Redes, ativismo e mobilizações públicas. Ação coletiva e ação conectada (original) (raw)
Related papers
Redes: Dos Sentidos Originais À Natureza Das Redes Nas Ações Coletivas
Caminhos de Geografia, 2022
Este artigo objetiva apresentar os múltiplos usos e significações do conceito de rede, destacando suas possibilidades de aplicação para compreensão de uma variedade de fenômenos de naturezas distintas. O artigo é resultado de uma pesquisa bibliográfica, dialogando com vários autores das humanidades. O texto está estruturado em três momentos. Inicialmente, parte-se da identificação dos sentidos originais na antiguidade até a explosão de significados que o conceito adquiriu nas últimas quatro décadas. Em seguida, busca-se demonstrar a amplitude de usos e significações de rede na ciência contemporânea, destacando o procedimento de qualificação do conceito e a formulação de conceitos adjetivados. No terceiro momento, centrou-se no mapeamento das concepções de rede adotadas para compressão das ações coletivas, destacando a sua natureza distintiva. Nesse sentido, propõe-se a acompanhar o percurso do conceito, identificando e "mapeando" usos e significações e delimitando sua aplicação as ações coletivas em particular. Palavras-chave: Rede. Conceito. Ciência Contemporânea. Ações coletivas. Geografia.
Das mobilizações às redes de movimentos sociais
Sociedade e Estado, 2006
A realidade dos movimentos sociais é bastante dinâmica e nem sempre as teorizações têm acompanhado esse dinamismo. Com a globalização e a informatização da sociedade, os movimentos sociais em muitos países, inclusive no Brasil e em outros países da América Latina, tenderam a se diversificar e se complexificar. Por isso, muitas das explicações paradigmáticas ou hegemônicas nos estudos da segunda metade do século XX necessitam de revisões ou atualizações ante a emergência de novos sujeitos sociais ou cenários políticos. Este estudo busca, inicialmente, uma compreensão acerca da nova configuração da sociedade civil organizada, explicitando os múltiplos tipos de ações coletivas do novo milênio. 1 A partir desta compreensão, busca-se explorar a diversidade identitária dos sujeitos, a transversalidade nas demandas por direitos, as formas de ativismo e de empoderamento através de articulações em rede e, finalmente, a participação política das organizações em rede.
Estratégias de mobilização comunitária, redes e resistências
Ciência & Trópico, 2021
O artigo apresenta questões relativas aos processos de luta e resistência vivenciados por lideranças comunitárias brasileiras. Deu-se ênfase às estratégias utilizadas para a mobilização de sujeitos individuais e/ou coletivos – notadamente moradores dos lugares em que vivem ou viviam –, bem como às redes formadas, que delas fazem parte e seus objetivos. O conteúdo empírico do texto é oriundo dos depoimentos elaborados e apresentados pelas lideranças no II Seminário de Desnaturalização dos Desastres e Mobilização. Foi possível evidenciar que as estratégias são diversificadas e criativas, entre elas: 1) sensibilização e engajamento das pessoas mais próximas para ações diversas, incluindo elaboração de blogs e manifestações; 2) ampliação desse coletivo com a adesão de aliados institucionais na elaboração de estudos, jornais, vídeos e projetos para obtenção de recursos; 3) apresentação dos pleitos e projetos aos órgãos públicos e corporações, e 4) estruturação de redes. Palavras-chave: M...
Redes reais: arte e ativismo na era da vigilância compartilhada
Rapsodia, 2019
O artigo analisa ações ativistas, notadamente com perfil artísticos, que operando nas intersecções do real expandido pelas redes. Discute as formas pelas quais esse ativismo, típico do século 21, indica possibilidades de mudança cultural a partir da reprogramação dos meios e de sua reverberação na esfera pública. Entre outros projetos são comentados: "Face to Facebook", de Alessandro Ludovico e Paolo Cirio (2010), "High Retention, Slow Delivery", de Constant Dullaart (2014), e "Go Rando" de Ben Grosser (2017)
Ativismo Codificado: Limites e Oportunidades para a Ação Coletiva nas Redes Sociais
Anais da Intercom, 2017
Resumo: O artigo busca compreender os novos desafios impostos pelo advento dos sites de redes sociais aos movimentos sociais contra-hegemônicos. Para atingirmos esse objetivo procuramos entender as mudanças de estratégias de colonização do mundo da vida pelo sistema na passagem de um ambiente em que a mediação entre sistema e mundo da vida era realizada pela Indústria Cultural para outro em que as redes sociais passam gradativamente a exercer essa função. A mudança de paradigma reside na função interação das redes sociais, substituindo a função programa. As redes sociais realizam um monitoramento das interações dos usuários para distribuir conteúdo personalizado, permitindo também a vigilância dos indivíduos pelo Estado. Três desafios se colocam para os movimentos sociais contra-hegemônicos nesse ambiente: vigilância, mobilização e propriedade dos meios de comunicação.
O Net-ativismo e as dimensões ecológicas da ação nas redes digitais
PAULUS: Revista de Comunicação da FAPCOM, 2020
Nas últimas décadas, com o desenvolvimento de tecnologias digitais móveis, formas de conexão wi-fi, internet das coisas e sistemas informativos geográficos, assistimos no mundo inteiro a novas formas de participação e de interação que se estenderam para além dos dispositivos, dos dados, também dos objetos e das biodiversidades, expressando uma nova culturaecológica. Nesta última, a ideia de social abre-se a uma perspectiva hipercomplexa (E. Morin) que descreve as extensões de agregações pós--urbanas, as quais expandem o social para além das fronteiras da sociedade, assim como interpretada pelo pensamento das ciências sociais modernas. O movimento ecológico global dos adolescentes inspirados em Greta Thunberg, as revoltas no Chile, na Coreia, o movimento dos coletes amarelos na Franca, assim como a difusão de registros públicos validados colaborativamente, os Blockchain, são a expressão de uma nova ecologia da ação que conecta entidades diversas, dados, pessoas e dispositivos conect...
Net-ativismo e plataformas digitais em contexto pandêmico no Brasil
Lumina
O presente artigo pretende realizar uma análise inicial do papel desempenhado pelas plataformas digitais no enfrentamento à Covid-19 em comunidades periféricas do Brasil em um contexto de disputas de narrativas e ausências de ações e diretrizes governamentais coordenadas. A partir da discussão sobre “net-ativismo” e plataformização, buscou-se compreender como as plataformas, junto às infraestruturas existentes pré-pandemia, auxiliaram nas mobilizações coletivas e auto-organizadas contra o novo coronavírus, possibilitando a constituição de formas de participação e de ativismo com a colaboração entre entidades humanas e não-humanas de maneira alternativa às ações estatais. Para isso, a pesquisa centrou-se no estudo de caso de dois ecossistemas formados pela sociedade civil nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro (primeiras cidades no país a registrarem casos da infecção do vírus): a campanha “Maré diz NÃO ao Coronavírus”, iniciativa da Redes da Maré, no Rio de Janeiro, e as articula...
Cultura, política e ativismo nas redes digitais
Rafael Cardoso Sampaio, Alicianne Gonçalves de Oliveira, Lucia Scalco, Jair Ramos, Marcelo Burgos, Vanessa Fagundes, Lívia Alcântara, Gloria Diogenes, Rafael Evangelista, Sergio Amadeu Silveira, Henrique Parra, Carlos dAndréa
Com o objetivo de contribuir para o avanço do debate acadêmico sobre essa temática, surgiu a ideia dos autores deste livro de organizar na Anpocs (Associação Nacional de Pós-Graduação de Ciências Sociais), um espaço de reflexão interdisciplinar para a apresentação e debate de trabalhos relacionados aos impactos da internet nas múltiplas dimensões das sociedades contemporâneas. O livro se constitui de três grandes blocos, abrangendo cada um deles um campo de estudos sobre internet, mídias digitais, e seus impactos nas sociedades contemporâneas.