Plano de Leitura Ambiente: uma estratégia para a literacia ambiental no concelho de Lousada (2015-2020) (original) (raw)

Lupilar para a sustentabilidade. Literatura, ambiente e sociedade

Colóquio Letras 179 (Janeiro/Abril 2012): 87-97

Literatura, natureza e sociedade ana isabel Queiroz Se considerarmos a criação do termo 'ecocriticismo'1 como o momento fundador do estudo da relação entre a literatura e o ambiente, este já celebra mais de 30 anos. de outro modo, se considerarmos que só nos anos de 990, com a criação da ASLE-association for the study of Literature and environment, se lançaram os alicerces teóricos para a construção de uma nova área interdisciplinar, reconhece-se também a maturidade do debate intenso e prolongado que desde aí se realizou, e a maioridade que advém de se reunirem professores, escritores, estudantes, artistas e ambientalistas interessados nos elementos naturais e nas suas representações na linguagem e na cultura2. com base no argumento de que os escritores são capazes de escutar e ver para lá do discurso político, e descobrir áreas inexploradas que podem ser vitais para a nossa consciência coletiva, alguns dos que praticam a análise dos conteúdos ambientais na literatura defendem que esta pode funcionar como um tipo de ativismo, exercido sobretudo através da experiência pedagógica. a crise ambiental, que também nas últimas décadas se desenhou com contornos mais nítidos, novas matérias e uma escala planetária (e.g. a problemática das alterações climáticas), realçou o papel pedagógico e de intervenção assumido pelo ecocriticismo. enquanto «capacidade para investigar produtos culturais numa perspetiva ecológica»3, esta ponte entre a literatura e o ambiente tem-se revelado uma fonte de conhecimento sobre as ideias de natureza e a evolução da relação dos humanos com o meio natural, e um palco para reflexões sobre valores e atitudes compatíveis com a ética da terra (tal como aldo Leopold a entendeu e, mais recentemente, outros a desenvolveram4). neste contexto fortemente politizado e polémico5 surgem as palavras de Lawrence Buell: «espero que o leitor partilhe o meu sentir acerca das obras de escrita criativa, reconhecendo o seu poder de influenciar as forças que modelam o ambiente, e combatendo a visão restrita e superficial do que nos inquieta, para melhor compreendermos o que o ambiente é ou pode ser»6. se John

Entre a literacia e a cultura ambiental

2021

A crise ecológica provocada e acentuada pela humanidade está a atingir proporções alarmantes. Os desequilíbrios ambientais extravasaram há muito a dimensão local e com as alterações climáticas atingiram um efeito global sistémico deveras preocupante. Para além da fé em tecnologias mais limpas e eficientes, as soluções mais esperançosas têm residido em transformações a operar pela educação ambiental, em particular como processo promotor da literacia ambiental. No entanto, apesar das já longas décadas de algum esforço nesta estratégia, é inegável que os resultados são insuficientes face à dimensão da crise e à profundidade das mudanças a operar. Como consequência, os desequilíbrios ambientais agravam-se de ano para ano, exigindo outro enquadramento e uma atuação mais consequente. Assim, como sinal de reorientação da estratégia que tem sido seguida nas últimas décadas e como forma de ganhar eficácia e dar profundidade às transformações sociais necessárias, propõe-se como novo e mais completo desafio da educação ambiental a promoção da Cultura Ambiental.

Narratividade educativa e literacias ambientais: O projecto TERRA 1

A relação entre ambiente e educação tem sido consistentemente reforçada por organismos tão diferentes como as Nações Unidas, a União Europeia, os governos nacionais e internacionais, as ONGA’s, as universidades, considerando que esta é uma relação incontornável para, nos dias de hoje, tornar visíveis e resolúveis os variados problemas sócio-ambientais que pesam sobre as sociedades contemporâneas e a biosfera. Uma das necessidades largamente reclamada para o desenvolvimento de novas formas de literacia ambiental através do ensino formal, consiste na transversalização disciplinar de temáticas ambientais nos currículos escolares. Esta é uma área emergente em Portugal para a qual a equipa de investigação do CIIE-FPCEUP – Centro de Investigação e Intervenção Educativas da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto, se propôs dar um contributo concreto através do projecto “TERRA – Transversalização curricular e consciência ambiental"

Literacia ambiental da comunidade docente da Escola Básica e Secundária de Santa Maria – Ilha de Santa Maria, Açores

2020

Urge educar para o ambiente, formar cidadãos informados e conscientes, para que sintam o peso das suas atitudes quotidianas no meio ambiente. Só cidadãos informados poderão ser cidadãos pró-ativos, cujas atitudes e hábitos são refletidos para causar o enor impacto possível no meio ambiente. Dos cidadãos com conhecimento sobre as problemáticas ambientais, com consciência dos seus atos e com motivação para alterar comportamentos, diz-se possuírem Literacia Ambiental (LA). Ora, de que modo poderemos formar tais cidadãos? Como contribuir para o aumento da LA das populações? Não menosprezando o valor que a educação familiar e o sistema de valores familiar têm sobre as atitudes pessoais, a resposta óbvia é através do ensino formal. Vários estudos foram já efetuados no sentido de avaliar a LA, nomeadamente em alunos finalistas do ensino secundário. Contudo, está ainda por apurar a responsabilidade do ensino formal para a obtenção de LA dos alunos das escolas portuguesas. Neste estudo recor...

Literacia Ambiental: estudo de caso numa turma do 6.º ano do 2.º Ciclo do Ensino Básico

AmbientalMENTEsustentable, 2020

A Literacia Ambiental é um assunto incontornável no séc. XXI, pelas questões ambientais, como as alterações climáticas extremas, que podem ser cruciais na preservação da biodiversidade e qualidade de vida no nosso Planeta (Moreno & Mafra, 2019). Urge, desta forma, um comprometimento de “todos” na promoção de uma ação mais ativa e consciente na resolução dos problemas ambientais atuais e prevenção de futuros. Educar é um objetivo da sociedade e em particular do sistema educativo (Sanches, 2011). A escola constitui uma segunda “moradia” para os futuros adultos, pelo que se apresenta como o ambiente mais favorável na aquisição de novas competências, designadamente as relacionadas com a Literacia Ambiental, num gesto de respeito mútuo entre o si e o outro. O presente trabalho recai sobre um estudo de Literacia Ambiental evidenciado por um grupo de alunos que frequentam o 6.º ano do Ensino Básico. Segundo Spínola (2011, p. 290) citando Hungerford & Volk (1990) e Hollweg et. al. (2011), a...

O plano regional de leitura: do projeto à prática num clube de leitura

2019

Na presente dissertação, procuramos perceber os contributos que um Clube de Leitura pode oferecer no âmbito da promoção da leitura, na formação de leitores de 2.º ciclo que contactarão, pela primeira vez, com obras recomendadas pelo Plano Regional de Leitura, e em que vertentes a apropriação de conhecimentos desta mesma leitura teve impacto. Esta opção veio em sequência da realidade observada na Escola do Ensino Básico e Secundário do Nordeste (EBS Nordeste), São Miguel, Açores, na qual se verificou, através de uma análise exploratória, que os livros listados no PRL raramente eram solicitados pelos alunos ou pelos docentes para dinamização de alguma atividade. Na prática, o PRL, naquele contexto em particular, não se podia considerar um projeto nem conhecido, nem implementado. Neste contexto, selecionámos três livros de uma coleção intitulada “Férias nos Açores", de Regina Tristão da Cunha. A escolha dos títulos foi feita conscientemente, na medida em que um dos objetivos era q...

A representação social do meio ambiente na leitura comunitária do Plano Diretor de Palmas (TO)

Desenvolvimento e Meio Ambiente, 2015

O plano diretor é o instrumento que norteia a gestão e a ocupação de um município, sendo que seu processo de elaboração deve contar com ampla participação da sociedade por meio de audiências públicas. Em 2005, o município de Palmas, no Tocantins, deu início à construção de seu primeiro Plano Diretor Participativo, que culminou na Lei Complementar nº 155/2007. O presente trabalho buscou traçar o histórico de construção desse plano diretor por meio de entrevistas com participantes da equipe gestora do processo, análise de documentos e da legislação final com o objetivo de compreender como o meio ambiente foi representado nesse processo. A teoria da representação social serviu de base para este estudo. Seguindo o método da Análise de Conteúdo, as questões ambientais foram associadas a categorias de representação social de meio ambiente. Verificou-se que nas audiências públicas a comunidade representou o meio ambiente tendo o homem como elemento central, na maioria dos casos. Constatou-...

Uso e ocupção do solo no concelho de Lousada: dinâmicas, padrões e futuro provável

2018

Em pleno Vale do Sousa e na fronteira da Area Metropolitana do Porto, o concelho de Lousada e um laboratorio pertinente para analisar e modelar as dinâmicas de uso e ocupacao do solo, tendo em conta o padrao de povoamento difuso de base rural e industrial que exibe. Este artigo propoe um diagnostico geografico das dinâmicas e padroes de uso do solo ocorridos entre 1995 e 2010, e um modelo de simulacao que considera um cenario Business as usual (BAU) para uso e ocupacao do solo em 2025. Os resultados evidenciam uma clara perda da area agricola em detrimento da area artificial (i.e. area construida) e uma ligeira diminuicao da floresta e dos meios seminaturais entre 1995 e 2010. O modelo de simulacao para 2025 da continuidade a essas dinâmicas. Esta analise apresenta uma perspetiva interessante para apoiar a tomada de decisao em materia de ordenamento do territorio, nomeadamente a luz das questoes em materia de alteracoes climaticas, desenvolvimento sustentavel e preservacao ambiental.

Literacia ambiental: um desafio à didática e à matética

2016

A educação ambiental tem por objetivo promover a literacia ambiental na sociedade e em cada um dos indivíduos que a compõe, tendo como propósito último a adoção de comportamentos que suportem a melhoria da sustentabilidade ambiental do Planeta. As artes de ensinar e de aprender, mais a primeira que a segunda, têm estado, por um lado, fortemente ancoradas na instituição escola, esquecendo os contextos socioculturais que a envolvem, e, por outro, no conhecimento, esquecendo a importância dos valores e comportamentos. Sendo a literacia ambiental um conceito que inclui não só a componente dos conhecimentos como também, entre outros, das atitudes e dos comportamentos, o paradigma institucionalizado não serve os propósitos da educação ambiental e muito menos o de corrigir os desequilíbrios planetários que estamos a provocar. A partir de resultados recentemente publicados pelo autor sobre a literacia ambiental em alunos da ilha da Madeira, os quais revelam uma forte influência das variáveis demográficas e dos seus contextos socioeconómicos, faz-se uma análise e reflexão sobre os novos desafios que se colocam à didática e à matética no âmbito da educação ambiental. INTRODUÇÃO Desde meados da década de oitenta do século XX que a humanidade falha sistematicamente, todos os anos, o objetivo da sustentabilidade. Efetivamente, nas últimas décadas, as sociedades humanas têm consumido mais recursos do que aqueles que o Planeta consegue produzir e emitido volumes de poluição que ultrapassam largamente a capacidade da Terra para os absorver e depurar (Wackernagel e William, 1996; WWF, 2008). Apesar da impotência revelada na resolução destes desequilíbrios provocados pelo Homem, os problemas ambientais são, dada a sua gravidade, questões cada vez mais centrais na forma como as sociedade atuais se organizam, quer no que diz respeito ao desenvolvimento tecnológico, aos cuidados de saúde, à investigação, às atividades económicas ou mesmo à educação. Embora o desenvolvimento tecnológico insista em se afirmar como a solução para os problemas ambientais, na maior parte dos casos, sem querer descurar o seu brought to you by CORE View metadata, citation and similar papers at core.ac.uk

BioEscola – valorização e divulgação dos valores naturais Integração das estratégias educativa e ambiental no Município de Lousada

Lucanus, 2, 2018

The project of Environmental Education - BioEscola of the Municipality of Lousada arose with the objective of reaching the established goals concerning environmental education and social environment. Set up within the curricular plans, this program was constituted by a catalog of thematic workshops. After a year of the project, a total of 5143 students were reached in 195 workshops across 13 distinct disciplines. For the future, BioEscola intends to encourage a greater participation of the schools of the county and to reward the schools most committed to the environmental protection. The long-term aim revolves around the dissemination and replicability of the project, with the ultimate goal of cultivating good environmental practices and local solutions to global problems. Promoting sustainability, nature and education throughout the community will certainly bring, in the near future, a more conscious, critical and careful city towards the natural world, and a better quality of life for all.