Alexandre Franco de Sá | University of Coimbra (original) (raw)

Books by Alexandre Franco de Sá

Research paper thumbnail of Poder, Direito e Ordem: ensaios sobre Carl Schmitt

Research paper thumbnail of O Poder pelo Poder: ficção e ordem no combate de Carl Schmitt em torno do Poder

La obra de Schmitt ha sido abordada por lo general desde las indicaciones de lectura ofrecidas po... more La obra de Schmitt ha sido abordada por lo general desde las indicaciones de lectura ofrecidas por su autor. Así, su ingente producción se nos ha presentado como la obra de un ideólogo católico o la de un jurista constitucionalista, siempre atento a neutralizar a Kelsen; como la de un defensor heroico del ius publicum europaeum, o la de un teórico de la política en la línea de Max Weber; como la propia de un ideólogo del poder, en la línea de los viejos aspirantes a consejeros del príncipe, o la que finalmente se refugia en la poderosa mitología del mar y de la tierra. Frente a esta magna tradición, el Prf. Alexandre Franco de Sá nos propone una interpretación alternativa y fascinante. Él no desea obedecer las indicaciones con que el propio Schmitt quiere que leamos su obra, sino que trata de identificar ese aspecto que Schmitt asumió de su ambiente filosófico, trabajó de forma no siempre explícita y consciente, y mantuvo operativo en el proceso productivo de su pensamiento. La perspectiva de Franco de Sá nos ofrece un Schmitt que encontró en su juventud el motivo secreto de su poderosa reflexión, pero que posteriormente veló de múltiples maneras. Así se pudo mantener como su más secreto arcanum. Este libro nos muestra, entonces, el poderoso influjo que en la carrera del influyente jurista alemán tuvo el Ficcionalismo, el movimiento que medió entre Kant, Nietzsche, Bergson y el pragmatismo en el alba del siglo XX.

José Luís Villacañas

Research paper thumbnail of Metamorfose do Poder

Papers by Alexandre Franco de Sá

Research paper thumbnail of Decisionismo e ficção no pensamento - DOI: 10.9732/P.0034-7191.2012v105p21

Revista Brasileira de Estudos Políticos, 2013

Research paper thumbnail of Platão e a beleza ambígua da democracia I

A democracia, enquanto regime centrado no poder da “multidão”, tem na sua base um conceito que se... more A democracia, enquanto regime centrado no poder da “multidão”, tem na sua base um conceito que se contrapõe direta e explicitamente a filosofia: o conceito de filodoxia. Se uma polis bem ordenada assenta, segundo Platão, na atribuição do poder àqueles que têm a “arte de reinar”, e se a filosofia conduz à aquisição dessa arte, a democracia basear-se-ia no poder daqueles que não estão habilitados para governar e, portanto, em última análise, no poder daqueles que teriam a capacidade para manipular a sua opinião (doxa). Partindo da contraposição entre a filosofia e a filodoxia, entre o “amor do saber” e o “amor das opiniões”, o presente texto aborda a concepção da filosofia como um projeto político alternativo à democracia.

Research paper thumbnail of Os Direitos Humanos para além do cinismo e do protesto Human Rights beyond cynicism and protest

Resumo No nosso tempo, os direitos humanos são fundamentalmente considerados numa dupla perspecti... more Resumo No nosso tempo, os direitos humanos são fundamentalmente considerados numa dupla perspectiva. Em primeiro lugar, naquilo a que chamo uma abordagem política e liberal, eles aparecem como uma referência fundamental para uma ordem mundial baseada no intervencionismo humanitário. Em segundo lugar, naquilo que poderia ser designado como uma abordagem crítica e marxista, eles emergem como os fundamentos de uma cultura de protesto. Considerando as limitações políticas e críticas destes dois modelos, este artigo pergunta como ir além de ambos.

Research paper thumbnail of Democracia representativa: as críticas de Carl Schmitt

O presente trabalho procura, por um lado, mostrar a base do conceito schmittiano de representaça... more O presente trabalho procura, por um lado, mostrar a base do conceito schmittiano de representação. Ele mostra de que modo este conceito se liga essencialmente aos conceitos de mediação e de decisão. A partir daí, o artigo mostra, por outro lado, como o conceito de representação lhe permite desenvolver um pensamento político que consegue compreender criticamente os problemas fundamentais das sociedades democráticas contemporâneas.

Research paper thumbnail of O ficcionalismo na emergência do decisionismo schmittiano

Carlos Blanco de Morais e Luís Pereira Coutinho (ed.). Carl Schmitt Revisitado (ebook). Lisboa: Instituto de Ciências Jurídico-Políticas da Universidade de Lisboa, 2014., 2013

Esta obra destina-se a difusão não comercial, integrada nos objectivos do ICJP, sendo proibida qu... more Esta obra destina-se a difusão não comercial, integrada nos objectivos do ICJP, sendo proibida qualquer utilização comercial não autorizada da mesma.

Research paper thumbnail of From the Total State to Totalitarianism: Carl Schmitt and Hannah Arendt

Eichmann in Jerusalem - 50 Years After: An Interdisciplinary Approach (Berlin: Duncker & Humblot, 2012)

Research paper thumbnail of Ciência e Hermenêutica da Facticidade: Heidegger e o Projecto de uma Filosofia Científica

Ekstasis: Revista de Hermenêutica e de Fenomenologia, 2012

Research paper thumbnail of A idade da inocência: uma cidadania globalizada no eclipse do político

Revista Filosófica de Coimbra, 2010

Starting from the problem of circumscribing the concept of globalization from a philosophical poi... more Starting from the problem of circumscribing the concept of globalization from a philosophical point of view, and characterizing globalization from the perspective of Martin Heidegger’s concept of Zuhandenheit and Ernst Jünger’s concept of totale Mobilmachung, the article argues that the political meaning of globalization lies in the reduction of political choices and conflicts to choices and conflicts between possibilities that are only apparently different. Taking this in account, the article approaches problems in nowadays societies which emerge from this phenomenon: the crisis of deliberation and media-power, the crisis in education and the transformation of occidental democracies in what here is called “cacocratic oligarchies”.

Research paper thumbnail of From Modern Utopias to Contemporary Uchronias

Journal of Contemporary Thought, 2010

Research paper thumbnail of John stuart Mill, A «tirania da maioria» e o seu futuro

Reflexões sobre a Liberdade: 150 anos da obra de John Stuart Mill, 2010

Research paper thumbnail of The Event of Order in Carl Schmitt’s Thought and the Weight of Circumstances

Research paper thumbnail of A questão do nacionalismo no pensamento de Carl Schmitt: o conceito schmittiano do político entre a República de Weimar e o Estado Nazi

Revista Filosófica de Coimbra, 2007

A abordagem do tema do nacionalismo no pensamento de Carl Schmitt obriga, antes de mais, a uma du... more A abordagem do tema do nacionalismo no pensamento de Carl Schmitt obriga, antes de mais, a uma dupla circunscrição. Por um lado, tendo em conta os vários matizes que o termo nacionalismo pode adquirir, assim como a diversidade dos fenómenos políticos que a expressão pode abranger, torna-se necessário precisar a noção de que partimos. Por outro lado, tendo em conta que o pensamento de Carl Schmitt se encontra disperso por vários textos e posições, sendo uma tarefa complexa -mas não impossível -estabelecer a sua unidade, torna-se necessário circunscrever, na obra schmittiana, um fio condutor, em confrontação com o qual o tema do nacionalismo no pensamento de Schmitt possa ser adequadamente abordado.

Research paper thumbnail of Finitude e Liberdade na Confrontação de Heidegger com Kant

Olivier Feron (ed.). Figuras da Racionalidade: neokantismo e fenomenologia. Lisboa: Centro de Filosofia, 2011., 2007

Research paper thumbnail of Excepção

Dicionário de Filosofia Moral e Política , 2006

EXCEPÇÃO 1) A conhecida expressão segundo a qual "a excepção confirma a regra" pode servir aqui, ... more EXCEPÇÃO 1) A conhecida expressão segundo a qual "a excepção confirma a regra" pode servir aqui, à partida, para uma primeira caracterização do conceito de excepção. Um tal conceito aparece, antes de mais, como um conceito imediatamente relacional: a excepção é sempre excepção a uma regra, pressupondo já sempre, nessa medida, a existência de uma norma que lhe esteja subjacente. E a relação da excepção com a norma é dupla. Por um lado, a excepção, enquanto excepção a uma regra previamente dada, consiste numa interrupção da sua norma.

Research paper thumbnail of Heidegger e o Fim do Mundo

Phainomenon, 2007

A comunicação que aqui pretendemos apresentar situa-se, em certa medida, na continuação de um out... more A comunicação que aqui pretendemos apresentar situa-se, em certa medida, na continuação de um outro estudo que, há meses, apresentámos no II Congresso Internacional da Associação Portuguesa de Filosofia Fenomenológica, 1 e cujas conclusões é imprescindível retomar aqui. Um tal estudo procurou abordar o conceito de vida no pensamento de Martin Heidegger, interrogando-se acerca da razão pela qual, depois de admitir, em Sein und Zeit, que a vida é acessível através do Dasein, encontrando-se, portanto, nele, embora não determinando o seu modo de ser, Heidegger separa de forma crescente a vida e o humano até chegar às formulações de Brief über de n »Humanismus«, ou seja, até chegar à afirmação de que o corpo humano está separado do corpo animal por um abismo e de que o homem, enquanto Da-sein ou "aí" do ser, está mais próximo de um deus que de um ser vivo (Lebewesen). No estudo que propusemos, concluímos que Heidegger recusa de um modo crescente qualquer "contaminação" do Dasein pela vida em função de duas razões principais: por um lado, o contacto intenso com o pensamento de Ernst Jünger, sobretudo a partir da publicação de Der Arbeiter, em 1932; por outro lado, a confrontação com o nacionalsocialismo emergente. A publicação, em 2004, do volume 90 das Gesamtausgabe possibilita documentar até que ponto se estende a relação do pensamento de Heidegger com Jünger, a partir dos anos 30. Para Jünger, a vida é o modo mais completo da mobilização total (totale Mobilmachung), num processo 1 A Vida e o Humano em Heidegger: a ontologia heideggeriana na aurora de uma biopolítica.

Research paper thumbnail of Decisão, Crença e o Sentido da Ordem Concreta no Pensamento de Carl Schmitt

Research paper thumbnail of Da Guerra dos Estados à Guerra das Estrelas

Revista Filosófica de Coimbra, 2006

A relação íntima com a guerra é, para a política moderna, um arcanum. A pólis grega alicerçava-se... more A relação íntima com a guerra é, para a política moderna, um arcanum. A pólis grega alicerçava-se na determinação aristotélica do homem como "animal político", e na consequente consideração da "vida política" como um elemento indispensável a uma vida feliz e plenamente humana. O imperium romano fundava-se, por seu lado, numa teologia política de origem helenística, em que a ordem monárquica imperial se representava como a reprodutora de uma ordem divina universal. Em ambos os casos, a felicidade e a ordem, considerados como um modo superior de existência humana, constituíam os fins da vida política. No caso da política moderna, pelo contrário, é, não uma representação de um télos da vida humana, não uma representação de uma ordem natural ou de uma vida feliz, mas a desordem, e o medo diante desta desordem, que estão subjacentes ao seu aparecimento. Assim, não é para a obtenção de uma vida plena e feliz, segundo a aretê, que a política moderna se orienta; ela dirige-se antes para a tentativa de responder à paixão do medo que uma situação de desordem suscita, para a tentativa de repor a segurança quebrada quer pelo livre curso das paixões naturais do homem, quer pelos conflitos que tais paixões inevitavelmente arrastam. A política moderna surge assim marcada por aquilo a que Leo Strauss chamou um «abaixamento dos padrões da acção social» 1 : nela, já não se trata de cultivar no homem uma "vida boa", mas apenas de lhe assegurar que uma morte violenta, resultante de paixões desregradas, o não impeça de viver todo o tempo que a natureza lhe permitiria viver. E é neste abaixamento dos padrões 1 Leo Strauss, What is Political Philosophy?, Chicago e Londres, University of Chicago Press, 1988, p. 41.

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La obra de Schmitt ha sido abordada por lo general desde las indicaciones de lectura ofrecidas po... more La obra de Schmitt ha sido abordada por lo general desde las indicaciones de lectura ofrecidas por su autor. Así, su ingente producción se nos ha presentado como la obra de un ideólogo católico o la de un jurista constitucionalista, siempre atento a neutralizar a Kelsen; como la de un defensor heroico del ius publicum europaeum, o la de un teórico de la política en la línea de Max Weber; como la propia de un ideólogo del poder, en la línea de los viejos aspirantes a consejeros del príncipe, o la que finalmente se refugia en la poderosa mitología del mar y de la tierra. Frente a esta magna tradición, el Prf. Alexandre Franco de Sá nos propone una interpretación alternativa y fascinante. Él no desea obedecer las indicaciones con que el propio Schmitt quiere que leamos su obra, sino que trata de identificar ese aspecto que Schmitt asumió de su ambiente filosófico, trabajó de forma no siempre explícita y consciente, y mantuvo operativo en el proceso productivo de su pensamiento. La perspectiva de Franco de Sá nos ofrece un Schmitt que encontró en su juventud el motivo secreto de su poderosa reflexión, pero que posteriormente veló de múltiples maneras. Así se pudo mantener como su más secreto arcanum. Este libro nos muestra, entonces, el poderoso influjo que en la carrera del influyente jurista alemán tuvo el Ficcionalismo, el movimiento que medió entre Kant, Nietzsche, Bergson y el pragmatismo en el alba del siglo XX.

José Luís Villacañas

Research paper thumbnail of Metamorfose do Poder

Research paper thumbnail of Decisionismo e ficção no pensamento - DOI: 10.9732/P.0034-7191.2012v105p21

Revista Brasileira de Estudos Políticos, 2013

Research paper thumbnail of Platão e a beleza ambígua da democracia I

A democracia, enquanto regime centrado no poder da “multidão”, tem na sua base um conceito que se... more A democracia, enquanto regime centrado no poder da “multidão”, tem na sua base um conceito que se contrapõe direta e explicitamente a filosofia: o conceito de filodoxia. Se uma polis bem ordenada assenta, segundo Platão, na atribuição do poder àqueles que têm a “arte de reinar”, e se a filosofia conduz à aquisição dessa arte, a democracia basear-se-ia no poder daqueles que não estão habilitados para governar e, portanto, em última análise, no poder daqueles que teriam a capacidade para manipular a sua opinião (doxa). Partindo da contraposição entre a filosofia e a filodoxia, entre o “amor do saber” e o “amor das opiniões”, o presente texto aborda a concepção da filosofia como um projeto político alternativo à democracia.

Research paper thumbnail of Os Direitos Humanos para além do cinismo e do protesto Human Rights beyond cynicism and protest

Resumo No nosso tempo, os direitos humanos são fundamentalmente considerados numa dupla perspecti... more Resumo No nosso tempo, os direitos humanos são fundamentalmente considerados numa dupla perspectiva. Em primeiro lugar, naquilo a que chamo uma abordagem política e liberal, eles aparecem como uma referência fundamental para uma ordem mundial baseada no intervencionismo humanitário. Em segundo lugar, naquilo que poderia ser designado como uma abordagem crítica e marxista, eles emergem como os fundamentos de uma cultura de protesto. Considerando as limitações políticas e críticas destes dois modelos, este artigo pergunta como ir além de ambos.

Research paper thumbnail of Democracia representativa: as críticas de Carl Schmitt

O presente trabalho procura, por um lado, mostrar a base do conceito schmittiano de representaça... more O presente trabalho procura, por um lado, mostrar a base do conceito schmittiano de representação. Ele mostra de que modo este conceito se liga essencialmente aos conceitos de mediação e de decisão. A partir daí, o artigo mostra, por outro lado, como o conceito de representação lhe permite desenvolver um pensamento político que consegue compreender criticamente os problemas fundamentais das sociedades democráticas contemporâneas.

Research paper thumbnail of O ficcionalismo na emergência do decisionismo schmittiano

Carlos Blanco de Morais e Luís Pereira Coutinho (ed.). Carl Schmitt Revisitado (ebook). Lisboa: Instituto de Ciências Jurídico-Políticas da Universidade de Lisboa, 2014., 2013

Esta obra destina-se a difusão não comercial, integrada nos objectivos do ICJP, sendo proibida qu... more Esta obra destina-se a difusão não comercial, integrada nos objectivos do ICJP, sendo proibida qualquer utilização comercial não autorizada da mesma.

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Eichmann in Jerusalem - 50 Years After: An Interdisciplinary Approach (Berlin: Duncker & Humblot, 2012)

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Ekstasis: Revista de Hermenêutica e de Fenomenologia, 2012

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Revista Filosófica de Coimbra, 2010

Starting from the problem of circumscribing the concept of globalization from a philosophical poi... more Starting from the problem of circumscribing the concept of globalization from a philosophical point of view, and characterizing globalization from the perspective of Martin Heidegger’s concept of Zuhandenheit and Ernst Jünger’s concept of totale Mobilmachung, the article argues that the political meaning of globalization lies in the reduction of political choices and conflicts to choices and conflicts between possibilities that are only apparently different. Taking this in account, the article approaches problems in nowadays societies which emerge from this phenomenon: the crisis of deliberation and media-power, the crisis in education and the transformation of occidental democracies in what here is called “cacocratic oligarchies”.

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Journal of Contemporary Thought, 2010

Research paper thumbnail of John stuart Mill, A «tirania da maioria» e o seu futuro

Reflexões sobre a Liberdade: 150 anos da obra de John Stuart Mill, 2010

Research paper thumbnail of The Event of Order in Carl Schmitt’s Thought and the Weight of Circumstances

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Revista Filosófica de Coimbra, 2007

A abordagem do tema do nacionalismo no pensamento de Carl Schmitt obriga, antes de mais, a uma du... more A abordagem do tema do nacionalismo no pensamento de Carl Schmitt obriga, antes de mais, a uma dupla circunscrição. Por um lado, tendo em conta os vários matizes que o termo nacionalismo pode adquirir, assim como a diversidade dos fenómenos políticos que a expressão pode abranger, torna-se necessário precisar a noção de que partimos. Por outro lado, tendo em conta que o pensamento de Carl Schmitt se encontra disperso por vários textos e posições, sendo uma tarefa complexa -mas não impossível -estabelecer a sua unidade, torna-se necessário circunscrever, na obra schmittiana, um fio condutor, em confrontação com o qual o tema do nacionalismo no pensamento de Schmitt possa ser adequadamente abordado.

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Olivier Feron (ed.). Figuras da Racionalidade: neokantismo e fenomenologia. Lisboa: Centro de Filosofia, 2011., 2007

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Dicionário de Filosofia Moral e Política , 2006

EXCEPÇÃO 1) A conhecida expressão segundo a qual "a excepção confirma a regra" pode servir aqui, ... more EXCEPÇÃO 1) A conhecida expressão segundo a qual "a excepção confirma a regra" pode servir aqui, à partida, para uma primeira caracterização do conceito de excepção. Um tal conceito aparece, antes de mais, como um conceito imediatamente relacional: a excepção é sempre excepção a uma regra, pressupondo já sempre, nessa medida, a existência de uma norma que lhe esteja subjacente. E a relação da excepção com a norma é dupla. Por um lado, a excepção, enquanto excepção a uma regra previamente dada, consiste numa interrupção da sua norma.

Research paper thumbnail of Heidegger e o Fim do Mundo

Phainomenon, 2007

A comunicação que aqui pretendemos apresentar situa-se, em certa medida, na continuação de um out... more A comunicação que aqui pretendemos apresentar situa-se, em certa medida, na continuação de um outro estudo que, há meses, apresentámos no II Congresso Internacional da Associação Portuguesa de Filosofia Fenomenológica, 1 e cujas conclusões é imprescindível retomar aqui. Um tal estudo procurou abordar o conceito de vida no pensamento de Martin Heidegger, interrogando-se acerca da razão pela qual, depois de admitir, em Sein und Zeit, que a vida é acessível através do Dasein, encontrando-se, portanto, nele, embora não determinando o seu modo de ser, Heidegger separa de forma crescente a vida e o humano até chegar às formulações de Brief über de n »Humanismus«, ou seja, até chegar à afirmação de que o corpo humano está separado do corpo animal por um abismo e de que o homem, enquanto Da-sein ou "aí" do ser, está mais próximo de um deus que de um ser vivo (Lebewesen). No estudo que propusemos, concluímos que Heidegger recusa de um modo crescente qualquer "contaminação" do Dasein pela vida em função de duas razões principais: por um lado, o contacto intenso com o pensamento de Ernst Jünger, sobretudo a partir da publicação de Der Arbeiter, em 1932; por outro lado, a confrontação com o nacionalsocialismo emergente. A publicação, em 2004, do volume 90 das Gesamtausgabe possibilita documentar até que ponto se estende a relação do pensamento de Heidegger com Jünger, a partir dos anos 30. Para Jünger, a vida é o modo mais completo da mobilização total (totale Mobilmachung), num processo 1 A Vida e o Humano em Heidegger: a ontologia heideggeriana na aurora de uma biopolítica.

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Revista Filosófica de Coimbra, 2006

A relação íntima com a guerra é, para a política moderna, um arcanum. A pólis grega alicerçava-se... more A relação íntima com a guerra é, para a política moderna, um arcanum. A pólis grega alicerçava-se na determinação aristotélica do homem como "animal político", e na consequente consideração da "vida política" como um elemento indispensável a uma vida feliz e plenamente humana. O imperium romano fundava-se, por seu lado, numa teologia política de origem helenística, em que a ordem monárquica imperial se representava como a reprodutora de uma ordem divina universal. Em ambos os casos, a felicidade e a ordem, considerados como um modo superior de existência humana, constituíam os fins da vida política. No caso da política moderna, pelo contrário, é, não uma representação de um télos da vida humana, não uma representação de uma ordem natural ou de uma vida feliz, mas a desordem, e o medo diante desta desordem, que estão subjacentes ao seu aparecimento. Assim, não é para a obtenção de uma vida plena e feliz, segundo a aretê, que a política moderna se orienta; ela dirige-se antes para a tentativa de responder à paixão do medo que uma situação de desordem suscita, para a tentativa de repor a segurança quebrada quer pelo livre curso das paixões naturais do homem, quer pelos conflitos que tais paixões inevitavelmente arrastam. A política moderna surge assim marcada por aquilo a que Leo Strauss chamou um «abaixamento dos padrões da acção social» 1 : nela, já não se trata de cultivar no homem uma "vida boa", mas apenas de lhe assegurar que uma morte violenta, resultante de paixões desregradas, o não impeça de viver todo o tempo que a natureza lhe permitiria viver. E é neste abaixamento dos padrões 1 Leo Strauss, What is Political Philosophy?, Chicago e Londres, University of Chicago Press, 1988, p. 41.

Research paper thumbnail of O Conceito de Teologia Política no pensamento de Carl Schmitt e o Decisionismo como ficção jurídica

Research paper thumbnail of Do Decisionismo à Teologia Política: Carl Schmitt e o Conceito de Soberania

Revista Portuguesa de Filosofia, 2003

Research paper thumbnail of Sobre a justificação racional do poder absoluto: racionalismo e decionismo na teologia política de Carl Schmitt

Revista Filosófica de Coimbra, 2003

mestre e amigo, exemplo de inteligência, grandeza e generosidade.