mídias urbanas. Dessa forma, mergulhando no caso da Maré Vive, um “ponto de encontro” de ativismo digital do Complexo da Maré, é possível interpretar as iniciativas de ativismo digital de favelas como formas de infraestrutura comunicacional urbana, representando recursos fundamentais para vivenciar a realidade cotidiana e, até mesmo, uma ferramenta de sobrevivência em um contexto marcado pela violência institucional direcionada às populações de favelas.

LINKS NA DIVULGAÇÃO ATIVISTA: O USO DO HIPERTEXTO NO FACEBOOK DO GREENPEACE BRASIL

Cadernos CESPUC - Série Ensaios, 2015

Os movimentos sociais encontraram nas redes sociais da internet um meio para divulgarem suas causas, campanhas e reivindicações. É a partir da cyberdifusão, tipo de disseminação de informações própria do espaço virtual, que eles têm a chance de se apropriarem das novas tecnologias de forma paradoxal para se articularem e promoverem a pressão coletiva que desejam. O presente trabalho procura analisar como um movimento ambiental em específico, o Greenpeace Brasil, utiliza o hipertexto digital para construir suas informações na rede social Facebook, vista na atualidade como uma das mais adequadas para a produção cyberativista dos movimentos. Como hipertexto digital, o artigo considera uma produção textual típica dos ambientes hipermídia que utiliza conexões com outros textos por meio de links, recurso amplamente utilizado nas redes sociais digitais. Para avaliar o uso do hipertexto digital no Facebook do Greenpeace Brasil, o trabalho analisa dois posts criados pela instituição em sua página, considerando os tipos de links e hipertextos utilizados e suas funções retóricas na construção de sentidos. Ao longo da análise, fica claro que uma informação completa e eficiente da instituição pode garantir a conquista da visibilidade e persuasão desejadas. Porém, o hipertexto quando mal construído pode confundir o internauta e reduzir a chance de obter o resultado desejado pelo movimento ambiental.

“Concordo com os termos de uso”: apontamentos sobre controle dos discursos em plataformas de comentários na web

O objetivo é tratar dos controles impostos aos discursos por meio dos termos de uso e políticas de privacidade das plataformas de comentários em portais brasileiros de notícias. Convocamos como aporte teórico-metodológico Foucault (2008) e sua tipologia de procedimentos de controle discursivo, além de Fairclough (2008) e os preceitos da Análise de Discurso Textualmente Orientada (ADTO). O estudo das normas de uso e diretrizes de privacidade das plataformas de comentários dos portais UOL e G1 evidencia a presença de mecanismos de coerção da prática do debate público e de rarefação dos indivíduos que buscam tais espaços de participação. Tais pistas sinalizam para uma configuração peculiar de relações de poder.

Deliberação no jornalismo online: um estudo dos comentários do Folha.com

O artigo busca fazer uma avaliação do índice de deliberatividade dos comentários de leitores no site da “Folha de S. Paulo”. São analisadas 130 postagens vinculadas a duas notícias: a prisão do governador de Brasília, José Roberto Arruda, e o acordo sobre energia nuclear entre Brasil e Irã. Além dos comentários, analisou-se o site do jornal, a ferramenta discursiva e o posicionamento político dos leitores. Conclui-se que houve um relevante índice de deliberação na discussão analisada, mas que os participantes buscaram mais a vitória na discussão que o entendimento mútuo. Ao final, são ponderados alguns potenciais de incremento democrático na oferta de ferramentas discursivas por sites jornalísticos.

Os memes como exercício de contrapoder a discursos político-midiáticos: uma reflexão a partir dos debates eleitorais de 2014

2016

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Jornalismo, Florianópolis, 2016.Durante o perído eleitoral de 2014 no Brasil os memes tornaram-se uma forma usual e divertida de comentar os mais diversos acontecimentos das cenas política, midiática e jornalística. Servindo aos mais variados interesses, tornaram-se mecanismos de ataque e defesa, de disseminação de ideias e informações ? falsas ou verídicas -, de críticas e de apoio a ações e personagens políticos. Nesse contexto, funcionaram tanto para a polarização do debate público como para subversão das mensagens. Sem ignorar a atuação dos memes no sentido de propagar ideias hegemônicas e estereótipos, esta pesquisa investiga sob que aspectos eles podem funcionar como um exercício de contrapoder a discursos político-midiáticos. Para tanto, tensiona desdobramentos expressivos do termo ?meme? em suas co-relações com conceitos de poder e contrapoder, fra...

A DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA NAS MÍDIAS SOCIAIS: O CASO DO BLOG BÚSSOLA

Diálogo das Letras, 2015

A presente pesquisa tem como objetivo compreender como o blog Bússola, que integra o site da revista científica Ciência Hoje, se organiza e em que medida contribui para o processo de divulgação da ciência para a sociedade em geral. Para isso, foram observados aspectos relacionados à organização das informações e as diferentes estratégias discursivas empregadas pelo enunciador com o intuito de informar e também de suscitar maior interesse pela leitura por parte dos internautas. Para a fundamentação teórica, empregou-se a teoria Semiolinguística, que sustenta a noção de contrato de midiatização científica proposto por Charaudeau (2008) e estudos de Adam e Lugrin (2000) sobre hiperestrutura. Além disso, aproveitaram-se as categorizações sugeridas por Primo (2011) acerca do termo Interatividade e as considerações propostas por Xavier (2009) que abordam a noção de Hipertexto, pois se levou em conta que o blog possui características pertinentes às iniciativas de webjornalismo. Utilizou-se na presente pesquisa ideia apresentada por estudiosos da divulgação científica como Charaudeau (2008) e Vogt (2006), entre outros. O desafio deste estudo é mostrar que a simplicidade do discurso empregado, a escolha de imagens e de sinais de pontuação e a organização de uma postagem no blog formam um conjunto de estratégias que podem servir para transformar a linguagem científica em uma linguagem acessível a todos.