Flavia Hirata_Vale | UFSCar - Federal University of São Carlos (original) (raw)
Papers by Flavia Hirata_Vale
Revista Delta, 2017
RESUMO Neste trabalho avaliam-se diferentes padrões de construções condicionais no português a pa... more RESUMO Neste trabalho avaliam-se diferentes padrões de construções condicionais no português a partir dos parâmetros de condicionalidade. O objetivo principal é mostrar como a categoria está internamente organizada não apenas em termos de um núcleo prototípico, mas mostrando como os exemplares mais periféricos se relacionam a ele. As bases teóricas deste trabalho assentam-se sobre concepções funcional-cognitivistas, nos termos de Bybee (2010) e Dancygier (1998), especialmente considerando a relativa instabilidade da gramática e a fl uidez da categoria. As refl exões principais apontam a condicionalidade como uma categoria bastante complexa que serve de/como abrigo de múltiplas construções. Palavras-chave: funcionalismo; parâmetros de condicionalidade; construção condicional; categorização.
Relatório Final/Final Report, 2015
Neste projeto, foram descritos e analisados os usos de construções insubordinadas no português do... more Neste projeto, foram descritos e analisados os usos de construções
insubordinadas no português do Brasil e de Portugal, mais especificamente de construções condicionais insubordinadas, a partir das reflexões teóricas desenvolvidas particularmente por Evans (2007, 2009), Mithun (2008), Kaltenböck (em preparação), Heine, Kaltenböck e Kuteva (no prelo), Schwenter (1999, 2013, no prelo), entre outros. A insubordinação é o processo pelo qual construções que apresentam uma marca qualquer de subordinação, como a conjunção subordinativa
se, passam a ser usadas independentemente, sem que estejam conectadas a uma oração principal. Foram estabelecidos os contextos discursivos nos quais essas construções são usadas, bem como suas características formais e funcionais. Com este projeto objetivou-se chegar a um tratamento mais sistemático da condicionalidade no português do Brasil e a uma melhor compreensão desse valor semântico tão complexo, além de contribuir com os trabalhos de tipologia que tratam do fenômeno da insubordinação.
Estudos Linguísticos, 2017
The aim of this work is to describe and to analyse the uses of insubordinate conditional construc... more The aim of this work is to describe and to analyse the uses of insubordinate conditional constructions in Brazilian and European Portuguese with metatextual function. These constructions are seen as "the main clause conventionalized use of what, on prima facie
grounds, appear to be formally subordinate clauses" (EVANS, 2007), which means that although they present a subordination mark, they are used independently, without being connected to a main clause. Data were collected in Corpus do Português, Corpus Brasileiro, C Oral, CRPC, and, when necessary, in the internet. These constructions contribute to textual
organization, express the speaker’s attitude and the intersubjective relation between speaker and hearer, which actually shows the widening of their scope, going beyond the syntactic level itself to the discursive level.
Odisseia`, 2017
RESUMO: Neste trabalho, discutem-se usos de construções condicionais e completivas insubordinadas... more RESUMO: Neste trabalho, discutem-se usos de construções condicionais e completivas insubordinadas no português do Brasil, a partir das reflexões teóricas desenvolvidas particularmente por Evans. Insubordinação é conhecido como o processo pelo qual construções que apresentam uma marca qualquer de subordinação passam a ser usadas independentemente, sem que estejam conectadas a uma oração principal. Embora possam parecer construções idiossincráticas, usadas apenas esporadicamente pelos falantes, as pesquisas acerca dessas construções constatam que elas são bastante frequentes e realizam estratégias discursivo-pragmáticas específicas. Desse modo, o objetivo deste trabalho é descrever essas construções no português do Brasil, apresentando suas características discursivas e funcionais.
Revista Estudos Linguísticos
In this paper, we propose the synchronic study of adverbial clauses initiated by conjunctions dad... more In this paper, we propose the synchronic study of adverbial clauses initiated by conjunctions dado que, desde que and uma vez que in written Brazilian Portuguese. Considering that these conjunctions may express causality and conditionality, the distinction between the interpretation of causal clauses and conditional clauses is not only a result of syntactic features but also of semantic and pragmatic ones. The analysis is based on the Resumo: Neste trabalho, propõe-se o estudo sincrônico das orações adverbiais iniciadas pelas locuções conjuntivas dado que, desde que e por uma vez que no português escrito do Brasil. Considerando que essas locuções conjuntivas podem expressar as relações de causalidade e de condicionalidade, a distinção entre uma interpretação e outra não é resultado apenas de fatores sintáticos mas, também, de fatores de natureza semântica e pragmática. A análise se baseia em pressupostos teóricos funcionalistas como os de Hengeveld (1998), Hengeveld e Mackenzie (2008), Sweetser (1990), entre outros.
Revista Veredas - UFJF
Ana Paula Cavaguti (UFSCar) Flávia Bezerra de Menezes Hirata-Vale (UFSCar) RESUMO: Neste artigo, ... more Ana Paula Cavaguti (UFSCar) Flávia Bezerra de Menezes Hirata-Vale (UFSCar) RESUMO: Neste artigo, analisam-se as orações adverbiais causais e condicionais introduzidas pelas locuções conjuntivas dado que, desde que e por uma vez que no português do Brasil. Com base nas ocorrências encontradas em textos escritos, obtidas no Corpus do Português, examinam-se os parâmetros semânticos (HENGEVELD, 1998) que caracterizam essas orações e os níveis e as camadas (HENGEVELD; MACKENZIE, 2008) em que elas ocorrem. As orações causais designam entidades de segunda ordem, com referência temporal independente e são sempre factuais. As orações condicionais designam entidades de terceira ordem, com referência temporal dependente e são não-factuais. Ambas as orações veiculam informação não-pressuposta.
Deve-se começar a ver de que ponto de vista o homem agenciou sua linguagem. A fala não foi feita ... more Deve-se começar a ver de que ponto de vista o homem agenciou sua linguagem. A fala não foi feita para a descrição, para a narrativa, para as considerações desinteressadas. Expressar um desejo, dar uma ordem, demonstrar a posse sobre as pessoas ou sobre as coisasesses empregos da linguagem foram os primeiros. Para muitos homens, eles são ainda quase os únicos... Se descêssemos um ou vários degraus, e se procurássemos o início da linguagem humana na linguagem dos animais, veríamos que neles o elemento subjetivo reina sozinho, que ele é o único expresso, o único compreendido, que ele esgota sua faculdade de entendimento e toda a matéria de seus pensamentos. Não se trata, pois, de um acessório, de uma espécie de superfluidade, mas ao contrário de uma parte essencial, e sem dúvida do fundamento primordial ao qual o resto foi sucessivamente ajuntado." (Michel Bréal, Ensaios de Semântica, 1992 [1897], p. 161)
O conectivo condicional complexo "supondo que": história e uso 1 Flávia Bezerra de Menezes Hirata... more O conectivo condicional complexo "supondo que": história e uso 1 Flávia Bezerra de Menezes Hirata Vale (UFSCar) Introdução Neste trabalho, pretende-se tratar do uso de um tipo de construção condicional que vem introduzida pelo conectivo condicional complexo ou CCC supondo que. Ainda não há, para o português do Brasil, uma caracterização mais exaustiva desses tipos de conectivos, tal como se encontra para o francês (DOSTIE, 1987), espanhol (MONTOLÍO, 2000) e italiano (VISCONTI, 2000). O trabalho de Oliveira (2008), que trata de locuções conjuntivas com valor condicional, a partir da perspectiva teórica da Gramática Discursivo-Funcional (HENGEVELD e MACKENZIE, 2008), e o trabalho de Barreto (1999), que descreve conjunções e locuções conjuntivas a partir de um ponto de vista diacrônico, restringem-se ao conjunto de locuções mencionado nas gramáticas tradicionais.
Revista da Abralin, 2011
O objetivo principal deste artigo é analisar as orações condicionais caracterizadas pela estrutur... more O objetivo principal deste artigo é analisar as orações condicionais caracterizadas pela estrutura se p, então q no português do Brasil, aqui denominadas correlativas hipotéticas. Observamos que a presença do então contribui signifi cativamente para a construção do sentido condicional, fazendo emergir o valor bicondicional, não necessariamente presente na condicional canônica. Além disso, com base na teoria da Gramática Discursivo Funcional (HENGEVELD e MACKENZIE, 2008), apresentamos algumas evidências formais que corroboram nossa proposta de considerar as correlativas hipotéticas como um tipo diferente de oração condicional, já que elas diferem das condicionais canônicas no que diz respeito à combinação sintática entre suas partes, formas de expressão verbal e ordem. Os dados analisados foram coletados no Corpus do Português (www.corpusdoportugues.org).
Revista Estudos Linguísticos, 2011
This paper provides an assessment of the semantic classifications for conditional clauses. Althou... more This paper provides an assessment of the semantic classifications for conditional clauses. Although the so-called classifications are said to have a semantic nature, they also take pragmatic factors into account when setting up conditional types. In addition, these proposals do not seem to agree whether the classification should consider the conditional clause itself or the type of clause it is related to. The present paper claims that the classification should consider the conditional clause itself and proposes a review on the current classifications based on Functional Discourse Grammar theory.
Revista ALFA, 2008
RESUMO: Neste trabalho, apresenta-se uma análise de construções temporais no português escrito do... more RESUMO: Neste trabalho, apresenta-se uma análise de construções temporais no português escrito do Brasil que podem, a depender de determinados fatores pragmáticos, semânticos e sintáticos, receber uma interpretação condicional. Além disso, é possível dizer que em certos contextos discursivos uma leitura condicional das construções temporais é favorecida. Nesses contextos, as construções temporais expressam habitualidade, e são usadas para argumentar, especificar ou restringir o significado da oração-apódose, ou ainda para mostrar o foco do falante em relação a um tempo de avaliação.
Múltiplas perspectivas em linguística. , 2009
RESUMO: Neste trabalho, apresenta-se uma análise de construções temporais no português escrito do... more RESUMO: Neste trabalho, apresenta-se uma análise de construções temporais no português escrito do Brasil que podem receber uma interpretação condicional. Assume-se, com Dancygier (1998), que a conjunção quando pode ser interpretada como condicional porque, assim como o se, introduz uma assunção que ajuda a fazer predições. Acredita-se que as construções temporais com valor condicional podem ser comparadas às construções condicionais preditivas. Nesses casos, as construções temporais recebem uma interpretação habitual, que é motivada pelos diferentes tipos de correlação modo-temporal utilizados nessas construções. Defende-se, ainda, a existência de uma relação estreita entre as correlações modo-temporais que manifestam a habitualidade e o seu valor aspectual.
Revista Estudos Linguísticos, 2008
Conditionality may be expressed in written Brazilian Portuguese by different means, besides the a... more Conditionality may be expressed in written Brazilian Portuguese by different means, besides the adverbial conditional clause marked by the conjunction if (Hirata-Vale, 2005). Paratactic constructions -juxtaposed and disjunctive and aditive coordinate clauses -constitute one of these means. In this paper, the use of paratactic constructions with a conditional value is analysed in five different kinds of texts: theatre plays, romance novels, articles, speeches and instruction manuals. It is argued that these constructions have an argumentative use when they expresses a conditional meaning.
Revista Scripta, 2001
Pode-se afirmar que os estudos de caráter tradicional realizados sobre a articulação de orações r... more Pode-se afirmar que os estudos de caráter tradicional realizados sobre a articulação de orações restringem-se a uma apresentação de classificações sintáticas ou semânticas, sem atenção para a inter-relação entre os diferentes tipos de orações. Além disso, tratam a articulação das orações nos limites da frase, isolada de seu contexto situacional, desprezando, assim, o seu papel na coesão e na organização discursiva.
Revista Estudos Linguísticos, 2002
The aim of this paper is to describe the use of temporal correlations in conditional construction... more The aim of this paper is to describe the use of temporal correlations in conditional constructions of Brazilian Portuguese. It is argued that there is a wide spectrum of relations, richer than the one established by traditional grammars. One can thus demonstrate the need of studies focusing the real, effective language.
Revista Estudos Linguísticos. , Jul 1, 2003
This study focuses at analyzing the conditional clause as a politeness strategy in spoken and wri... more This study focuses at analyzing the conditional clause as a politeness strategy in spoken and written Brazilian Portuguese. It intends to describe the usage contexts of such strategy, taking into account that conditional clauses are used in interactions in which the interests of speaker and hearer must be attended to.
Revista Estudos Linguísticos, 2001
The aim of this paper is to analyse the semantic-pragmatic 'continuum' of conditionals, concessiv... more The aim of this paper is to analyse the semantic-pragmatic 'continuum' of conditionals, concessives and causals clauses. Differently from what is argued in some traditional grammars, these adverbial clauses have a close relation, which is proved by the various interpretations a conditional clause may receive, depending on the context it occurs.
Revista Delta, 2017
RESUMO Neste trabalho avaliam-se diferentes padrões de construções condicionais no português a pa... more RESUMO Neste trabalho avaliam-se diferentes padrões de construções condicionais no português a partir dos parâmetros de condicionalidade. O objetivo principal é mostrar como a categoria está internamente organizada não apenas em termos de um núcleo prototípico, mas mostrando como os exemplares mais periféricos se relacionam a ele. As bases teóricas deste trabalho assentam-se sobre concepções funcional-cognitivistas, nos termos de Bybee (2010) e Dancygier (1998), especialmente considerando a relativa instabilidade da gramática e a fl uidez da categoria. As refl exões principais apontam a condicionalidade como uma categoria bastante complexa que serve de/como abrigo de múltiplas construções. Palavras-chave: funcionalismo; parâmetros de condicionalidade; construção condicional; categorização.
Relatório Final/Final Report, 2015
Neste projeto, foram descritos e analisados os usos de construções insubordinadas no português do... more Neste projeto, foram descritos e analisados os usos de construções
insubordinadas no português do Brasil e de Portugal, mais especificamente de construções condicionais insubordinadas, a partir das reflexões teóricas desenvolvidas particularmente por Evans (2007, 2009), Mithun (2008), Kaltenböck (em preparação), Heine, Kaltenböck e Kuteva (no prelo), Schwenter (1999, 2013, no prelo), entre outros. A insubordinação é o processo pelo qual construções que apresentam uma marca qualquer de subordinação, como a conjunção subordinativa
se, passam a ser usadas independentemente, sem que estejam conectadas a uma oração principal. Foram estabelecidos os contextos discursivos nos quais essas construções são usadas, bem como suas características formais e funcionais. Com este projeto objetivou-se chegar a um tratamento mais sistemático da condicionalidade no português do Brasil e a uma melhor compreensão desse valor semântico tão complexo, além de contribuir com os trabalhos de tipologia que tratam do fenômeno da insubordinação.
Estudos Linguísticos, 2017
The aim of this work is to describe and to analyse the uses of insubordinate conditional construc... more The aim of this work is to describe and to analyse the uses of insubordinate conditional constructions in Brazilian and European Portuguese with metatextual function. These constructions are seen as "the main clause conventionalized use of what, on prima facie
grounds, appear to be formally subordinate clauses" (EVANS, 2007), which means that although they present a subordination mark, they are used independently, without being connected to a main clause. Data were collected in Corpus do Português, Corpus Brasileiro, C Oral, CRPC, and, when necessary, in the internet. These constructions contribute to textual
organization, express the speaker’s attitude and the intersubjective relation between speaker and hearer, which actually shows the widening of their scope, going beyond the syntactic level itself to the discursive level.
Odisseia`, 2017
RESUMO: Neste trabalho, discutem-se usos de construções condicionais e completivas insubordinadas... more RESUMO: Neste trabalho, discutem-se usos de construções condicionais e completivas insubordinadas no português do Brasil, a partir das reflexões teóricas desenvolvidas particularmente por Evans. Insubordinação é conhecido como o processo pelo qual construções que apresentam uma marca qualquer de subordinação passam a ser usadas independentemente, sem que estejam conectadas a uma oração principal. Embora possam parecer construções idiossincráticas, usadas apenas esporadicamente pelos falantes, as pesquisas acerca dessas construções constatam que elas são bastante frequentes e realizam estratégias discursivo-pragmáticas específicas. Desse modo, o objetivo deste trabalho é descrever essas construções no português do Brasil, apresentando suas características discursivas e funcionais.
Revista Estudos Linguísticos
In this paper, we propose the synchronic study of adverbial clauses initiated by conjunctions dad... more In this paper, we propose the synchronic study of adverbial clauses initiated by conjunctions dado que, desde que and uma vez que in written Brazilian Portuguese. Considering that these conjunctions may express causality and conditionality, the distinction between the interpretation of causal clauses and conditional clauses is not only a result of syntactic features but also of semantic and pragmatic ones. The analysis is based on the Resumo: Neste trabalho, propõe-se o estudo sincrônico das orações adverbiais iniciadas pelas locuções conjuntivas dado que, desde que e por uma vez que no português escrito do Brasil. Considerando que essas locuções conjuntivas podem expressar as relações de causalidade e de condicionalidade, a distinção entre uma interpretação e outra não é resultado apenas de fatores sintáticos mas, também, de fatores de natureza semântica e pragmática. A análise se baseia em pressupostos teóricos funcionalistas como os de Hengeveld (1998), Hengeveld e Mackenzie (2008), Sweetser (1990), entre outros.
Revista Veredas - UFJF
Ana Paula Cavaguti (UFSCar) Flávia Bezerra de Menezes Hirata-Vale (UFSCar) RESUMO: Neste artigo, ... more Ana Paula Cavaguti (UFSCar) Flávia Bezerra de Menezes Hirata-Vale (UFSCar) RESUMO: Neste artigo, analisam-se as orações adverbiais causais e condicionais introduzidas pelas locuções conjuntivas dado que, desde que e por uma vez que no português do Brasil. Com base nas ocorrências encontradas em textos escritos, obtidas no Corpus do Português, examinam-se os parâmetros semânticos (HENGEVELD, 1998) que caracterizam essas orações e os níveis e as camadas (HENGEVELD; MACKENZIE, 2008) em que elas ocorrem. As orações causais designam entidades de segunda ordem, com referência temporal independente e são sempre factuais. As orações condicionais designam entidades de terceira ordem, com referência temporal dependente e são não-factuais. Ambas as orações veiculam informação não-pressuposta.
Deve-se começar a ver de que ponto de vista o homem agenciou sua linguagem. A fala não foi feita ... more Deve-se começar a ver de que ponto de vista o homem agenciou sua linguagem. A fala não foi feita para a descrição, para a narrativa, para as considerações desinteressadas. Expressar um desejo, dar uma ordem, demonstrar a posse sobre as pessoas ou sobre as coisasesses empregos da linguagem foram os primeiros. Para muitos homens, eles são ainda quase os únicos... Se descêssemos um ou vários degraus, e se procurássemos o início da linguagem humana na linguagem dos animais, veríamos que neles o elemento subjetivo reina sozinho, que ele é o único expresso, o único compreendido, que ele esgota sua faculdade de entendimento e toda a matéria de seus pensamentos. Não se trata, pois, de um acessório, de uma espécie de superfluidade, mas ao contrário de uma parte essencial, e sem dúvida do fundamento primordial ao qual o resto foi sucessivamente ajuntado." (Michel Bréal, Ensaios de Semântica, 1992 [1897], p. 161)
O conectivo condicional complexo "supondo que": história e uso 1 Flávia Bezerra de Menezes Hirata... more O conectivo condicional complexo "supondo que": história e uso 1 Flávia Bezerra de Menezes Hirata Vale (UFSCar) Introdução Neste trabalho, pretende-se tratar do uso de um tipo de construção condicional que vem introduzida pelo conectivo condicional complexo ou CCC supondo que. Ainda não há, para o português do Brasil, uma caracterização mais exaustiva desses tipos de conectivos, tal como se encontra para o francês (DOSTIE, 1987), espanhol (MONTOLÍO, 2000) e italiano (VISCONTI, 2000). O trabalho de Oliveira (2008), que trata de locuções conjuntivas com valor condicional, a partir da perspectiva teórica da Gramática Discursivo-Funcional (HENGEVELD e MACKENZIE, 2008), e o trabalho de Barreto (1999), que descreve conjunções e locuções conjuntivas a partir de um ponto de vista diacrônico, restringem-se ao conjunto de locuções mencionado nas gramáticas tradicionais.
Revista da Abralin, 2011
O objetivo principal deste artigo é analisar as orações condicionais caracterizadas pela estrutur... more O objetivo principal deste artigo é analisar as orações condicionais caracterizadas pela estrutura se p, então q no português do Brasil, aqui denominadas correlativas hipotéticas. Observamos que a presença do então contribui signifi cativamente para a construção do sentido condicional, fazendo emergir o valor bicondicional, não necessariamente presente na condicional canônica. Além disso, com base na teoria da Gramática Discursivo Funcional (HENGEVELD e MACKENZIE, 2008), apresentamos algumas evidências formais que corroboram nossa proposta de considerar as correlativas hipotéticas como um tipo diferente de oração condicional, já que elas diferem das condicionais canônicas no que diz respeito à combinação sintática entre suas partes, formas de expressão verbal e ordem. Os dados analisados foram coletados no Corpus do Português (www.corpusdoportugues.org).
Revista Estudos Linguísticos, 2011
This paper provides an assessment of the semantic classifications for conditional clauses. Althou... more This paper provides an assessment of the semantic classifications for conditional clauses. Although the so-called classifications are said to have a semantic nature, they also take pragmatic factors into account when setting up conditional types. In addition, these proposals do not seem to agree whether the classification should consider the conditional clause itself or the type of clause it is related to. The present paper claims that the classification should consider the conditional clause itself and proposes a review on the current classifications based on Functional Discourse Grammar theory.
Revista ALFA, 2008
RESUMO: Neste trabalho, apresenta-se uma análise de construções temporais no português escrito do... more RESUMO: Neste trabalho, apresenta-se uma análise de construções temporais no português escrito do Brasil que podem, a depender de determinados fatores pragmáticos, semânticos e sintáticos, receber uma interpretação condicional. Além disso, é possível dizer que em certos contextos discursivos uma leitura condicional das construções temporais é favorecida. Nesses contextos, as construções temporais expressam habitualidade, e são usadas para argumentar, especificar ou restringir o significado da oração-apódose, ou ainda para mostrar o foco do falante em relação a um tempo de avaliação.
Múltiplas perspectivas em linguística. , 2009
RESUMO: Neste trabalho, apresenta-se uma análise de construções temporais no português escrito do... more RESUMO: Neste trabalho, apresenta-se uma análise de construções temporais no português escrito do Brasil que podem receber uma interpretação condicional. Assume-se, com Dancygier (1998), que a conjunção quando pode ser interpretada como condicional porque, assim como o se, introduz uma assunção que ajuda a fazer predições. Acredita-se que as construções temporais com valor condicional podem ser comparadas às construções condicionais preditivas. Nesses casos, as construções temporais recebem uma interpretação habitual, que é motivada pelos diferentes tipos de correlação modo-temporal utilizados nessas construções. Defende-se, ainda, a existência de uma relação estreita entre as correlações modo-temporais que manifestam a habitualidade e o seu valor aspectual.
Revista Estudos Linguísticos, 2008
Conditionality may be expressed in written Brazilian Portuguese by different means, besides the a... more Conditionality may be expressed in written Brazilian Portuguese by different means, besides the adverbial conditional clause marked by the conjunction if (Hirata-Vale, 2005). Paratactic constructions -juxtaposed and disjunctive and aditive coordinate clauses -constitute one of these means. In this paper, the use of paratactic constructions with a conditional value is analysed in five different kinds of texts: theatre plays, romance novels, articles, speeches and instruction manuals. It is argued that these constructions have an argumentative use when they expresses a conditional meaning.
Revista Scripta, 2001
Pode-se afirmar que os estudos de caráter tradicional realizados sobre a articulação de orações r... more Pode-se afirmar que os estudos de caráter tradicional realizados sobre a articulação de orações restringem-se a uma apresentação de classificações sintáticas ou semânticas, sem atenção para a inter-relação entre os diferentes tipos de orações. Além disso, tratam a articulação das orações nos limites da frase, isolada de seu contexto situacional, desprezando, assim, o seu papel na coesão e na organização discursiva.
Revista Estudos Linguísticos, 2002
The aim of this paper is to describe the use of temporal correlations in conditional construction... more The aim of this paper is to describe the use of temporal correlations in conditional constructions of Brazilian Portuguese. It is argued that there is a wide spectrum of relations, richer than the one established by traditional grammars. One can thus demonstrate the need of studies focusing the real, effective language.
Revista Estudos Linguísticos. , Jul 1, 2003
This study focuses at analyzing the conditional clause as a politeness strategy in spoken and wri... more This study focuses at analyzing the conditional clause as a politeness strategy in spoken and written Brazilian Portuguese. It intends to describe the usage contexts of such strategy, taking into account that conditional clauses are used in interactions in which the interests of speaker and hearer must be attended to.
Revista Estudos Linguísticos, 2001
The aim of this paper is to analyse the semantic-pragmatic 'continuum' of conditionals, concessiv... more The aim of this paper is to analyse the semantic-pragmatic 'continuum' of conditionals, concessives and causals clauses. Differently from what is argued in some traditional grammars, these adverbial clauses have a close relation, which is proved by the various interpretations a conditional clause may receive, depending on the context it occurs.