Lucas da Costa Maciel | Memorial University of Newfoundland (original) (raw)

Artigos by Lucas da Costa Maciel

Research paper thumbnail of Perspectivismo ameríndio

Enciclopédia de Antropologia, 2019

O perspectivismo ameríndio diz respeito à síntese conceitual operada por Eduardo Viveiros de Cast... more O perspectivismo ameríndio diz respeito à síntese conceitual operada por Eduardo Viveiros de Castro (1951-) e Tânia Stolze Lima para tratar de uma importante matriz

Research paper thumbnail of Remoções e derrubadas de monumentos como política dos incomuns

Revista Mana, 2023

Convidado por Jean-Paul Ameline, curador da exposição "Face à l'Histoire" (1996-1997, Centro Geor... more Convidado por Jean-Paul Ameline, curador da exposição "Face à l'Histoire" (1996-1997, Centro Georges Pompidou, Paris) e por Sylvie Astric, organizadora da mostra de cinema memorialista realizada no marco da exposição, Jacques Rancière escreveu dois ensaios atrelados à temática do evento. Inspirado pelas colocações ao redor de um campo das artes plásticas chamado de pintura histórica, assim como pelo cinema memorialista, documental e ficcional, o filósofo elaborou sobre as maneiras em que a história se conforma através das formas estéticas. De certo modo, esses textos, já publicados em português (Rancière 2018a), são experimentos para pensar o tempo através das figurações e, neste sentido, mostrar como as diferentes formas da história se condensam, se apresentam como um todo acoplado à estética documental e plástica tematizada pela mencionada exposição. Formam, portanto, uma analogia que permite que a história seja pensada e, como consequência, examinada como se faz com uma imagem. Um dos argumentos de Rancière é o de que, entendida como o tecido do agir humano na tradição euro-americana, a história configura a indicação de que se pertence a um mesmo tempo e que, neste sentido, se compartilha de um comum. Este último conduz à potência ontológica da história, isto é, sua capacidade enquanto engendradora de realidades. O problema está, no entanto, no fato de que "a história sempre foi história apenas daqueles que 'fazem história'" (Rancière 2018a:19).

Research paper thumbnail of Terras que renascem: histórias esperançadas apesar do Antropoceno

R@u, 2022

É possível pensar e agir numa era de catástrofes anunciadas? Mais ainda, é possível contar histór... more É possível pensar e agir numa era de catástrofes anunciadas? Mais ainda, é possível contar histórias em que, para além das catástrofes que continuam acumulando e que como tais já não são um anúncio, se viva a reconstituição e o renascimento? Se assim for, quais são as escalas relacionais a partir das quais isso se torna possível? Neste ensaio, partimos da criatividade reconstitutiva de dois coletivos, autoidentificados como Kiriri e Mapuche, para pensar o que mais pode ser dito quando todos os problemas parecem se reportar ao Antropoceno. Nossa intenção é ensaiar com outras escalas relacionais e, portanto, com outros problemas, a despeito da nova era geológica ou, se queremos, na vizinhança dela. Este texto resiste à conexão acelerada entre problemas de distintas ordens, com distintos nomes, e o Antropoceno. Interessa habitar os desajustes dessas conexões para colocar luz sobre a microfísica das relações, das entidades que elas convocam e que, a partir dos casos Kiriri e Mapuche, nos fazem ver terras que renascem. Interessa enfatizar mundos que se reconstituem e que multiplicam agentes de mudança através da replicação em que a complexidade da escala é a autossemelhança.

Research paper thumbnail of Cenas e pensamentos sobre a alteridade e conflitos socioambientais

Apresentação do Dossiê temático "Os conflitos ambientais nas lógicas das alteridades"

Research paper thumbnail of Vó preta, neto branco: sobre a brancura bastarda e a reinvenção da ancestralidade

Research paper thumbnail of Ensaio sobre a zarza: monocultura e colonialidade vistas do wajmapu (território mapuche)

Ñanduty, 2021

Acompanhando algumas reflexões feitas por colaboradores mapuche, este texto interroga o modo de s... more Acompanhando algumas reflexões feitas por colaboradores mapuche, este texto interroga o modo de ser da zarza (amoreira, Rubus ulmifolius), uma planta exógena ao território mapuche hoje catalogada como "praga agrícola". Neste contexto, interessa pensar através da zarza e com ela o modo em que a colonialidade e o regime de produção por monoculturas, em especial as florestas industriais de madeireiras que se alastram pelo sul do Chile, podem ser informados por uma economia das perspectivas, elaborada a partir de conceitos-chave da metafísica mapuche. Para que tal exercício se faça possível, contrastes serão produzidos entre constituições pessoais e ecológicas no que diz respeito às formas winka (não mapuche) e mapu-che (pessoa da terra). Por fim, se explorará a condição de pessoa de tudo o que existe e de que modo esta condição informa sobre o ser da zarza.

Research paper thumbnail of Spivak, pós-colonialismo e antropologia: pensar o pensamento e o colonialismo-em-branco dos nossos conceitos

Revista de Antropologia, 2021

Partindo de uma leitura reversa do texto "Pode o subalterno falar?", este ensaio busca recuperar ... more Partindo de uma leitura reversa do texto "Pode o subalterno falar?", este ensaio busca recuperar e torcer os argumentos de Spivak para encontrar os fundamentos de um pensamento pós-colonial como medida de precaução e como treino imaginativo. A intenção é apresentar a necessidade de pensar o pensamento, o lugar em que, seguindo a Derrida, Spivak argumenta localizar-se o colonialismo-em-branco do pensamento europeu. Por fim, aproximaremos o problema de Spivak com as intenções do ontologismo antropológico, mostrando de que forma uma exploração ontológica na Antropologia depende de uma crítica epistemológica. Pretendemos, com isso, recolocar a vigência da teoria pós-colonial de Spivak para a antropologia, atualizando seus termos e seguindo seus argumentos.

Research paper thumbnail of Mundo de formas. Apresentação do dossiê "A estética e os ameríndios, ou Strathern nas Américas"

Maloca: Revista de Estudos Indígenas, 2020

Ao encerrar um artigo dedicado à revisão bibliográfica das produções etnológicas em torno das che... more Ao encerrar um artigo dedicado à revisão bibliográfica das produções etnológicas em torno das chefias e da política ameríndia na América do Sul durante o período de 1996-2016 2 , Guerreiro (2018: 63) propõe uma saída para alguns dos dilemas que perpassam as descrições etnográficas sobre o tema: investigar as formas ameríndias para descrever e refletir acerca da política, entendendo essa última como uma equivocação . Além da oposição

Research paper thumbnail of O cuidado das comadres

Este breve ensaio explora as relações entre práticas de cuidado e formação corporal entre os Nahu... more Este breve ensaio explora as relações entre práticas de cuidado e formação corporal entre os Nahua da Serra Norte de Puebla, México. Tal exercício tem como objetivo perseguir um esboço conceitual sobre o estatuto da semelhança e sobre a noção de gênero como recurso reflexivo no contexto etnográfico que nos interessa. Para isso, parte da narrativa e dos desdobramentos de um caso de adoecimento por abandono e sofrimento. Em especial, as interlocuções deste texto se dão com as comadres siuatamatik, que são como mulheres, mas que já foram homens. Pretende-se, ademais, inspirar escapatórias às técnicas descritivas que se fundamentam nas taxonomias de gênero.

Research paper thumbnail of O fenômeno colonial entre a bruxaria e a teoria crítica. Pensar alianças a partir do xamanismo mapuche

RESUMO: A intenção deste artigo é produzir um contraste comparativo entre dois conjuntos de teori... more RESUMO: A intenção deste artigo é produzir um contraste comparativo entre dois conjuntos de teorias em torno daquilo que se conhece como o fenômeno colonial: o "pensamento crítico", por um lado, e a "teoria Mapuche", por outro. Desta comparação, evidenciaremos uma série de pressupostos que as animam, assemelhando-as e diferenciando-as em diferentes termos. A partir daí argumentaremos a necessidade de que a teoria crítica abra espaço em seu léxico de mundo para as teorias daqueles que consideram ser "povos colonizados" ou "subalternos", a depender dos autores. Tal abertura corresponderia à possibilidade de constituir alianças contra o colonialismo, um fenômeno reconhecidamente multifacetado. Para isso, nos valeremos de uma discussão etnográfica sobre as noções Mapuche de saúde e doença, entre outras coisas.

Research paper thumbnail of O quê e como aprender: as crianças kalapalo e algumas problematizações em torno do conhecimento

Research paper thumbnail of “Osiba Kangamuke - Vamos lá, Criançada!” o audiovisual e o etnográfico em colaboração

Research paper thumbnail of Entre telescopios y milpas construimos resistencia

A partir de la reflexión sobre los giros epistémicos en el campo latinoamericano de los es-tudios... more A partir de la reflexión sobre los giros epistémicos en el campo latinoamericano de los es-tudios de la infancia, especialmente a raíz de los paradigmas de investigación de co-labor y horizontalidad, este texto propone crear dispositivos de investigación/intervención que bus-quen inter-aprender en el diálogo con los niños y niñas, colocando como eje para adentrarse a los mundos-vida de las infancias los relatos que construyen sobre lo vivido y lo heredado, dando indicios de sus modos de subjetivación: las elaboraciones de sus experiencias que permiten que se afirmen como sujetos. En especial, nos interesa la niñez al interior de los movimientos sociales en resistencia, razón por la cual trataremos del encuentro con las niñas y niños nahuas, a partir de un contexto escolar y comunal determinado por la praxis resis-tente de la cooperativa Tosepan Titataniske, en la Sierra Norte de Puebla.

Research paper thumbnail of Infancia y de/colonialidad: autorías y demandas infantiles como subversiones epistémicas

Research paper thumbnail of Educación, Interculturalidad y Justicia Social: ¿qué relaciones

Ninguna concepción de desarrollo prescinde de la educación y la razón es clara: la educación pued... more Ninguna concepción de desarrollo prescinde de la educación y la razón es clara: la educación puede ser tanto herramienta de manutención del status quo, como formadora de agentes de transformación social. En el entendido de que toda justicia social pasa innegablemente por la justicia simbólica, la educación es un instrumento imprescindible para la construcción de la interculturalidad. A través de la educación, un grupo cultural es capaz de fortalecer "lo propio" mientras se abre a la posibilidad de aprender del otro. En este sentido, la educación intercultural y la interculturalidad que de ella deriva parecieran ser capaces de eliminar las relaciones de dominación, dándole voz "al otro" antes dominado al mismo tiempo en que imposibilita la construcción de nuevas formas de dominio. Immanuel Wallerstein; Análisis de Sistemas-Mundo -una instroducción. Siglo XXI Editores, México, 2005. 1 conexiones fundamentales con la idea de la emancipación humana, aunque ésta se mantiene en constante peligro de ser capturada por otros intereses. En una sociedad desfigurada por la explotación […], la única educación que se merece tal nombre es aquella que forma gente capaz de tomar parte en su propia liberación." 2 La educación se refiere a un complejo proceso de transmisión de conocimientos, valores, costumbres y formas de actuar. La forma en que se transmiten estos elementos no depende solamente de la palabra oral o escrita, sino que incluye todas las expresiones del actuar y del sentir humano. En este entendido, la educación incluye tres dimensiones diferentes y complementares.

Research paper thumbnail of Ayotzinapa, reflejo del México profundo. Resistencia decolonial desde la juventud rural y sus proyectos de educación.

Traduções by Lucas da Costa Maciel

Research paper thumbnail of Sobre o Antropoceno propriamente político, ou sobre a disposição propriamente política para o Antropoceno.

Resumo: As crises ambientais referenciadas pelo termo Antropoceno incitam respostas que refletem ... more Resumo: As crises ambientais referenciadas pelo termo Antropoceno incitam respostas que refletem diferentes entendimentos sobre a forma correta de se viver na Terra. Isso, seria de se esperar, deveria gerar uma proliferação de desentendimentos e uma expansão da política. No entanto, os chamados autores pós-políticos alertam que, em vez disso, a maneira como o Antropoceno foi trazido aos olhos do público implica um esvaziamento da política e uma negação da busca inerentemente conflituosa de diferentes visões sobre a maneira certa de se viver na Terra. Para fazer frente isso, eles propõem que a problemática do Antropoceno precisa ser deslocada para o terreno do "propriamente político". Neste artigo, exploro o que o "propriamente político" poderia significar no contexto do Antropoceno. Palavras-chave: ontologia; pós-política; Antropoceno; povos indígenas.

Research paper thumbnail of McKittrick, Catherine - Futuros da Plantação

Research paper thumbnail of CATRILEO+CARRION. Utopias mapuche não binárias para um presente epupillan

Research paper thumbnail of Dreampunk: escritos trans(eco)futuristas

Research paper thumbnail of Perspectivismo ameríndio

Enciclopédia de Antropologia, 2019

O perspectivismo ameríndio diz respeito à síntese conceitual operada por Eduardo Viveiros de Cast... more O perspectivismo ameríndio diz respeito à síntese conceitual operada por Eduardo Viveiros de Castro (1951-) e Tânia Stolze Lima para tratar de uma importante matriz

Research paper thumbnail of Remoções e derrubadas de monumentos como política dos incomuns

Revista Mana, 2023

Convidado por Jean-Paul Ameline, curador da exposição "Face à l'Histoire" (1996-1997, Centro Geor... more Convidado por Jean-Paul Ameline, curador da exposição "Face à l'Histoire" (1996-1997, Centro Georges Pompidou, Paris) e por Sylvie Astric, organizadora da mostra de cinema memorialista realizada no marco da exposição, Jacques Rancière escreveu dois ensaios atrelados à temática do evento. Inspirado pelas colocações ao redor de um campo das artes plásticas chamado de pintura histórica, assim como pelo cinema memorialista, documental e ficcional, o filósofo elaborou sobre as maneiras em que a história se conforma através das formas estéticas. De certo modo, esses textos, já publicados em português (Rancière 2018a), são experimentos para pensar o tempo através das figurações e, neste sentido, mostrar como as diferentes formas da história se condensam, se apresentam como um todo acoplado à estética documental e plástica tematizada pela mencionada exposição. Formam, portanto, uma analogia que permite que a história seja pensada e, como consequência, examinada como se faz com uma imagem. Um dos argumentos de Rancière é o de que, entendida como o tecido do agir humano na tradição euro-americana, a história configura a indicação de que se pertence a um mesmo tempo e que, neste sentido, se compartilha de um comum. Este último conduz à potência ontológica da história, isto é, sua capacidade enquanto engendradora de realidades. O problema está, no entanto, no fato de que "a história sempre foi história apenas daqueles que 'fazem história'" (Rancière 2018a:19).

Research paper thumbnail of Terras que renascem: histórias esperançadas apesar do Antropoceno

R@u, 2022

É possível pensar e agir numa era de catástrofes anunciadas? Mais ainda, é possível contar histór... more É possível pensar e agir numa era de catástrofes anunciadas? Mais ainda, é possível contar histórias em que, para além das catástrofes que continuam acumulando e que como tais já não são um anúncio, se viva a reconstituição e o renascimento? Se assim for, quais são as escalas relacionais a partir das quais isso se torna possível? Neste ensaio, partimos da criatividade reconstitutiva de dois coletivos, autoidentificados como Kiriri e Mapuche, para pensar o que mais pode ser dito quando todos os problemas parecem se reportar ao Antropoceno. Nossa intenção é ensaiar com outras escalas relacionais e, portanto, com outros problemas, a despeito da nova era geológica ou, se queremos, na vizinhança dela. Este texto resiste à conexão acelerada entre problemas de distintas ordens, com distintos nomes, e o Antropoceno. Interessa habitar os desajustes dessas conexões para colocar luz sobre a microfísica das relações, das entidades que elas convocam e que, a partir dos casos Kiriri e Mapuche, nos fazem ver terras que renascem. Interessa enfatizar mundos que se reconstituem e que multiplicam agentes de mudança através da replicação em que a complexidade da escala é a autossemelhança.

Research paper thumbnail of Cenas e pensamentos sobre a alteridade e conflitos socioambientais

Apresentação do Dossiê temático "Os conflitos ambientais nas lógicas das alteridades"

Research paper thumbnail of Vó preta, neto branco: sobre a brancura bastarda e a reinvenção da ancestralidade

Research paper thumbnail of Ensaio sobre a zarza: monocultura e colonialidade vistas do wajmapu (território mapuche)

Ñanduty, 2021

Acompanhando algumas reflexões feitas por colaboradores mapuche, este texto interroga o modo de s... more Acompanhando algumas reflexões feitas por colaboradores mapuche, este texto interroga o modo de ser da zarza (amoreira, Rubus ulmifolius), uma planta exógena ao território mapuche hoje catalogada como "praga agrícola". Neste contexto, interessa pensar através da zarza e com ela o modo em que a colonialidade e o regime de produção por monoculturas, em especial as florestas industriais de madeireiras que se alastram pelo sul do Chile, podem ser informados por uma economia das perspectivas, elaborada a partir de conceitos-chave da metafísica mapuche. Para que tal exercício se faça possível, contrastes serão produzidos entre constituições pessoais e ecológicas no que diz respeito às formas winka (não mapuche) e mapu-che (pessoa da terra). Por fim, se explorará a condição de pessoa de tudo o que existe e de que modo esta condição informa sobre o ser da zarza.

Research paper thumbnail of Spivak, pós-colonialismo e antropologia: pensar o pensamento e o colonialismo-em-branco dos nossos conceitos

Revista de Antropologia, 2021

Partindo de uma leitura reversa do texto "Pode o subalterno falar?", este ensaio busca recuperar ... more Partindo de uma leitura reversa do texto "Pode o subalterno falar?", este ensaio busca recuperar e torcer os argumentos de Spivak para encontrar os fundamentos de um pensamento pós-colonial como medida de precaução e como treino imaginativo. A intenção é apresentar a necessidade de pensar o pensamento, o lugar em que, seguindo a Derrida, Spivak argumenta localizar-se o colonialismo-em-branco do pensamento europeu. Por fim, aproximaremos o problema de Spivak com as intenções do ontologismo antropológico, mostrando de que forma uma exploração ontológica na Antropologia depende de uma crítica epistemológica. Pretendemos, com isso, recolocar a vigência da teoria pós-colonial de Spivak para a antropologia, atualizando seus termos e seguindo seus argumentos.

Research paper thumbnail of Mundo de formas. Apresentação do dossiê "A estética e os ameríndios, ou Strathern nas Américas"

Maloca: Revista de Estudos Indígenas, 2020

Ao encerrar um artigo dedicado à revisão bibliográfica das produções etnológicas em torno das che... more Ao encerrar um artigo dedicado à revisão bibliográfica das produções etnológicas em torno das chefias e da política ameríndia na América do Sul durante o período de 1996-2016 2 , Guerreiro (2018: 63) propõe uma saída para alguns dos dilemas que perpassam as descrições etnográficas sobre o tema: investigar as formas ameríndias para descrever e refletir acerca da política, entendendo essa última como uma equivocação . Além da oposição

Research paper thumbnail of O cuidado das comadres

Este breve ensaio explora as relações entre práticas de cuidado e formação corporal entre os Nahu... more Este breve ensaio explora as relações entre práticas de cuidado e formação corporal entre os Nahua da Serra Norte de Puebla, México. Tal exercício tem como objetivo perseguir um esboço conceitual sobre o estatuto da semelhança e sobre a noção de gênero como recurso reflexivo no contexto etnográfico que nos interessa. Para isso, parte da narrativa e dos desdobramentos de um caso de adoecimento por abandono e sofrimento. Em especial, as interlocuções deste texto se dão com as comadres siuatamatik, que são como mulheres, mas que já foram homens. Pretende-se, ademais, inspirar escapatórias às técnicas descritivas que se fundamentam nas taxonomias de gênero.

Research paper thumbnail of O fenômeno colonial entre a bruxaria e a teoria crítica. Pensar alianças a partir do xamanismo mapuche

RESUMO: A intenção deste artigo é produzir um contraste comparativo entre dois conjuntos de teori... more RESUMO: A intenção deste artigo é produzir um contraste comparativo entre dois conjuntos de teorias em torno daquilo que se conhece como o fenômeno colonial: o "pensamento crítico", por um lado, e a "teoria Mapuche", por outro. Desta comparação, evidenciaremos uma série de pressupostos que as animam, assemelhando-as e diferenciando-as em diferentes termos. A partir daí argumentaremos a necessidade de que a teoria crítica abra espaço em seu léxico de mundo para as teorias daqueles que consideram ser "povos colonizados" ou "subalternos", a depender dos autores. Tal abertura corresponderia à possibilidade de constituir alianças contra o colonialismo, um fenômeno reconhecidamente multifacetado. Para isso, nos valeremos de uma discussão etnográfica sobre as noções Mapuche de saúde e doença, entre outras coisas.

Research paper thumbnail of O quê e como aprender: as crianças kalapalo e algumas problematizações em torno do conhecimento

Research paper thumbnail of “Osiba Kangamuke - Vamos lá, Criançada!” o audiovisual e o etnográfico em colaboração

Research paper thumbnail of Entre telescopios y milpas construimos resistencia

A partir de la reflexión sobre los giros epistémicos en el campo latinoamericano de los es-tudios... more A partir de la reflexión sobre los giros epistémicos en el campo latinoamericano de los es-tudios de la infancia, especialmente a raíz de los paradigmas de investigación de co-labor y horizontalidad, este texto propone crear dispositivos de investigación/intervención que bus-quen inter-aprender en el diálogo con los niños y niñas, colocando como eje para adentrarse a los mundos-vida de las infancias los relatos que construyen sobre lo vivido y lo heredado, dando indicios de sus modos de subjetivación: las elaboraciones de sus experiencias que permiten que se afirmen como sujetos. En especial, nos interesa la niñez al interior de los movimientos sociales en resistencia, razón por la cual trataremos del encuentro con las niñas y niños nahuas, a partir de un contexto escolar y comunal determinado por la praxis resis-tente de la cooperativa Tosepan Titataniske, en la Sierra Norte de Puebla.

Research paper thumbnail of Infancia y de/colonialidad: autorías y demandas infantiles como subversiones epistémicas

Research paper thumbnail of Educación, Interculturalidad y Justicia Social: ¿qué relaciones

Ninguna concepción de desarrollo prescinde de la educación y la razón es clara: la educación pued... more Ninguna concepción de desarrollo prescinde de la educación y la razón es clara: la educación puede ser tanto herramienta de manutención del status quo, como formadora de agentes de transformación social. En el entendido de que toda justicia social pasa innegablemente por la justicia simbólica, la educación es un instrumento imprescindible para la construcción de la interculturalidad. A través de la educación, un grupo cultural es capaz de fortalecer "lo propio" mientras se abre a la posibilidad de aprender del otro. En este sentido, la educación intercultural y la interculturalidad que de ella deriva parecieran ser capaces de eliminar las relaciones de dominación, dándole voz "al otro" antes dominado al mismo tiempo en que imposibilita la construcción de nuevas formas de dominio. Immanuel Wallerstein; Análisis de Sistemas-Mundo -una instroducción. Siglo XXI Editores, México, 2005. 1 conexiones fundamentales con la idea de la emancipación humana, aunque ésta se mantiene en constante peligro de ser capturada por otros intereses. En una sociedad desfigurada por la explotación […], la única educación que se merece tal nombre es aquella que forma gente capaz de tomar parte en su propia liberación." 2 La educación se refiere a un complejo proceso de transmisión de conocimientos, valores, costumbres y formas de actuar. La forma en que se transmiten estos elementos no depende solamente de la palabra oral o escrita, sino que incluye todas las expresiones del actuar y del sentir humano. En este entendido, la educación incluye tres dimensiones diferentes y complementares.

Research paper thumbnail of Ayotzinapa, reflejo del México profundo. Resistencia decolonial desde la juventud rural y sus proyectos de educación.

Research paper thumbnail of Sobre o Antropoceno propriamente político, ou sobre a disposição propriamente política para o Antropoceno.

Resumo: As crises ambientais referenciadas pelo termo Antropoceno incitam respostas que refletem ... more Resumo: As crises ambientais referenciadas pelo termo Antropoceno incitam respostas que refletem diferentes entendimentos sobre a forma correta de se viver na Terra. Isso, seria de se esperar, deveria gerar uma proliferação de desentendimentos e uma expansão da política. No entanto, os chamados autores pós-políticos alertam que, em vez disso, a maneira como o Antropoceno foi trazido aos olhos do público implica um esvaziamento da política e uma negação da busca inerentemente conflituosa de diferentes visões sobre a maneira certa de se viver na Terra. Para fazer frente isso, eles propõem que a problemática do Antropoceno precisa ser deslocada para o terreno do "propriamente político". Neste artigo, exploro o que o "propriamente político" poderia significar no contexto do Antropoceno. Palavras-chave: ontologia; pós-política; Antropoceno; povos indígenas.

Research paper thumbnail of McKittrick, Catherine - Futuros da Plantação

Research paper thumbnail of CATRILEO+CARRION. Utopias mapuche não binárias para um presente epupillan

Research paper thumbnail of Dreampunk: escritos trans(eco)futuristas

Research paper thumbnail of STRATHERN, Marilyn. O Eu na Auto-Ornamentação

Maloca: Revista de Estudos Indígenas, 2020

Quando Huxley (1971) resenhou nosso livro Self-decoration in Mount Hagen (1971) para a Ink, ele o... more Quando Huxley (1971) resenhou nosso livro Self-decoration in Mount Hagen (1971) para a Ink, ele o fez atentando também para outro livro: The Beautiful People's Beuty Book, or How to achieve the look and manner of the world's most attractive women, da Princesa Pignatelli. Ao discutir as recomendações da Princesa de que uma mulher deveria sempre usar maquiagem, Huxley comenta que um efeito desse elaborado estratagema é colocar as coisas fora de alcance com intuito de torná-las mais atraentes. Ele aplica às preocupações da Princesa a explícita noção Hagen de que as ornamentações atraem riqueza: seu autoadornar-se "atrai interesse, e dado que interesse é o que o dinheiro gera, ela deve precisar de muito dinheiro para permanecer bela. Porém, se está fazendo isso para si mesma, ela deve estar tentando competir com seu próprio reflexo" (1971: 17). Se competir com o próprio reflexo está no cerne da cosmética, poderia ser útil pensar a auto-ornamentação Hagen como um ato cosmético? Em nossa própria cultura, cosméticos embelezam o corpo. Estão envolvidos valores estéticos, um senso de estilo e contexto, e o objetivo explícito de realçar o indivíduo. Ao dispor a pessoa em um estilo particular, belo em si mesmo, ele ou ela também se torna mais bonito do que estando sem adornos. Assim como as mensagens sociais transmitidas no estilo, os efeitos da personalidade podem ser buscados para se parecer mais atraente, impactante, delicado, e por aí em diante. Em contraste com os Hagen, pensamos que se embelezar é mais apropriado às mulheres do que aos homens. Nesse contexto, feministas ressaltaram que, à medida em que se coloca a atenção no ato de embelezamento, ela é tirada do indivíduo enquanto pessoa. Assim, modas que possuem o propósito explícito de tornar o indivíduo sexualmente atraente são tomadas por Greer (1970: 57f) como vilãs por simplesmente transformarem a pessoa em um objeto sexual. Quanto mais o estilo cosmético incorpora cânones convencionais de gosto, mais ele cria um objeto. O realce de aspectos da pessoa-beleza facial, atributos sexuais-é tomado como uma depreciação do todo. A mulher 1 O artigo, originalmente em inglês, foi publicado em Strathern, Marilyn. 1979. "The Self in Self-Decoration".

Research paper thumbnail of TAYLOR, Anne-Christine. As máscaras da memória. Ensaio sobre a função das pinturas corporais jívaro

Este artigo deve sobremaneira às observações críticas feitas por Carlo Severi sobre uma versão an... more Este artigo deve sobremaneira às observações críticas feitas por Carlo Severi sobre uma versão anterior; desejo fortemente expressar-lhe minha gratidão devido aos caminhos de análise que me abriu. Agradeço igualmente a Michael Houseman e a Eduardo Viveiros de Castro pela leitura atenta e pertinentes sugestões.

Research paper thumbnail of DE LA CADENA, Marisol. Cosmopolítica Indígena nos Andes: reflexões conceituais para além da "política"

Tradução do artigo "Indigenous Cosmopolitics in the Andes: Conceptual Reflections beyond 'Politic... more Tradução do artigo "Indigenous Cosmopolitics in the Andes: Conceptual Reflections beyond 'Politics'", de autoria de Marisol de la Cadena

Research paper thumbnail of Lebner, Ashley (ed.). 2017. Redescribing Relations: Strathernian Conversations on Ethnography, Knowledge and Politics. New York: Berghahn Books

Redescribing relations é uma coletânea formidável de textos dedicados a se engajar com o caráter ... more Redescribing relations é uma coletânea formidável de textos dedicados a se engajar com o caráter relacional da antropologia redescritiva de Marilyn Strathern. Além de uma série de artigos inéditos, assinados por Carol Greenhouse,

Research paper thumbnail of GARCIA, Uirá. Crônicas de caça e criação. São Paulo: Editora Hedra; Fapesp, 2018.

A publicação de Crônicas de caça e criação, de autoria de Uirá Garcia, deve ser celebrada. O livr... more A publicação de Crônicas de caça e criação, de autoria de Uirá Garcia, deve ser celebrada. O livro é o resultado da trajetória de pesquisa e reflexão do autor com os Guajá por cerca de quinze anos. Além de ser um texto bem escrito, detalhado e bastante denso, a etnografia cobre uma série de temas hoje centrais ao pensamento etnológico, congregando discussões fundamentais para o Ethnology Brazilian Style, termo que o autor recupera de para indicar o entrelaçamento entre a reflexão acadêmica e a ação política que marca o estilo da produção etnológica e da relação que os etnólogos no Brasil estabelecem com os povos com os quais trabalham -caracterização que seria possível estender a outros países vizinhos latino-americanos. Ao mesmo tempo em que esquadrinha temas clássicos e discussões contemporâneas do americanismo, tais como o perspectivismo, a afinidade potencial e as relações de domínio e maestria, o autor é enfático em indicar a dificuldade de levar a cabo sua pesquisa num contexto delicado para as condições de vida dos Guajá no pós-contato. Por essa mesma razão, me arrisco a dizer, Garcia inicia sua etnografia colocando o contato como um recorte para as caracterizações do povo com o qual trabalha. No entanto, essa escolha segue as próprias diferenciações que seus interlocutores mobilizam: o tempo do mato e tempo das aldeias, antes e depois do contato. O autor é muito competente em iluminar os critérios em que esse contraste é operado, tais como os sons dos espaços habitados, a forma da alimentação, a abundância da caça -tema caro aos Guajá -, o montante de conflitos sociais, a vida entre parentes e a presença de certas doenças.

Research paper thumbnail of DE LA CADENA, Marisol; BLASER, Mario (ed.). 2018. A world of many worlds. Durham: Duke University Press. 224 pp.

Research paper thumbnail of FERNANDES, Estevão Rafael; ARISI, Barbara M. 2017. Gay Indians in Brazil: Untold Stories of the Colonization of Indigenous Sexualities. Cham: Springer International Publishing, 81 pp.

Research paper thumbnail of Vidas em cativeiro: histórias do mogen mapuche e coleções em museu

Como agradecer o caminho dos sonhos que se estende sobre o tempo? Como conjurar a vida mesma que ... more Como agradecer o caminho dos sonhos que se estende sobre o tempo? Como conjurar a vida mesma que dá forma às experiências, ao texto e às condições para que ambos fossem possíveis? Pisco uma e outra vez, olhando longe. Penso sobre como começar a agradecer. Pela janela, uma São Paulo noturna, escura, e ainda assim, tão cheia de luzes, me devolve a imagem de um abraço. Começar com um abraço que já foi. Meu avô: foi ele quem me fez entender os desafios das minhas escolhas e a grandeza da tarefa. Também ele me mostrou a importância de não esquecer quem somos, de onde viemos, e a batalha de muitos para que o hoje fosse possível. Como me disse Tranca Rua, "você não sabe quem você é, mas eu sei de onde você vem." Então, começo esses agradecimentos invocando o carinho e o caminho paciente daquele que foi meu maior incentivador, Seu Gustavo da Costa, para que meu pensamento se expanda pelo mundo e o encontre, onde estiver, com os braços abertos, reconhecendo nele, em seu trabalho e respiro, o começo do que aqui vamos terminando. Obrigado, vô. Esta tese é o resultado da generosidade de muitos e do trânsito por muitos lugares. Agradeço, com muita admiração e afeto, o acompanhamento e a amizade da Vanessa Lea e do Pedro Cesarino, que foram meus faróis ao longo desses anos todos, sempre dispostos a me escutar e a me alentar apesar das minhas próprias implicâncias e ansiedades. Sem eles, este texto não teria sido concluído. Agradeço também a entrega daqueles que dedicaram seu tempo e sua energia para nos ensinar, a mim e a outras colegas, a linda tarefa de pensar com a antropologia, especialmente a Marina Vanzolini, o Antonio Guerreiro, o Renato Sztutman, a Nicole Soares Pinto, a Joana Cabral de Oliveira e a Marta Amoroso. Agradeço às minhas amigas queridas por todo o diálogo que sustentou minha criatividade e minha vontade de continuar trabalhando mesmo durante os duros anos em que o Covid-19 nos separou.

Research paper thumbnail of Tosepan Kalnemachtiloyan: tomaseualkopa uan in Tosepan ipipiluan/ "La escuela de todos": nuestra manera indígena y los infantes de Tosepan

A ella que visita los sueños míos y que inspira mis utopías, maestra que me enseñó a amar mi tier... more A ella que visita los sueños míos y que inspira mis utopías, maestra que me enseñó a amar mi tierra y mi gente. Eliana, mi madre y amiga, cuya ausencia no pone límite a este infinito amor. Esto y mucho más, todo es gracias a ti.

Research paper thumbnail of Os murais zapatistas e a estética tzotzil: pessoa, político e território em Polhó (México)

Research paper thumbnail of Ancestral transplantation as a matter of gender: Narrating us, Wigudun

SciELO (SciELO Preprints), Nov 13, 2023

Research paper thumbnail of Apresentação do Dossiê "Os conflitos ambientais nas lógicas das alteridades

Research paper thumbnail of Terras que renascem

R@u, Mar 28, 2024

we must ask critical questions about which stories get reclaimed, which stories get hidden, and w... more we must ask critical questions about which stories get reclaimed, which stories get hidden, and which stories we hope our descendants tell.-Qwo-Li Driskill, Asegi Stories A urgência de contar outras histórias frente à emergência catastrófica do Antropoceno já foi apontada por algumas pensadoras (Haraway 2016; Krenak 2019). Contar essas histórias implicaria não só mudar quem as conta, mas como e sobre o quê. Esse esforço, nos ensina Ailton Krenak, permitiria viabilizar outros futuros, emergindo de possibilidades impedidas pelas condições dos relatos, pela grandeza que os problemas assumem e pela demolição da política da vida, em seu refinamento microfísico. Neste ensaio, nos movem as conexões entre os ensinamentos de Krenak e um questionamento levantado pelo Manifesto Indígena anti-futurista: "por quê podemos imaginar o fim do mundo, mas não o fim do colonialismo?" (Indigenous Action 2020: 5). Uma convocatória a se repensar o apocalipse, esse manifesto acusa as narrativas do fim do mundo de encapsular o tempo "no futuro de um passado que não é nosso, futuros imaginados e construídos sobre o genocídio, a escravidão, o ecocídio e a ruína 1 Agradecemos à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) pelas bolsas de mestrado e doutorado que financiaram essas pesquisas.

Research paper thumbnail of Sobre o Antropoceno propriamente político, ou sobre a disposição propriamente política para o Antropoceno

Wamon - Revista dos alunos do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal do Amazonas

Resumo: As crises ambientais referenciadas pelo termo Antropoceno incitam respostas que refletem ... more Resumo: As crises ambientais referenciadas pelo termo Antropoceno incitam respostas que refletem diferentes entendimentos sobre a forma correta de se viver na Terra. Isso, seria de se esperar, deveria gerar uma proliferação de desentendimentos e uma expansão da política. No entanto, os chamados autores pós-políticos alertam que, em vez disso, a maneira como o Antropoceno foi trazido aos olhos do público implica um esvaziamento da política e uma negação da busca inerentemente conflituosa de diferentes visões sobre a maneira certa de se viver na Terra. Para fazer frente isso, eles propõem que a problemática do Antropoceno precisa ser deslocada para o terreno do "propriamente político". Neste artigo, exploro o que o "propriamente político" poderia significar no contexto do Antropoceno. Palavras-chave: ontologia; pós-política; Antropoceno; povos indígenas.

Research paper thumbnail of Remoções e derrubadas de monumentos como política dos incomuns

Mana

Resumo Nos últimos anos, assiste-se a uma onda de remoções e derrubadas de monumentos públicos, i... more Resumo Nos últimos anos, assiste-se a uma onda de remoções e derrubadas de monumentos públicos, intensificadas após as manifestações antirracistas de 2020, depois o assassinato de George Floyd, homem negro asfixiado por um policial branco, nos Estados Unidos. A partir dos atos que contestaram o monumentalismo na Inglaterra, nos Estados Unidos e no Chile, busca-se refletir neste artigo sobre a forma com que tais eventos desestabilizam a concepção predominante da existência de um comum no espaço e no tempo. Propõe-se como exercício imaginar o surgimento dos possíveis incomuns da história através de casos que, neste ensaio, serão apresentados enquanto uma especulação ontológica. Serão abordadas as dissonâncias em torno dos debates que se seguiram aos atos de contestação das representações monumentais mostrando que, embora eles tenham ocorrido no mesmo recorte temporal e em lugares distintos, persiste a impossibilidade de traçar uma linha de similitudes que enquadre cada um destes casos...

Research paper thumbnail of Sobre o Antropoceno propriamente político, ou sobre a disposição propriamente política para o Antropoceno 1 On the properly political (disposition for the) Anthropocene

Wamon, 2022

Resumo: As crises ambientais referenciadas pelo termo Antropoceno incitam respostas que refletem ... more Resumo: As crises ambientais referenciadas pelo termo Antropoceno incitam respostas que refletem diferentes entendimentos sobre a forma correta de se viver na Terra. Isso, seria de se esperar, deveria gerar uma proliferação de desentendimentos e uma expansão da política. No entanto, os chamados autores pós-políticos alertam que, em vez disso, a maneira como o Antropoceno foi trazido aos olhos do público implica um esvaziamento da política e uma negação da busca inerentemente conflituosa de diferentes visões sobre a maneira certa de se viver na Terra. Para fazer frente isso, eles propõem que a problemática do Antropoceno precisa ser deslocada para o terreno do "propriamente político". Neste artigo, exploro o que o "propriamente político" poderia significar no contexto do Antropoceno. Palavras-chave: ontologia; pós-política; Antropoceno; povos indígenas.

Research paper thumbnail of Vidas em cativeiro: histórias do mogen mapuche e coleções em museu

Como agradecer o caminho dos sonhos que se estende sobre o tempo? Como conjurar a vida mesma que ... more Como agradecer o caminho dos sonhos que se estende sobre o tempo? Como conjurar a vida mesma que dá forma às experiências, ao texto e às condições para que ambos fossem possíveis? Pisco uma e outra vez, olhando longe. Penso sobre como começar a agradecer. Pela janela, uma São Paulo noturna, escura, e ainda assim, tão cheia de luzes, me devolve a imagem de um abraço. Começar com um abraço que já foi. Meu avô: foi ele quem me fez entender os desafios das minhas escolhas e a grandeza da tarefa. Também ele me mostrou a importância de não esquecer quem somos, de onde viemos, e a batalha de muitos para que o hoje fosse possível. Como me disse Tranca Rua, "você não sabe quem você é, mas eu sei de onde você vem." Então, começo esses agradecimentos invocando o carinho e o caminho paciente daquele que foi meu maior incentivador, Seu Gustavo da Costa, para que meu pensamento se expanda pelo mundo e o encontre, onde estiver, com os braços abertos, reconhecendo nele, em seu trabalho e respiro, o começo do que aqui vamos terminando. Obrigado, vô. Esta tese é o resultado da generosidade de muitos e do trânsito por muitos lugares. Agradeço, com muita admiração e afeto, o acompanhamento e a amizade da Vanessa Lea e do Pedro Cesarino, que foram meus faróis ao longo desses anos todos, sempre dispostos a me escutar e a me alentar apesar das minhas próprias implicâncias e ansiedades. Sem eles, este texto não teria sido concluído. Agradeço também a entrega daqueles que dedicaram seu tempo e sua energia para nos ensinar, a mim e a outras colegas, a linda tarefa de pensar com a antropologia, especialmente a Marina Vanzolini, o Antonio Guerreiro, o Renato Sztutman, a Nicole Soares Pinto, a Joana Cabral de Oliveira e a Marta Amoroso. Agradeço às minhas amigas queridas por todo o diálogo que sustentou minha criatividade e minha vontade de continuar trabalhando mesmo durante os duros anos em que o Covid-19 nos separou.

Research paper thumbnail of Siuatamatik, or to be like woman : affection, gender and sexuality in the production of the kuilot body

Orientador: Vanessa Rosemary LeaDissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Insti... more Orientador: Vanessa Rosemary LeaDissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciências HumanasResumo: Esta pesquisa visa explorar, no mundo nahua, os fenômenos em torno da constituição de uma pessoa kuilot, um não homem formado pela recusa da masculinidade e que às vezes pode aparecer como mulher, atentando para a forma em que ela aparece no interior do sistema nativo de sexo/gênero e observando uma determinada economia de afetos e de desejos que aproxima e separa pessoas ao mesmo tempo que engendra englobamentos cujo idioma central é o amor. Neste processo, trataremos das relações entre cosmovisão, afetividade, conhecimento, sexualidade, violência sexual e produção de parentesco na constituição do corpo e da pessoa kuilot. Enfoca tratar do modo em que este, alguém que parece mulher (siautamatik), é tratado ordinariamente como um tipo diferente de homem ou uma mulher metafórica, mas que no ato sexual é equiparado à mulher, sendo considerado com...

Research paper thumbnail of Siuatamatik, ou ser como mulher

Research paper thumbnail of O Fenômeno Colonial Entre a Bruxaria e a Teoria Crítica. Pensar Alianças a Partir Do Xamanismo Mapuche

Espaço Ameríndio, 2019

A intencao deste artigo e produzir um contraste comparativo entre dois conjuntos de teorias em to... more A intencao deste artigo e produzir um contraste comparativo entre dois conjuntos de teorias em torno daquilo que se conhece como o fenomeno colonial: o “pensamento critico”, por um lado, e a “teoria Mapuche”, por outro. Desta comparacao, evidenciaremos uma serie de pressupostos que as animam, assemelhando-as e diferenciando-as em diferentes termos. A partir dai argumentaremos a necessidade de que a teoria critica abra espaco em seu lexico de mundo para as teorias daqueles que consideram ser “povos colonizados” ou “subalternos”, a depender dos autores. Tal abertura corresponderia a possibilidade de constituir aliancas contra o colonialismo, um fenomeno reconhecidamente multifacetado. Para isso, nos valeremos de uma discussao etnografica sobre as nocoes Mapuche de saude e doenca, entre outras coisas.

Research paper thumbnail of Ensaio Sobre a zarza

Revista Ñanduty

Acompanhando algumas reflexões feitas por colaboradores mapuche, este texto interroga o modo de s... more Acompanhando algumas reflexões feitas por colaboradores mapuche, este texto interroga o modo de ser da zarza (amoreira, Rubus ulmifolius), uma planta exógena ao território mapuche hoje catalogada como “praga agrícola”. Neste contexto, interessa pensar através da zarza e com ela o modo em que a colonialidade e o regime de produção por monoculturas, em especial as florestas industriais de madeireiras que se alastram pelo sul do Chile, podem ser informados por uma economia das perspectivas, elaborada a partir de conceitos-chave da metafísica mapuche. Para que tal exercício se faça possível, contrastes serão produzidos entre constituições pessoais e ecológicas no que diz respeito às formas winka (não mapuche) e mapu-che (pessoa da terra). Por fim, se explorará a condição de pessoa de tudo o que existe e de que modo esta condição informa sobre o ser da zarza.

Research paper thumbnail of Entre telescopios y milpas construimos resistencia. Horizontes metodológicos en diálogo con niños y niñas nahuas de la Sierra de Puebla

From a reflection on the epistemological turnpoints in the Latin-American childhood studies, espe... more From a reflection on the epistemological turnpoints in the Latin-American childhood studies, especially after the wake of co-work and horizontality paradigms on social research, we propose raising research/intervention devices to seek to inter-learn from the dialogue with children, placing the stories they build on what have been lived and inherited as the axis to enter their childhoods worlds of life, as they give evidence of the ways their subjectivity is constructed; the elaborations of their experiences that allow them to assert themselves as subjects. In particular, we are interested in children within social movements of resistance, reason why we present the encounter with organized Nahua children in a school and communal context determined by the resistant praxis of Tosepan Titataniske cooperative, located in Sierra Norte de Puebla.

Research paper thumbnail of Spivak, pós-colonialismo e antropologia: pensar o pensamento e o colonialismo-em-branco dos nossos conceitos

Revista de Antropologia, 2021

Partindo de uma leitura reversa do texto “Pode o subalterno falar?”, este ensaio busca recuperar ... more Partindo de uma leitura reversa do texto “Pode o subalterno falar?”, este ensaio busca recuperar e torcer os argumentos de Spivak para encontrar os fundamentos de um pensamento pós-colonial como medida de precaução e como treino imaginativo. A intenção é apresentar a necessidade de pensar o pensamento, o lugar em que, seguindo a Derrida, Spivak argumenta localizar-se o colonialismo-em-branco do pensamento europeu. Por fim, aproximaremos o problema de Spivak com as intenções do ontologismo antropológico, mostrando de que forma uma exploração ontológica na Antropologia depende de uma crítica epistemológica. Pretendemos, com isso, recolocar a vigência da teoria pós-colonial de Spivak para a antropologia, atualizando seus termos e seguindo seus argumentos.

Research paper thumbnail of Os murais zapatistas e a estética tzotzil: >i<pessoa, política e território em Polhó, México>/i<

São muitas as pessoas que contribuíram para a confecção deste pesquisa e que merecem ser agradeci... more São muitas as pessoas que contribuíram para a confecção deste pesquisa e que merecem ser agradecidas. Como em todo processo de formação de pessoas, este é o produto de uma variedade enorme de relações e lugares. Produziu-se em família, entre amigos, com companheiros de Universidade, com pares antropólogos e historiadores. Transitou do sudeste mexicano para a capital do país e de lá, para o Brasil, onde foi nutrido por muitos. Sentou à mesa do bar, do Congresso, da sala de aula, da casa dos meus orientadores e, principalmente, à minha própria escrivaninha. Esta pesquisa me acompanhou e me inquietou por anos, e segue inquietando. Em determinado ponto, ela ganhou vida própria e me arrastou por aí. Agradeço a Profa. Maria Helena Capelato e ao Prof. Pedro Cesarino por me puxarem de volta, em vários momentos, para o meu caminho autônomo. Sempre precisos, seus comentários e incentivos foram fundamentais para o que aqui se coloca. À Profa. Maria Helena Capelato, minha orientadora, agradeço ter embarcado comigo neste caminho pouco convencional de transtornar ideias. Espero que esse esforço tenha sido igualmente proveitoso para ambos. Ao Prof. Pedro Cesarino agradeço ter aceitado a me coorientar. Agradeço também por incentivar o aprofundamento e a complexificação dos meus argumentos. Agradeço a Erick Vidal, a Morgane Avery, a Flávio Bassi, a Thiago Benucci e a Pedro Cesarino pelas nossas sessões de compartilhamento de ideias e pela leitura, sempre acirrada, dos caminhos do americanismo. Ao pessoal do Centro de Estudos Mesoamericanos e Andinos da USP e ao Prof. Eduardo Natalino, agradeço a recepção sempre calorosa de minhas ideias e pela retroalimentação preciosa de muitas ideias mais. Às Profas. Fabíola Silva, Marcia Arcuri, Ana Díaz e Carmen Aranha, bem como aos Profs. Manuel Hermann e Roberto Martínez, agradeço pelos cursos dados. À Profa. Marina Vanzolini gostaria de agradecer não só pelo curso dado, mas por me apresentar a um pensamento a contra mão e a um mundo wagneriano de invenções, fluxos e complicações. Agradeço também pelo acompanhamento ao longo de todo o ano de 2017, como professora e como supervisora de estágio. Obrigado. Agradeço também ao Centro de Estudos Ameríndios da USP e à sua coordenadora, a querida Profa. Marta Amoroso, pelos eventos, encontros e espaços de diálogo sempre tão instigantes. Ao Prof. Renato Sztutman, quero agradecer por compartilhar seu vasto conhecimento etnológico, pela abertura e pela capacidade de diálogo. Agradeço também pelos comentários valiosíssimos no exame de qualificação e por ter aceito participar da banca de defesa. Ao Prof. Renato e ao seus orientandos, especialmente a Paola Gibran e a Marina Ghirotto, devo agradecer, ainda, pelas sessões de (des)orientação no CEstA. À Profa. Cristina Freire agradeço também os importantes comentários na qualificação e a participação na banca de defesa. No entanto, agradeço especialmente por ter acreditado no meu potencial como pesquisador desde um primeiro momento, e por me incentivar e aconselhar ao longo do caminho. Ao Prof. Salvador Schavelzon, agradeço ter aceitado compor a banca do exame de defesa. Agradeço à Universidade de São Paulo e ao Programa de Pós-Graduação Interunidades em Estética e História da Arte, ao seu corpo docente, discente e funcionários, em especial a Joana Figueiredo por toda a assistência. À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), agradeço pelo financiamento que possibilitou o desenvolvimento da pesquisa. Agradeço aos meus amigos, tão fundamentais nas reviravoltas que uma pesquisa e a vida acadêmica implicam. Tanto aqueles que trago de uma vida toda, Matheus, Salete, Adriana e Luis, quanto os que chegaram mais recentemente. Em especial, quero agradecer aos companheiros do PPGAS/USP, entre os quais encontrei amigos e parceiros para seguir produzindo e pensando de forma mais complexa. Quero dedicar um agradecimento especial a Alejandra Jáuregui por ter compartilhado comigo grande parte das aventuras que sustentam esta dissertação. Por ter me iluminado, me abraçado e me questionado a todo passo dado. Pela visita ao Brasil e pelo verão carioca que aproveitamos juntos. Como sempre, nossa parceria e amizade continua sendo o fundamento do meu sentipensar antropológico. Agradeço também à minha família de amigos, nascidos do nosso encontro mexicano: Sofía Marcía, Vanessa Sosa, Pablo Ramírez, Elizabeth Medina. Àqueles que foram meus orientadores, Profa. Sonia Comboni e Prof. Pierre Beaucage, agradeço por terem marcado uma forma de colocar perguntas e de atuar em busca das respostas que já é uma parte de mim. Aos meus amigos da UAM agradeço, saudoso, pela mesma razão. Ao meu querido Braian Fernández, sou grato por ter me acompanhado aos Caracóis, a Polhó e por ter me mostrado todas as cores vibrantes de mi México lindo y querido. Aos meus companheiros nahuas da Cooperativa Indígena Tosepan Titataniske, minha escola de autonomia, o mais precioso dos agradecimentos. Agradeço a todos e a todas as zapatistas pela riqueza, beleza e potência da convivência e do aprendizado. Pela autonomia que habita em vocês e pela força de engendrar um mundo onde cabem muitos mundos, obrigado. Obrigado ao verde e ao cinza, ao vermelho e ao azul, e todas as formas em que San Pedro Polhó se faz saltar aos olhos. Nos Altos de Chiapas, sob o frio e o silêncio noturno, encontrei algum sentido de pertença. Por isso mesmo, agradeço a Catalina, Maria, Antonio, Pedro, Carlos e Pepe, a família com quem residi e com os quais me fiz zapatista. Kolabal. De alguma forma, espero que a nossa convivência e os frutos que dela emergem sejam um grão de areia no mundo repleto de justeza que vocês me mostraram. Meu coração está com vocês. Agradeço à minha família. Ao meu irmão Felipe Maciel e às minhas tias Romilda de Sousa, Maria Widmann e Selma da Costa, um agradecimento especial. À minha mãe, Eliana da Costa, agradeço por um amor que continua a iluminar o mundo e pelas recordações repletas de alegria, amizade e partilha. Ao meu avô, Gustavo da Costa, agradeço por ter sido o meu maior incentivo, meu amigo, pai, mãe e professor. Pelo amor, pelos conselhos e pelas muitas horas de histórias à mesa do café, obrigado. Terminar essa etapa sem o seu abraço é talvez o meu único pesar. Por fim, agradeço à doce e poderosa voz de Mercedes Sosa, que me acompanhou incansavelmente ao longo dos anos, guiando meu pensamento com amor, com delicadeza e com crítica feroz, mas sobretudo com uma profunda admiração pela América Latina, pura raíz de un grito destinado a crecer y a estallar. A todos os colaboradores, amigos e companheiros que me apoiaram e me acompanharam neste processo, muito obrigado. Pelos seus vinte quatro anos de rebelião, viva a luta dos índios zapatistas!-Don Juan para Castañeda (CASTAÑEDA, 2013, p. 144, ênfase minha) RESUMO Esta dissertação é um estudo etnográfico sobre a arte mural zapatista. Os murais com os quais trabalhamos se encontram pintados nas paredes dos edifícios públicos que abrigam as atividades organizativas do movimento. À pesquisa interessa perseguir uma filosofia do aparecimento entre os índios tzotziles de San Pedro Polhó. Nela, nos questionamos pelo estatuto da arte mural difundida pelos territórios autônomos buscando nos encontrar com a sua eficácia estética a partir de uma criatividade nativa, sob o olhar dos sanpedrinos. A pergunta central que a organiza é "o que faz um mural zapatista?". Atentaremos, para isso, para o modo em que os tzotziles de San Pedro o entendem. Argumentamos que a arte mural é vista como uma técnica de variação ontológica e de produção da unidade virtual do movimento zapatista, indicando um acoplamento entre pessoas e a possibilidade da conjunção, o que permite que o zapatismo seja entendido como uma comunidade estendida. Neste contexto, o mural faz aparecer a condição zapatista, resultando e ativando relações ao torná-las visíveis. O território autônomo se configura, então, como uma rede de lugares, pontos em que os zapatistas emergem e podem encontra-se com outros zapatistas a partir de uma filosofia da assemelhação.

Research paper thumbnail of DE LA CADENA, Marisol; BLASER, Mario (ed.). 2018. A world of many worlds. Durham: Duke University Press. 224 pp

Research paper thumbnail of Infancia y de/ colonialidad: autorías y demandas infantiles comosubversiones epistémicas

Educação em Foco, 2016

La emergencia de las luchas étnicas latinoamericanas ha marcado una serie de transformaciones en ... more La emergencia de las luchas étnicas latinoamericanas ha marcado una serie de transformaciones en la región en el paso en que piensan alternativas a las múltiples dominaciones. El impacto sobre la teoría social ha llevadoa modos distintos de producir conocimiento, desencadenando el giro de/colonial: la lectura crítica de las propuestas post-coloniales. Partiendo de este reconocimiento, los Estudios Culturales Latinoamericanos y la pedagogía intercultural dan elementos importantes para llegar a formas de/ coloniales de encontrarse con las infancias. El giro de/ colonial en los Estudios de las Infancias implicaría la producción de relatos des/colonizadores marcados pela autoría infantil y el asum

Research paper thumbnail of Quê e O Como Aprender

R@u. Revista de antropologia social dos alunos do PPGAS-UFSCar, Jun 1, 2019

Este artigo visa reunir aspectos teórico-etnográficos que contribuam para as discussões acerca do... more Este artigo visa reunir aspectos teórico-etnográficos que contribuam para as discussões acerca dos processos tradicionais indígenas de aprendizado, lançando o olhar sobre o protagonismo das crianças. Para discutir a formação da criança kalapalo do Território Indígena do Xingu, no estado do Mato Grosso, tratamos das relações entre as diferentes categorias de conhecimento, "tradicionais" e kagaiha ("de branco"), mobilizadas na aldeia e em seus entornos, e o processo mais amplo de fabricação do corpo e da Pessoa. Para isso, nos inserimos e privilegiamos as discussões e usos de diferentes categorias de conhecimento que são acionadas pelos professores da Escola Estadual Indígena Central Aiha, pais e crianças da aldeia kalapalo Aiha.

Research paper thumbnail of “Osiba Kangamuke - Vamos lá, Criançada!” o audiovisual e o etnográfico em colaboração

In this article we discuss the possibilities, reach and limits of audiovisual resources as a meth... more In this article we discuss the possibilities, reach and limits of audiovisual resources as a methodology for ethnographic research with children. Therefore, we present the process of images capture’s activities with the children of the village of Aiha, of the Kalapalo people, speakers of a karib language and part of the regional system of the Upper Xingu, in the Brazilian state of Mato Grosso, and which resulted in the composition of the ethnographic film “Osiba Kangamuke Vamos lá, criançada!” (2016). Then, we analyze the relations that the children establish with the camera, discussing the action of both in the realization of a film that intends to present in an audiovisual way who are the Kalapalo children. For this, we start from their image producing choices, as well as from the discussion of the aesthetic and political phenomenon of making oneself visible to the other.

Research paper thumbnail of Crônicas de caça e criação

Maloca: Revista de Estudos Indígenas

A publicação de Crônicas de caça e criação, de autoria de Uirá Garcia, deve ser celebrada. O livr... more A publicação de Crônicas de caça e criação, de autoria de Uirá Garcia, deve ser celebrada. O livro é o resultado da trajetória de pesquisa e reflexão do autor com os Guajá por cerca de quinze anos. Além de ser um texto bem escrito, detalhado e bastante denso, a etnografia cobre uma série de temas hoje centrais ao pensamento etnológico. GARCIA, Uirá. Crônicas de caça e criação. São Paulo: Editora Hedra; Fapesp, 2018.

Research paper thumbnail of Mundo de formas

Maloca: Revista de Estudos Indígenas

Apresentação do dossiê “A estética e os ameríndios, ou Strathern nas Américas”.