Maria Cristina Correia Leandro Pereira | Universidade de São Paulo (original) (raw)
Papers by Maria Cristina Correia Leandro Pereira
3 e 4 Jornadas Científicas CMS Waldyr Franco, 2002
Na esteira da arte pop, no fim da década de 70 surge na França uma dupla de artistas que se torna... more Na esteira da arte pop, no fim da década de 70 surge na França uma dupla de artistas que se tornaria uma referência naquele meio artístico-cultural-publicitário. Mais que referência, poderia-se falar em um emblema dessa cultura "pop" 1 , a começar pela própria imagem que a dupla fornecia de si mesma, com a criação de uma mitologia que explicava a formação dessa "associação artístico-amorosa" 2 que pouco devia aos contos de fada: Nos conhecemos em uma festa em Paris. Pierre era fotógrafo e Gilles era pintor; nós nos amávamos e nos tornamos inseparáveis. [...] éramos diferentes e complementares. Nos entendíamos tão bem que pouco a pouco nossos dois trabalhos se misturaram para constituir um único. Nos sentíamos muito melhor assim, tudo era mais natural, nos divertíamos mais e descobríamos muitas coisas novas. Não podíamos mais trabalhar separados, nossa vida e nosso trabalho foram reunidos. 3 Sempre reunindo fotografia e pintura, sem estabalecer hierarquias entre elas, Pierre e Gilles criaram não só obras de arte, que tomariam lugar em galerias e museus, mas também trabalhos para a "indústria cultural": peças publicitárias, capas para discos, capas para revistas. Em geral, as fotografias de Pierre, tiradas em um cenário cuidadosamente preparado, são retocadas a mão por Gilles, de maneira tal que torna-se difícil distinguir onde termina o trabalho de um e começa o do outro. E o resultado são sempre tiragens únicas.
PEREIRA, Maria Cristina C. L. "O discurso moralizador das margens dos manuscritos iluminados no O... more PEREIRA, Maria Cristina C. L. "O discurso moralizador das margens dos manuscritos iluminados no Ocidente medieval". In: FRANÇA, Jean Marcel C.; PEREIRA, Milena da Silveira (Org.). Por escrito. Lições e relatos do mundo luso-brasileiro. São Carlos: EdUFSCar, 2018, p. 15-41.
Arte & Ensaios, 2016
TAG* THEREFORE I FRIGHTEN; I ENLIGHTEN, THEREFORE I SEDUCE: the ornamental nature of letters toda... more TAG* THEREFORE I FRIGHTEN; I ENLIGHTEN,
THEREFORE I SEDUCE: the ornamental nature of
letters today and in the Middle Age | The purpose
of this article is to discuss how worlds as diverse
as the graffiti (pixações) in contemporary urban
centres and the medieval manuscripts address the
same issue: how to decorate letters (more than
just write them), giving them other status and
functions. So Jean-Claude Bonne’s concept of
ornamentality is of fundamental importance.
O objetivo deste artigo é discutir como
mundos tão diversos como o das pixações
em centros urbanos contemporâneos
e o dos manuscritos iluminados medievais
lidam com uma mesma questão:
ornar letras (mais do que simplesmente
grafá-las), conferindo-lhes outros tipos
de status, outras funções. Para tanto, é
de fundamental importância o conceito de ornamentalidade de Jean-Claude Bonne.
História (São Paulo), 2017
A few years ago, to illustrate the transformations in Late Antiquity, Peter Brown did not use ima... more A few years ago, to illustrate the transformations
in Late Antiquity, Peter Brown did not use
image or metaphor, but a specific case: the
book as we know it today. As he summed it up,
only around 300 the book as a codex supplanted
the roll; only around 600 its writing began
to be similar to ours, with separated words; and
only around 800, the texts were ponctuated,
divided into paragraphs and written uniformly.
But it was not all changes: the predominant
languages continued to be Latin and Greek, and
many of these books were decorated with images.
One of the most frequent patterns were
architectural ones: columns, arches, capitals,
towers, buildings and so on. Combining a classical,
pagan heritage with christian ideas, this
architectural ornamentation served different
purposes – not only iconographic ones, but
also contributing to the organization of the
book. In order to understand the uses and the
modus operandi of this ornamentation, we will
analyze a corpus of Latin christian manuscripts
produced notably in Rome, the British Islands
and in Gaul from the Vth until the end of the
VIIIth century.
Há alguns anos, para exemplificar as transformações
ocorridas na Antiguidade Tardia, Peter
Brown não fez uso de imagem ou metáfora,
mas de um caso concreto: o livro tal como o
conhecemos hoje. Como ele sintetizou, somente
por volta de 300 o formato do livro em
códex suplantou o rolo; somente por volta de
600 sua escrita se assemelhou à nossa, com
palavras separadas; e somente por volta de 800
os textos foram pontuados, divididos em pará-
grafos e escritos de modo uniforme. Nem tudo,
porém, foram mudanças: as línguas predominantes
continuavam a ser o latim e o grego e
muitos desses livros ainda eram ornamentados
com imagens. Um dos motivos frequentes era
de tipo arquitetônico: colunas, arcos, capitéis,
torres, edificações etc. Conjugando uma herança
clássica, pagã, com ideias cristãs, essa
ornamentação arquitetônica servia a diferentes
propósitos – não apenas aos relacionados ao
conteúdo iconográfico como também àqueles
próprios da organização do livro. A fim de entender
a utilização e o modo de funcionamento
dessa ornamentação, este estudo propõe analisar
um corpus de manuscritos cristãos latinos
produzidos, notadamente em Roma, nas Ilhas
Britânicas e na Gália de cerca do século V até
fins do século VIII.
RESUMO Ao contrário do que indica a famosa – e questionável – fórmula " Bíblia dos iletrados " , ... more RESUMO Ao contrário do que indica a famosa – e questionável – fórmula " Bíblia dos iletrados " , os discursos medievais sobre as imagens iam bem além de apenas destacar sua função didática. Neste artigo, apresentamos uma mostra dessa diversidade, analisando uma série de textos medievais acerca de imagens, que dividimos em cinco grandes categorias (não excludentes e por vezes complementares). O primeiro grupo, o mais numeroso, é o dos discursos teóricos sobre imagens, envolvendo questões teológicas. Em seguida, ainda que fundado em argumentos de ordem teológica, um segundo grupo corresponde àqueles textos em que se busca intervir na prática das imagens por meio de proposições normativas. Decorrente dos tipos anteriores é o terceiro grupo, o dos discursos que tratam da recepção das imagens, das reações frente a elas. Um quarto grupo são os escritos que mencionam os produtores de imagens: tanto os documentos de tipo prático quanto os comentários com juízos de valor a respeito do trabalho daqueles. E, por fim, estão os textos que trazem descrições, desde os que seguem de perto o gênero retórico da ekphrasis àqueles que descrevem a materialidade das imagens. ABSTRACT Contrary to what indicates the famous – and questionable – formula "Bible des illetrés " , the medieval discourses on images went well beyond just highlighting its didactic function. In this article, we present a sample of this diversity, analyzing a number of medieval texts dealing with images, which we have divided into five broad categories (not mutually exclusive: on the contrary, sometimes complementary). The first and most numerous are the theoretical discourses on images involving theological questions. Then, still
O objetivo deste trabalho é analisar o papel da ornamentação como instância participante e fundam... more O objetivo deste trabalho é analisar o papel da ornamentação
como instância participante e fundamental ao trabalho das imagens
cristãs, para além de questões de ordem estilística. Para tanto,
nos servimos do conceito de ornamentalidade, do historiador e
teórico da arte Jean-Claude Bonne, tendo como objeto de estudo
a representação do sangue em uma série de imagens do Cristo
relacionadas à Paixão, do final do período medieval e na América
colonial (notadamente a Flagelação e a Crucificação). Buscamos
demonstrar como o sangue, além de ser um elemento iconográfico,
também desempenha um trabalho ornamental, que pode se revestir
de inúmeros sentidos e funções. Através das diferentes formas de
representação do sangue nessas imagens, podemos perceber alguns
dos principais trabalhos da ornamentalidade: a modulação, a
intensificação, a diferenciação que ela traz às imagens às quais
adere.
Conhecimento e educação no medievo, 2011
Atais do IV Congresso Internacional do Barroco Ibero-americano, 2006
Quando se fala em iconografia, não se pode deixar de evocar Erwin Panofsky. Embora ele tenha prop... more Quando se fala em iconografia, não se pode deixar de evocar Erwin Panofsky. Embora ele tenha proposto, na realidade, um "algo mais", segundo suas palavras, algo que designa como "iconologia" , uma das preocupações que mais sobressaem em seus trabalhos é de natureza iconográfica -haja vista, por exemplo, seu livro com Dora Panofsky sobre a Caixa de Pandora . E ele de certa forma justifica isso em seu clássico artigo de 939, retomado em 955 e 96, "Iconografia e iconologia: uma introdução ao estudo da arte da Renascença", apontando como, a despeito do que muitos acreditam, trata-se de uma tarefa complexa, citando como exemplo aquela que seria a correta identificação iconográfica de uma pintura de Francesco Maffei (Judite) anteriormente tida por Salomé 3 . Através de uma breve argumentação, Panofsky demonstra como a simples aplicação de conhecimentos advindos da literatura -mormente, diríamos, de dicionários de símbolos e alegorias -não basta para uma correta identificação do conteúdo iconográfico.
Atas da VIII Semana do Programa de Estudos Medievais (PEM-UFRJ), 2009
Quem quer que sejas, se pretendes exaltar a glória destas portas, não te maravilhes pelo ouro, ne... more Quem quer que sejas, se pretendes exaltar a glória destas portas, não te maravilhes pelo ouro, nem pelo custo, mas sim pelo trabalho da obra. Resplandece a nobre obra, mas a obra que nobremente resplandece clarifica as mentes, para que se encaminhem pelas luzes para a verdadeira luz, onde Cristo é a verdadeira porta. Como se entra neste mundo, a porta dourada o determina. A mente, ofuscada, se eleva à verdade pelas coisas materiais e, depois de ver essa luz, ressurge da antiga submersão 1 . Abade Suger (c. 1081-1151) Os versos que Suger mandou gravar em letras de bronze dourado nas portas principais da catedral de Saint Denis quando de sua consagração, na melhor tradição da retórica medieval, poderiam ser associados a uma mudança de paradigma estético, como defendia Erwin Panofsky em um artigo já clássico 2 . A importância da luz, explorada habilmente pelos vitrais das catedrais, seria, de fato, um dos pontos chaves para se caracterizar a arte góticaou, para usar um termo da época, a arte de França. No entanto, não há que fazer dessa preocupação uma exclusividade do gótico. Bem antes de Suger e da arte de França, o Liber Ordinum, em uso na Igreja visigótica e moçárabe do século V ao XI, por exemplo, já insistia em que Deus é luz, é "lumen indeficiens, unici luminis lumen, fons luminis, lumen auctor luminum" 3 . O bispo hispânico Fortunato, do século VI, afirmava, poeticamente, que quando um peregrino passava a noite junto à igreja em atividade, ele poderia ver que a terra também tem as suas estrelas 4 . Todos, incluindo Suger, beberam das
Religiosidad, cultura y poder. Temas y problemas de la historiografía reciente, 2010
Anais do I Simpósio Internacional sobre Representações Cristãs, 2004
Anais eletrônicos do II congresso Internacional de História Ufes/Université de Paris-Est, 2009
Mesmo sem deixar o claustro, os monges do mosteiro cluniacense de Moissac tiveram uma participaçã... more Mesmo sem deixar o claustro, os monges do mosteiro cluniacense de Moissac tiveram uma participação significativa na divulgação da idéia de Cruzada, contribuindo para a pregação do papa Urbano II -ele mesmo antigo monge de Cluny. Teria sido forjada no scriptorium daquele mosteiro do sudoeste da França a famosa carta do papa Sergius IV (1009-1012) que servira como uma das incentivadoras para a partida de exércitos para "libertar" Jerusalém, ao denunciar os abusos dos "impiis paganorum" no Santo Sepulcro. E além do texto do scriptorium, em um dos capitéis historiados do claustro encontramos uma referência à tomada da Cidade Santa: soldados com cruzes em frente aos muros de uma cidade designada como Jerusalém. Assim, neste trabalho buscaremos demonstrar como os monges, os oratores por excelência da sociedade medieval, não só usaram de suas armas espirituais para colaborar na libertação de Jerusalém, mas também de suas armas intelectuais: textuais e figurativas. É importante lembrar, inicialmente, que o papel de Cluny na preparação e no desenrolar da primeira Cruzada foi interpretado por historiadores da primeira metade do século XX de maneira bastante diametralmente oposta: havia aqueles, como Anouar Hatem (1932, p. 45), que afirmavam que os monges haviam tomado em armas para defender a Igreja, enquanto outros, como Étienne Delaruelle (1964, p. 115), sustentavam o total desinteresse dos monges por tudo o que dissesse respeito ao mundo fora do claustro. Mas essas posições foram revistas e relativizadas: de acordo com Cowdrey (1973, p. 300), os monges de Cluny tiveram uma participação ativa, mas só no domínio da religiosidade, promovendo a idéia de "guerra santa" através de suas devoções.
I Jornadas do Patrimônio Cultural no Espírito Santo, 2006
Apesar do Espírito Santo ser um dos estados brasileiros de presença mais antiga da Igreja católic... more Apesar do Espírito Santo ser um dos estados brasileiros de presença mais antiga da Igreja católica -da qual dão mostra a escultura de N. Sra. da Penha do convento de Vila Velha ou os painéis da igreja dos reis Magos de Nova Almeida e do mesmo convento de Vila Velha -, seu patrimônio de arte sacra não é muito conhecido para além dos limites do estado. Além de fatores relacionados a um certo isolamento histórico deste estado no cenário político e econômico nacional, cabe destacar que esse mesmo patrimônio foi pouco conservado. Muitas obras se perderam, destruídas pela ação do tempo e pela má conservação, ou então têm seu paradeiro desconhecido -e isso não somente no que diz respeito àquelas que pertenciam a igrejas destruídas, mas também àquelas de igrejas que ainda se encontram de pé. Ademais, grande parte da documentação eclesiástica que poderia servir ao estudo dessas imagens, anterior ao final século XX, tampouco foi preservada. Esses fatores contribuíram também, sem dúvida, para que a bibliografia especializada sobre o tema seja muito reduzida. O objetivo desta comunicação é, pois, apresentar algumas questões concernentes à arte sacra no Espírito Santo, objeto das pesquisas que vimos desenvolvendo no seio do Grupo de Pesquisa sobre Imagens Cristãs da UFES, procurando realizar um balanço dos estudos sobre o tema e apresentar sugestões de caminhos para a investigação.
Anais eletrônicos do Congresso Internacional UFES/Université de Paris-Est, 2007
Anais do XII Encontro Regional de História, 2006
O mosteiro beneditino de Moissac, no sudoeste da França, desempenhou um papel de grande importânc... more O mosteiro beneditino de Moissac, no sudoeste da França, desempenhou um papel de grande importância na região ao longo dos séculos XI e XII, chegando a possuir vários mosteiros afiliadosalém de estar ele próprio vinculado à ecclesia cluniacense. Foi nesse contexto que o mosteiro teve construído seu claustro e ampliada sua igreja, ambos marcos na história da arte e da arquitetura românicas. E foi também nesse contexto de preponderância política e de pujança econômica que se sobressaiu a figura de seu abade reformador e bispo de Toulouse, Durand de Bredons, considerado santo pela comunidade. É, pois, o objetivo desta comunicação analisar como se deu o processo de "fabricação" desse santo, buscando mostrar como tal ação respondia a necessidades específicas daquela comunidade, constituindo-se em um poderoso instrumento de afirmação de poder ao nível local. Ao analisarmos a biografia de Durand, percebemos que nenhuma documentação conservada e contemporânea a ele o identifica como santo. Em geral, ele é tratado pelos dois títulos que possuíaembora encontremos por vezes referência a apenas um deles. Assim, por exemplo, encontramos cartas de doação feitas ao mosteiro referindo-se a ele como "domno Duranno episcopo eiusdem monasterio abbate" i , "Domno Duranno abbati et episcopo" ii ou "Duranno abbati simul et episcopo Tholosano ecclesiae" iii . Segundo o cronista do mosteiro da passagem do século XIV ao XV, o abade Aymeric de Peyrac, ele se fazia chamar tanto abade-bispo como bispo-abade iv . Abade ele se tornou em 1048, logo após a anexação do mosteiro à ecclesia cluniacense v . Anteriormente monge de Cluny, Durand provinha de uma família abastada de Bredos, no Auvergne. Ele era também primo do abade Odilon, que o teria escolhido pessoalmente para implantar a reforma cluniacense em Moissac vi , tendo sido lá deixado com quatro outros monges de Cluny durante o périplo que o superior cluniacense efetuava pelo sul da França. O grande interesse por Moissac demonstrado por Odilon devia-se certamente muito à localização do mosteiro, estratégica para a expansão cluniacense rumo à Espanha vii . E Durand correspondeu a esse anseio, como demonstram as igrejas e mosteiros por ele anexados a Moissac, como Eysses, ou reformadas, como Vabres -além das tentativas frustradas de Lézat e La Daurade, esta última em Toulouse viii . Nas palavras sempre apologéticas do 'Usos do Passado' -XII Encontro Regional de História ANPUH-RJ 2006:
Anais do XV Encontro Regional da ANPUH-Rio de Janeiro, 2012
A importância da moldura para a imagem está diretamente ligada à "instauração do quadro" ocorrida... more A importância da moldura para a imagem está diretamente ligada à "instauração do quadro" ocorrida no final do Renascimento. Mas nem por isso nos séculos anteriores deixava de haver algum tipo de separação entre as imagens e o que lhes cercava. No caso das miniaturas medievais de que nos ocupamos, podemos chamar tal delimitação de borda, que em geral tomava a forma de linhas, mais ou menos ornamentadas. No entanto, tal elemento, apesar de indicar uma separação, não deixava também de fazer parte da imagem, tomando parte de sua economia. Isso fica particularmente claro nos casos de ultrapassagem das bordas. Longe de serem vistos como erros ou indícios de falta de habilidade por parte do artista, trata-se de efeitos desejados, que participam do modus operandi das imagens, como iremos analisar.
3 e 4 Jornadas Científicas CMS Waldyr Franco, 2002
Na esteira da arte pop, no fim da década de 70 surge na França uma dupla de artistas que se torna... more Na esteira da arte pop, no fim da década de 70 surge na França uma dupla de artistas que se tornaria uma referência naquele meio artístico-cultural-publicitário. Mais que referência, poderia-se falar em um emblema dessa cultura "pop" 1 , a começar pela própria imagem que a dupla fornecia de si mesma, com a criação de uma mitologia que explicava a formação dessa "associação artístico-amorosa" 2 que pouco devia aos contos de fada: Nos conhecemos em uma festa em Paris. Pierre era fotógrafo e Gilles era pintor; nós nos amávamos e nos tornamos inseparáveis. [...] éramos diferentes e complementares. Nos entendíamos tão bem que pouco a pouco nossos dois trabalhos se misturaram para constituir um único. Nos sentíamos muito melhor assim, tudo era mais natural, nos divertíamos mais e descobríamos muitas coisas novas. Não podíamos mais trabalhar separados, nossa vida e nosso trabalho foram reunidos. 3 Sempre reunindo fotografia e pintura, sem estabalecer hierarquias entre elas, Pierre e Gilles criaram não só obras de arte, que tomariam lugar em galerias e museus, mas também trabalhos para a "indústria cultural": peças publicitárias, capas para discos, capas para revistas. Em geral, as fotografias de Pierre, tiradas em um cenário cuidadosamente preparado, são retocadas a mão por Gilles, de maneira tal que torna-se difícil distinguir onde termina o trabalho de um e começa o do outro. E o resultado são sempre tiragens únicas.
PEREIRA, Maria Cristina C. L. "O discurso moralizador das margens dos manuscritos iluminados no O... more PEREIRA, Maria Cristina C. L. "O discurso moralizador das margens dos manuscritos iluminados no Ocidente medieval". In: FRANÇA, Jean Marcel C.; PEREIRA, Milena da Silveira (Org.). Por escrito. Lições e relatos do mundo luso-brasileiro. São Carlos: EdUFSCar, 2018, p. 15-41.
Arte & Ensaios, 2016
TAG* THEREFORE I FRIGHTEN; I ENLIGHTEN, THEREFORE I SEDUCE: the ornamental nature of letters toda... more TAG* THEREFORE I FRIGHTEN; I ENLIGHTEN,
THEREFORE I SEDUCE: the ornamental nature of
letters today and in the Middle Age | The purpose
of this article is to discuss how worlds as diverse
as the graffiti (pixações) in contemporary urban
centres and the medieval manuscripts address the
same issue: how to decorate letters (more than
just write them), giving them other status and
functions. So Jean-Claude Bonne’s concept of
ornamentality is of fundamental importance.
O objetivo deste artigo é discutir como
mundos tão diversos como o das pixações
em centros urbanos contemporâneos
e o dos manuscritos iluminados medievais
lidam com uma mesma questão:
ornar letras (mais do que simplesmente
grafá-las), conferindo-lhes outros tipos
de status, outras funções. Para tanto, é
de fundamental importância o conceito de ornamentalidade de Jean-Claude Bonne.
História (São Paulo), 2017
A few years ago, to illustrate the transformations in Late Antiquity, Peter Brown did not use ima... more A few years ago, to illustrate the transformations
in Late Antiquity, Peter Brown did not use
image or metaphor, but a specific case: the
book as we know it today. As he summed it up,
only around 300 the book as a codex supplanted
the roll; only around 600 its writing began
to be similar to ours, with separated words; and
only around 800, the texts were ponctuated,
divided into paragraphs and written uniformly.
But it was not all changes: the predominant
languages continued to be Latin and Greek, and
many of these books were decorated with images.
One of the most frequent patterns were
architectural ones: columns, arches, capitals,
towers, buildings and so on. Combining a classical,
pagan heritage with christian ideas, this
architectural ornamentation served different
purposes – not only iconographic ones, but
also contributing to the organization of the
book. In order to understand the uses and the
modus operandi of this ornamentation, we will
analyze a corpus of Latin christian manuscripts
produced notably in Rome, the British Islands
and in Gaul from the Vth until the end of the
VIIIth century.
Há alguns anos, para exemplificar as transformações
ocorridas na Antiguidade Tardia, Peter
Brown não fez uso de imagem ou metáfora,
mas de um caso concreto: o livro tal como o
conhecemos hoje. Como ele sintetizou, somente
por volta de 300 o formato do livro em
códex suplantou o rolo; somente por volta de
600 sua escrita se assemelhou à nossa, com
palavras separadas; e somente por volta de 800
os textos foram pontuados, divididos em pará-
grafos e escritos de modo uniforme. Nem tudo,
porém, foram mudanças: as línguas predominantes
continuavam a ser o latim e o grego e
muitos desses livros ainda eram ornamentados
com imagens. Um dos motivos frequentes era
de tipo arquitetônico: colunas, arcos, capitéis,
torres, edificações etc. Conjugando uma herança
clássica, pagã, com ideias cristãs, essa
ornamentação arquitetônica servia a diferentes
propósitos – não apenas aos relacionados ao
conteúdo iconográfico como também àqueles
próprios da organização do livro. A fim de entender
a utilização e o modo de funcionamento
dessa ornamentação, este estudo propõe analisar
um corpus de manuscritos cristãos latinos
produzidos, notadamente em Roma, nas Ilhas
Britânicas e na Gália de cerca do século V até
fins do século VIII.
RESUMO Ao contrário do que indica a famosa – e questionável – fórmula " Bíblia dos iletrados " , ... more RESUMO Ao contrário do que indica a famosa – e questionável – fórmula " Bíblia dos iletrados " , os discursos medievais sobre as imagens iam bem além de apenas destacar sua função didática. Neste artigo, apresentamos uma mostra dessa diversidade, analisando uma série de textos medievais acerca de imagens, que dividimos em cinco grandes categorias (não excludentes e por vezes complementares). O primeiro grupo, o mais numeroso, é o dos discursos teóricos sobre imagens, envolvendo questões teológicas. Em seguida, ainda que fundado em argumentos de ordem teológica, um segundo grupo corresponde àqueles textos em que se busca intervir na prática das imagens por meio de proposições normativas. Decorrente dos tipos anteriores é o terceiro grupo, o dos discursos que tratam da recepção das imagens, das reações frente a elas. Um quarto grupo são os escritos que mencionam os produtores de imagens: tanto os documentos de tipo prático quanto os comentários com juízos de valor a respeito do trabalho daqueles. E, por fim, estão os textos que trazem descrições, desde os que seguem de perto o gênero retórico da ekphrasis àqueles que descrevem a materialidade das imagens. ABSTRACT Contrary to what indicates the famous – and questionable – formula "Bible des illetrés " , the medieval discourses on images went well beyond just highlighting its didactic function. In this article, we present a sample of this diversity, analyzing a number of medieval texts dealing with images, which we have divided into five broad categories (not mutually exclusive: on the contrary, sometimes complementary). The first and most numerous are the theoretical discourses on images involving theological questions. Then, still
O objetivo deste trabalho é analisar o papel da ornamentação como instância participante e fundam... more O objetivo deste trabalho é analisar o papel da ornamentação
como instância participante e fundamental ao trabalho das imagens
cristãs, para além de questões de ordem estilística. Para tanto,
nos servimos do conceito de ornamentalidade, do historiador e
teórico da arte Jean-Claude Bonne, tendo como objeto de estudo
a representação do sangue em uma série de imagens do Cristo
relacionadas à Paixão, do final do período medieval e na América
colonial (notadamente a Flagelação e a Crucificação). Buscamos
demonstrar como o sangue, além de ser um elemento iconográfico,
também desempenha um trabalho ornamental, que pode se revestir
de inúmeros sentidos e funções. Através das diferentes formas de
representação do sangue nessas imagens, podemos perceber alguns
dos principais trabalhos da ornamentalidade: a modulação, a
intensificação, a diferenciação que ela traz às imagens às quais
adere.
Conhecimento e educação no medievo, 2011
Atais do IV Congresso Internacional do Barroco Ibero-americano, 2006
Quando se fala em iconografia, não se pode deixar de evocar Erwin Panofsky. Embora ele tenha prop... more Quando se fala em iconografia, não se pode deixar de evocar Erwin Panofsky. Embora ele tenha proposto, na realidade, um "algo mais", segundo suas palavras, algo que designa como "iconologia" , uma das preocupações que mais sobressaem em seus trabalhos é de natureza iconográfica -haja vista, por exemplo, seu livro com Dora Panofsky sobre a Caixa de Pandora . E ele de certa forma justifica isso em seu clássico artigo de 939, retomado em 955 e 96, "Iconografia e iconologia: uma introdução ao estudo da arte da Renascença", apontando como, a despeito do que muitos acreditam, trata-se de uma tarefa complexa, citando como exemplo aquela que seria a correta identificação iconográfica de uma pintura de Francesco Maffei (Judite) anteriormente tida por Salomé 3 . Através de uma breve argumentação, Panofsky demonstra como a simples aplicação de conhecimentos advindos da literatura -mormente, diríamos, de dicionários de símbolos e alegorias -não basta para uma correta identificação do conteúdo iconográfico.
Atas da VIII Semana do Programa de Estudos Medievais (PEM-UFRJ), 2009
Quem quer que sejas, se pretendes exaltar a glória destas portas, não te maravilhes pelo ouro, ne... more Quem quer que sejas, se pretendes exaltar a glória destas portas, não te maravilhes pelo ouro, nem pelo custo, mas sim pelo trabalho da obra. Resplandece a nobre obra, mas a obra que nobremente resplandece clarifica as mentes, para que se encaminhem pelas luzes para a verdadeira luz, onde Cristo é a verdadeira porta. Como se entra neste mundo, a porta dourada o determina. A mente, ofuscada, se eleva à verdade pelas coisas materiais e, depois de ver essa luz, ressurge da antiga submersão 1 . Abade Suger (c. 1081-1151) Os versos que Suger mandou gravar em letras de bronze dourado nas portas principais da catedral de Saint Denis quando de sua consagração, na melhor tradição da retórica medieval, poderiam ser associados a uma mudança de paradigma estético, como defendia Erwin Panofsky em um artigo já clássico 2 . A importância da luz, explorada habilmente pelos vitrais das catedrais, seria, de fato, um dos pontos chaves para se caracterizar a arte góticaou, para usar um termo da época, a arte de França. No entanto, não há que fazer dessa preocupação uma exclusividade do gótico. Bem antes de Suger e da arte de França, o Liber Ordinum, em uso na Igreja visigótica e moçárabe do século V ao XI, por exemplo, já insistia em que Deus é luz, é "lumen indeficiens, unici luminis lumen, fons luminis, lumen auctor luminum" 3 . O bispo hispânico Fortunato, do século VI, afirmava, poeticamente, que quando um peregrino passava a noite junto à igreja em atividade, ele poderia ver que a terra também tem as suas estrelas 4 . Todos, incluindo Suger, beberam das
Religiosidad, cultura y poder. Temas y problemas de la historiografía reciente, 2010
Anais do I Simpósio Internacional sobre Representações Cristãs, 2004
Anais eletrônicos do II congresso Internacional de História Ufes/Université de Paris-Est, 2009
Mesmo sem deixar o claustro, os monges do mosteiro cluniacense de Moissac tiveram uma participaçã... more Mesmo sem deixar o claustro, os monges do mosteiro cluniacense de Moissac tiveram uma participação significativa na divulgação da idéia de Cruzada, contribuindo para a pregação do papa Urbano II -ele mesmo antigo monge de Cluny. Teria sido forjada no scriptorium daquele mosteiro do sudoeste da França a famosa carta do papa Sergius IV (1009-1012) que servira como uma das incentivadoras para a partida de exércitos para "libertar" Jerusalém, ao denunciar os abusos dos "impiis paganorum" no Santo Sepulcro. E além do texto do scriptorium, em um dos capitéis historiados do claustro encontramos uma referência à tomada da Cidade Santa: soldados com cruzes em frente aos muros de uma cidade designada como Jerusalém. Assim, neste trabalho buscaremos demonstrar como os monges, os oratores por excelência da sociedade medieval, não só usaram de suas armas espirituais para colaborar na libertação de Jerusalém, mas também de suas armas intelectuais: textuais e figurativas. É importante lembrar, inicialmente, que o papel de Cluny na preparação e no desenrolar da primeira Cruzada foi interpretado por historiadores da primeira metade do século XX de maneira bastante diametralmente oposta: havia aqueles, como Anouar Hatem (1932, p. 45), que afirmavam que os monges haviam tomado em armas para defender a Igreja, enquanto outros, como Étienne Delaruelle (1964, p. 115), sustentavam o total desinteresse dos monges por tudo o que dissesse respeito ao mundo fora do claustro. Mas essas posições foram revistas e relativizadas: de acordo com Cowdrey (1973, p. 300), os monges de Cluny tiveram uma participação ativa, mas só no domínio da religiosidade, promovendo a idéia de "guerra santa" através de suas devoções.
I Jornadas do Patrimônio Cultural no Espírito Santo, 2006
Apesar do Espírito Santo ser um dos estados brasileiros de presença mais antiga da Igreja católic... more Apesar do Espírito Santo ser um dos estados brasileiros de presença mais antiga da Igreja católica -da qual dão mostra a escultura de N. Sra. da Penha do convento de Vila Velha ou os painéis da igreja dos reis Magos de Nova Almeida e do mesmo convento de Vila Velha -, seu patrimônio de arte sacra não é muito conhecido para além dos limites do estado. Além de fatores relacionados a um certo isolamento histórico deste estado no cenário político e econômico nacional, cabe destacar que esse mesmo patrimônio foi pouco conservado. Muitas obras se perderam, destruídas pela ação do tempo e pela má conservação, ou então têm seu paradeiro desconhecido -e isso não somente no que diz respeito àquelas que pertenciam a igrejas destruídas, mas também àquelas de igrejas que ainda se encontram de pé. Ademais, grande parte da documentação eclesiástica que poderia servir ao estudo dessas imagens, anterior ao final século XX, tampouco foi preservada. Esses fatores contribuíram também, sem dúvida, para que a bibliografia especializada sobre o tema seja muito reduzida. O objetivo desta comunicação é, pois, apresentar algumas questões concernentes à arte sacra no Espírito Santo, objeto das pesquisas que vimos desenvolvendo no seio do Grupo de Pesquisa sobre Imagens Cristãs da UFES, procurando realizar um balanço dos estudos sobre o tema e apresentar sugestões de caminhos para a investigação.
Anais eletrônicos do Congresso Internacional UFES/Université de Paris-Est, 2007
Anais do XII Encontro Regional de História, 2006
O mosteiro beneditino de Moissac, no sudoeste da França, desempenhou um papel de grande importânc... more O mosteiro beneditino de Moissac, no sudoeste da França, desempenhou um papel de grande importância na região ao longo dos séculos XI e XII, chegando a possuir vários mosteiros afiliadosalém de estar ele próprio vinculado à ecclesia cluniacense. Foi nesse contexto que o mosteiro teve construído seu claustro e ampliada sua igreja, ambos marcos na história da arte e da arquitetura românicas. E foi também nesse contexto de preponderância política e de pujança econômica que se sobressaiu a figura de seu abade reformador e bispo de Toulouse, Durand de Bredons, considerado santo pela comunidade. É, pois, o objetivo desta comunicação analisar como se deu o processo de "fabricação" desse santo, buscando mostrar como tal ação respondia a necessidades específicas daquela comunidade, constituindo-se em um poderoso instrumento de afirmação de poder ao nível local. Ao analisarmos a biografia de Durand, percebemos que nenhuma documentação conservada e contemporânea a ele o identifica como santo. Em geral, ele é tratado pelos dois títulos que possuíaembora encontremos por vezes referência a apenas um deles. Assim, por exemplo, encontramos cartas de doação feitas ao mosteiro referindo-se a ele como "domno Duranno episcopo eiusdem monasterio abbate" i , "Domno Duranno abbati et episcopo" ii ou "Duranno abbati simul et episcopo Tholosano ecclesiae" iii . Segundo o cronista do mosteiro da passagem do século XIV ao XV, o abade Aymeric de Peyrac, ele se fazia chamar tanto abade-bispo como bispo-abade iv . Abade ele se tornou em 1048, logo após a anexação do mosteiro à ecclesia cluniacense v . Anteriormente monge de Cluny, Durand provinha de uma família abastada de Bredos, no Auvergne. Ele era também primo do abade Odilon, que o teria escolhido pessoalmente para implantar a reforma cluniacense em Moissac vi , tendo sido lá deixado com quatro outros monges de Cluny durante o périplo que o superior cluniacense efetuava pelo sul da França. O grande interesse por Moissac demonstrado por Odilon devia-se certamente muito à localização do mosteiro, estratégica para a expansão cluniacense rumo à Espanha vii . E Durand correspondeu a esse anseio, como demonstram as igrejas e mosteiros por ele anexados a Moissac, como Eysses, ou reformadas, como Vabres -além das tentativas frustradas de Lézat e La Daurade, esta última em Toulouse viii . Nas palavras sempre apologéticas do 'Usos do Passado' -XII Encontro Regional de História ANPUH-RJ 2006:
Anais do XV Encontro Regional da ANPUH-Rio de Janeiro, 2012
A importância da moldura para a imagem está diretamente ligada à "instauração do quadro" ocorrida... more A importância da moldura para a imagem está diretamente ligada à "instauração do quadro" ocorrida no final do Renascimento. Mas nem por isso nos séculos anteriores deixava de haver algum tipo de separação entre as imagens e o que lhes cercava. No caso das miniaturas medievais de que nos ocupamos, podemos chamar tal delimitação de borda, que em geral tomava a forma de linhas, mais ou menos ornamentadas. No entanto, tal elemento, apesar de indicar uma separação, não deixava também de fazer parte da imagem, tomando parte de sua economia. Isso fica particularmente claro nos casos de ultrapassagem das bordas. Longe de serem vistos como erros ou indícios de falta de habilidade por parte do artista, trata-se de efeitos desejados, que participam do modus operandi das imagens, como iremos analisar.
XI Encontro Internacional A Imagem Medieval: História e Teoria 30 de novembro – 11 de dezembro ... more XI Encontro Internacional A Imagem Medieval: História e Teoria
30 de novembro – 11 de dezembro
Webinário com inscrições gratuitas.
Pós-graduandxs e Pós-graduadxs: enviar resumos de até uma página, indicando sua instituição de pesquisa.
Alunxs de Iniciação Científica ou com Monografia versando sobre o período medieval: enviar vídeo-pôster apresentando sua pesquisa e carta de anuência dxs orientadores. Os vídeos devem ter no máximo 7 minutos e não ultrapassar 100MB.
As inscrições devem ser enviadas por email até 10/08.
As confirmações de aceite serão enviadas até 01/09.
Envio do texto completo da comunicação até 01/11.
Envio do vídeo-poster com a anuência dxs orientadores até 01/11.
Inscrições e informações: lathimm.ufrj@gmail.com
Realização: Laboratório de Teoria e História das Mídias Medievais (UFRJ-USP)
Encontros com as Imagens Medievais, 2017
Criado em 2010 dentro do Departamento de História da USP, o Laboratório de Teoria e História das ... more Criado em 2010 dentro do Departamento de História da USP, o
Laboratório de Teoria e História das Mídias Medievais (LATHIMM
– originalmente Laboratório de Teoria e História da Imagem e da
Música Medievais) tem como um dos principais objetivos colaborar
para a produção e difusão de conhecimentos acerca das imagens
medievais. Nesse sentido, destacam-se os Encontros anuais que o
LATHIMM organiza desde o ano de sua criação, reunindo, nos
primeiros anos, apenas professores e pesquisadores, e, a partir de sua
terceira edição, também estudantes de pós-graduação do Brasil e do
exterior. Busca-se promover, nesses Encontros, um diálogo
constante entre a reflexão teórica e a práxis historiográfica no campo
específico das imagens medievais – para isso, contribuem também
as comparações com outras temporalidades.
Está reunida na presente publicação uma grande parcela dos
trabalhos apresentados pelos (então) pós-graduandos nas edições de
2012 a 2015, o que se constitui uma amostragem bastante
significativa da produção mais recente realizada no Brasil a respeito
das imagens medievais – à qual se soma uma contribuição vinda da
Argentina. É importante destacar que se trata de um campo de
estudos bastante recente em nosso país, mas que se encontra em
franco crescimento, como o demonstram esses trabalhos que
resultaram – ou ainda resultarão – em teses e dissertações em
diversos programas de Pós-Graduação.
Encontros com as Imagens Medievais, 2017