Considerações teóricas a respeito das condições de "abertura crítica" nos trailers (original) (raw)

Sobre o papel (histórico) da crítica

Celeuma, 2013

a crítica e as artes dossiê 15 número 1 volume 1 maio 2013 celeuma cristian borges revê a recepção do filme Viagem ao fim do mundo, de Fernando Coni Campos, a partir de comentários de Jean-Claude Bernardet No dia 22 de junho de 2011, o crítico, roteirista e professor aposentado da ECA-USP, Jean-Claude Bernardet, postou em seu blog na internet uma espécie de mea culpa em relação a um filme de 1968, Viagem ao fim do mundo, dirigido por Fernando Coni Campos.[1] No texto, Bernardet narra a forma como recentemente retomou contato com a obra e revela sua estupefação ao dar-se conta de que não havia escrito nada sobre o filme, nem na época de seu lançamento, nem depois: Hoje tenho certeza de que, quando vi o filme pela primeira vez, percebi que não havia nada semelhante no panorama cinematográfico brasileiro, que ele abria perspectivas em direção ao cinema-ensaio, à possibilidade de elaborar ensaios em filmes, que o pensamento no cinema não precisava se ater à ficção, que o pensamento no cinema podia recorrer à ficção entre outros instrumentos. Quando revi o filme neste mês de junho de 2011, fiquei petrificado: como era possível que eu não tivesse escrito sobre esse filme?

Um Breviário Para O Diretor Teatral as Relações Diretor-Espectador Sob Uma Perspectiva De Recepção

O Teatro Transcende, 2013

As transformações no século XX foram responsáveis pelas abordagens mais significativas no que tange ao trabalho do ator. Os mais complexos elementos são investidos de atenção ao se conjeturar caminhos e possibilidades de relação com o ator. Ao remontarmos a virada para o novo século, sabemos que saímos do século XIX sob a influência do textocentrismo, em que não se concebia um teatro fora do texto e que os atores tinham de ser singulares, ou seja, tinham que ter uma disposição para o trabalho, porém, não tinham uma técnica pessoal sistematizada. Talvez esta seja uma das razões de tão significativas transformações. A partir de então, a tríplice relação autor-ator-diretor passou por diversas configurações e, ao que parece, está sujeita a muitas outras ainda. Sobretudo se incluirmos aí o espectador, num esquema quádruplo que dê ênfase às questões relacionadas aos estímulos do público para com a arte. Numa breve descrição, poderíamos dizer que o ator teve, ao longo dos séculos, seu manancial criador apoiado no texto; que o autor, a partir do século XVIII, adquiriu o estatuto de artista, sumidade da arte dramática; e que o diretor, especialmente a partir das vanguardas engendradas nas décadas de 60, obtém o êxito de autoridade artística. Mas é com o advento do espectador como elo fundamental nas relações teatrais que podemos verificar algumas rupturas que levaram o público a ser tratado de forma diferente daquela habitualmente aplicada 2. Ruptura com a quarta parede. Utilização de outros espaços como ambiente cênico (inclusive espaços urbanos). Instalações. O público no palco.

Cinema e Publicidade Audiovisual: Apontamentos Sobre a História dos Trailers nas Décadas de 1910 a 1970

Diante do pensamento da sétima arte como, além de produto cultural e de entretenimento, objeto comercializante detentor de uma grande parcela dos investimentos mundiais, faz-se necessário o conhecimento acerca das mudanças no modo como este é divulgado. Através de uma observação histórica acerca dos trailers, o presente estudo buscou contextualizar a publicidade audiovisual, pontuando as mudanças mais significativas nos trailers e ressaltando as principais características sobre a forma e conteúdo dos mesmos.

A convergência da publicidade e do cinema na estratégia contratual do trailer cinematográfico

A convergência da publicidade e do cinema na estratégia contratual do trailer cinematográfico 1 Patrícia de Oliveira Iuva 2 Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS) Resumo Dizemos que o trailer cinematográfico encontra-se entre a publicidade e o cinema, isto é, utiliza elementos cinematográficos e argumentos publicitários como recursos persuasivos, a fim de estabelecer, estrategicamente, um contrato de leitura com seu cine-espectador. Isso nos possibilita identificar duas naturezas distintas, m as complementares, presentes e constituintes do trailer: a natureza narrativa, concernente ao cinema, e a natureza persuasiva, correspondente à publicidade. Assim, esse estudo refere-se à constituição da linguagem do trailer, utilizando parâmetros teóricos referentes à semiótica da imagem e aos estudos cinematográficos.

A história paralela contada pelos motion graphic designers em aberturas

Blucher Design Proceedings, 2021

créditos de abertura, motion graphic design, Michael Betancourt Este artigo fala da relação entre o texto e a imagem em aberturas. O que começou no cinema nos anos 1950, migrou para séries, telenovelas e games. Vamos apresentar a teoria proposta no livro Semiotics and title sequences-Text-Image Composites in Motion Graphics, de Michael Betancourt (Routledge, 2017), a partir de uma resenha do autor referenciado. Para identificarmos trabalhos que tenham similaridade com a teoria do autor, utilizamos as etapas sugeridas pela ferramenta StarT para uma Revisão sistemática de literatura: Planejamento, Execução, Seleção e Extração. Assim, apresentaremos uma análise retórica própria para estas narrativas, proposta no lugar das abordagens que consideram estes trabalhos apenas como apêndices das produções principais que acompanham e suas três características principais: o modo Imagem como base, o Caligrama e o modo Rébus. opening credits, motion graphic design, Michael Betancourt This article talks about the relationship between text and image in openings. What started in the cinema in the 1950s, migrated to series, soap operas and games. We will present the theory proposed in the book Semiotics and title sequences-Text-Image Composites in Motion Graphics, by Michael Betancourt (Routledge, 2017), from a review of the referenced author. To identify works that have similarity with the author's theory, we use the steps suggested by the StarT tool to perform a systematic literature review: Planning, Execution, Selection and Extraction. Thus, we will present our own rhetorical analysis for these narratives, proposed in place of the approaches that consider these works only as appendages of the main productions they accompany and their three main characteristics: the Image-as-Base mode, the Calligram and the Rébus mode. 1 Introdução Dar nome a tradições técnicas ou estéticas é uma etapa importante para produzir teoria em áreas que carecem de aprofundamentos mais robustos. Foi o que Michael Betancourt se propôs a fazer no livro Semiotics and title sequences-Text-Image Composites in Motion Graphics (Routledge, 2017). O autor considera como o texto e a imagem se combinam para trazer significados nas aberturas em três categorias: The Figure-Ground mode (o modo Imagem como base), the Calligram mode (o modo Caligrama) e the Rebus mode (o modo Rébus). Mesmo sendo uma narrativa incorporada aos filmes nos Estados Unidos pelo menos desde os anos 1950, ainda faltam análises mais densas na área do motion graphic design para Anais do 10º Congresso Internacional de Design da Informação | CIDI 2021

Os cenários complexos inaugurais

Resumo: O artigo busca refletir sobre desafios e dificuldades que o fazer jornalístico enfrenta diante do surgimento e desenvolvimento de circunstâncias/situações complexas que impactam a sociedade estabelecendo, geralmente, novos parâmetros de compreensão e de abordagens de tais temas/assuntos.

ESTÉTICAS DO CONTEMPORÂNEO – ALGUMAS TENDÊNCIAS DO CINEMA BRASILEIRO

Este artigo procura analisar algumas tendências estéticas do cinema brasileiro a partir da década de 90. Para tanto, busca uma discussão do próprio conceito de estética assim como de outros conceitos a ele relacionados através, principalmente, dos autores: Walter Benjamin, Umberto Eco, Pierre Bourdieu Muniz Sodré e Raquel Paiva. Fundamentando-se, principalmente nas definições de valor, gosto, níveis de cultura, kitsch, grotesco e reprodutibilidade técnica, este trabalho visa entender como podem se dar os mecanismos de valoração e consumo e como eles interferem esteticamente nas obras.

A animação como opção tecnoestética em vinhetas de abertura de filmes

Denise A. D. Guimarães. Revista Dispositiva, v. 6, n. 10: Abordagens Semióticas, Consumo, Tecnologias, 2017

https://doi.org/10.5752/P.2237-9967.2017v6n10p19-39 | Resumo: Este artigo busca uma possível (re)articulação das questões ligadas à representação e aponta a importância de se considerar como os regimes de visualidade são alterados, por força dos efeitos tecnoestéticos na linguagem das novas mídias. São analisados os signos intercambiantes entre o verbal e o icônico, em vinhetas de abertura de filmes, com base nos conceitos teóricos fundamentais de Charles Sanders Peirce. Uma leitura intersemiótica investiga práticas criativas que integram signos visuais e verbais, os quais implicam um desafio estético, partindo da animação para as imagens computadorizadas. Há ainda uma referência às questões formuladas por Lev Manovich e por Wiliam Brown sobre o que acontece com a identidade indicial do cinema, quando a tecnologia fílmica tradicional vem sendo substituída pela tecnologia digital.

A noção de abertura na poética beriana do comentário composicional

O presente artigo tem como objetivo investigar a especificidade da noção de abertura no interior do pensamento composicional de Luciano Berio (1925-2003). Tendo em vista a importância desta noção em seu percurso criativo, este estudo pretende examinar a correlação entre a abertura, enquanto um princípio poético, e o trabalho de elaboração de procedimentos aptos a operar um desdobramento de uma obra acabada no interior de um novo processo composicional singular. A fim de ilustrar um conjunto variado de procedimentos de abertura, será observada a potencialização de diversos aspectos de um trecho da obra Sequenza VII (1969), para oboé solo, no interior de Chemins IV (1975), para oboé e onze cordas, a qual caracteriza o processo beriano do comentário.