Histórias de sangue e dor (original) (raw)
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Histórias De Vergonha, Amor e Dor
2021
Resumo A partir da história de vida de três mulheres vítimas de violência conjugal em Montes Claros (MG), procuro compreender, neste artigo, os motivos que impedem essas e outras mulheres de romperem relações violentas e denunciarem seus agressores. Busco pensar esses motivos, especialmente, no processo de subjetivação feminina. Entre as explicações que emergem das narrativas estão o medo, a preocupação com filhos, a ideologia do casamento indissolúvel, a falta de apoio da família e aspectos relacionados à religiosidade e aos afetos. Palavras-chave: Mulheres. Violência de Gênero. Violência Conjugal. Subjetividade. Abstract Based on the life story of three women victims of conjugal violence in Montes Claros (MG), I try to understand in this article the reasons that prevent these and other women from breaking violent relationships and denouncing their aggressors. I seek to think these reasons, especially in the process of female subjectification. Among the explanations that emerge...
Histórias de vitimação e seus significados
2009
À minha mãe por estar eternamente ao meu lado. À minha avó materna por ter acreditado sempre em mim, pelo amor autêntico e pelos seus conselhos sábios. Obrigada! V Agradecimentos _____________________________________________________________________ Muito obrigada a todas as pessoas que tornaram este trabalho possível: Em particular, às minhas utentes, por partilharem comigo as suas histórias de vida, as suas vivências mais intimas, permitindo-me um olhar mais atento sobre esta problemática. À minha família, que embora de formas diferentes, sempre me apoiou ao longo destes anos de faculdade. Espero que se orgulhem de mim. À Marta Bonifácio, pelo apoio incondicional, pela ajuda infindável e palavras amigas, pela paciência e amizade genuína. Aos meus amigos, por todo o apoio que me deram ao longo deste período, que mesmo tão longe estiveram sempre por perto. Em especial às companheiras deste percurso, Li, Loirita e Sia, por me conseguirem fazer sorrir quando tudo está pesado demais. À minha orientadora, a Professora Doutora Celina Manita, pela aprendizagem que me permitiu e pela sua disponibilidade para me ajudar na realização da tese. É para mim
Experiência de doença e narrativa
2012
A presente coletânea reúne trabalhos que buscam refletir sobre questões relativas à compreensão da doença (particularmente da doença mental) como experiência, vivida e significada em contextos de ação e interação. Apesar de independentes, os capítulos encontram-se ligados por uma linha teóricometodológica comum. Fundamentam-se, todos, em (re)leituras das teorias sociais de base fenomenológica (principalmente a existencial e etnometodológica), da hermenêutica e do pragmatismo. Contudo, é importante observar que não se teve preocupação de seguir à risca os processos discursivos e os quadros de referência dessas 'escolas'. É sempre problemático delimitar, com simples rótulos, a natureza e pressupostos de um certo conjunto de idéias. Entretanto, a diretriz fenomenológica, se assim podemos dizer, é, sem dúvida, preponderante na análise das questões levantadas. Com exceção parcial de um deles, os artigos desta coletânea são inéditos. Apresentaram-se versões ou partes desses artigos, contudo, em congressos nacionais ou internacionais de ciências sociais ou de saúde coletiva. Os debates e discussões realizados em tais congressos ajudaram substancialmente os autores a questionar e desenvolver alguns aspectos significativos sobre o tratamento dos dados e a elaboração conceitual das temáticas analisadas. Cabe mencionar a participação nos Grupos de Trabalho (GTs) Corpo, Pessoa e Doença da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (Anpocs) e Associação Brasileira de Antropologia (ABA): a interlocução com os colegas destes GTs, particularmente com Luís Fernando Duarte e Ondina Fachel Leal, foi bastante enriquecedora. Também nos beneficiamos do olhar crítico de Carlos Coimbra, Marcos Queiroz, Jean Langdon, Cecília Minayo, Ana Canesqui e Luis Castiel, com quem se discutiram algumas das idéias aqui apresentadas. Os cursos ministrados em cursos de pós-graduação e graduação da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal da Bahia (Ufba) serviram de forma particular à sistematização dos autores e teorias discutidos nos artigos. Embora tenham por objetivo refletir sobre aspectos teóricos ou conceituais das ciências sociais em saúde, os artigos se fundamentam em dados empíricos, produzidos em pesquisas desenvolvidas no âmbito do Núcleo de Estudos em Ciências Sociais e Saúde (ECSAS) da Universidade Federal da Bahia, criado em 1993. Juntamente com outros pesquisadores nacionais, os integrantes do núcleo participaram da coordenação do I Encontro Nacional de Antropologia Médica (1993). Desde então, têm-se engajado em pesquisas sob os auspícios de diferentes agências financiadoras, em organizações de seminários, em ensino e orientação na graduação e pós-graduação. Assim, podemos dizer que esta coletânea é fruto de um trabalho conjunto, envolvendo, além de nós, autores, toda a equipe de pesquisadores e bolsistas do ECSAS. Entre os primeiros cabe mencionar e agradecer a contribuição inestimável de Maria Gabriela Hita, colega do ECSAS e do Departamento de Sociologia, primeira leitora e crítica de praticamente todos os capítulos, além de parceira em muitas de nossas discussões e projetos. A colaboração dos estudantes que compõem a equipe do ECSAS, por sua vez, não se resume à atuação na produção de dados: sua participação nos seminários semanais de discussão teórica enriqueceu e ampliou nossa visão. Estes seminários têm revelado grande importância na sedimentação de nossa posição intelectual. Os quase intermináveis debates aí travados nos permitiram tornar mais claras, se não as respostas, ao menos as questões que nos interessam desvendar. Assim, gostaríamos de agradecer aos bolsistas: Márcio Barbosa, Paula Schaeppi, Litza Cunha (estas duas co-autoras de um dos capítulos),
Novos Debates, 2021
Como abordar a ‘violência obstétrica’ em uma escola pública no mesmo momento em que o Ministério da Saúde despacha sobre a inadequação do termo? Exploraremos este problema de fundo a partir da descrição de um projeto de extensão realizado em uma escola estadual em Porto Seguro (BA), envolvendo a Universidade Federal do Sul da Bahia e o Coletivo Parto Seguro: pelo fim da violência obstétrica. Por fim, as conversas entre a antropóloga coordenadora do projeto, as ativistas do Coletivo e jovens estudantes da rede de ensino estadual levam-nos a apontar brevemente para um possível caminho de abordagem da violência obstétrica no debate público.
Este artigo objetiva discutir uma das mais recentes modalidades historiográficas que, ao lado da História Comparada e de outros campos como o da História Transnacional e o das Histórias Conectadas, defendem a proposta de lidar com 'procedimentos relacionais" -aqui entendidos como aqueles que se encaminham para além das tradicionais abordagens historiográficas e atentam para os gestos historiográficos da comparação, do cruzamento, da interconexão e ultrapassagem dos limites nacionais e civilizacionais na escolha dos objetos historiográficos. A História Cruzada é essa modalidade enfatizada na parte principal do presente artigo, que considera que os procedimentos relacionais -entre os quais se enquadra o gesto historiográfico do "cruzamento" ou do "entrelaçamento" -podem se referir à definição do objeto de pesquisa, dos modos narrativos, procedimentos analíticos, cruzamento sistemático de fontes e outros aspectos da operação historiográfica. Palavras-chave: Cruzamento. Entrelaçamento. Histórias Cruzadas. Procedimentos relacionais.
PÓS: Revista do Programa de Pós-graduação em Artes da EBA/UFMG
Através da análise fílmica comparativa de uma constelação de curtas e longas-metragens do cinema brasileiro contemporâneo, este artigo pretende explorar o modo como o gênero de horror é utilizado por uma nova geração de cineastas queer como maneira de representar o desejo sexual dissidente. Partindo de leituras queer sobre o horror gótico, analisaremos a recorrência do sangue nessas narrativas enquanto metáfora de abjeção e desejo, assim como a apropriação positiva da monstruosidade e suas implicações no panorama de produções audiovisuais que abordam o desejo homossexual no Brasil. Palavras-chave: cinema queer; cinema brasileiro; cinema contemporâneo; horror; gótico.
Ciencias Sociales y Religión, 2013
Resumo: Este artigo examina algumas modalidades de imbricação entre religião e política no contexto de violência vivido no Rio de Janeiro, Brasil. Discute como categorias e práticas religiosas têm sido experimentadas e mobilizadas por moradores de favelas cariocas vítimas da violência estatal para confrontar os dispositivos discursivos favela e favelado, que os identificam com o campo do crime e da marginalidade, e acessar o espaço público na busca por justiça e reparação moral. Analisa, com base em um caso etnográfico, como essa operação lhes permite expressar o sofrimento e a indignação pelo assassinato de um familiar por policiais militares, prestar-lhe homenagens fúnebres, restaurar-lhe a dignidade moral em rituais para a dor no espaço público e acessar um repertório social e moral que associa as dimensões política e jurídica na tematização da violência e na responsabilização de seus autores. Palavras-chave: Religião e política, favela, metáfora da guerra, rituais para a dor, dispositivos morais.
2018
Este artigo apresenta experiências agroecológicas do estado do Rio de Janeiro, a partir da interação entre o Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa e Extensão Científica e Tecnológica em Agroecologia da UFRRJ (NIA-UFRRJ) e a Articulação de Agroecologia do Rio de Janeiro (AARJ), aqui representadas pelo caso da Caravana Agroecológica e Cultural do Rio de Janeiro (RJ). Para a síntese das narrativas dos atores envolvidos realizamos entrevistas, registro em vídeos e facilitação gráfica tanto no período preparatório, quanto durante a Caravana RJ. Como reflexão de fundo destacam-se: a visibilidade para as denúncias, as lutas dos territórios e os anúncios das alternativas que estão sendo semeadas; além da articulação em rede entre diversos atores, prezando pela indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão para fortalecer a AARJ. Por fim, apresentamos algumas lições apreendidas, os enraizamentos desta experiência e os desafios postos para o fluxo do rio daqui para frente.