Literatura Brasileira Contemporânea Research Papers (original) (raw)
Orfeu filho de Eagro rei da Trácia e da musa Calíope a flertar, Eurídice sua amada e esposa, era como acima de qualquer elucidação, Cantarolava com supremacia as canções que existiam ou as que veio criar, Músico de exímio ou de maior... more
Orfeu filho de Eagro rei da Trácia e da musa Calíope a flertar, Eurídice sua amada e esposa, era como acima de qualquer elucidação, Cantarolava com supremacia as canções que existiam ou as que veio criar, Músico de exímio ou de maior talento elevado as destrezas de cada canção. Eurídice por sua vez correspondia a este imenso amor por lugar a lugar, Por um amor amado pelos deuses as luzes da significante oblação, As vistas de Zeus e da sua deusa esposa Hera a consolidar, Este romance entregue a obsessão de uma ardente paixão. Que com a sua lira Orfeu domava as feras das que a podiam atacar, Encantava todos musicando as melodias por majestosa inspiração, Adornava a natureza pelos ares extremos das luzes a divagar, Integrante da expedição aventureira dos argonautas: ou atrás do velocino ou tosão de ouro com Jasão. Passando pelo Egito as terras novas a que veio a visitar, Dos passeios ou peripécias as desconhecidas gentes a suma voluntária intenção; Os sons melodiosos de sua lira que a seus pés vinham deitar, Docemente deleitavam muitas feras as belezas da sua profunda canção. Diversas destas feras adornadas desfaleciam com os olhos vindos fechar, Com a sua amada esposa Eurídice ao seu lado na admiração; Não podendo Orfeu parar nem que uma corda da sua lira fosse arrebentar; Por entre tantas bestas feras tinha que mostrar toda sua fenomenal aptidão. Por quem um dia foi interromper uma melodia a terminar,
Neste artigo tratou-se da análise de uma parte da obra Acenos e Afagos (2008), de João Gilberto Noll, a partir da proposta de que o próprio narrador está atravessando uma "epopeia libidinal" ou uma "epopeia escrita em transe", como uma... more
Neste artigo tratou-se da análise de uma parte da obra Acenos e Afagos (2008), de João Gilberto Noll, a partir da proposta de que o próprio narrador está atravessando uma "epopeia libidinal" ou uma "epopeia escrita em transe", como uma forma de refletir a elaboração do conceito de romance de João Gilberto Noll, a partir da comparação com A fúria do corpo (1993), e propor uma relação entre a epopeia e o percurso narrativo desse narrador ao experienciar uma transformação entre o sexo masculino e o feminino, subvertendo dentro da própria linguagem literária os mais diversos tipos de ideações sobre o sexo tornando o próprio corpo herói nessa epopeia libidinal. Para tanto, partiu-se das conceitualizações de romance de Georg Lukács (2000) e Mikhail Bakhtin (1998) em comparação com a epopeia para relacionar o romance e o seu desenvolvimento dentro da obra de Noll. Com o desenvolvimento da ideia de epopeia e romance dos dois teóricos dentro do estruturalismo e do formalismo, refletir-se-á sua ligação com a arquitetura textual do romance de João Gilberto Noll para tentar compreender o significado da metáfora "epopeia libidinal" para a construção da obra em questão, entendida aqui a partir do pressuposto de ser uma ironia contra a definição dos gêneros literários e também da ideia de herói representado pelo corpo.
messias botnaro é o primeiro narrador e personagem da história da literatura brasileira (quiçá mundial) a morrer de Covid-19. Defunto autor de muita coisa escrita, lança seu primeiro livro de poemas, trazendo à tona a poesia de testemunho... more
messias botnaro é o primeiro narrador e personagem da história da literatura brasileira (quiçá mundial) a morrer de Covid-19. Defunto autor de muita coisa escrita, lança seu primeiro livro de poemas, trazendo à tona a poesia de testemunho por desapropriação.
Esta entrevista com Luiz Guilherme Santos Neves, concedida em maio de 2020, é uma publicação do projeto de pesquisa interinstitucional Notícia da atual literatura brasileira: entrevistas (N.A.L.B.), idealizado pelo professor Vitor Cei, da... more
Esta entrevista com Luiz Guilherme Santos Neves, concedida em maio de 2020, é uma publicação do projeto de pesquisa interinstitucional Notícia da atual literatura brasileira: entrevistas (N.A.L.B.), idealizado pelo professor Vitor Cei, da Universidade Federal do Espírito Santo, e coordenado em parceria com os professores André Tessaro Pelinser, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, e Letícia Malloy, da Universidade Federal de Alfenas. O objetivo do projeto é a realização e publicação de uma série de entrevistas com escritores brasileiros da atualidade, respondendo à necessidade de preservação, recuperação, promoção e difusão das linhas de força que atualmente orientam a constituição do campo literário no país.
Resumo: O presente artigo se debruça sobre o romance A inevitável história de Le-tícia Diniz de Marcelo Pedreira, com o objetivo de analisar como a matriz colonial de poder se inscreve no processo de reinvenção do corpo que caracteriza a... more
Resumo: O presente artigo se debruça sobre o romance A inevitável história de Le-tícia Diniz de Marcelo Pedreira, com o objetivo de analisar como a matriz colonial de poder se inscreve no processo de reinvenção do corpo que caracteriza a experiên-cia transexual rumo à construção de uma percepção desse a partir do giro decolo-nial, ao mesmo tempo em que ele é atravessado pelas questões da violência, do desejo, da sexualidade, das emoções e dos afetos. Para tanto, a pesquisa tem como aporte teórico as reflexões Abstract: The present paper studies the novel A Inevitável história de Letícia de Diniz, written by Marcelo Pedreira, with the objective of analyzing how the colonial matrix of power is inscribed in the process of reinvention of the body that characterizes the transsexual experience towards the perception of it from the decolonial perspective while observing how it is marked by questions of violence, desire, sex-uality, emotions and affections. For that, the research takes theoretical contributions from the reflections of
Entrevista com o escritor Daniel Munduruku.
Este artigo explora a natureza da enunciação da poeta Ana Cristina na primeira pessoa. Trata-se de buscar definir como seus poemas se localizam num espaço aberto pela escritura que já não é mais tentativa de escrever o eu, mas a abertura... more
Este artigo explora a natureza da enunciação da poeta Ana Cristina na primeira pessoa. Trata-se de buscar definir como seus poemas se localizam num espaço aberto pela escritura que já não é mais tentativa de escrever o eu, mas a abertura para o encontro com o outro. Neste sentido exploramos a sua escrita feminina como exemplo maior da natureza multifacetada de sua lírica, que a poeta define também como gênero ligeiro. A relevância deste artigo está em buscar demonstrar que a expressão lírica de Ana Cristina é própria ao feminino. Palavras chave: Poesia contemporânea brasileira. Poesia marginal. Prosa do mundo. Gênero ligeiro.
D i s e ñ o y D i a g r a m a c i ó n Aracelli Salinas Vargas i m a g e n o r i g i n a l D e p o r t a D a Chanchán Olivos
Este libro articula poesía y fotografía e hilvana sus materiales gracias al protagonismo de un cuerpo que menstrúa. Se trata de veintiocho poemas que, secuenciados por la dinámica del ciclo menstrual, leen con perspectiva feminista la... more
Este libro articula poesía y fotografía e hilvana sus materiales gracias al protagonismo de un cuerpo que menstrúa. Se trata de veintiocho poemas que, secuenciados por la dinámica del ciclo menstrual, leen con perspectiva feminista la historia brasileña desde la irrupción colonial hasta la más urgente contemporaneidad. Los poemas sintonizan con fotografías en blanco y negro, a cargo de Sérgio Silva, que seleccionan partes del cuerpo de la poeta –los senos, la boca, las manos, la vulva– y que vemos intervenidas por hilos rojos y elementos metálicos. A su vez, Sangria es un film, una "serie de video-arte", en palabras de Romão, en el que más de cincuenta artistas performan los poemas trenzando diversos lenguajes, mientras la poeta da voz a sus versos a través del recitado y la declamación.
Este ensaio busca discutir algumas poéticas de apropriação em práticas contemporâneas da poesia brasileira. Com base na leitura dos livros Delírio de damasco, Um útero é do tamanho de um punho, Mais cotidiano que o... more
Este ensaio busca discutir algumas poéticas de apropriação em práticas contemporâneas da poesia brasileira. Com base na leitura dos livros Delírio de damasco, Um útero é do tamanho de um punho, Mais cotidiano que o cotidiano, Livro das postagens e Sessão, delineamos um procedimento de cópia específico a este cenário, calcado no uso intensivo de citações, com um interesse singular pela transcrição de falas cotidianas. Nessa preocupação com a linguagem comum, identificamos a possibilidade de pensar uma escrita enredada pelos problemas conceituais do arquivo e do repertório. Por meio de tal jogo, somos levados a pensar como tal literatura reconfigura o gesto poético da apropriação, em uma reflexão tensiva sobre esses conceitos – e sobre a poesia mesma.
Este artigo, considerando as discussões acerca dos conceitos de nação, identidade e cultura, analisa os contos Canto IX: caderno de turismo e Canto XVI: Yamami, do livro Contos Negreiros (2005), de Marcelino Freire. A análise, além de... more
Este artigo, considerando as discussões acerca dos conceitos de nação, identidade e cultura, analisa os contos Canto IX: caderno de turismo e Canto XVI: Yamami, do livro Contos Negreiros (2005), de Marcelino Freire. A análise, além de considerar aspectos literários, discute a ideia de turismo e, a partir disso, os conceitos de nação e de identidade. Toma como aporte teórico textos de Renan (1882), Bhabha (1998), Hugo Achugar (2006) e Hutcheon (1991). A temática do turismo é trabalhada de modo distinto nos dois contos e apresenta sujeitos de realidades diferentes, reveladoras de visões plurais da nação e da identidade brasileiras.
Resenha do quarto livro do poeta Tarcísio Bregalda, "Naveganças em três linhas"
Esta Antologia é produto do curso Literatura Brasileira para Jovens e Jovens Adultos, ministrada na Faculdade Oswaldo Cruz, no curso de Letras Licenciatura em Língua Portuguesa e Inglesa. Os autores dos poemas e contos no livro são alunos... more
Esta Antologia é produto do curso Literatura Brasileira para Jovens e Jovens Adultos, ministrada na Faculdade Oswaldo Cruz, no curso de Letras Licenciatura em Língua Portuguesa e Inglesa. Os autores dos poemas e contos no livro são alunos que experimentaram ser autores e elaboradores de projetos de desenvolvimento de projetos educacionais que visam a expansão da leitura entre jovens e jovens adultos. É uma obra resultado do Projeto LIFE: Literatura para a Vida (DAMIANOVIC, 2005).
O presente trabalho tem como foco realizar uma leitura sociológica do conto “Ana Davenga”, de Conceição Evaristo, publicado no livro Olhos d’água em 2014, apresentando reflexões preliminares a respeito da condição da mulher negra tal... more
O presente trabalho tem como foco realizar uma leitura sociológica do conto “Ana Davenga”, de Conceição Evaristo, publicado no livro Olhos
d’água em 2014, apresentando reflexões preliminares a respeito da condição
da mulher negra tal como retratada no conto. Parte-se da concepção da literatura como instrumento de humanização: abordar a literatura afro-brasileira
contribui não só para o conhecimento da sociedade brasileira, mas também
minimiza preconceitos contra o povo negro. A análise conduzida apoia-se ainda
em um recorte interdisciplinar com a sociologia, tangenciando com os estudos
feministas (especialmente o feminismo negro), na medida em que considera
a mulher negra como alvo de duplo preconceito. Apesar da narrativa contundente de Evaristo e do trágico desfecho, o conto se encerra com uma imagem
de alento em meio ao sofrimento e à desigualdade. Como resultados esperados, temos a reflexão sobre o papel da literatura afro-brasileira no combate
ao preconceito racial e a interpretação de um personagem emblemático que
representa a condição da mulher negra e pobre no Brasil.
Resumo: Os primeiros registros da literatura de autoria negra no Brasil datam do início da segunda metade do século XIX. Contudo, os estudos críticos que tratam dessa importante vertente literária ganharam força no país somente nas... more
Resumo: Os primeiros registros da literatura de autoria negra no Brasil datam do início da segunda metade do século XIX. Contudo, os estudos críticos que tratam dessa importante vertente literária ganharam força no país somente nas últimas três ou quatro décadas. Se, por um lado, a potencialidade criativa dos afro-brasileiros ficou esquecida ou mesmo tenha sido silenciada durante esse período, por outro, ela revela a subjetividade e a sensibilidade artística dessa camada de nossa população, apresentando-se como uma forma potente de reinvenção da vida e de construção de novas realidades. Levando em consideração essa perspectiva, o presente artigo se propõe a analisar, dos pontos de vista estrutural e conjuntural, quais foram as condições e as possibilidades que propiciaram a emergência dos estudos contemporâneos que tratam da relação entre literatura e afrodescendência no Brasil. Palavras-chave: Literatura e afrodescendência; Brasil; Novo campo de estudos.
Resenha de Maurício Silva, publicada na Revista Gragoatá, Niterói, n. 39, p. 616-620, 2. sem. 2015.
Batucada noite a dentro a bateria que estronda, Sapateado deslizando para qualquer canto e lado, Quadras, terreiros, associações ou clubes lotados, Gingados dos bambas no samba a que assombra. Companheiras ou mesmo vultos da própria... more
Batucada noite a dentro a bateria que estronda, Sapateado deslizando para qualquer canto e lado, Quadras, terreiros, associações ou clubes lotados, Gingados dos bambas no samba a que assombra. Companheiras ou mesmo vultos da própria sombra, Uma comida bem temperada dançando colado, Roupas típicas leves proporcional a quase pelado, Roda de samba cantarolando um drink a compra. Pandeiros as violas ou cavaquinhos as trompas, Instrumentos de sopros melódicos as trombas, Compassado pelos ritmos rebolados corpos suados. Reco-recos e chocalhos juntos as cuícas tocadas, Prontidão do samba preferido que está sendo cantado, Caracterizado a espécie de gênero na preferida onda. Sambando no samba a percussão repercussão a ser apreciada.
Inseridos no contexto pandêmico de 2020, a realidade humana mudou drasticamente em todos os países do globo, não sendo diferente no contexto brasileiro. Submetendo-nos ao isolamento literalmente da noite para o dia, a realidade de... more
Inseridos no contexto pandêmico de 2020, a realidade humana mudou drasticamente em todos os países do globo, não sendo diferente no contexto brasileiro. Submetendo-nos ao isolamento literalmente da noite para o dia, a realidade de mulheres-mães brasileiras viu-se, mais uma vez, sobrecarregada com o trabalho, a rotina doméstica, o cuidado com os filhos e o seu acompanhamento no ensino remoto, para dizer o mínimo. Nesse sentido, o conjunto de atribuições que sobrecarrega as mulheres impacta diretamente em se tratando de mães artistas e escritoras, cabendo ao grupo analisar de que formas esse impacto ocorre. Assim, trabalhamos para um melhor entendimento sobre como a produção artístico-literária poderia contribuir com a realidade pandêmica dessas mães hoje, considerando as situações de risco, segurança e solidão, bem como compreender quais os sentidos e os significados que suas produções revelam em se tratando de atenuar os impactos psicossociais infligidos pelas novas configurações de vida e isolamento.
Um ensaio sobre o gênero do terror presente no conto "O Dedo", de Lygia Fagundes Telles
En 2012 la edición Corregidor publica bajo la traducción y edición de Lucía Tennina la versión al castellano del libro Manual Práctico del odio, de Ferréz. Junto al prólogo, la edición se acompañó por cuatro estudios críticos firmados por... more
En 2012 la edición Corregidor publica bajo la traducción y edición de Lucía Tennina la versión al castellano del libro Manual Práctico del odio, de Ferréz. Junto al prólogo, la edición se acompañó por cuatro estudios críticos firmados por Heloísa Buarque de Hollanda, João Camillo Penna, Allan da Rosa y Arnaldo Antunes
Amor, humor y terror en la ficción de Lygia Fagundes Telles Ettore Finazzi-Agrò
Entrevista concedida a Vitor Cei entre março e abril de 2019.
Na entrevista que segue, Jarid Arraes comenta sobre seu processo criativo, sua trajetória e a recepção de sua obra; avalia a importância da abordagem literária de questões étnicas e de gênero, tanto para adultos quanto para crianças;... more
Na entrevista que segue, Jarid Arraes comenta sobre seu processo criativo, sua trajetória e a recepção de sua obra; avalia a importância da abordagem literária de questões étnicas e de gênero, tanto para adultos quanto para crianças; comenta ainda a atual situação política no Brasil, os desafios das mulheres e a necessidade de resistência.
O "Livro do Desassossego" é uma das produções literárias mais famosas de Fernando Pessoa, é uma das suas reflexões mais importantes, e é considerado o seu melhor trabalho enquanto escritor. Esses textos metem o seu coração a nu,... more
O "Livro do Desassossego" é uma das produções literárias mais famosas de Fernando Pessoa, é uma das suas reflexões mais importantes, e é considerado o seu melhor trabalho enquanto escritor. Esses textos metem o seu coração a nu, constituem o que há de mais profundo e sentido no seu autor, a sua “autobiografia sem factos”, e são considerados como aquilo que melhor retrata a profundidade psicológica de Fernando Pessoa, que muito se identificava com o seu heterónimo Bernardo Soares.
Entre os vários temas do Livro do Desassossego, encontra-se também o da homossexualidade, que era uma das razões do desassossego de Fernando Pessoa. Alguns dos textos aqui selecionados são uma referência direta à homossexualidade, outros são uma referência indireta, e outros são o resultado de uma interpretação nossa. Junto da seleção e da organização dos textos por subtemas, encontram-se aqui explicações de modo a tornar mais acessível cada um desses textos, que são por vezes de difícil compreensão, devido ao seu carater enigmático, aos seus subentendidos, às suas máscaras.
Além dessas explicações, este estudo estabelece relações entre o Livro do Desassossego e a generalidade da obra literária de Fernando Pessoa, mostrando pontos de confluência e de complementaridade recíprocos : por um lado encarando-se o Livro do Desassossego como um complemento dos seus textos homoeróticos, e por outro lado encarando-se os seus textos homoeróticos como um complemento do Livro do Desassossego.
Based on the study of fictional narratives of Brazilian literature published in the first decades of this new century, the aim is to investigate the presence of old women, especially those who stand out as narrators and / or as... more
Based on the study of fictional narratives of Brazilian literature published in the first decades of this new century, the aim is to investigate the presence of old women, especially those who stand out as narrators and / or as protagonists, observing whether and how contemporary literature has contributed to forge certain identities, or rather, to reinforce or to (de) construct patterns and roles commonly attributed to the aged female figure. Above all, it seeks to contribute to removing or minimizing stereotypes and silence about female old age (still) present in our canon. For that, the novels Mar azul (Rocco, 2012), by Paloma Vidal; Amor em dois tempos (Companhia das Letras, 2014), by Lívia Garcia-Roza; Quarenta dias (Alfaguara, 2014) and Outros Cantos (Alfaguara, 2016),
both by Maria Valéria Rezende, are taken as corpus. To support the analyzes, we use the contributions of Simone de Beauvoir, Guita Grin Debert, Mirian Goldenberg, Ecléa Bosi and Regina Dalcastagnè, among others.
Este artigo busca compreender como o trágico se manifesta na narrativa moderna por meio da análise comparativa dos contos "Natal na barca", de Lygia Fagundes Telles e "Noite de Natal", de Maria Judite de Carvalho. Esses contos, que põem... more
Este artigo busca compreender como o trágico se manifesta na narrativa moderna por meio da análise comparativa dos contos "Natal na barca", de Lygia Fagundes Telles e "Noite de Natal", de Maria Judite de Carvalho. Esses contos, que põem em evidência as experiências interpessoais de protagonistas femininas, aproximam-se por mostrarem personagens que começam a trama dominadas pela apatia ao outro, mas que no decorrer da narrativa passam por transformações ao serem impulsionadas à alteridade por meio da tragédia. Para as reflexões sobre as configurações da tragédia na modernidade, utiliza-se como respaldo teórico as ideias de Terry Eagleton (2013) e Raymond Williams .
2 Ana Carolina Escosteguy (2010, p. 30), atentando para a complexidade que envolve os estudos culturais, considera a existência de mais de uma narrativa para a fundação do campo, para além da canônica versão britânica. A autora pondera:... more
2 Ana Carolina Escosteguy (2010, p. 30), atentando para a complexidade que envolve os estudos culturais, considera a existência de mais de uma narrativa para a fundação do campo, para além da canônica versão britânica. A autora pondera: "Em contraposição a essa versão dominante, afirma-se que em outras localidades e em outros momentos podem ser identificadas 'outras' origens para esse campo de estudos" e concentra seu trabalho, especificamente, nos estudos culturais latinoamericanos.
Chicos é uma e-zine que circula apenas pelos meios digitais. Envie-nos seu e-mail e teremos prazer de te enviar nossas edições. Neste número, a poeta da primeira página é Maria do Carmo Ferreira. Inédita em livro, a irmã de Celina... more
Chicos é uma e-zine que circula apenas pelos meios digitais. Envie-nos seu e-mail e teremos prazer de te enviar nossas edições.
Neste número, a poeta da primeira página é Maria do Carmo Ferreira. Inédita em livro, a irmã de Celina Ferreira tem sua poesia espalhada pela internet e em publicações das mais variadas. Além de homenageá-la, oferecemos a vocês um pouco da obra dela dispersa por aí.
Continuando o mapeamento da poesia portuguesa contemporânea, com prazer compartilhamos alguns poemas de Sophia de Mello Breiyner Andresen a primeira mulher a receber o importante Prêmio Camões.
Neste número de início de outono, Antônio Torres nos fala do Porto, numa história que começa na Regaleira que infelizmente algumas notícias recentes nos dão conta que fechou suas portas em definitivo.
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Julie Dorrico, escritora indígena e doutora em Letras pela PUCRS, nasceu em Guajará-Mirim (RO) e atualmente vive em Porto Velho (RO). Esta entrevista, concedida em julho de 2020 para publicação no livro Notícia da atual literatura II:... more
Julie Dorrico, escritora indígena e doutora em Letras pela PUCRS, nasceu em Guajará-Mirim (RO) e atualmente vive em Porto Velho (RO). Esta entrevista, concedida em julho de 2020 para publicação no livro Notícia da atual literatura II: entrevistas (Cousa, no prelo), a escritora avalia o conceito de literatura indígena, discute os problemas enfrentados pelas populações indígenas brasileiras e compartilha com os leitores outras reflexões éticas e estéticas.
Este artigo apresenta notas etnográficas da pesquisa de campo realizada em Angola e Moçambique entre 2017 e 2018 por ocasião de intercâmbio nos centros culturais brasileiros nesses países e na Universidade Agostinho Neto, em Luanda. O... more
Este artigo apresenta notas etnográficas da pesquisa de campo realizada em Angola e Moçambique entre 2017 e 2018 por ocasião de intercâmbio nos centros culturais brasileiros nesses países e na Universidade Agostinho Neto, em Luanda. O contato com a poesia falada nesses países africanos de língua portuguesa resultou na investigação das raízes do poetry slam nos Estados Unidos e acabou por revelar uma aproximação com o Brasil, e igualmente com a Alemanha, o que aponta para um circuito literário que vem se construindo globalmente.
Maior Jogador do Planeta...
Recordista de recordes em cima de Recordes...
Este trabalho visa demonstrar a baixa representação da mulher na literatura brasileira contemporânea, através de uma análise do mercado editorial. Tomando como ponto de partida o cânone literário, mais especificamente a Academia... more
Este trabalho visa demonstrar a baixa representação da mulher na literatura brasileira contemporânea, através de uma análise do mercado editorial. Tomando como ponto de partida o cânone literário, mais especificamente a Academia Brasileira de Letras, o objetivo é mostrar como a exclusão feminina foi um movimento proposital e político, e suas consequências ainda são sentidas na contemporaneidade. Com o tempo, as escritoras mulheres conquistaram, com muito esforço, espaço dentro do meio literário, mas sua representação ainda é baixa. Analisando dados do mercado editorial, é possível perceber que as escritoras mulheres são menos publicadas, seus livros ganham menos prêmios e sua presença em eventos literários é menor, evidenciando que a escritora mulher e suas obras são menos valorizadas que seus pares masculinos.
Marina Colasanti é uma das mais conhecidas e premiadas escritoras brasileiras. Autora versátil, lançou seu primeiro livro em 1968 e desde então não parou mais, publicando mais de trinta obras. Nem todos sabem, no entanto, que Marina... more
Marina Colasanti é uma das mais conhecidas e premiadas escritoras brasileiras. Autora versátil, lançou seu primeiro livro em 1968 e desde então não parou mais, publicando mais de trinta obras. Nem todos sabem, no entanto, que Marina Colasanti é uma escritora migrante e bilíngüe. Filha de pais italianos, nasceu em 1937 em Asmara, na Eritreia, então colônia italiana. Ainda na infância, a família retorna à Itália, onde Marina viveu os primeiros dez anos e, em 1948, desembarca no Brasil. Todo esse percurso de vida errante é recuperado e revivido intensamente no livro Minha guerra alheia, publicado pela Editora Record em 2010. Obra que pertence tanto à categoria de narração autobiográfica como à de ficção, nela a autora reata a relação com a Itália, criando uma ponte entre a escritora de hoje e a menina de ontem e resgatando elementos característicos da língua e da cultura italianas, que ela traduz em português. Afirma Marina nesse livro: «Criança ainda, não soube que o que me emocionava era visualizar meu futuro próximo, a travessia entre dois países e duas vidas.» Proponho-me a analisar justamente essa «travessia», que não é apenas geográfica e histórica, mas existencial e que se revela também uma comovente aventura de junção e de conjunção entre elementos linguísticos e culturais pertencentes aos dois países. É da modulação entre esses elementos que nasce o estranhamento poético, tão peculiar na obra dessa autora.
Resumo: Escrito em uma época em turbulência política, Os que bebem como cães, de Assis Brasil, é um livro que narra a historia de Jeremias, um preso político, que não é dono de sua memória e nem de seu corpo, nem ao menos sabedor de seu... more
Resumo: Escrito em uma época em turbulência política, Os que bebem como cães, de Assis Brasil, é um livro que narra a historia de Jeremias, um preso político, que não é dono de sua memória e nem de seu corpo, nem ao menos sabedor de seu paradeiro ou das razões que o levaram ao cárcere. Propõemse a análise das relações sociais da obra sob a ótica de Pierre Bourdieu, sociólogo francês, fazendo uso dos conceitos de campo, campo de poder, poder simbólicos e capitais, por ele concebidos, bem como um estudo da interação entre os polos divergentes e das relações de poder encontradas na obra. PALAVRAS-CHAVE: Campo de poder. Capitais. Poder simbólico. Relações de poder. Durante o período da ditadura militar, Assis Brasil, piauiense de Parnaíba, escreveu o chamado Ciclo do Terror, composto por quatro obras: Os que bebem como cães (1975), O aprendizado da morte (1976), Deus, Sol e Shakespeare (1978) e Os crocodilos (1980). O romance objeto deste artigo é Os que bebem como cães, que relata a historia de Jeremias, um preso político da ditadura militar, que um dia se percebe preso em uma cela escura, fétida, sem lembranças, sem identidade, com suas mãos algemadas às costas, de modo que só podia beber e alimentar-se através de lambidas dadas numa tigela, tal qual um cão.
Chicos é uma publicação literária que circula apenas pelos meios digitais. Envie-nos seu e-mail e teremos prazer de te enviar nossas edições. A linha editorial é fundamentalmente voltada para a literatura dos cataguasenses, mas aberta ao... more
Chicos é uma publicação literária que circula apenas pelos meios digitais. Envie-nos seu e-mail e teremos prazer de te enviar nossas edições.
A linha editorial é fundamentalmente voltada para a literatura dos cataguasenses, mas aberta ao seu entorno e ao mundo. Procura manter, em cada um dos seus números, uma diversidade temática.
Neste número, a poeta da primeira página é Lecy Delfim Vieira. Mais uma de nossas poetas ainda inédita em livros. Quem nos dá um pouco de sua dimensão é Joaquim Branco.
No último dia 17.09.2019 faleceu o artista plástico e professor Ady Resende, quem fala dele em sua poesia é o estreante nestas páginas Marcos Venícios de Melo.
Esta edição é dedicada ao Cairu Teles, agitador da cena cultural de Cataguases por décadas, falecido recentemente.