Cinema e Educação: um caminho metodológico (original) (raw)

Cinema, educação do olhar e formação docente

Incontáveis imagens atravessam nosso cotidiano e são constantemente tema de debates. É inegável a relevância da discussão sobre a presença da cybercultura e as implicações da multiplicação das imagens a partir dos mecanismos digitais, no campo da educação. Atentas a isso, propomos que o cinema seja efetivamente tomado como possibilidade formativa, diante da complexidade de operações às quais a rede de imagens nos desafia. Pensamos que a experiência com determinadas produções cinematográficas pode aprofundar o olhar do futuro professor em relação às imagens, sendo esta um possível exercício dos processos de formação. O termo formação pode ser compreendido tanto na perspectiva da educação formal quanto num sentido mais amplo. Nesse viés, cabe citar a conceitualização de Marcos Pereira (2008) sobre formação que corrobora a concepção adotada por nós nas pesquisas que impulsionaram as ideias aqui expostas: entendemos que formação inclui os espaços tradicionais de educação, mas certamente vai além deles. O autor define o termo formação como "o processo de transformação em que as relações que o sujeito estabelece com o mundo, com os outros e consigo mesmo são afetadas de modo proposital, ou seja, de maneira que o sujeito em formação não apenas se dá conta de que está em formação, mas, também, interfere, ele mesmo, nessa afecção e nessa reflexão" (PEREIRA, 2008, p.2) As recentes investigações, Educação do Olhar e Formação Ético-Estética: Cinema e Juventude (2008-2011) e a atual, Juventudes e Narrativas Visuais: por uma Ética da Imagem na Educação (iniciada em 2011), que dá continuidade à anterior, fomentam nossa análise e compreendem estudos sobre materiais audiovisuais, juventude e educação. Ao mapear as relações de estudantes de Pedagogia com 1

Pensando o Cinema e Educação na Escola

Encontros de Cinema de Viana, 2017

Este artigo fala sobre a inserção do cinema na escola e discute as vertentes que vêem o cinema como um recurso didático e a que vê o cinema, entre outras coisas, como uma linguagem. É nesse limiar, entre o uso “escolarizado” que reduz o cinema a mais um recurso didático e o uso do cinema como objeto de experiência estética e expressiva da sensibilidade, do conhecimento e das múltiplas linguagens humanas que iremos analisar. As dimensões do cinema e das pedagogias utilizadas nos processos de trabalho com o cinema e educação dentro da escola são aqui repensadas.

Escolhas metodológicas nas pesquisas em cinema e educação: é possível falar em "cinema de formação"?

RESUMO Neste texto, nosso objetivo é pensar alguns pontos de contato entre literatura e cinema – ou, mais precisamente, como um modo de ser da literatura pode dar pistas sobre um modo de ser do cinema. Neste sentido, apontamos para as possibilidades que o (sub)gênero literário " romance de formação " insinua em termos de possibilidades metodológicas de pesquisa para o campo do cinema e da educação. Assim, interessa-nos mostrar como, ao eleger como central um sujeito que se (trans)forma por meio de uma narrativa imagética singular, na qual forma e conteúdo fazem-se indissociáveis, alguns materiais nos sugerem elementos para a composição de uma categoria que denominamos " filmes de formação " – e que, com isso, abre caminhos de análise voltados para um conceito que a nós, do campo da educação, é bastante caro, qual seja, aquele mesmo de formação. ABSTRACT In this text, our goal is to ponder over certain points of contact between literature and cinema – or, more precisely, how a way of being of literature can condition a way of being of cinema. In this regard, we point to the possibilities that the literary (sub)genre " bildungsroman " (novel of formation) implies in terms of methodological possibilities of research for the field of cinema and education. Thus, it is of our interest showing how, when electing as central a subject that is (trans)formed through a unique narrative of images, in which form and content are inseparable, some materials suggest elements for the composition of a category that we call " bildungscinema " (films of formation) – and that opens possibilities for analyses focused on a concept that is central to the field of education, that is, the concept of formation.

A Prática do Cinema na Educação

Apresentar a cinematografia no contexto das aulas de artes na educação formal brasileira consiste na compreensão de como esta linguagem artística pode contribuir, podendo ser usado em sala de aula. Visando o cinema como uma linguagem, que merece seu espaço para aprendizagem em escolas - não apenas como um meio, como por exemplo, a conteúdos de história através do cinema, matemática e cinema, sociologia e cinema, mas sim o estudo da arte do cinema em si. Pensando nas qualidades que o estudo e prática da cinematografia podem trazer ao aluno, ao estar apto a ter um olhar crítico quanto as imagens em movimento que o cerca, buscando isto através da análise de cenas de filmes e através da prática da filmagem. Palavras-chaves: cinema, arte, linguagem cinematográfica, educação.

Prática educomunicativa com o cinema nas Licenciaturas

Pensar a formação docente na contemporaneidade exige atentar para as discussões que perpassam os campos da Comunicação e da Educação. A cultura midiática influencia nossa construção identitária, por isso é essencial que o espaço educativo inclua em seus conteúdos programáticos diferentes formas de abordar os processos educomunicativos, a fim de que estudantes possam compreender as lógicas que os regem em suas relações com a sociedade. O objetivo desta pesquisa foi realizar uma experiência pedagógica com narrativas fílmicas nas Licenciaturas (Pedagogia e Letras) da Universidade de Taubaté. A metodologia utilizada foi a observação-participante. A prática aconteceu no espaço destinado às Atividades Acadêmico-Científico-Culturais (AACC). Exibimos principalmente filmes que fogem aos padrões tradicionais que os sujeitos participantes da pesquisa conhecem. Depois das exibições, acontecia uma discussão entre professora pesquisadora e alunos, sobre aspectos por eles considerados significativos. Por meio de relatos escritos e de gravações, procurou-se identificar como os estudantes atribuíam sentidos aos filmes vistos. O segundo propósito foi pensar um projeto com filmes que atenda às necessidades do público-alvo pesquisado. Observou-se que uma prática educomunicativa com o cinema/filmes na formação docente das Licenciaturas em questão pode contribuir para ampliar o capital cultural dos discentes, logo, para sua construção identitária pessoal e profissional. Palavras-chave: Comunicação. Educação. Licenciaturas. cinema.

Cinema e Educação: Fundamentos e Perspectivas

Educação em Revista, 2017

RESUMO: Este artigo tem o objetivo de estudar os fundamentos educativos do cinema em uma abordagem hermenêutica a partir dos resultados de pesquisa teórica financiada pela FAPESP entre 2013 e 2015. Dividido em duas partes, este estudo apresenta, na primeira, as principais abordagens contemporâneas sobre cinema e educação: ferramenta didática para ensino em sala de aula; forma de conhecimento; disposição didática; estudos culturais; aspectos sensíveis e criativos; produtor de sentidos. Após análise dessas vertentes, o artigo apresenta sete fundamentos para pensar a relação cinema e educação: cognitivo, filosófico, estético, mítico, existencial, antropológico e poético. Não são dimensões separáveis, mas que operam em relação de complementaridade e contribuem para a compreensão dos diversos modos pelos quais são produzidos, circulados e interpretados os sentidos e as imagens do cinema.

Cinema e Educação: O Que Pode O Cinema?

Educacao E Filosofia, 2013

Problematizando o uso repetido e dominante do cinema em educação, enquanto recurso didático-metodológico para o ensino-aprendizagem e como disciplinador de condutas e modos de ser, este artigo pretende pensar "o que pode o cinema para a educação?". A partir das ideias de Gilles Deleuze foi possível investigar e experimentar, em projetos de extensão e pesquisa desenvolvidos junto ao Centro de Educação da UFRN, três usos diferenciais do cinema em educação: 1) o cinema como produtor de choques e violências ao pensamento, que forçam a pensar; 2) o cinema como resistência às representações dominantes, aos estereótipos e aos clichês; 3) o cinema como potencializador da cartografia da contemporaneidade e dos modos de subjetivação contemporâneos. Consolidando estas outras potencialidades do cinema para pensar a educação, o artigo apresenta, como resultado das pesquisas realizadas, uma breve cartografia dos sujeitos contemporâneos, produzida com o filme Ken Park (Larry Clarck, EUA, 2002).

Cinema e educação em plano sequência

REU - Revista de Estudos Universitários

O presente trabalho realiza um mapeamento de experiências educomunicativas na linguagem audiovisual com base na análise de artigos apresentados no Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação entre os anos de 2011 e 2015. O estudo sobre a natureza do trabalho, o local onde ocorreu a intervenção, seus objetivos e metodologias adotadas aponta para a importância da pesquisa e da extensão no fortalecimento do campo da Comunicação/Educação; a contribuição das práticas realizadas na ressignificação do espaço escolar e desenvolvimento da cidadania; o objetivo comum de fortalecer o potencial comunicativo dos sujeitos participantes; o crescente papel das redes sociais e da cultura participativa para a produção e circulação de narrativas audiovisuais. A apropriação da linguagem e dos recursos audiovisuais para a criação de um discurso próprio nos remete à completude da experiência estética, da interação entre partes envolvidas na produção (poética) e fruição (estética) de produtos midiáti...