INTRODUÇÃO - Apontamentos para a História das CULTURAS DE ESCRITA: DA IDADE DO FERRO À ERA DIGITAL HISTÓRIA DO ALGARVE 03 (original) (raw)
Related papers
Agradecimentos: Muitos foram os que tornaram possível a concretização deste projecto que já vai no número 3. A alguns deles, que não vêm referidos no corpo da obra, é necessário deixar aqui o nosso agradecimento: a Lúcia Costa (luciacosta80@gmail.com), a designer que mais uma vez concebeu e deu rosto a esta publicação, e um especial obrigado a Emanuel Sancho, director do Museu do Trajo de São Brás de Alportel, uma presença constante e dedicada. Nota: O uso do Acordo Ortográfico de 1990 foi opção de cada autor.
Apontamentos para a história das culturas de escrita: da idade do ferro à era digital, 2016
Coordenação com António Paulo Dias Oliveira, Patrícia de Jesus Palma e José Gonçalo Duarte Co-autores: Amílcar Guerra; Pedro Barros; Samuel Melro; José D'Encarnação; Marco Sousa Santos; Filipa Roldão; Manuel Cadafaz de Matos; Nelson Vaquinhas; Patrícia de Jesus Palma; Luís Guerreiro; Ana Lúcia Gomes de Jesus; Ana Isabel Soares; Mirian Tavares; A. Paulo Dias Oliveira; João Sabóia, Vitor Ribeiro; Sandra Boto. O objectivo principal deste novo número da revista Promontoria Monográfica – História do Algarve, dedicado às culturas de escrita, é o de contribuir para uma reflexão, na longa duração, sobre as relações que os homens e as mulheres têm encetado com a escrita e as suas diferentes materialidades (suportes, tecnologias e estruturas), desde as mais vetustas manifestações conhecidas, como podemos acompanhar no texto de Guerra, Barros e Melro, até às mais recentes ditadas pelo surgimento do digital, como se lê no texto de Boto. A amplitude temporal e a diversidade dos objectos em análise são acompanhadas por uma igualmente ampla e ousada conceptualização de cultura escrita, que se abre às suas diferentes manifestações – ritual, oficial, privada, pública, periodística, publicitária, escolar, urbana, erudita, etc. – sem distinções hierárquicas de suportes, géneros ou formas textuais, capaz de aproximar diferentes tradições disciplinares, que, embora partilhem o mesmo objecto de estudo, estão geralmente afastadas pela especialização académica. Significa, pois, que o livro, nomeadamente o impresso, que nos é mais familiar e símbolo por excelência da cultura escrita, partilha, nesta revista, o espaço analítico com outras materialidades que o precederam e que com ele têm convivido, tais como a pedra (Guerra, Barros e Melro; Encarnação; Santos), o papel manuscrito (Roldão; Vaquinhas), a folha-de-flandres (Jesus), ou a memória (Boto). Por outro lado, a abordagem ao impresso configura-se singular, atentando no feixe de artigos que lhe são devotados e que evidenciam a historicidade do processo que o introduziu, legitimou e que diversificou as suas potencialidades religiosas, culturais, políticas, sociais ou económicas (Matos; Palma; Guerreiro; Soares e Tavares; Oliveira; Sabóia), sem olvidar as estruturas que o viabilizaram, permitindo a sua apropriação (Matos, Palma, Sabóia e Ribeiro). Nestas circunstâncias e atendendo ao desenvolvimento de cada tradição de pesquisa, os textos trazidos a público apresentam diferentes graus de profundidade, oscilando entre as sínteses, os estudos de caso e o reconhecimento de caminhos de investigação a explorar, constituindo estímulos relevantes para o desenhar de uma futura história da cultura escrita, só possível, segundo cremos, num projecto a várias “mãos” e perspectivas, construindo um edifício mais forte e seguro, edificado paciente e longamente, andar a andar, e onde a remodelação é, a maior parte das vezes, a sua faceta mais frequente. Não obstante, o caminho percorrido traz a lume novo conhecimento, essencial para a valorização, defesa e divulgação dos monumentos que constituem o nosso património textual, cujas raízes na sociedade algarvia são mais profundas e mais extensas do que o que vulgarmente se crê.
EM BUSCA DE APROXIMAÇÕES ENTRE A HISTÓRIA DA CULTURA ESCRITA E A EDUCAÇÃO DE SURDOS
Fênix - Revista de História e Estudos Culturais, 2021
Este ensaio tem como objetivo refletir e fazer uma aproximação entre os campos da História da Cultura Escrita e da Educação de Surdos. A fim de se alcançar este propósito, as questões elencadas para discussão foram: algumas considerações acerca do campo da História Cultural da escrita; a educação dos surdos numa perspectiva histórica; a língua de sinaisuma modalidade linguística viso-gestual; a visão da surdez numa perspectiva social e os desafios do letramento na educação bilíngue para surdos. Ventilam-se, pois, possibilidades de investigações num campo ainda desafiador e não desbravado: a história cultural das práticas de escrita de sujeitos surdos.
Apontamentos para a história das culturas de escrita: da idade do ferro à era digital
2016
O objectivo principal deste novo número da revista Promontoria Monográfica – História do Algarve, dedicado às culturas de escrita, é o de contribuir para uma reflexão, na longa duração, sobre as relações que os homens e as mulheres têm encetado com a escrita e as suas diferentes materialidades (suportes, tecnologias e estruturas), desde as mais vetustas manifestações conhecidas, como podemos acompanhar no texto de Guerra, Barros e Melro, até às mais recentes ditadas pelo surgimento do digital, como se lê no texto de Boto. A amplitude temporal e a diversidade dos objectos em análise são acompanhadas por uma igualmente ampla e ousada conceptualização de cultura escrita, que se abre às suas diferentes manifestações – ritual, oficial, privada, pública, periodística, publicitária, escolar, urbana, erudita, etc. – sem distinções hierárquicas de suportes, géneros ou formas textuais, capaz de aproximar diferentes tradições disciplinares, que, embora partilhem o mesmo objecto de estudo, estã...
POR UMA ABORDAGEM DA HISTÓRIA CULTURAL DAS PRÁTICAS DE ESCRITA NA EDIÇÃO DE TEXTOS
ALEA: Estudos Neolatinos - PPGLEN, UFRJ, 2017
RESUMO O artigo discute a mudança de paradigma que ocorreu no campo da História, o surgimento da História Cultural das Práticas de Escrita, os efeitos dessa mudança no âmbito de disciplinas próximas à Filologia, especialmente à Crítica Textual, destacando a interdisciplinaridade como alternativa para inovar e explorar as potencialidades do texto como construto histórico, social, cultural e linguístico. A discussão está fundamentada numa revisão bibliográfica com o intuito de apontar novos caminhos para a edição de textos, considerando a abordagem da História Cultural das Práticas de Escrita. O estudo demonstrou que o diálogo interdisciplinar tem provocado mudanças consideráveis no âmbito da Crítica Textual, ampliando as possibilidades de estudo do texto.
Dossiê: História da Cultura Escrita
Revista Brasileira de História da Educação, 2016
Um detalhamento dessas "entradas" e um balanço da produção no campo nos últimos anos podem ser encontrados em Galvão (2010).
O artigo apresenta uma edição semidiplomática do manuscrito Alfabetização etc. e tal do escritor baiano Eulálio Motta (1907-1988), e um estudo das práticas de alfabeti-zação formal na comunidade Capela do Bom Jesus, no município de Mundo Novo – BA, na década de 1950. O texto editado revela práticas sociais do ensino da escrita e da leitura no sertão baiano e para empreender o estudo e a edição do texto foram conside-radas as relações entre filologia e acervos de escritores (BARREIROS, 2012); os usos sociais da escrita enquanto prática escriturística capaz de “inventar” o cotidiano (CER-TEAU, 2008); a história cultural das práticas de escrita (CASTILLO GÓMEZ, 2002; CHARTIER, 2001); a história da educação no Brasil (COSTA; TAMAROZZI, 2009), a formação de professores e as interfaces entre escrita e memória (BRANDÃO, 2002; NORA, 1993). A pesquisa pretende contribuir para o conhecimento da história cultural das práticas de escrita do sertão da Bahia.
Este artigo trata da História da cultura escrita a partir da obra de Roger Chartier e procura incentivar a aplicação da disciplina aos estudos bíblicos contemporâneos. Em suma, procuramos sugerir caminhos para os estudos bíblicos a partir de três pontos que o autor francês considera essenciais em sua disciplina, que são: a) a complexidade dos processos de escrita, preservação e transmissão dos textos, b) a instabilidade dos significados e c) as autoridades e a força de suas mediações no processo de leitura.
HISTORIOGRAFIA & NARRATIVA: DO ARQUIVO AO TEXTO
RESUMO: Este texto apresenta um debate teórico e metodológico acerca das práticas de produção do texto historiográfico em suas múltiplas relações com as diversas fontes documentais. As reflexões tem como referência as regras estabelecidas no campo da história, e estabelece vários diálogos com outras áreas do conhecimento, em especial, a filosofia e a literatura. ABSTRACT: This paper presents a theoretical and methodological debate about the production practices of historiographical text in its multiple relationships with the various documentary sources. Reflections has reference to the rules established in the field of history, and sets out various dialogues with other fields of knowledge, especially philosophy and literature.