Crise sistêmica internacional e regimes democráticos (original) (raw)
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Crise do Estado e da democracia no contexto da globalização
Revista Jurídicas, 2019
O artigo tem por objetivo apresentar como o fenômeno da globalização impacta no Estado e na democracia colocando-os em crise. Em relação à globalização, observar-se-á sua relação com a economia, a organização política e a cultura. O fato que parece ser inquestionável é que a sociedade como um todo encontra-se envolvida neste processo de globalização e cada vez com mais intensidade. O texto está dividido em quatro itens, três deles relacionados à globalização e um quarto que trata do impacto da globalização no Estado e na democracia. A globalização põe por terra a ideia tradicional de Estado com base em território, povo e soberania e por isso, busca-se um novo formato para adequar-se à realidade da globalização. Com relação à democracia, o impacto é na ideia de representação. Ou seja, a crise não é da democracia, mas de representação.
Crise sistêmica e a consolidação do poder global estadunidense
Revista Fim do Mundo
Este artigo relaciona a crise sistêmica da década de 1970 à consolidação do poder global estadunidense. Primeiramente, argumentaremos que a crise da década não se deve à suposta crise de hegemonia estadunidense, mas ao antagonismo latente entre a autonomia relativa dos Estados Nacionais e a transnacionalização econômica – subproduto do padrão de organização da economia mundial liderado pelos Estados Unidos no pós-guerra. Adicionalmente, defenderemos que o encaminhamento da crise sistêmica consolidou os parâmetros estruturantes do seu poder interestatal – segurança/violência, moeda/finanças, produção/tecnologia – e inaugurou a era da crise estrutural do capital.
Efeito dominó na América Latina: influência do sistema internacional nos regimes políticos
Leviathan - Cadernos de Pesquisa Política, 2012
Este artigo busca encontrar fatores internacionais influentes nos processos de ascensão de regimes autocráticos e democratização ocorridos na América Latina durante, respectivamente, as décadas de 1960 e 1970, e as décadas de 1980 e 1990. Além de considerar os fatores endógenos que foram determinantes nesses processos, são investigadas as principais influências externas sobre as mudanças de regime democrático. Os fatores considerados são: a influência dos Estados Unidos sobre a região, no primeiro processo, a partir dos programas de assistência militar e da incorporação de sua Doutrina de Segurança Nacional por parte das escolas superiores de guerra em diversos países da América Latina e, no segundo processo, pela guinada em sua política em relação à região, quando passou a defender os valores democráticos e evitar ajuda a regimes autocráticos. O sistema internacional – no primeiro momento caracterizado pela bipolarização ideológica da Guerra Fria – levou à radicalização das posturas políticas nos países da América Latina em um momento crucial de seu processo de desenvolvimento, como resultado a ascensão de ideologias de cunho anticomunista. No período de democratização, a política internacional pode ter sido um fator influente pela consideração de que os regimes democráticos se tornara um imperativo para se inserir na economia internacional.
A dominação carismática em regimes democráticos
Política & Sociedade, 2020
O artigo busca analisar a possibilidade de conciliar o conceito weberiano de dominação carismática com as democracias contemporâneas e com líderes que não rompem com as normas institucionais. A partir da análise exegética de Weber, chegamos a uma definição de dominação carismática que se baseia primordialmente na relação afetiva dos seguidores com o líder em razão de seu caráter extraordinário. Contestando outras interpretações, argumentamos que essa definição é compatível com líderes democráticos sem perder a eficiência de sua aplicação a casos subversivos. Finalmente, para além de Weber, apresentamos algumas possíveis aplicações do conceito a partir de três elementos ideais-típicos: intensidade, difusão e direção do carisma. Esse modelo pode incluir carismas autoritários e antiautoritários e explicar o comportamento dos seguidores em medidas que envolvam os líderes.
Relações Internacionais na crise da ordem liberal
December, 2020
O cenário político e econômico internacional dos últimos setenta anos, desde o final da Segunda Guerra Mundial, foi marcado pela economia capitalista e posteriormente adjetivada também liberal, que modelou as sociedades e democracias industriais avançadas. Desde então, a economia mundial tornou-se gradualmente mais aberta, com o crescimento das finanças e do investimento internacional em mercados domésticos. Esforços contínuos foram tomados para o aumento da integração econômica. A década de 1980 apresentou talvez um dos poucos obstáculos que a ordem internacional liberal defrontou. A solução trazida pela direita liberal à época, menos intervenção estatal e combate perene à inflação, foi continuada por governos de centro-esquerda durante as duas décadas seguintes. Resultado deste processo, o globalismo está enraizado na doutrina neoliberal do Consenso de Washington, que foi iniciado pelo primeiro presidente dos EUA no pós-Guerra Fria, Bill Clinton, e executado pelos sucessivos governos de George W. Bush e Barack Obama. Sua doutrina baseia-se na adoção de um conjunto 1 Doutor em Ciência Política pela Universidade Federal de São Carlos. Atualmente, realiza estágio de pós-doutorado financiado pela FAPESP no Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais Santiago Dantas.
Autoritarismo, populismo e democracia na atual conjuntura internacional
2021
Texto apresentado oralmente por Thomas Jacques Cortado na sessão final do seminário "Antropologia da democracia e dos populismos", no dia 7 de julho de 2021, ocorrido de forma online. Este texto discute as noções de autoritarismo, populismo e democracia, com base na bibliografia da disciplina "Antropologia da democracia e dos populismos", ministrada pelo professor Thomas Jacques Cortado na Universidade Estadual de Campinas durante o primeiro semestre 2021. Faz um balanço da literatura e aproveita o material trazido por estudantes na ocasião de exercícios distribuídos pelo professor.
A democracia no sistema globalizado
Pressupostos históricos e teóricos para o estudo da democracia e os novos desafios na era da globalização, 2016
Este artigo científico investiga os efeitos da Globalização sobre o Estado Moderno e a Democracia. O problema atacado é a superação do modelo de Estado diante das crises geradas pelo capitalismo nos campos social, político e cultural. A Democracia em crise passa de Representativa a Transnacional e Solidária, visando resolver as demandas globais comuns. Na primeira parte resgataram-se caracteres históricos e conceituais de Democracia. Na segunda tratou-se da formação do Estado Moderno. Na terceira parte analisou-se a influência da Globalização na Soberania estatal. Na quarta abordaram-se os aspectos que identificam a crise da Democracia e a superação do Estado Moderno, com provocação para Democracia Transnacional e Solidária. O trabalho foi desenvolvido com método indutivo. A pesquisa foi bibliográfica e documental.
Os novos cenários transnacionais e a democracia assimétrica
Revista de Estudos Constitucionais, Hermenêutica e Teoria do Direito, 2010
referenciada ao fi nal deste artigo. Representativa Moderna não conseguiu alcançar outras formas de vida fora da política, nem outras ordens políticas que não aquelas restritas ao Estado Constitucional Moderno. Por trás das teorias que procuram orientar a adoção de "democracias" capazes de coexistirem com a diversidade, com a complexidade, com a solidariedade e com a participação, existe embutido um otimismo irrefutável quanto à possibilidade da elaboração do que pode ser chamada de uma teoria democrática para o novo cenário criado pela globalização.