Por uma integração rodoviária da Amazônia (original) (raw)

Integração Rodoviária da Amazônia

Palavras chaves: rodovias, integração, Amazônia. Durante o século XX se constitui no Brasil uma política de integração territorial, partindo da premissa que a circulação era entendida como ferramenta capaz de interligar é integrar diversos pontos do território, inclusive à fronteira considerada isolada e despovoada. A partir dessas premissas se estruturou uma política rodoviária, projetada para atender todo o Brasil inclusive à Amazônia, porção territorial do Estado não articulada do ponto de vista rodoviário com as demais cidades e o sistema viário nacional. Este projeto estava atrelado às concepções clássicas da geografia política/geopolítica, destacando a influência de Friedrich Ratzel no pensamento geopolítico militar no Brasil, ressaltando Golbery do Couto e Silva e o General Carlos de Meira Mattos, ambos aponta a relevância das rodovias e a política de integração apoiada pelos dirigentes dos órgãos governamentais na década de 70. O isolamento, estagnação e o vazio demográfico seria "resolvidos" com a interligação de cidades do centro oeste e sudeste ao norte, particularmente a Amazônia Ocidental, que se encontrava geograficamente na parte mais central e periférica de

Rodovia Transamazônica: projeto de integração deu certo?

A rodovia Transamazônica, construída inteiramente durante o regime militar, teve como proposito geopolítico a integração territorial por meio da interligação de porções territoriais, assim como o aumento demográfico de uma parte da Amazônia, proporcionado por meio de incentivos à migração das regiões nordeste, sul e sudeste. Essa política de integração alterou uma fração territorial que foi entrecortada por esta grande rodovia, em decorrência da realização de diversas políticas públicas, que englobam desde a colonização de faixas de terras situadas nas margens da rodovia até a construção de usinas de beneficiamento, centrais hidrelétricas, atividades de mineração e demais atividades recentes, associadas ao circuito da produção de commodities. Nesse contexto, vale apontar uma breve história desse projeto de integração e seus respectivos Artigo Rodovia Transamazônica: o projeto de integração deu certo? Transamazon Highway: the Integration project worked? Ruta Transamazónica: ¿el proyecto de integración funcionó? Transamazon Highway: le projet d'intégration a-t-il fonctionné? Neto, Thiago Oliveira. RG&PP vol. 5(2): 284-308, 2015. 285 desdobramentos. Palavras-chaves: rodovia; Amazônia; projetos; geopolítica; colonização

Integração nacional no Brasil: as grandes rodovias da Amazônia (1970-1979)

2020

Fundamentado em fontes impressas produzidas ainda no calor dos acontecimentos, o presente trabalho trata da implantacao de grandes estradas de rodagem na regiao da Amazonia, durante a deca da de 1970, sob o regime civil-militar instaurado no Brasil a partir de 1964. O texto apresenta algumas vicissitudes sofridas pela rodovia Transamazonica, a partir do inicio de sua construcao, em 1970, ate os dias atuais. Enfatiza a etapa inicial de sua implantacao, principalmente quanto as funcoes que lhe caberia desempenhar, a servico de diferentes estrategias governamentais. Este modelo de gestao, baseado em grandes projetos de investimento contribuiu largamente para a conformacao de um espaco nacional integrado, ainda que profundamente desigual.

Geopolítica Rodoviária na Amazônia

O presente trabalho discorre sobre a política rodoviária desenvolvida pelo governo militar nos anos 60 e 70, do século XX, apoiada em concepções clássicas sobre a geopolítica da circulação, elaboradas por Friedrich Ratzel e Camille Vallaux, e que foram assimiladas pela Escola Superior de Guerra – ESG, no Brasil, resultando em uma gama de projetos com vista à integração territorial. Naquele momento, a Amazônia não estava articulada ao sistema rodoviário nacional. Para articular o território e promover a segurança e o desenvolvimento, o governo militar lançou o Programa de Integração Nacional - PIN, constituindo-se em uma ferramenta do Estado para concluir obras que estavam sendo realizadas, em locais onde o isolamento, a estagnação e o vazio demográfico seriam “resolvidos” com a interligação de cidades do centro-oeste e sudeste ao norte, particularmente a Amazônia, que se encontrava geograficamente na parte periférica em relação a outras regiões, consideradas desenvolvidas. Essa política rodoviária permitiria uma comunicação eficiente em e com qualquer ponto do território, sendo um pensamento extremamente geoestratégico, elaborado durante o regime militar, tendo como um dos objetivos conectar a porção meridional e a setentrional do território e constituir uma integração nacional e internacional. A política rodoviária na Amazônia se constituiu numa forma de possibilitar acesso a uma porção preservada da floresta, ocasionando diversos conflitos sociais e impactos ambientais em diversas escalas. Uma parcela dessas rodovias, projetadas e implantadas na Amazônia, não chegou a ser concretizada, porém, na atualidade, ocorre um processo de retomada do projeto de integração que não chegou a ser concluído, mas não consiste em abrir rodovias extensas, e sim consolidar as rotas já existentes, através de dois instrumentos: o Programa de Aceleração do Crescimento - PAC e a Iniciativa para a Integração da Infraestrutura Regional Sul-Americana - IIRSA, ambos na Amazônia. O primeiro, na reconstrução da BR-319, interligando a porção norte e sul, que corresponde, posteriormente, às rotas de exportação em direção à Venezuela, e a BR-163 propiciando o fluxo, principalmente de exportações, oriundo do centro-oeste. É notável que ambos os projetos se articulam, e, simultaneamente, realizam uma integração territorial da Amazônia e, simultaneamente, criam-se novas usinas hidrelétricas próximas dos eixos rodoviários.

A Geopolítica rodoviária na Amazônia: BR-319

O objetivo desse artigo e apresentar uma gama de reflexões sobre a rodovia BR-319, que interliga às cidades de Manaus e de Porto Velho. Construída nos anos 60 e 70 estava diretamente inserida no projeto de integração do território nacional através das vias de circulação que materializavam a vontade política do Estado na perspectiva de estabelecer uma comunicação terrestre no interior da Amazônia, constituindo-se numa forma de unir o território, integrando-o ao país e, simultaneamente, mantendo a mobilidade regional. Esta rodovia foi interrompida no primeiro biênio após o fim do regime militar, em decorrência da ausência de manutenção, que comprometia o tráfego desde o final da década de 80. É nos últimos anos o Estado traz à tona a discussão referente à reconstrução do único elo existente entre a cidade de Manaus e o sistema viário nacional. Palavras-chave: BR-319; Amazônia; Integração Regional; Rede de Transportes.

Passo Fundo e o Processo de Integração Regional: a Questão Ferroviária

Anais Seminario De Historia Da Cidade E Do Urbanismo, 2012

Esse trabalho discute o papel da implantação da linha férrea Santa Maria a Marcelino Ramos no agenciamento, organização e configuração do território da região norte do Rio Grande do Sul. Essa linha fazia parte de um projeto nacional responsável pela primeira interligação do Rio Grande do Sul com o centro do país. Sua construção gerou expectativas e promoveu desenvolvimento tanto em Passo Fundo como nas cidades que surgiram junto às estações férreas, como Carazinho, Estação, Erechim, Gaurama e Marcelino Ramos. Possivelmente a má qualidade das linhas, e do próprio traçado, foi responsável pela baixa rentabilidade financeira dessa estrada, porém esse trabalho busca analisar como a ferrovia configurou o espaço em uma região que até sua chegada não havia sido ocupada pelo colono. Assim podem ser discutidos pontos fundamentais: o contexto socioeconômico do estado do Rio Grande do Sul, a implantação da rede ferroviária no estado, a fundação das cidades e seu desenvolvimento na região após a ferrovia e o impacto ambiental causado pelo desmatamento, resultante da facilidade de escoamento da madeira. A principal fonte de renda das cidades estudadas no início do século XX foi justamente a exploração das matas nativas, especialmente venda de madeira. Posteriormente, contribuiu para alavancar o comércio de produtos regionais e a vinda de produtos da indústria paulista, criando postos de comércio ao longo de suas linhas. A ferrovia perdeu sua importância na região na segunda metade do século XX, porém o território rio-grandense por ela configurado é herdeiro de sua ânsia pelo progresso e modernização.

Cidades intermediadoras na Amazônia: em busca de uma visao integrada

Jornal da USP, 2021

Conceber cidades intermediadoras de novos fluxos na Amazônia pressupõe indicar passagens, patamares e potencialidades inscritas no presente que alarguem as margens de outros futuros possíveis para a região e para o País. Significa também indicar outro caminho que não a malfadada macrocefalia urbana, com suas deseconomias de escala,incapacidade de expansão proporcional de serviços básicos, crescente déficithabitacional e segregação urbana vinculada ao avanço do domínio de milícias e facçõescriminosas, como já as encontradas nas regiões metropolitanas de Belém e de Manaus. Na Amazônia, não há como dissociar ciclos espasmódicos, ajustes espaciais desestruturantes e a presença de cidades concebidas como aparatos de drenagem das riquezas regionais. O policentrismo urbano na Amazônia, em sentido oposto, deve ser constituído em uma nova “fronteira urbana” – agregando ao conceito de Bertha Becker um sentido de contraponto à fronteira econômica -, fronteira de regulação social e territorial que contrabalance e regule as dinâmicas centrífugas provindas do avanço incondicionado da fronteira de commodities .

Sistema Integrado de Transporte Intermunicipal: uma proposta para a conexão do modal ferroviário na Região de Bauru, Brasil

Periódico Técnico e Científico Cidades Verdes

O conceito de mobilidade urbana e de cidades sustentáveis no Brasil é relativamente novo. A incorporação da dimensão ambiental juntamente com o transporte coloca o país em sintonia com as discussões mundiais e proporciona nova oportunidade de reflexão sobre o processo de formação territorial e os mecanismos de promoção do direito à cidade. Desta forma, o presente trabalho apresenta uma análise da rede modal férrea e do fluxo migratório na Região de Bauru. A partir desta investigação foram elaboradas diretrizes projetuais resultando em um Sistema Integrado de Transporte Intermunicipal, aliado a um planejamento articulado e sustentável. PALAVRAS-CHAVE: Transporte Intermunicipal. Transporte ferroviário. Bauru.