A MEMÓRIA DA ALMA (original) (raw)
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Fato & Versões- Revista de História, 2016
Resumo: Uma hermenêutica da memória configura-se quando a memória insere-se por princípios estéticos e retóricos. A compreensão da memória, neste caso, define e localiza o seu substancial. Para a substancialidade da memória, os princípios epistemológicos do subjetivo e do objetivo precisam ser abandonados. A memória compreendida na sua dimensão estética e retórica comporta-se como fenômeno e estabelece a diferença entre conteúdo e forma. O passado na memória comunica quando a linha dos fatos não está na cronologia ou na idiossincrasia. Há uma différence no passado quando este está para a memória. A relação entre história, memória e passado é mantida por princípios metateóricos da teoria da memória. Palavras-chave: Hermenêutica da memória. Fenômeno da memória. Teoria da história. Abstract: A memory hermeneutics is configured when the memory is inserted for aesthetic and rhetorical principles. The understanding of memory, in this case, defines and localizes its substantial. For substantiality memory, the epistemological principles of subjective and objective must be abandoned. The memory understood in its aesthetic dimension and rhetoric behaves as a phenomenon and establishing the difference between content and form. The past in the memory communicates when the line of the facts not is the chronology or idiosyncrasy. There is a différence in the past when it is to memory. The relationship between history, memory and past is maintained by meta-theoretical principles of memory theory. Keywords: Memory hermeneutics. Memory phenomenon. History theory. As fontes nos impedem de cometer erros, mas não nos revelam o que devemos dizer. Koselleck Este texto possui como finalidade apresentar considerações em relação à memória e ao passado. O caminho traçado apropria-se do conceito de ponto de vista de Koselleck (2006) e Rüsen (2007) para demonstrar a aproximação entre a teoria da história e o bergsonismo. Neste sentido, por teoria da história compreendo as discussões inerentes à trilogia de Rüsen onde estabelece a hermenêutica como capacidade de metodização da história e, também, de como esse ponto de vista hermenêutico pode ser compreendido na teoria da memória de Bergson por meio do conceito de différence. Este é um caminho completamente novo e não explorado pelas reflexões que buscam dar conta do tema memória. Estabelecer a relação entre memória e passado, entre hermenêutica e différence pode produzir efeitos válidos tanto quanto Este artigo decorre da proposta do projeto de Pibic apresentada a
2020
O presente artigo tem como objetivo relembrar alguns casos de assassinatos de mulheres no Brasil, demonstrando como a violência contra as mulheres faz parte de nossa memória coletiva. Para tal, são mencionados dez casos de assassinato de mulheres que foram amplamente noticiados pelos meios de comunicação e de alguma forma impressionaram a população. Palavras - chave: Violência; Mulheres; Memória
Objetiva-se neste texto tecer algumas considerações sobre uma recente experiência de metodologia de pesquisa desenvolvida no Assentamento de trabalhadores rurais, Bela Vista do Chibarro, situado no município de Araraquara/SP, cercado pelas terras das grandes usinas de açúcar e álcool (1). Todavia antes de adentrar o tema, é necessário dizer que os assentamentos no Brasil atual são constituídos por pessoas cujas trajetórias são marcadas por inúmeras migrações.
A CONCEPÇÃO ARISTOTÉLICA DE MEMÓRIA
Jornada de Iniciação Científica e Mostra de Iniciação Tecnológica - Mackenzie, 2019
Neste trabalho temos por objetivo pesquisar a concepção de memória em Aristóteles. Esse artigo está dividido em duas sessões. Iniciamos a primeira sessão pela psicologia aristotélica-campo mais amplo do qual a memória será um dos objetos de investigação-com o intuito de compreender como o nosso autor concebe a psykhê a partir de suas faculdades, quais são elas, como estas se relacionam com os vegetais, animais e seres humanos, e também como se dá a relação entre a psykhê e o corpo. Pontuamos ainda, de forma sucinta, a possibilidade de uma teoria da mente na psicologia aristotélica, assim como procuramos destacar os elementos fundamentais ao desenvolvimento da segunda sessão. Para tanto, nos utilizamos e citamos primordialmente a obra De Anima, levando em consideração algumas questões das quais Aristóteles se utiliza para dialogar com a tradição filosófica de seu tempo. Na segunda sessão abordamos a concepção aristotélica de memória, recordação e reminiscência. Fizemos isso por meio do tratado De Memoria et Reminiscentia integrante da obra Parva Naturalia. Portanto, realizamos a distinção entre cada um desses objetos e ressaltamos a relação entre a psykhê e o corpo no que se relaciona à memória, bem como a importância que Aristóteles dá à reminiscência ao dedicar metade do seu tratado a esse assunto. Palavras-chave: Aristóteles. Psicologia. Memória. ABSTRACT In this work we aim to investigate the Aristotelian conception of memory. This paper is divided into two parts. In the first part we start by addressing the Aristotelian psychology; the broader field from which memory is just one of the objects of investigation. We want to comprehend how Aristotle conceives the psykhê from its faculties, which are they, how they relate to vegetables, animals and human beings, and how the relationship between the psykhê and body occurs. We briefly discuss the possibility of a theory of mind in Aristotelian psychology and highlight the essential elements for the development of the second part. For these purposes we mainly use and quote the work De Anima, taking into account some questions that Aristotle makes use of, in order to dialogue with the philosophical tradition of his time. In the second part we discuss the Aristotelian conception of memory, remembering and recollection from the treatise De Memoria et Reminiscentia belonging to the work Parva Naturalia. We distinguish each one of these objects, emphasize the relation between psykhê
As neurociências ainda não explicaram integralmente o funcionamento da memória. Do ponto de vista cultural, pelo arquivo enorme de obras artísticas que se realizaram sobre o desejo de salvação do passado, possuímos alguns elementos, às vezes predominantemente figurais, que mostram em detalhe a urdidura da teia de Penélope da memória, como a definia Walter Benjamin, referindo-se a Proust. Há uma redundância de metáforas que expressam a memória ou o seu contrário, o esquecimento. Mas, como apontado por Harald Weinrich, as imagens que representam a memória, na história das ideias ocidentais, não são ilimitadas. Na verdade, baseiam-se em torno de dois arquétipos essenciais: o do armazém e o outro, de origem platónica, o da lousa. O primeiro, ligado à retórica, refere-se ao campo da memória, o segundo, ao da recordação. Horizontes (da série Guiné) | 2015 | Filipe Branquinho