Construcción y Validación de un Instrumento Sobre el Uso de Anticonceptivos Hormonales Orales (original) (raw)

Uso Racional de Contraceptivos Hormonais Orais

A anticoncepção é amplamente realizada no mundo inteiro. No Brasil, o uso de métodos anticoncepcionais cresceu acentuadamente ao longo das últimas décadas, alcançando, em 2006, 80,6% no grupo de mulheres com idades entre 15 e 44 anos (8.707 entrevistas em 2006), segundo a terceira edição (2006) da Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde (PNDS). Apenas dois métodos — a pílula e a esterilização feminina — responderam por mais de dois terços da contracepção. Dados da PNDS 2006 revelaram aumento na prevalência do uso de anticoncepcionais e de outros métodos contraceptivos (como vasectomia e preservativo) e redução significativa da prevalência da esterilização feminina em comparação aos dados da PNDS 1996. Em 2006, a escolha do método contraceptivo mostra-se influenciada pela renda. Na classe de mais baixa renda e nas mulheres de menor escolaridade, ainda predominam o não uso de qualquer método (26,3%) e a esterilização feminina (32,3%). O uso de anticon- cepcionais ocorreu em 27,4% de todas as mulheres em conjunto. Outros métodos (DIU, diafragma, injeções e outros) foram escolhidos por 7%.1 Entretanto, em faixas etárias mais jovens o controle da natalidade ainda é um problema. Em 2005, do total de 3.030.211 nascidos vivos no Brasil, 21,82% correspondiam a mães com idade entre 10 e 19 anos de idade, comprovando a falta de orientação e de adesão aos métodos anticoncepcionais entre adolescentes.2 A eficácia da contracepção (resultado obtido quando o uso ocorre em condições ideais) e sua efetividade (resultado do uso corrente, tanto correto como incorreto) podem ser expressas por meio do índice de Pearl, correspondente ao número de gestações (falha) ocorridas em 100 mulheres que utilizaram sistematicamente o método durante um ano. Os anticoncepcionais orais (AO) têm sido objeto de contínua investigação, pois constituem o mais efetivo método reversível e o de maior prevalência de uso dentre as medidas medicamentosas. A eficácia e a continuidade de uso, verificadas em ensaios clínicos controlados, costumam ser maiores que as observadas na prática diária. Isso se deve a que os primeiros se processam em locais escolhidos, com pacientes selecionadas e em condições de vigilância rigorosas. 

Avaliações audiométrica e vestibular em mulheres que utilizam o método contraceptivo hormonal oral

Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, 2006

OBJETIVO: Correlacionar o uso de contraceptivo hormonal oral com possíveis alterações auditivas e vestibulares. MÉTODOS: Aplicou-se anamnese, teste audiométrico e teste vestibular em 60 mulheres entre 14 e 35 anos, sendo que 30 mulheres faziam uso do método contraceptivo hormonal oral composto por estrógeno e progesterona (grupo de risco), por um período igual ou superior a 6 meses, sem queixas auditivas e vestibulares anteriores ao uso do mesmo; e 30 mulheres que nunca fizeram uso desses hormônios (grupo controle), sem queixas auditivas e vestibulares. A anamnese foi utilizada como critério de seleção da amostra. RESULTADOS: Com base nos achados otoneurológicos através de uma pesquisa quantitativa, pode-se verificar uma prevalência da Síndrome Vestibular Periférica Irritativa e de zumbidos no grupo de risco, sem alterações audiométricas. CONCLUSÃO: O uso do método contraceptivo hormonal oral pode ocasionar alterações funcionais na orelha interna, principalmente zumbido e Síndrome V...

Estudo epidemiológico e intervencionista sobre uso de anticoncepcionais como método contraceptivo

Revista da Faculdade de Ciências Médicas de Sorocaba

Este é um estudo epidemiológico intervencionista mediante uma revisão integrativa bibliográfica realizada por graduandos de medicina. Perante a revisão bibliográfica, foi observado que as mulheres em idade reprodutiva têm muitas dificuldades a respeito dos anticoncepcionais orais. Com isso, foi feito um projeto de intervenção para informar e responder as principais dúvidas sobre o uso de anticoncepcionais orais para esse público por meio das redes sociais, as quais possuem alto índice de impacto, além de levantar uma discussão mediante a revisão de literatura sobre os anticoncepcionais orais combinados. O produto de ação e intervenção do projeto foi a elaboração de um flyer digital informativo qualitativamente referenciado e compartilhado, concomitantemente a um vídeo didático sobre o tema, elaborado pelos próprios pesquisadores, com base nas referências bibliográficas pesquisadas previamente. Ambos os trabalhos foram compartilhados nas principais redes sociais. Os dados coletados s...

Anticoncepcionais Hormonais: Benefícios e Riscos De Sua Utilização Pela População Feminina

Revista FAEMA, 2022

Os anticoncepcionais hormonais, desde a década de 1960, têm sido um avanço no planejamento familiar para as mulheres, sendo o método de contracepção reversível com a finalidade de prevenir gravidezes indesejadas. Os métodos hormonais de anticoncepção como o oral, injetável, transdérmico e intrauterino, apresentam aspectos semelhantes, dispondo de riscos e benefícios na sua utilização. O presente trabalho possui como objetivo apresentar os principais métodos de anticoncepcionais hormonais abordando seus benefícios e riscos do uso como método primário pela população feminina. A metodologia empregada nesse estudo refere-se a uma revisão de literatura de natureza descritiva e qualitativa. Os hormônios sintéticos dos anticoncepcionais possuem um efeito similar dos hormônios femininos do período gestacional, mantendo os níveis de progesterona e estrogênio constantes, independentemente do método contraceptivo hormonal utilizado, todos possuem o objetivo principal de prevenir uma gravidez indesejada. Com o uso destes métodos como primário destacam-se dentre os benefícios encontrados, o tratamento de endometriose e a comodidade do uso de acordo com o método de escolha, dentre os riscos estão os eventos trombolíticos e o infarto de miocárdio, que podem ser evitados com o emprego da orientação farmacêutica. Enfim, observa-se que a população feminina necessita de orientação sobre os métodos hormonais a fim de minimizar os danos e erradicar sua utilização de modo irracional, garantindo a adesão, além da eficácia terapêutica.

¿Quién tomará la "píldora masculina"? Reflexiones sobre la construcción del usuario de anticonceptivos para hombres

Sexualidad, Salud y Sociedad: Revista Latinoamericana, 2019

El objetivo del articulo es analizar como el usuario de un anticonceptivo masculino es concebido por un actor relevante en el campo, la ONG estadounidense Male Contraception Initiative. A partir de un enfoque socioantropologico, utilizamos la tecnica de analisis de documentos para comprender como la ONG configura la aceptacion y los consumidores de tal tecnologia. Observamos que la construccion del hombre usuario se realiza con base en una concepcion igualitaria de los derechos reproductivos, enfatizando el derecho de los hombres – asi como las mujeres – tener autonomia y control sobre la propia fertilidad. Hay una expansion del perfil del usuario en relacion a intentos anteriores de disponibilizacion de una "pildora masculina", pero, al enfocar la nocion de los hombres como sujetos de derechos reproductivos, tal construccion puede generar conflictos con cuestiones centrales de los movimientos feministas.

Relação do tempo de uso de anticoncepcionais hormonais orais e tempo para conceber

Revista de Saúde Pública, 1972

Observou-se um total de 565 mulheres pareadas segundo idade, nível sócio-econômico e estado de saúde, divididas em quatro grupos. Um grupo controle com 155 mulheres e três grupos de estudo sendo: grupo I com 162 mulheres que tomaram anticoncepcional hormonal oral durante um ano; grupo II com 127 mulheres que tomaram o mesmo anticoncepcional por dois anos e o grupo III, com 121 mulheres, repetiu as mesmas condições por três anos. Todas tomaram o mesmo anticoncepcional sob a mesma forma. Feitas as curvas de freqüência relacionando tempo de uso com tempo para conceber, verificou-se uma significativa diferença entre as curvas dos grupos controle e I em relação aos grupos II e III. O material foi submetido à análise de variância que confirmou os resultados das curvas. Conclui-se que o uso de anticoncepcionais hormonais orais, a partir do segundo ano, interfere com o sistema reprodutor determinando um aumento de prazo para conceber em relação aos grupos controle e de um ano de uso.

Descontinuidades contraceptivas no uso do contraceptivo hormonal oral, injetável e do preservativo masculino

Cadernos de Saúde Pública, 2021

O objetivo foi estimar as taxas de descontinuidade total no uso do contraceptivo hormonal oral, injetável e do preservativo masculino, bem como verificar as taxas de interrupção por abandono e por troca para método mais eficaz e menos eficaz. Dados de 2.051 mulheres usuárias de unidades básicas de saúde de três capitais brasileiras foram coletados por meio do calendário contraceptivo. Os resultados mostraram que 24,5% das usuárias do contraceptivo hormonal oral, 33,5% das usuárias de contraceptivo hormonal injetável e 39% das usuárias do preservativo masculino haviam descontinuado o uso do método até 12 meses de uso, independentemente da razão. Houve pouca variação nas taxas entre capitais, mas não no método utilizado. A principal razão para descontinuar o uso do método contraceptivo foi por querer engravidar (20,8%). Um total de 20% das mulheres engravidou enquanto usava algum método, e essa proporção alcançou 25,7% entre usuárias do preservativo masculino. Ressalta-se que, após 12...

Prescrição de contraceptivos: protocolo de prescrição de contraceptivos hormonais por farmacêuticos

Conselho Federal de Farmácia, 2024

A promoção dos direitos reprodutivos femininos é fundamental para a autonomia e o bem-estar das mulheres, garantindo-lhes o controle sobre suas próprias escolhas reprodutivas e sexuais. O acesso facilitado a contraceptivos hormonais (CH) é um componente essencial desta autonomia, permitindo que as mulheres planejem suas famílias e previnam a gravidez indesejada de maneira eficaz. Em diversos países, incluindo Reino Unido, Estados Unidos, Canadá, Austrália e Nova Zelândia, os CHl são amplamente acessíveis, frequentemente mediante prescrição simplificada por farmacêuticos ou até mesmo vendidos livremente (Kooner et al., 2023; Soon et al., 2021; Grindlay et al., 2013). Este protocolo visa alinhar o Brasil com essas práticas internacionais, assegurando que as mulheres brasileiras tenham acesso igualmente facilitado a métodos contraceptivos seguros e eficazes. Desde 2013, com a implementação das resoluções nº 585 e 586 do Conselho Federal de Farmácia (CFF), os farmacêuticos no Brasil conquistaram importantes prerrogativas na prescrição de medicamentos, consolidando seu papel crucial no sistema de saúde. Ademais, no contexto da prevenção da gravidez, a prescrição de CH não requer um diagnóstico médico prévio. Este princípio é semelhante ao que se observa na prescrição de profilaxia pré-exposição (PrEP) e profilaxia pós-exposição (PEP) para a infecção pelo HIV, no qual os farmacêuticos desempenham um papel fundamental na orientação e fornecimento de terapias preventivas, ampliando o acesso a cuidados de saúde essenciais e promovendo a autonomia dos pacientes em suas decisões de saúde (CFF, 2021). A prescrição farmacêutica de CH é um tema que tem ganhado relevância mundialmente, refletindo mudanças significativas nas políticas de saúde e na valorização do papel dos farmacêuticos. Tradicionalmente, a prescrição de contraceptivos era restrita aos médicos, mas nos últimos anos, muitos países começaram a permitir que farmacêuticos prescrevessem esses medicamentos, visando melhorar o acesso e a conveniência para as pacientes (Whalen et al., 2024). Nos Estados Unidos, a prática começou a ganhar força no início dos anos 2000 e atualmente, vários estados permitem que farmacêuticos prescrevam CH diretamente às pacientes. Estados como Califórnia, Oregon, Colorado e Novo México estão entre os pioneiros nessa mudança. Desde 2016, os farmacêuticos na Califórnia podem prescrever CH após uma avaliação de saúde, o que tem melhorado significativamente o acesso, especialmente em áreas rurais e subatendidas (Campi et al., 2024; Kooner et al., 2023). No Canadá, as províncias de Alberta e Ontário têm liderado a implementação de políticas semelhantes. Em Alberta, os farmacêuticos podem prescrever contraceptivos desde 2012, após a realização de uma avaliação completa da paciente, facilitando o acesso e a adesão ao tratamento (Navarrete et al., 2022). No Reino Unido, a prática de prescrição por farmacêuticos é bem estabelecida. Os farmacêuticos independentes podem prescrever CH como parte de seus serviços de saúde pública, uma política que visa reduzir a pressão sobre os médicos do NHS (National Health Service) e proporcionar maior conveniência às pacientes (Thayer et al., 2022) Paralelamente, a Nova Zelândia também adotou essa prática. Os farmacêuticos podem prescrever contraceptivos orais combinados (COC) e outros métodos após um treinamento específico e uma avaliação de saúde da paciente, aumentando a acessibilidade e a conveniência (New Zealand Gazette, 2022). Na Austrália, a prescrição de CH por farmacêuticos é permitida em alguns estados e territórios. Em Queensland, por exemplo, farmacêuticos treinados podem prescrever CH, um esforço para melhorar o acesso aos cuidados de saúde em áreas remotas (Queensland Government, 2024). Por sua vez, no Brasil, já existe um serviço que realiza a prescrição farmacêutica de CH por meio de acordo de colaboração e protocolo, como é o caso da Farmácia Escola da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), que desde 2020 realiza prescrições farmacêuticas baseadas na RDC nº 585 e nº 586 do CFF (Melo, 2020). Dessa forma, a prescrição farmacêutica de CH está se expandindo globalmente, com vários países e estados adotando políticas que permitem aos farmacêuticos desempenhar um papel mais ativo na saúde reprodutiva. Essa tendência não só melhora o acesso aos cuidados de saúde, mas também promove uma abordagem mais integrada e colaborativa para o planejamento familiar e à saúde pública. Com a adoção crescente dessa prática, os benefícios para a saúde das mulheres são evidentes, proporcionando um modelo de cuidado mais acessível e eficaz. Outrossim, os farmacêuticos são profissionais qualificados, possuem formação em farmacoterapia, farmacologia, fisiologia, prescrição, semiologia e comunicação, tornando-os plenamente capacitados para avaliar a adequação de CH para as pacientes que desejam prevenir uma gestação. Além disso, a educação continuada é uma premissa para a prática do farmacêutico no Brasil, garantindo que os profissionais estejam sempre atualizados com as mais recentes evidências científicas e diretrizes clínicas (CFF, 2013). No que tange à segurança do paciente, este protocolo estabelece critérios rigorosos para a prescrição de CH pelos farmacêuticos, incluindo a realização de uma anamnese detalhada e padronizada para identificar possíveis contraindicações e fatores de risco. Este processo de anamnese inclui a avaliação de histórico clínico, estilo de vida, histórico farmacoterapêutico, fatores de risco, preferências e necessidades específicas que possam contraindicar o uso de CH, garantindo um alto nível de segurança para os pacientes e profissionais. É importante ressaltar que este protocolo de prescrição farmacêutica de CH se limita à prevenção da gravidez, não incluindo diagnósticos ou tratamentos de condições de saúde subjacentes, como endometriose, síndrome dos ovários policísticos (SOP) ou terapia de reposição hormonal (TRH). Caso tais condições sejam identificadas durante a consulta, os farmacêuticos deverão encaminhar as pacientes a outros profissionais de saúde para diagnóstico apropriado, promovendo uma abordagem colaborativa e integrada de cuidado à saúde da mulher. Além disso, este protocolo prevê diretrizes claras para o encaminhamento a outros serviços de saúde em casos de complicações, garantindo uma rede de segurança robusta para as pacientes. No Apêndice 1, estão descritos os CH utilizados para outras condições clínicas que não a contracepção; portanto, o farmacêutico não poderá prescrevê-los. Adicionalmente, a atribuição de funções no cuidado à saúde deve ser adaptada às necessidades da população, refletindo as melhores práticas. A prescrição de CH por farmacêuticos se mostrou segura e eficaz, ampliando o acesso ao cuidado e melhorando os desfechos na saúde reprodutiva em diversos países, conforme supracitado. A harmonização dos padrões de prática clínica é assegurada por este protocolo, que se baseia em diretrizes internacionais e em evidências científicas robustas, promovendo consistência e qualidade no cuidado à saúde reprodutiva das mulheres. A implantação deste protocolo de prescrição farmacêutica de CH alinha o Brasil com práticas internacionais de sucesso e garante um acesso mais amplo e seguro aos métodos contraceptivos. A capacitação e o papel crítico dos farmacêuticos no Sistema Único de Saúde (SUS), saúde suplementar e no consultório particular tornam esta medida não apenas viável, mas necessária para o aprimoramento do cuidado à saúde das mulheres.