Bloodstain Pattern Analysis Research Papers (original) (raw)

Muitas evidências encontradas em locais de crime, tais como as manchas de sangue, devem ser analisadas dentro de uma metodologia científica apropriada que possa reconstruir os eventos a fim de descartar ou confirmar hipóteses, descobrir o modo de como ocorreu o crime, confirmar ou refutar um álibi ou um depoimento de um suspeito. Auxilia, ainda, na determinação de distância de disparo, posição do atirador em relação à vítima e posição da vítima quando recebeu a agressão, as movimentações da vítima e do agressor (Karger, 2008). Neste cenário, estabelecer protocolos com base científica, bem como dotar os Institutos de Criminalística de estrutura apropriada para tal desafio, é importante para desenvolvimento de Laudos conclusivos e de qualidade que irão auxiliar delegados, promotores e juízes a buscar a verdade dos fatos, diminuindo assim a probabilidade de erro das sentenças condenatórias, e convicção na absolvição. Como pontuou James e Eckert (1999), para as análises de manchas de sangue, deve-se evitar abordagens subjetivas durante as investigações criminais a partir de um cenário pré-concebido baseado, por exemplo, apenas em testemunho e confissões, pois, o benefício das ciências forenses pode ser contaminado por esse cenário e sua contribuição na busca da verdade dos fatos pode ser perdida. Não obstante, o Código de Processo Penal em seu artigo 158 preceitua que o exame do corpo de delito seja indispensável devendo ser realizado mesmo com a confissão do acusado. Além disso, estudos anteriores têm demonstrado que algumas metodologias de reconstrução de eventos, no caso, o método do barbante, utilizado para predizer a área de origem de uma fonte de sangue, superestima a altura da região de origem sendo este um erro sistemático associado a técnica (Atinger et. al, 2016). Verifica-se ainda que poucos são os trabalhos publicados sobre casos onde a reconstrução tem sido realizada. Visando demonstrar como ocorreu um evento de homicídio por arma de fogo em Manaus no ano de 2018 foram realizados ensaios objetivando determinar a distância de disparo; determinar posição da vítima quando recebeu o disparo; reconstruir e documentar manchas de sangue produzidas nos ensaios comparando com as observadas na cena do crime, bem como avaliar a metodologia empregada nos experimentos.