Cruces de tiempo y mundos en dos relatos de Elena Garro (original) (raw)

Limiares entre mundos

Novos Debates, 2021

Com vista a reflexões em torno da morte e do morrer na sociedade ocidental no contexto da pandemia da COVID-19 e de suas consequências, o presente ensaio articula reflexões a respeito das significações sociais da morte e das classificações mortuárias operantes dentre estas. Nesse sentido, também se discute a maneira como as diferentes cosmologias indígenas Bororo, Araweté, Kaxinawá e Sanöma Yanomami operam algumas de suas concepções a respeito da morte e do morrer. Enfim, também discute-se a maneira como a pandemia da COVID-19 explicitou a forma como as representações sociais em torno da morte e do morrer da sociedade industrial hegemônica são tomadas como universais.

Las escrituras del yo através del tiempo

Revista HISTEDBR On-line, 2012

Mnemosyne, um dos mitos mais antigos da cultura ocidental, mãe das nove Musas, nascidas de sua relação com Zeus, inspirou o título da obra organizada por Antonio Castillo Gómes e Verónica Sierra Blas, professores da Universidad de Alcalá, Espanha. Concedendo ao homem a capacidade da memória, Mnemosyne possibilitou aos autores a organização de uma obra cujo olhar está voltado à escrita de histórias de ontem e de hoje, repletas de lembranças e esquecimentos, de vida e morte, de amor e desamor. O subtítulo do livro-"as escritas do eu através do tempo"-remete às múltiplas formas de manifestação do eu, por meio de livros, cartas, livros de família, diários íntimos, autobiografias, memórias. O livro possui 418 páginas que contemplam dezoito artigos escritos por autores franceses, espanhóis, italianos, portugueses e brasileiros. Com editoração impecável, o trabalho agrupa os resultados de pesquisa em torno de cinco eixos: papéis domésticos, variações sobre o diário, memórias, escrita epistolar e outras representações do eu. Na introdução, Gómez ressalta que, para os fins da obra, não importa que memória e história sejam termos com significado diverso, uma vez que seu objetivo é "explorar as manifestações, formas e avatares dos escritos nos quais se identifica uma vontade maior ou menor de recorrer à escrita para buscar e ir construindo a identidade de quem escreve ou se dispõe a fazê-lo" (p. 12). Os artigos tratam de testemunhos ligados a uma memória eminentemente prática e instrumental, como também de manifestações de caráter mais íntimo, como os diários, a partir de pessoas de diferentes condições, articulando sua memória pessoal, familiar e social. O primeiro eixo, "Papéis domésticos", é composto por cinco artigos. Em "Maux dits, maux écrits: du soin de soi à l"attention aux autres dans les écrits du for privé français, XVe-XVIIIe siècle" (pp. 17-37), Sylvie Mouysset, da Université de Toulouse-Le Mirail, busca identificar as diferentes formas pelas quais se inscreve a doença nos livros de memória, com a menção dos males que afetam aqueles que integram o pequeno mundo do escritor. Os detalhes sobre a morte dos pais e as doenças que afetam as crianças se encontram em primeiro lugar, vindo em seguida a figura da esposa, mais frequentemente referida do que os esposos, são "memorizados" no livro de famìlia. Outros membros do clã familiar, parentes próximos ou longìnquos, verdadeiros amigos ("amis charnels") e empregados domésticos merecem também atenção dos chefes de família. Outra é a referência que esses autores fazem de sua própria história, porém, significando que muitas vezes estão ausentes de seu próprio livro. Dos escritos se extrai preciosos testemunhos dos laços que unem os seres, com manifestações de cuidados aos doentes em tempos de grandes epidemias, que contribuem para a história da vida privada. Daniel Piñol Alabart, da Universitat de Barcelona, escreve sobre "Salud, dinero y amor sobre el papel: usos domésticos de la escritura em Reus (siglos XVIII-XIX)" (pp. 39-54). De acordo com os estudos de Alabart, tudo o que se considera importante na vida pode ser resumido em três itens: a saúde, o dinheiro e o amor, a partir dos quais analisa os usos que lhes são dados na escrita dentro do círculo familiar. Foram analisados Revista HISTEDBR On-line Resenha

Cenas Dramáticas: Enunciações Do Tempo Em William Faulkner e Autran Dourado

2016

O presente artigo intenciona promover um dialogo entre a obra do escritor norteamericano William Faulkner e a do brasileiro Autran Dourando. Tendo isso em vista, serao confrontadas a segunda parte do romance O Som e a Furia (1922), de Faulkner, centrada no personagem de Quentin Compson, e “Os Retratos”, primeira parte da obra Tempo de Amar (1952), de Dourado, que centra-se na figura de Ismael. Serao deslindados importantes aspectos formais desses relatos, sobretudo no que tange a posicao do narrador e as disjuncoes temporais que este provoca. Tambem atentarei para a construcao dramatica dessas narrativas, ressaltando temas como o incesto, o conflito entre introversao e extroversao, e a luta contra o tempo.

Uma Leitura Espacial Nos Contos “Duelo” e “A Hora e a Vez De Augusto Matraga”, De João Guimarães Rosa

Linguagem: Estudos e Pesquisas, 2014

O autor Guimarães Rosa mostra-se atento à importância do espaço na criação de seus enredos. Frente ao exposto, enumera-se que, focando especialmente na representatividade do elemento espacial, foram selecionados dois contos com o intuito de se desenvolver uma leitura mais aprofundada nesse sentido. Tais criações literárias - “Duelo” e “A Hora e a Vez de Augusto Matraga” - também são tidas como frutos de extensas observações do sertão mineiro e das mais plurais experiências de vida do autor.

Florbela Espanca: convergência entre mundos

2012

A baliza temporal que compreende a existência de Florbela Espanca começa por ser, desde logo, um marco intransponível, se acaso pretendêssemos analisar os traços biográficos desta escritora portuguesa à luz dos conceitos defendidos por alguns autores, no concernente à análise da obra literária, vendo neles a explicitação para a sua pulsão criativa. Florbela Espanca nasce no ano de 1894 na cidade de Vila Viçosa, na região do Alentejo, onde os dias se alongam e os horizontes se estendem; um ambiente rural, remetendo à dificuldade em conseguir o anonimato, mais plausível nas grandes cidades, e o qual, por certo, a poetisa muito ambicionou no decurso da sua vida. Aposto a este facto, não deixa de ser fado ter sido acolhida por uma madrasta e também madrinha, que não pudera nunca ser mãe, e cujo pai não ousou retirar-lhe o estigma de filha ilegítima, senão 18 anos após a sua morte. João Maria Espanca, republicano, aceitara contornar a esterilidade da sua esposa trazendo para dentro do seu lar os dois filhos bastardos. Observa-se que casos como estes eram assaz frequentes numa época em que a bastardia era lugar-comum, visto ser socialmente admissível e não reprovável; muitos fatores concorriam para que assim fosse, a começar pela inexistência da prerrogativa divórcio. Não deixava, contudo, de ser estigmatizante, e disso mesmo dão conta estudos de ordem psicanalítica, pelo que nos escusamos de aprofundar a questão. Ainda assim, somente estas informações não dão conta cabal da expressão que um autor, neste caso, uma autora, tem ou tiveram no seu e no nosso tempo. Daí a importância de que, para nós, se revestem as biografias. A angústia do Eu, de que tantos falam, nomeadamente Fabio Mario da Silva na sua dissertação Da 1 Bolsista da CAPES-Proc. nº 2543-11-7. CAPES Fundation,

Rios de tempo, rios de sangue! A contenda por Perón no romance de Tomás Eloy Martínez

Anais do Simpósio Internacional Pensar e Repensar a América Latina – Programa de Pós-Graduação em Integração da América Latina, 2014

Tendo como tema a disputa pela imagem do maior líder político argentino de todos os tempos, Juan Domingo Perón, quando de sua volta à Argentina em 1973 após 18 anos de exílio, este trabalho tenta identificar, no romance de Tomás Eloy Mantínez, como foram representados tanto Perón quanto os grupos que entraram na contenda por sua imagem, orientados por quais interesses, com que dimensão de influência e com quais perspectivas de ação concreta para ultimar sua vitória, no limite entre ficção e História. Artigo publicado nos Anais do Simpósio Internacional Pensar e Repensar a América Latina – Programa de Pós-Graduação em Integração da América Latina; Universidade de São Paulo (PROLAM/USP) - ISBN: 978-85-7205-133-01 – São Paulo, nov. 2014.

Entre dois mundos

Revista de Arqueologia

Entre Dois Mundos se refere à exposição que se encontrava no Museu Nacional, resultado de pesquisas arqueológicas em Araruama, Região dos Lagos, Rio de Janeiro, com reflexões sobre o contato entre os tupinambá e os franceses que, no século XVI, faziam incursões ao litoral, em busca de produtos tropicais. A materialidade encontrada nos sítios atesta a interação entre os grupos e dialoga com a iconografia produzida por cronistas que descreveram aspectos cotidianos e rituais das populações nativas. Na exposição, estavam expostos vasilhames cerâmicos decorados, urnas funerárias, adornos em concha, metais e centenas de miçangas. Esses artefatos apontam para a continuidade dos aspectos socioculturais, interações, influências recíprocas desde o período anterior e após o contato.

A construção de mundos em Pedro Cabrita Reis

2007

To consider the work of Pedro Cabrita Reis from an iconographic viewpoint may seem a contrary or even an impossible task. However, I believe it is a relevant challenge, firstly because it may reveal the limitations of the interpretative aspiration that constructed Iconography as a discipline and was later extended in the Panofskian version of Iconology. Secondly because, based on the same premise, it presents us with a perspective on the destabilization that Contemporary Art brought to the conceptual boundaries established within the field of Art History and that of it's related disciplines. Starting with this problematic perspective, some recent works of Pedro Cabrita Reis will be analysed.