Filosofia da Religião Research Papers (original) (raw)
RESUMO O presente artigo busca refletir sobre a proposta de Gianni Vattimo para o Cristianismo contemporâneo, apontando o processo de desconstrução das estruturas fortes da Metafísica no Ocidente. Analisaremos, portanto, a possibilidade... more
RESUMO O presente artigo busca refletir sobre a proposta de Gianni Vattimo para o Cristianismo contemporâneo, apontando o processo de desconstrução das estruturas fortes da Metafísica no Ocidente. Analisaremos, portanto, a possibilidade de uma nova interpretação da Fé Cristã, na chamada pós-modernidade, através de uma espiritualidade que se configura entre e além de concepções religiosas. Por fim, apontaremos a proposta vattimiana da caridade (caritas) como um eixo norteador para o futuro do cristianismo no Ocidente. Palavras-chave: Cristianismo, Pós-modernidade, Filosofia da Religião. INTRODUÇÃO "Nem toda metafísica é violenta, mas toda violência é metafísica" Gianni Vattimo Um dos grandes e principais desafios do cristianismo no mundo contemporâneo é saber como lidar e dialogar com a multiplicidade de culturas, crenças e até mesmo de descrença, sem cair numa visão extremista e, por vezes, violenta. Entendemos que essa visão distorcida e violenta da religião cristã na contemporaneidade está na convicção equivocada de algumas Igrejas cristãs, assim como de uma parcela do clero e de alguns pastores, ao excluir todas (os) que pensam e agem de maneira diferente da suposta verdade apresentada por essas igrejas. Através de tamanha inquietação, a nossa proposta com o trabalho aqui apresentado é de anunciar uma nova forma de interpretação cristã para o mundo contemporâneo. Apresentaremos a instigante reflexão do filósofo italiano Gianni
Resumo: Este artigo defende a tese de que a passagem da metafísica dogmática à transcendental pela Crítica da razão pura de Kant, paralela à necessidade de delinear os contornos dos limites epistêmicos do sujeito cognoscente, faz que a... more
Resumo: Este artigo defende a tese de que a passagem da metafísica dogmática à transcendental pela Crítica da razão pura de Kant, paralela à necessidade de delinear os contornos dos limites epistêmicos do sujeito cognoscente, faz que a própria filosofia transcendental possa ser compreendida como certa metafísica pós-metafísica. Esta mudança metodológica é o que permite a Kant tematizar a ideia de Deus como uma máxima lógica exigida pela constituição interna da subjetividade transcendental; o argumento não é suficiente para garantir seja uma prova da existência de Deus, seja do contrário, mas certamente estabelece esta ideia da razão como condição metafísica ineliminável de todo o conhecimento possível. Palavras-chave: Metafísica; Deus; Kant.
O objetivo deste artigo, que se insere no âmbito da filosofia da religião, é tratar o problema lógico do mal e mais concretamente a teoria da defesa do livre-arbítrio de Alvin Plantinga. Quero examinar se esta é uma teoria plausível e se... more
O objetivo deste artigo, que se insere no âmbito da filosofia da religião, é tratar o problema lógico do mal e mais concretamente a teoria da defesa do livre-arbítrio de Alvin Plantinga. Quero examinar se esta é uma teoria plausível e se resiste a algumas objeções. Pretendo defender que esta teoria parece resistir a certas objeções.
Este artigo objetiva refletir sobre a relação entre a intolerância religiosa e a crença, enquanto ato de crer, a partir da hermenêutica trágica. Como entender as violências cometidas em nomes divinos na contemporaneidade? Baseado em... more
Este artigo objetiva refletir sobre a relação entre a intolerância religiosa e a crença, enquanto ato de crer, a partir da hermenêutica trágica. Como entender as violências cometidas em nomes divinos na contemporaneidade? Baseado em metodologia qualitativa, com análise crítica, o texto questiona os sequestros semânticos que tornaram a ideia de crença e de crer como possuidoras de uma natureza intrinsecamente positiva e iluminista. Em outras palavras, o presente texto propõe que a crença e o ato de crer, ao contrário, do que se pensa, possuem uma tendência a denegar a realidade subjetiva e objetiva, substituindo-as por uma concepção idealizada do real. O antídoto contra a intolerância, na perspectiva de uma hermenêutica trágica, é a dúvida e a não-crença, entendidas como escuta e simpatia pelas vozes da alteridade e da diferença religiosas.
Estamos acostumados a enxergar as religiões como entidades distintas entre si. Somos ensinados a ver mais diferenças do que semelhanças entre elas. E, em especial, aprendemos a considerar a nossa religião (ou a que pertence à nossa... more
Estamos acostumados a enxergar as religiões como entidades distintas entre si. Somos ensinados a ver mais diferenças do que semelhanças entre elas. E, em especial, aprendemos a considerar a nossa religião (ou a que pertence à nossa cultura) como a certa, a verdadeira, e todas as demais como simples fantasias, se não falsidades. Entretanto, quando nos dispomos a estudar as diversas religiões mundiais sem preconceito e com uma abordagem ao mesmo tempo científica e compassiva, fica evidente que elas têm muito mais em comum do que se suspeita. Na verdade, elas aparecem como variações de um mesmo tema universal. Todas as religiões reveladas se apoiam em cinco pilares bem evidentes: 1) o Criador, 2) Sua Criação, 3) o Amor do Criador por Suas Criaturas, 4) a Revelação do Criador às Criaturas e 5) Seus ensinamentos para que elas tenham a salvação. A Revelação de Deus é sempre atribuída a um Intermediário, um Messias, um Profeta, um Avatar, um Manifestante de Deus. Os nomes de alguns d'Eles foram preservados pela História: Krishna (Hinduísmo), Moisés (Judaísmo), Zoroastro 1 (Zoroastrismo), Buda (Budismo), Jesus Cristo (Cristianismo), Muhammad 2 (Islamismo), o Báb (Fé Bábí) e Bahá'u'lláh (Fé Bahá'í), mas muitos foram esquecidos na milenar revolução das eras. Em geral, os seguidores dos Fundadores de cada uma das religiões colocam o seu Profeta acima de todos os demais. Isto é um triste engano, que conduz ao preconceito e ao fanatismo. Todos os Profetas afirmaram ser enviados do mesmo e único Deus, para iluminar a humanidade com Suas palavras em cada era. São como professores distintos na mesma escola divina. No cristianismo, encontramos algumas pessoas que se recusam a aceitar que Jesus tenha sido um Profeta. Elas O colocam acima dos demais Manifestantes de Deus e afirmam que a qualificação de "Profeta" não faz jus a Cristo. Entretanto, quem se recusa a aceitar Jesus como um Profeta está negando a própria Bíblia. Senão, vejamos: no Antigo Testamento, quando Moisés profetiza a vinda de Cristo, está escrito: O Senhor teu Deus te despertará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, como eu (Moisés); a ele ouvireis. Deuteronômio, 18:15. 3 No Novo Testamento, São Lucas, no Livro de Atos, confirma que esta profecia se refere a Cristo: [...] Jesus Cristo, que já dantes vos foi pregado. [...] Porque Moisés disse: O Senhor vosso Deus levantará dentre vossos irmãos um profeta semelhante a mim; a ele ouvireis em tudo 1 Ou Zaratustra. Zoroastro é a transliteração do nome através do nome persa para o latim, já Zaratustra provém da forma do nome em grego. 2 Grafamos o nome como Muhammad, e não Maomé, por respeito aos muçulmanos, que desgostam da forma aportuguesada. 3 Todas as ênfases nas citações são minhas.
En este artículo se examina el papel de la enseñanza de la filosofía de la educación en la formación inicial docente, tomando como punto de partida la tensión que es posible notar entre, por un lado, el discurso de la mayoría de las... more
En este artículo se examina el papel de la enseñanza de la filosofía de la educación en la formación inicial docente, tomando como punto de partida la tensión que es posible notar entre, por un lado, el discurso de la mayoría de las facultades encargadas de preparar profesores, que rescatan la necesidad de formar docentes críticos y reflexivos, y, por otro lado, la praxis de la formación docente que parece tener un acento marcadamente técnico. Ante este escenario, se argumenta para mostrar (1) que la filosofía de la educación sí resulta atingente en el contexto de la formación inicial docente, (2) que lejos de desempeñar una función meramente complementaria en dicha formación, ésta debe cumplir un papel fundamental y, por tanto, articulador de los diversos saberes y competencias propios de un profesor, y (3) que de nada sirve defender el valor fundamental de la filosofía de la educación, si éste no es comprendido como tal por los futuros profesores, por lo que resulta vital pensar cuidadosamente los contenidos, metodologías y momentos adecuados para impartir esta materia.
Ao consideramos o discurso cotidiano ou especializado uma forma de comunicação consciente e ordenada segundo a lógica linguística, precisamos considerar suas motivações e interesses, geralmente, submersos aos códigos de linguagem, embora... more
Ao consideramos o discurso cotidiano ou especializado uma forma de comunicação consciente e ordenada segundo a lógica linguística, precisamos considerar suas motivações e interesses, geralmente, submersos aos códigos de linguagem, embora ajam fortemente na constituição da mensagem discursiva. A "comunicação inconsciente" transportada pelo discurso pode informar muitas vezes mais do que a mensagem denotada das palavras.
Este breve artigo apresentar de que forma as releituras que Rubem Alves (1933-2014) faz das críticas à religião de Feuerbach (1804-1872), Marx (1818-1883) e Freud (1856-1939) contribuem para uma hermenêutica filosófica da religião. É... more
Este breve artigo apresentar de que forma as releituras que Rubem Alves (1933-2014) faz
das críticas à religião de Feuerbach (1804-1872), Marx (1818-1883) e Freud (1856-1939)
contribuem para uma hermenêutica filosófica da religião. É possível notar que Alves
incorpora aos seus escritos os pressupostos destes autores, entretanto, formula outras
conclusões. Desta forma, pode-se dizer que suas considerações a cerca do significado do
fenômeno religioso são de altíssima importância, principalmente frente à noção de que o
"desencantamento do mundo" e a "secularização" não condizem com as previsões da
superação da religião anunciados por tais críticos. Assim, a discussão e reinterpretação
de tais teorias fez-se possível em Alves, não de modo a revelar as "falsidades" presentes
em cada uma delas, antes salientando o que em cada uma parece condizer com sua leitura.
Apresenta-se, então, de qual forma a crítica se faz fértil para uma hermenêutica filosófica
da religião que vá para além do posicionamento apriorístico moderno, perpassando uma
espécie de hermenêutica funcionalista e chegando, enfim, a uma tradição que seja justa
com o fenômeno e suas possíveis compreensões. No limite, as contribuições de Rubem
Alves para esta hermenêutica não se justificam apenas no ato filosófico de interpretar uma
das esferas sociais mais complexas da atualidade - que acaba por perpassar diversos
outros estudos. Justificam-se também pela instrumentalidade na ação de transformar o
mundo interpretado.
Caderno de Filosofia da Religião, para uso didático com o 11º ano de escolaridade, de acordo com as Aprendizagens Essenciais. Autoria conjunta com o grupo de Filosofia 2019/2020 da Escola Secundária de Alcochete. Conteúdos: introdução à... more
Caderno de Filosofia da Religião, para uso didático com o 11º ano de escolaridade, de acordo com as Aprendizagens Essenciais. Autoria conjunta com o grupo de Filosofia 2019/2020 da Escola Secundária de Alcochete. Conteúdos: introdução à Filosofia da Religião; o Deus do teísmo; argumento ontológico; argumento cosmológico; argumento teleológico ou do desígnio; objeções aos argumentos; o problema do mal e a Teodiceia de Leibniz; a aposta de Pascal e a crítica à religião de Marx.
INTRODUÇÃO A idéia básica nesta doutrina é que o Espírito Santo influenciou os autores bíblicos, de tal modo que seus escritos, quando interpretados pelo mesmo Espírito que os inspirou, possam levar o leitor deles à salvação em Cristo. 1... more
INTRODUÇÃO A idéia básica nesta doutrina é que o Espírito Santo influenciou os autores bíblicos, de tal modo que seus escritos, quando interpretados pelo mesmo Espírito que os inspirou, possam levar o leitor deles à salvação em Cristo. 1 A noção de que os escritos incluídos no cânone da igreja cristã são inspirados se tornou uma questão fundamental na teologia na época depois Reforma, quando os teólogos protestantes escolásticos, que rejeitaram a autoridade normativa concedida à tradição eclesiástica pelos católicos romanos, tiveram que defender seu uso quase exclusivo da Bíblia como a fonte da teologia. Desde então, as numerosas teorias de inspiração representam tentativas de justificar a confiança que os protestantes colocam na Bíblia como a base de suas convicções religiosas. É importante notar que um dado teólogo pode: (1) se ocupar mais com a procura dos mecanismos psicológicos pelos quais o Espírito teria influído nas mentes dos autores ou (2) se ocupar mais com o que os próprios escritos bíblicos sugerem sobre sua inspiração e quais os efeitos ou resultados que o uso das Escrituras tem tido na vida da igreja e dos indivíduos que procuram Deus nelas. No primeiro procedimento, há um certo perigo, pois na tentativa de garantir a autenticidade da Bíblia, o teólogo tenta racionalmente determinar exatamente como Deus deve ter agido para assegurar Sua revelação. Neste raciocínio dedutivo, é o próprio teólogo que define detalhadamente como o Espírito teria que agir na alma de um autor, para que seu escrito pudesse ser considerado inspirado e digno de nossa confiança. Em seguida, é afirmada que todos os autores da Bíblia e seus escritos foram inspirados assim e, consequentemente, todos são dignos de nossa confiança absoluta. Na segunda opção acima, o teólogo emprega um método mais indutivo, procurando analisar profundamente as diversas caraterísticas dos livros bíblicos, inclusive suas afirmações sobre o envolvimento do Espírito na sua redação. Com certeza, aqui o teólogo também usa sua razão, mas ao empregar o método indutivo, sua mente fica mais aberta diante do texto, mais atenta aos seus pormenores e mais submisso à diversidade rica dentro dos textos. Assim, o intérprete chega à conclusão de que as faculdades humanas foram plenamente ativas na redação destes escritos. Portanto, "A verdade descortinada foi moldada nas formas exigidas pela personalidade, treinamento e circunstâncias do órgão humano da revelação." 2 Além disso, este tipo de teólogo trata do assunto mais pragmaticamente, destacando que o importante na questão de inspiração é o efeito que a leitura do texto tem na vida do indivíduo e da comunidade. A prova definitiva da presença do Espírito na redação se encontra nas consequências que o estudo do texto produz posteriormente nas vidas de seus leitores. Portanto, o misterioso e inalcansável "mecanismo psicológico" é colocado de lado e, A Inspiração das Escrituras 1 1 Esta definição da inspiração é uma forma abrevidada da definação proporcionada pelo batista A. H. Strong,
Hermenêutica é a ciência filosófica da interpretação. Ao longo dos séculos vários autores nos brindam com suas teorias sobre ela. Várias vertentes interpretativas surgiram e a proposta desse artigo é de exprimir mais uma. A exunêutica é a... more
Hermenêutica é a ciência filosófica da interpretação. Ao longo dos séculos vários autores nos brindam com suas teorias sobre ela. Várias vertentes interpretativas surgiram e a proposta desse artigo é de exprimir mais uma. A exunêutica é a forma afro-religiosa de interpretar o mundo e pretendemos, sem por fim ao assunto, demostrar seus fundamentos. Para tanto se fez necessário passarmos pelo estudo de religiões comparadas entre as divindades mensageiras grega e iorubá; os princípios da afrocentricidade; e os fundamentos da teologia das religiões de matriz africana. Com, enfim, pensarmos numa hermenêutica que privilegie a visão de mundo afro-religiosa.
RESUMO: A segunda metade do século XX foi marcada por uma grande revolução relacionada ao ressurgimento do Teísmo na filosofia anglo-americana. Esse ressurgimento foi marcado pelo enfra-quecimento dos movimentos que justificavam a "morte... more
Este texto é uma tradução, diretamente da língua alemã, do diálogo de HÖSLE, V. “Strabonia. Ein Gespräch über Religion”. In: HÖSLE, V. Gott als Vernunft. Stuttgart: J. B. Metzler, 2021, 295-314. Segundo o autor, o título do diálogo e nome... more
Este texto é uma tradução, diretamente da língua alemã, do diálogo de HÖSLE, V. “Strabonia. Ein Gespräch über Religion”. In: HÖSLE, V. Gott als Vernunft. Stuttgart: J. B. Metzler, 2021, 295-314. Segundo o autor, o título do diálogo e nome da personagem professora de Ciências da religião recorda o geógrafo e etnógrafo grego Estrabão (ca. 62 AC – ca. 24 DC), e também alude ao vesgo, que não consegue ver com clareza.
Este texto é uma forma de uma autorecensão da obra, originalmente em inglês: HÖSLE, V. God as Reason. Essays in Philosophical Theology. Notre Dame: University of Notre Dame Press, 2013 (Daqui em diante, GaR). A tradução brasileira está no prelo, com previsão de lançamento em novembro de 2021: HÖSLE, V. Deus enquanto razão. Ensaios sobre teologia filosófica. Trad. G. Assumpção. São Paulo: Edições Loyola, 2022(no prelo). A tradução alemã da obra conta com dois textos inéditos: o
presente diálogo (“Strabonia”) e “Da teoria da Trindade de Agostinho à de Hegel”, presente em inglês em Hösle, V. (2020). From Augustine’s to Hegel’s theory of Trinity, Neue Zeitschrift für systematische Theologie und Religionsphilosophie: NZSth, 62 (4): 441-465. DOI: https://doi.org/10.1515/nzsth2020-0023. Foi publicado em português em: SOUZA, D. G. de; OLIVEIRA, N. de; TAUCHEN, J. (Orgs.). Ética, Libertação e Direitos Humanos: Festschrift for Manfredo Araújo de Oliveira. Porto Alegre, RS: Editora Fundação Fênix, 2021, p. 261-287.
Resumo: Em sua obra principal, A Essência do Cristianismo, Feuerbach mostra que o Cristianismo coloca no seu cume um deus pessoal, ilimitado, que cria através do " puro pensar " e do " querer " a natureza e o homem. Já em A Essência da... more
Resumo: Em sua obra principal, A Essência do Cristianismo, Feuerbach mostra que o Cristianismo coloca no seu cume um deus pessoal, ilimitado, que cria através do " puro pensar " e do " querer " a natureza e o homem. Já em A Essência da Religião e nos Complementos e Esclarecimentos para a Essência da Religião, Feuerbach analisa a religião natural, na qual deus é um ser físico, idêntico à natureza. Assim como a religião cristã transformou a essência humana em deus, do mesmo modo a religião natural fez da natureza um deus. Mas, para Feuerbach, o deus cristão não é um ser não-humano, mas o próprio homem adorado como divino, assim também o deus físico da religião natural não é deus, mas a própria natureza divinizada. Frente a tais religiões, Feuerbach quer resgatar tanto o homem como a natureza e estabelecer entre eles uma nova relação: o homem não apenas como um ser espiritual, mas também de necessidade, finito, sensível, que depende da natureza, e esta última não como obra de deus, nem do homem, mas como instância originária, como causa dela mesma, e que sem ela, o homem é nada, não pode ser. Homem e natureza se completam: o homem deve sua existência, seu nascimento e preservação à natureza, mas esta é melhor preservada, desenvolvida e conhecida por meio do homem. Abstract: In his main work, The Essence of Christianity, Feuerbach shows that Christianity posts to its summit a personal limitless God who creates by means of " pure thinking " and " will " nature and man. On the other hand, in The Essence of Religion in Complements and Clarifications for the Essence of Religion, Feuerbach analyses natural religion in which God is a physical being not different from nature. In the same fashion that religion changed human essence in God, likewise natural religion changed nature into God. But, according to Feuerbach, the Christian God is not a non-human being, but man himself adored as divine, likewise the physical God of natural religion is not God but nature itself in a divine configuration. Faced by those religions, Feuerbach aims at rescuing not only man but also nature and establish between them a new relationship: man not only as a spiritual being but also created out of necessity who is finite, sensible, dependent on nature, while nature is not as a work of God, neither of man, but a original instance, having itself as cause, and man owes his existence, its birth and preservation to nature, but it is by means of man that nature is better preserved, developed and known.
The present paper has as purpose to discuss what is the possible place that the works of Dostoevsky, mainly the novel The idiot, occupies in the diagnostic gave by Nietzsche to the psychological type of the Redeemer, classified by him as... more
The present paper has as purpose to discuss what is the possible place that the works of Dostoevsky, mainly the novel The idiot, occupies in the diagnostic gave by Nietzsche to the psychological type of the Redeemer, classified by him as idiot. We sustain that in spite of the discussion about if Nietzsche had direct or indirect contact with the novel The idiot, it’s possible to establish an analysis of prince Myshkin as a clinical model of extremely importance, rather than any other of Dostoevsky’s character, to throughout evaluate the diagnostic of Jesus gave by Nietzsche.
Pierre Weil apresenta as principais hipóteses da Psicologia Transpessoal e as principais pesquisas.
A luta pela afirmação cristã deu-se em meio às diversas seitas hebréias, essênios, ortodoxos, fariseus, os violentos zelotes; os grandes apopologistas cristãos desenvolveram uma „cultura cristã‟ contra a „cultura pagã‟, e contra seu... more
A luta pela afirmação cristã deu-se em meio às diversas seitas hebréias,
essênios, ortodoxos, fariseus, os violentos zelotes; os grandes apopologistas cristãos desenvolveram uma „cultura cristã‟ contra a „cultura pagã‟, e contra seu maior inimigo intelectual, a gnose, sabedoria mística e filosófica, a única no século II capaz de fazer frente ao cristianismo. Com Orígenes é que o cristianismo torna-se um
universo cultural à parte do mundo antigo, ele é o primeiro teólogo eclesial. Tertuliano e os primeiros Padres da Igreja avivaram uma batalha imensa contra os defensores do paganismo, que, pelo seu caráter difamatório, angariou a repulsa dos mais importantes intelectuais da época, ficando as difamações com uma aureola de
erro, de calúnia. Esse foi o meio pelo qual o cristianismo, em meio às classes altas, se firmou: a verdade. O cristianismo provou contra seus inimigos sua verdade, primacialmente sua verdade histórica, comprovada pela documentação dos historiadores da época que o comentavam, dos filósofos que o defenderam, dos teólogos nos Concílios que depuraram as heresias precisamente com o fito de
estabelecer as verdades teologal e eclesial, a tradição, e pelas demonstrações inabaláveis de fé das primeiras comunidades – Johnson deixa isso claro em sua narrativa. A construção do cristianismo foi, antes de tudo, um processo jurídico, uma luta histórica e uma afirmação de que sua fé tinha sentido histórico e teológico. Assim, como diz Johnson, passaram os cristãos de mártires a inquisidores. A política
do Imperador Constantino e sua oficialização da religião foi um momento decisivo, porém o mais importante é o que Johnson nos revela: o soerguimento de uma grande religião pública, substitutiva dos cultos públicos romanos. Se os cristãos foram perseguidos pelo crime de não prestar homenagem aos deuses, eles erigiram uma “religião total”, soergueram a mais totalizante sociedade, onde tudo gravitava
em função dos dogmas e incentivos da fé: a sociedade cristã medieval. Nenhuma ordem social buscou tanto seguir uma temática de perfeição como a cristã medieval, consoante Johnson (2001, p.212). Desde a arte até a política, tudo era cristão, no modo de se entronizar um monarca pela coroação, na investidura feita pela Igreja das autoridades judicativas, dos pensamentos internos sobre sexo no âmbito de um
matrimônio, na proibição de se cobrar juros, em tudo estava a regra e a inspiração cristãs. A figura do monge asceta enclausurado, até então uma figura ímpar na história, é a própria imagem humana máxima ilustrativa do cristão: vida reclusa pela e para a religião.
O presente trabalho objetiva apresentar o conceito de fé dentro da relação existente entre Igreja e Estado do pensador Leon Tolstói (1828-1910) a partir do ensaio denominado “Igreja e Estado”, de 1891. Na obra, inacabada, Tolstói... more
O presente trabalho objetiva apresentar o conceito de fé dentro da relação existente entre Igreja e Estado do pensador Leon Tolstói (1828-1910) a partir do ensaio denominado “Igreja e Estado”, de 1891. Na obra, inacabada, Tolstói direciona sua crítica à relação Igreja e Estado buscando compreender seus entrelaçamentos através de um apanhado histórico e neotestamentário. Ou seja, utiliza a história como um modo de verificação da autenticidade da doutrina cristã a fim de assinalar as incoerências presentemente bastante intensificadas em tal relação. Compreende, portanto, que o modo de organização do Estado, ou melhor, do poder temporal, possui uma natureza violenta e que o conceito de Igreja foi manipulado para legitimar tal organização. Isso levava a inferir que a ordem governamental era sagrada e não poderia ser modificada. A questão que norteia Tolstói é: como conciliar a doutrina do Cristo com as exigências do poder temporal? Ele é enfático em afirmar que a santificação do poder do Estado pelo “cristianismo” é uma blasfêmia. Nesse sentido, o filósofo entende que tudo que o Evangelho exigia era apenas uma “vida cristã” embasada no princípio do amor ao próximo – a fé é o significado dessa vida. Em suas próprias palavras, Tolstói conclui que: “a verdadeira fé pode estar em qualquer lugar, exceto onde a fé é absolutamente falsa: tal como na natureza da violência; ela não pode estar na religião do Estado”.
O capítuloobjetiva apresentar o que se pretende caracterizar como espiritualidade no contexto de sociedades de conhecimento, o que temos nomeado senso religioso contemporâneo. Em particular, com essa expressão, a comunicação explicita uma... more
O capítuloobjetiva apresentar o que se pretende caracterizar como espiritualidade no contexto de sociedades de conhecimento, o que temos nomeado senso religioso contemporâneo. Em particular, com essa expressão, a comunicação explicita uma forma de compreensão dos modos de se viver a espiritualidade em contextos sob forte influxo da cultura contemporânea, em particular as sociedades de conhecimento. Para tanto, será importante explicitar alguns traços do que venha a ser o contemporâneo e, em especial, seu caráter individualizador, secular e plural. Ao mesmo tempo, cabe situar estas sociedades no contexto das chamadas sociedades de conhecimento. Nesse cenário, a espiritualidade nas sociedades de conhecimento ou o senso religioso contemporâneo nomeia um resquício, uma herança fluida, uma percepção difusa do religioso. O senso religioso vigente em sociedades de conhecimento expressa os vestígios da experiência religiosa instituições e tradição. A proposição dessa comunicação se justifica pelas transformações por que passam as práticas religiosas, demonstradas por estudos no âmbito dos estudos interdisciplinares sobre religião.
Almeja-se neste trabalho apresentar as linhas gerais de uma filosofia (neo)hegeliana contemporânea. A partir da questão “Como compreender a vida e a nós próprios ?”, discute-se algumas das possíveis respostas a ela, correlacionado-as com... more
Almeja-se neste trabalho apresentar as linhas gerais de uma filosofia (neo)hegeliana contemporânea. A partir da questão “Como compreender a vida e a nós próprios ?”, discute-se algumas das possíveis respostas a ela, correlacionado-as com um percurso pessoal da Física à busca de uma teoria geral do ser humano, defrontando com algumas das diversas grandes questões da teoria do conhecimento e algumas de suas respostas. Uma das questões que se mostrou crucial nesse percurso é: Como compreender o sistema dos seres humanos e de seus comportamentos levando em consideração que esses comportamentos dependem do conhecimento de cada ser humano a respeito do mundo que o cerca e a respeito desse próprio sistema ? Busca-se mostrar como, a partir de tal questão e de conceitos, argumentos e teses inspirados na filosofia de Hegel, pode-se chegar ao conceito de Sistema das Autoconsciências, bem como aos conceitos de Razão e Espírito, que permitem, retroativamente, estabelecer algumas respostas gerais à aquela questão inicial, que mantêm a diversidade de visões e filosofias, sem simplesmente desprezá-las, organizando-as, conjuntamente consigo própria, em um sistema do espírito enciclopédico.
Resumo O dilema entre razão e fé envolve problemas filosóficos quanto à possibilidade de conciliação: como é possível ter fé se a razão estabelece dúvidas? É necessário fundamentar a fé, usando a razão ou basta a fé por si só? A... more
Resumo O dilema entre razão e fé envolve problemas filosóficos quanto à possibilidade de conciliação: como é possível ter fé se a razão estabelece dúvidas? É necessário fundamentar a fé, usando a razão ou basta a fé por si só? A contemporaneidade vive uma forte crise de crença em valores absolutos e universais. O relativismo com a tese da igual validade inaugurou um ceticismo radical ou quiçá niilismo? Há alternativa? A tolerância é uma boa alternativa ética, mas vale epistemologicamente? Palavras-chave: Fé e Razão. Abstract The dilemma between reason and faith involves philosophical questions about the possibility of conciliation: how is it possible to have faith if reason establishes doubts? 2. Is it necessary to base the faith, using reason or is faith alone sufficient? Contemporaneity is experiencing a strong crisis of belief in absolute and universal values. Relativism with the thesis of equal validity inaugurated a radical skepticism or perhaps nihilism? Is there an alternative ?. Tolerance is a good ethical alternative, but is it worth epistemologically? Keywords: Faith and Reason. 1. Introdução O dilema entre a razão e a fé religiosa envolve uma diversidade de problemas filosóficos que se desenvolveram a partir do que a nossa história ocidental nomeia como antiguidade, idade média, modernidade e, de certa forma, a nossa contemporaneidade. De um modo mais específico, esses problemas concentraram-se no âmago da filosofia e teologia cristã durante a idade média. O ponto central desses problemas refere-se à possibilidade de conciliação entre a razão e a fé. Se, por um lado, a razão é, costumeiramente, representada pelos conhecimentos filosóficos e científicos, por outro lado, a fé
O que o leitor encontrará nas páginas seguintes é o relato de uma conversa que jamais existiu de modo prático (e nem poderia), excetuando os momentos em que Halík trava um diálogo mais direto com Paulo em seus escritos (que também me... more
O que o leitor encontrará nas páginas seguintes é o relato
de uma conversa que jamais existiu de modo prático (e nem poderia),
excetuando os momentos em que Halík trava um diálogo mais direto
com Paulo em seus escritos (que também me servirão de fonte logo no
começo desse imaginado encontro). O restante nasce da imaginação
própria desse leitor fascinado pela figura desses dois personagens tão
distantes na história, mas que se fazem próximos pelo desejo ardente de cooperar, sem atrapalhar, com a proclamação da boa nova no mundo de Deus e dos humanos.
O presente trabalho visa discutir o tratamento do mal e do diabo na Bíblia se baseando nas obras de Bart Ehrman, Elaine Pagels e Karen Armstrong. Estes três estudiosos do cristianismo primitivo nos mostram que muitas das respostas que são... more
O presente trabalho visa discutir o tratamento do mal e do diabo na Bíblia se baseando nas obras de Bart Ehrman, Elaine Pagels e Karen Armstrong. Estes três estudiosos do cristianismo primitivo nos mostram que muitas das respostas que são dadas hoje já apareciam de forma embrionária nos primeiros séculos do cristianismo, quando a Bíblia foi escrita, já outros são desenvolvimentos mais recentes e com isso levantam a questão de se além de sua validade filosófica, eles têm também respaldo religioso. Assim, destaca-se que se o problema do mal não pode ser visto como definitivamente resolvido exatamente no texto sagrado que lhe dá origem, então é plausível que este também não seja o melhor lugar para encontrar nossos princípios éticos e morais definitivos. Argumento, este sim, que é muito utilizado pelos chamados “neo-ateus”.
Anderson da Silva Cardoso-RA 191038 Fotografia-1.º Semestre Manhã Resenha do Livro "A Alma Imoral" O livro A Alma Imoral, do Rabino Nilton Bonder, trata sobre a tensão entre duas naturezas inerentemente humanas: o corpo que busca a... more
Anderson da Silva Cardoso-RA 191038 Fotografia-1.º Semestre Manhã Resenha do Livro "A Alma Imoral" O livro A Alma Imoral, do Rabino Nilton Bonder, trata sobre a tensão entre duas naturezas inerentemente humanas: o corpo que busca a preservação e a alma que transgride em sua imaterialidade expressa na busca indireta por imortalidade e renovação. É esta tensão, segundo o autor, o principal fator da evolução e bem-estar do ser humano, bem como aquilo que nos define seres humanos e não animais. Enquanto o corpo luta por se manter, seja através da autopreservação do sujeito ou através do apego a antigas tradições e costumes, a alma imoral busca a renovação e a quebra destes mesmos costumes, movimento este chamado pelo autor como traição da alma. Bonder a chama, portanto de alma imoral, evitando assim lhe imbuir qualquer qualidade amoral, mas descrevendo-a precisamente com imoral, oposta à moralidade. E é a partir desta oposição que definimos também o corpo moral. O corpo, que se apega ao passado, mantendo conceitos de certo e errado por vezes ultrapassados ou inadequados ao novo ambiente, se agita e se ofende com os impulsos traidores da alma que vê nesta mesma manutenção uma traição a si mesma. "O certo que é errado e o errado que é certo" é uma frase do autor que resume bem este conceito. Para fazermos uma comparação, podemos citar a personagem de quadrinhos Princesa Diana, a Mulher-Maravilha (MARSTON, William Moulton e PETER, Harry G; 1944). Em sua origem, Diana cresce na ilha utópica de Themyscira entre as amazonas, um povo de mulheres guerreiras serventes aos deuses e pacíficas entre si. Na ilha é proibido qualquer contato com o mundo masculino (exceto pelo contato com os deuses olimpianos), incluindo a volta de uma Amazona que teve contato com esta realidade masculina. Mesmo sabendo disto, ao tomar ciência das guerras e dos males que afligem a humanidade mundo afora, Diana rebela-se contra a Rainha Hipólita, sua mãe, e deixa a ilha, tornando-se exilada do paraíso onde crescera para lutar pela humanidade/mundo dos homens. Neste exemplo, percebemos o mesmo fenômeno descrito por Bonder do jovem que sai de casa em busca de uma casa nova e diferente da de seus pais. Explicando, Diana deixa a ilha paradisíaca de Themyscira (casa dos pais) em busca de sua própria casa, seu novo certo, no mundo dos homens. É da alma este impulso que faz com que Diana questione sua matriarca e abra mão de sua vida regressa em nome da proteção de povos estrangeiros. É a alma que se agita contra uma(s) tradição(ões) rumo ao novo. E é a alma que nos leva assim à imortalidade. Não a imortalidade do
Neste livro apresento uma coletânea de textos, artigos, capítulos de livros e excertos que já compuseram publicações acadêmicas ao longo de vários anos, cuja afinidade temática e interesses de pesquisa permitiu reuni-los num só volume,... more
Neste livro apresento uma coletânea de textos, artigos, capítulos de livros e excertos que já compuseram
publicações acadêmicas ao longo de vários anos, cuja afinidade temática e interesses de pesquisa permitiu reuni-los
num só volume, oferecendo mais praticidade de leitura e
consulta aos pesquisadores da área de arte, estética e, em
algum grau, filosofia. “Arte e pensamento estético” me pareceu um título suficiente o bastante para nomear esta obra
que pretende oferecer aos leitores uma imagem, até certo
ponto panorâmica, da questão da estética e da arte como
produtoras de conhecimento.
Pretende-se com esse projeto compreender a relação entre fenomenologia e teologia no pensamento de Martin Heidegger a partir da conferência Fenomenologia e teologia (1927). Nesse sentido, toma-se a conferência como ponto de partida para,... more
Pretende-se com esse projeto compreender a relação entre fenomenologia e teologia no pensamento de Martin Heidegger a partir da conferência Fenomenologia e teologia (1927). Nesse sentido, toma-se a conferência como ponto de partida para, a partir dela, problematizar qual seja o entendimento de fenomenologia presente na conferência, bem como problematizar a afirmação de que a teologia é uma ciência positiva e, portanto, distinta da filosofia, mas guardando uma relação com ela.
Este artigo tem o intento de compreender o desenvolvimento, em Friedrich Schleiermacher, não apenas de uma análise filosófica da religião, mas, a partir de um olhar que abrange sua primeira obra filosófica e a última teológica, uma... more
Este artigo tem o intento de compreender o desenvolvimento, em Friedrich Schleiermacher, não apenas de uma análise filosófica da religião, mas, a partir de um olhar que abrange sua primeira obra filosófica e a última teológica, uma religião filosoficamente desenvolvida. Para isto, a princípio, ocorrerá uma análise de seu exame filosófico da religião, cujo intento é compreender o que vem a ser a essência religiosa do ser humano, desenvolvido na obra, “Sobre a Religião”, com um foco maior, todavia, no segundo discurso, que expõe a metodologia utilizada e o conteúdo, propriamente dito, da essência religiosa, que é definida como intuição e sentimento do Universo. Como ponto intermediário, entre o estudo do “Sobre a Religião” e o desenvolvimento teológico posterior, haverá a análise donde Schleiermacher derivou as bases para sua estrutura epistemológica e ontológica a partir de dois pontos essenciais: o “chão transcendental”, que servirá como objeto da intuição (o que, posteriormente, Schleiermacher vai modificar) e agente causativo do sentimento, e o nível mais elevado de consciência humana, que será desenvolvido como o “sentimento de absoluta dependência”. Todavia, como dito acima, Schleiermacher não permanece na análise filosófica da religião, mas, levando as bases e as consequências desta análise para dentro do cristianismo, re-estrutura as doutrinas essenciais desta religião, na obra Fé Cristã, com explícita exposição de seu ponto de partida na Introdução desta obra como sendo a “consciência de dependência absoluta”, que, por ele, é definida como estar em um relacionamento com Deus, ou, conceitualmente, também conhecido como piedade.
Breve artigo biográfico sobre Ludwig Feuerbach, filósofo do século XIX que exerceu grande influência sobre Karl Marx e Friedrich Engels. O método de sua crítica à religião foi de fundamental importância para o empreendimento crítico... more
Breve artigo biográfico sobre Ludwig Feuerbach, filósofo do século XIX que exerceu grande influência sobre Karl Marx e Friedrich Engels. O método de sua crítica à religião foi de fundamental importância para o empreendimento crítico marxista.
"As citações de que é composto o artigo seguinte não foram originalmente extraídas com vistas à publicação, podendo por isso parecer algo desconexas. Foram primeiramente publicadas como uma Seleta Teosófica, na esperança de que os... more
"As citações de que é composto o artigo seguinte não foram originalmente extraídas com vistas à publicação, podendo por isso parecer algo desconexas.
Foram primeiramente publicadas como uma Seleta Teosófica, na esperança de que os leitores aproveitassem as sugestões e fizessem eles mesmos seus livros de citações diárias a partir de excertos, preservando dessa maneira um registro duradouro dos livros lidos e tornando a sua leitura de valor prático.
Seguindo este plano, o leitor poderia resumir o essencial do livro, segundo o que lhe tivesse chamado a atenção.
O método de ler uma série de citações a cada manhã, tentando viver durante o dia segundo as citações lidas, e meditando sobre as mesmas nos momentos livres, também se sugere como proveitoso para o estudante sério."
Esta é uma tradução das que considero serem as mais importantes passagens dos cadernos de Simone Weil. Não é uma tradução profissional. Foi realizada com o auxílio de ferramentas de tradução da internet e a edição final foi realizada por... more
Esta é uma tradução das que considero serem as mais importantes passagens dos cadernos de Simone Weil. Não é uma tradução profissional. Foi realizada com o auxílio de ferramentas de tradução da internet e a edição final foi realizada por um não-profissional. Ainda assim, foi feito um esforço para que a tradução fosse de fácil leitura e seguisse o mais possível as regras de bom português. Houve também o cuidado de que a tradução se mantivesse fiel ao texto que lhe serviu de base. Em alguns casos, existem seleções cortadas de contextos maiores, mas de forma alguma foi por elas o contexto violado. As referências bibliográficas são indicadas no índice. Os números que aparecem entre parêntesis referem-se aos números das páginas nesses textos.
No conjunto dos temas tratados por Lima Vaz, encontra-se aquele do Absoluto transcendente, que pode ser acessado quer por via teorética, quer através de vivências. Neste último caso, está-se diante do fenômeno religioso, cujo elemento... more
No conjunto dos temas tratados por Lima Vaz, encontra-se aquele do Absoluto transcendente, que pode ser acessado quer por via teorética, quer através de vivências. Neste último caso, está-se diante do fenômeno religioso, cujo elemento central não é alguma teoria a ser admitida, nem um ideal ético a se perseguir, mas propriamente uma experiência, a partir da qual ganham sentido as reflexões e os mandamentos que a adesão religiosa pode comportar. A experiência religiosa é uma das modalidades da experiência transcendental, em que se relaciona com o Absoluto não visto de modo apenas formal ou conceitual, mas reconhecido (direta ou indiretamente) como pessoal: Deus. Não se trata tanto de pensar Deus, como se faz na metafísica e na teologia (filosófica ou revelada), mas de entrar em efetiva relação com ele. O artigo apresenta uma panorâmica do pensamento vaziano sobre o assunto.
Almeja-se, neste trabalho, interpretar e discutir, em linhas gerais, a relação entre Espirito Absoluto e Espírito Objetivo, no pensamento de Georg W. F. Hegel, em especial, também mostrar a existência de certa forma de atuação do Espirito... more
Almeja-se, neste trabalho, interpretar e discutir, em linhas gerais, a relação entre Espirito Absoluto e Espírito Objetivo, no pensamento de Georg W. F. Hegel, em especial, também mostrar a existência de certa forma de atuação do Espirito Absoluto sobre o Espírito Objetivo e como tal atuação leva à necessidade do conteúdo do Espírito Objetivo e da Filosofia do Direito, não como um dever ser, mas como algo que é. Este texto foi elaborado de forma a servir também como uma introdução ao tema da relação entre o Espirito Absoluto e o Espírito Objetivo, em especial, colocando-se no contexto metafilosófico, isto é, tendo como objeto não apenas o conteúdo da exposição hegeliana, mas também possíveis filosofias e diversas interpretações do pensamento de Hegel.
O presente artigo busca apresentar algumas críticas à religião, elaboradas por Sigmund Freud e Bertrand Russell, bem como elucidar pontos de convergência entre as posições defendidas por tais autores, sobretudo em relação à natureza... more
O presente artigo busca apresentar algumas críticas à
religião, elaboradas por Sigmund Freud e Bertrand
Russell, bem como elucidar pontos de convergência
entre as posições defendidas por tais autores,
sobretudo em relação à natureza emotiva da crença
religiosa.
A Bíblia tem muitos factos científicos errados, e outros mal datados, cidades que só apareceram anos depois na cronologia, e outras que não existiram, erros grotescos de Geografia, de Botânica, de Zoologia, e de Astronomia, factos... more
A Bíblia tem muitos factos científicos errados, e outros mal datados, cidades que só apareceram anos depois na cronologia, e outras que não existiram, erros grotescos de Geografia, de Botânica, de Zoologia, e de Astronomia, factos cosmológicos que ninguém no mundo viu, animais que não existem, personalidades importantes que historicamente nunca existiram, factos que historicamente nunca aconteceram, profecias sobre coisas que nunca vieram a realizar-se, muitas contradições, exageros, e absurdos. A Bíblia é um livro que contém torturas, apedrejamentos, enforcamentos e outras crueldades, escravatura, racismo, xenofobia, homofobia, misoginia, incesto, prostituição, adultério, poligamia, genocídios, guerras constantes, assassinatos, muitos deles de crianças e de outras pessoas inocentes, discriminações sociais, injustiças enormes, seres humanos queimados na fogueira, sacrifício de animais, muitas imoralidades, e grandes injustiças económicas. Sobre todas estas coisas, umas foram mandadas fazer por Deus, outras foram permitidas por ele, e outras foram feitas em seu nome, pelos patriarcas, pelos profetas, e demais seguidores de Deus. No entanto, a Bíblia é considerada um livro divino, inspirado por Deus, e a Bíblia e as religiões a ela respeitantes dizem que devemos fazer o que ela ensina.