Reflexões sobre Liderança e Autonomia no Existir de “Instituições Vivas” nas “Redes Vivas” de Atenção à Saúde (original) (raw)
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Reflexões sobre Liderança e Autonomia no Existir de "Organizações Vivas"
O processo de Planejamento Estratégico (PE), como um processo sistêmico de definição do melhor caminho a ser seguido por uma organização para atingir seus objetivos, necessita de um processo de Gestão Estratégica (GE) eficaz, de forma a operacionalizar objetivos e metas e implementar as mudanças necessárias que possam tornar uma realidade a visão de futuro da organização.
O “não lugar” das Organizações Sociais e a busca dos gestores pela eficiência no SUS
Revista Gestão & Saúde, 2020
O objetivo deste texto é identificar e analisar como as Organizações Sociais (OS) na gestão dos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) se apresentam nos municípios de Santa Catarina, por meio de estudo dos Planos Municipais de Saúde no quadriênio 2018-2021 e nas leis que Instituem o Programa Municipal de Incentivo à s Organizações Sociais. Trata-se de uma pesquisa exploratória, por meio de estudo bibliográfico e documental, que contemplou 23 municípios distribuídos entre as oito macrorregiões de Santa Catarina. Na primeira parte são apresentadas as tendências teórico-políticas e técnicas em relação ao SUS e modelos de gestão, problematizando os argumentos da retórica neoliberal e o ocultamento da natureza privada das OS. Na segunda parte, os resultados da pesquisa documental evidenciam que Planos Municipais de Saúde tornam invisíveis as OS, enquanto em 10 municípios há leis que instituem o Programa das Organizações Sociais. Os Planos, de modo geral, usam uma linguagem genérica que...
Instituições de Saúde e Tecnologias de Informação: Mudança Organizacional e Autonomia
Quando em 1971, na sequência da reforma1 do sistema de saúde e assistência, é primeiramente visível o ensaio de um Serviço Nacional de Saúde (SNS) marcam-se as coordenadas gerais para as décadas subsequentes: o reconhecimento do direito à saúde (universal) dos portugueses, com o Estado a asseverá-lo mediante uma política unitária na alçada do ministério; a integração das actividades assistenciais e de saúde, aspirando à racionalização da utilização dos recursos, e a concepção de planeamento central e execução descentralizada, apta a dinamizar os serviços locais. Esclareça-se, no entanto, que a partir de 1974 a política de saúde em Portugal vive profundas metamorfoses, a reboque de circunstâncias sociais e políticas indutoras da formação do SNS passados cinco anos, cabendo ao Estado assegurar a promoção, prevenção e vigilância da saúde de todos os cidadãos (linha já patente no texto constitucional de 1976). Tendo como desígnio efectivar a protecção da saúde individual e colectiva, o SNS abarca a totalidade dos cuidados integrados de saúde, compreendendo a promoção e vigilância desta, a prevenção da doença, o diagnóstico e o tratamento. Goza de autonomia financeira e administrativa, assenta numa organização descentralizada, congregando órgãos de abrangência central, regional e local e envolvendo serviços de prestação primários (o lançamento dos centros de saúde dá-se por volta de 1972) e diferenciados. Valerá a pena aludir ao novo estatuto do SNS, de 1993, consagrando a separação entre sistema e serviço – “as unidades públicas não constituem as únicas entidades prestadoras de cuidados, pois sempre existiu um importante sector privado que vende serviços aos cidadãos e ao próprio SNS” (Simões, 2004: 73) – e tentando superar a dicotomia cuidados primários/diferenciados pela criação de dispositivos integrados, fomentando a articulação entre grupos personalizados de centros de saúde e hospitais, buscando uma gestão de recursos mais próxima dos destinatários. O ano de 1999 veria então nascer o regime dos Sistemas Locais de Saúde (SLS): “pretendia-se a criação de mecanismos de convergência de recursos, de participação activa e de coresponsabilização de outros serviços e instituições, públicos e privados que, numa determinada área geográfica, desenvolvam actividades na área da saúde” (Simões, 1 A célebre reforma de Gonçalves Ferreira. 4 2004: 84). Falta considerar que, mais recentemente, aprovado outro modelo de gestão hospitalar (Lei nº 27/2002, de 8 de Novembro), se aplicaram mudanças significativas na Lei de Bases da Saúde, institucionalizada que foi, na Rede de Prestação de Cuidados, a lógica empresarial (EPE). De somenos importância para o aperfeiçoamento constante dos sistemas de saúde não será, sugere Marc Danzon, “a questão (…) de saber qual é a melhor forma de utilizar os recursos humanos e financeiros da saúde” (prefácio a Sakellarides, 2005: 6-7). Mas o director regional da OMS para a Europa não esquece o papel das novas tecnologias da informação e da comunicação. E é esse papel, e ainda as questões que se colocam à saúde, e suas instituições, no uso, adopção, integração e promoção das novas tecnologias da informação e da comunicação que nos interessa analisar neste relatório.
Apontamentos Sobre a Clínica Da Autonomia Na Promoção Da Saúde
Psicologia & Sociedade
Resumo Trata-se de ensaio teórico que tem como objetivo propor o que chamamos de clínica da autonomia, no âmbito da promoção da saúde no Sistema Único de Saúde (SUS). Propusemo-nos a responder à questão: como operar a relação entre sujeitos na clínica, tomando como foco a autonomia? Parte-se da concepção das relações como tecnologias leves, potencialmente produtoras de autonomização, conforme proposto por Emerson Merhy, para apontarmos a necessidade de uma modulação da clínica que incorpore práticas de cuidado. À luz das ideias de Félix Guattari e Michel Foucault, concluímos que é necessário um fazer clínico ético-estético e político que recuse a matança dos sujeitos e sustente a invenção da vida.
Reflexões teóricas sobre governança nas regiões de saúde
Ciência & Saúde Coletiva
Resumo Este artigo analisa a governança nas regiões de saúde, através das contribuições de dois estudos: um sobre modelo de governança e outro sobre funções na gestão de redes de políticas públicas. O primeiro realizou meta-análise de 137 estudos de caso na literatura sobre governança colaborativa visando elaborar um modelo explicativo e analítico. Os autores identificam variáveis críticas que irão influenciar os resultados: História prévia de conflito ou cooperação, incentivos para participação, desequilíbrios de poder, liderança e desenho institucional. Também identificaram fatores cruciais: diálogo face-a-face, construção de confiança e desenvolvimento de compromisso e visão compartilhada. O segundo examinou redes de políticas públicas na tradição analítica e na perspectiva da governança, incorporando conceitos do campo da ciência política, economia e relações interorganizacionais, com o objetivo de apoiar a gestão delas. O estudo identifica a gestão da rede como equivalente a um...
Reflexões entre Aprendizagem e Regulação no Existir das "Redes Vivas" de Atenção às Urgências
Revista Chronos Urgência, 2022
Objetivo: refletir sobre o conceito de “Redes Vivas” no Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil, de como e que relações são capazes de produzir sistemas vivos que se realimentam e autorregulam à medida que se autorrelacionam internamente e com seu exterior. Metodologia: estudo de reflexão, fundamentado na fenomenologia como base teórica filosófica, além da percepção dos autores sobre os temas abordados. Resultados: nas “Redes Vivas” devem existir padrões de inter-relações complexas e não-lineares e um processo interno de aprendizado e autorregulação permanentes que proporcionem sua evolução contínua enquanto estrutura que “caminha junto”. Considerações Finais: constatamos, como resultado inevitável, que o aumento da eficiência da prestação de serviços públicos pelo acesso efetivo e mais bem qualificado na atenção e regulação das urgências pode ocorrer pela construção de “Redes Vivas”, cujo processo de regulação seja “aprendizado-dependente”, uma atividade de contínua incorporação de novos padrões na estrutura, sem a interveniência do conceito de um “chefe” hierárquico. Implica a construção de uma rede de aprendizado coletivo que crie espaços vivos de diálogo e de gestão compartilhada. Este trabalho necessita de estudos que validem, na prática, essas reflexões.
Autonomia na unidade de terapia intensiva: comecemos por cuidar de nós
Revista Brasileira de Enfermagem, 2010
Investigação qualitativa, balizada na analítica foucaultiana com aproximações no referencial teórico pós-estruturalista, explora a questão da autonomia como uma das tensões no fazer/saber enfermagem que pode ser discursivamente articulada à bioética e à tecnobiomedicina. Nesta perspectiva, dos múltiplos vieses que poderiam emergir ao se fazer uma leitura crítica dos textos analisados (artigos produzidos por enfermeiras) e das entrevistas com os/as enfermeiros/as intensivistas, o tema da autonomia foi analiticamente explorado a partir do conceito de cuidado de si, desdobrando-se em categorias que expressaram o privilegiamento: da moral como obediência à Lei; da conduta e da moral sobre o conhecimento técnico; e da governabilidade de si no confronto com a técnica. Estas se configuraram como possibilidades éticas do sujeito enfermeira/o intensivista, não como etapas sequenciais ou concorrentes, mas coligadas e confluentes na experiência do atual momento histórico.
Physis: Revista de Saúde Coletiva, 2013
O estudo teve como objetivo analisar as percepções de gestores sobre os desafios da formação de Redes de Atenção à Saúde no Brasil. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com sete gestores envolvidos com a formulação de políticas públicas de saúde. As falas foram analisadas com auxílio do software Analyse Lexicale par Contexte d´un Ensemble de Segments de Texte (ALCESTE). Identificaram-se três eixos temáticos. O primeiro foi denominado "A fragmentação do SUS dificulta o direito à saúde", e constituiu-se pela classe um, que trata dos fatores que contribuem para a fragmentação do sistema de saúde, e pela classe cinco, que aborda a saúde como direito social. O segundo eixo temático, denominado "O Estado na conformação das redes SUS", é composto pelas classes dois, que demonstra as dificuldades na regionalização da saúde, três, que trata da governança regional, e quatro, que versa sobre a contratualização das redes regionais. O terceiro eixo, "Redes e a…