Ditadura Militar Research Papers - Academia.edu (original) (raw)

Termo perigoso de recuperar. É como invocar forças ocultas, um fantasma que há muito deixou de rondar o mundo (e as economias). Em 1967, subdesenvolvimento era um conceito em pleno viço, disparado a torto e a direito. Mas o meio século... more

Termo perigoso de recuperar. É como invocar forças ocultas, um fantasma que há muito deixou de rondar o mundo (e as economias). Em 1967, subdesenvolvimento era um conceito em pleno viço, disparado a torto e a direito. Mas o meio século que se seguiu lhe foi cruel. Até seu contraponto, o desenvolvimento, foi sequestrado por programas de governo agressivos, autoritários, destrutivos. O subdesenvolvimento desapareceu do vocabulário e só emerge, eventualmente, com sentido pejorativo. O conceito foi esconjurado e enterrado. Em economia, virou nota de rodapé. Recuperar a história do subdesenvolvimento, da ascensão à esconjuração, lança uma estranha luz sobre o destino do próprio desenvolvimento, hoje sufocado pela assimilação ao industrialismo anacrônico e à supressão de modos de vida tradicionais. O destino da noção de subdesenvolvimento permite perguntar: o que fazer do desenvolvimento? * O subdesenvolvimento exumado revela uma estranha potência. Embora tenha se tornado um jargão batido, o termo parece dotado da capacidade de embaralhar lógicas. A começar pela teoria econômica, em que a ideia de que algo possa ser subdesenvolvido contém uma dose de afirmação que destoa clamorosamente da arquitetura em que se insere a noção ortodoxa de desenvolvimento. Classicamente, qualquer estado que não seja o pleno desenvolvimento das forças produtivas é um defeito de desenvolvimento, que acomete toda economia incapaz de aceder às tecnologias de ponta. É um defeito do capital, que tende a ser consertado na medida em que o capital plenamente desenvolvido investe nas regiões atrasadas, elevando sua produtividade. O capital que sobra no centro, onde o retorno é menor porque a concorrência é acirrada, promove nas periferias, onde o retorno é maior, o fechamento do vão de renda. Esse raciocínio remete às emanações de Plotino: o capital é como um Absoluto em relação ao qual os demais entes acumulam imperfeição; é das emanações do capital (plenamente desenvolvido) que as economias atrasadas obtêm sua parte no ser, isto é, na produtividade. A afirmação da positividade do subdesenvolvimento, como um verdadeiro estado de coisas, atinge essa concepção com uma violência que, no decurso das teorias do crescimento, no contexto neoclássico em economia, foi explosiva. Afirmar a relação necessária das duas condições, desenvolvido e subdesenvolvido, inviabiliza esse quadro, que passa a parecer ingênuo ou mistificador: não existe "recuperação do atraso", quando a condição não é de atraso, mas de ocupação de um espaço real, positivo, embora subordinado e empobrecido.

Esse artigo propõe-se a analisar o filme "Operação Cajueiro – Um carnaval de torturas" (2014). A partir disso, busca apresentar argumentos que evidenciem o papel da obra na fixação de uma contranarrativa que tensiona a versão estatal... more

Esse artigo propõe-se a analisar o filme "Operação Cajueiro – Um carnaval de torturas" (2014). A partir disso, busca apresentar argumentos que evidenciem o papel da obra na fixação de uma contranarrativa que tensiona a versão estatal construída à época da operação militar, resgatada recentemente, e contribui na disputa pela formação de uma memória coletiva sobre o período de ditadura militar no Brasil e em Sergipe. Para tanto, realizou-se análise fílmica e pesquisa bibliográfica. Por fim, constatou-se que este documentário expressa o tema em consonância com o conhecimento historiográfico disponível, resgata memórias subterrâneas e é mais um instrumento apto a propiciar a reestruturação da memória coletiva, ao expor uma narrativa que contrasta com o discurso estatal do período ditatorial.

O trabalho consiste numa breve explanação acerca da política indigenista imposta pela Ditadura Militar, mais especificamente a comunidade indígena Waimiri-Atroari. Diante de um governo ditatorial, ocorreu a incidência de uma política não... more

O trabalho consiste numa breve explanação acerca da política indigenista imposta pela Ditadura Militar, mais especificamente a comunidade indígena Waimiri-Atroari. Diante de um governo ditatorial, ocorreu a incidência de uma política não inclusiva dos povos indígenas, marcada por arbitrariedade e outras formas de opressão àqueles que por ventura não vinham a participar ou corroborar como uma determinada linha traçada pela política governamental.

Na atualidade, os ecos traumáticos das ditaduras latino americanas e os respectivos modos de lidar com esse passado vêm sendo objeto de análises por parte de militantes, historiadores e cientistas sociais, tendo em vista os retrocessos... more

Na atualidade, os ecos traumáticos das ditaduras latino americanas e os respectivos modos de lidar com esse passado vêm sendo objeto de análises por parte de militantes, historiadores e cientistas sociais, tendo em vista os retrocessos políticos e sociais observados e o retorno do “negacionismo” relativo à onda autoritária experimentada na região a partir dos anos 1960. No Brasil, ainda não conhecemos a abrangência da repressão brasileira no período e suas repercussões, assim como do legado ditatorial, o que tem demandado o aprofundamento da análise relativa a essa experiência no país.
O presente estudo esforça-se por analisar fatos de relevância histórica do país, a fim de compreender as especificidades do caso brasileiro, onde o bloqueio do testemunho, os mecanismos de denegação e de banalização dos conflitos impediram que a memória traumática se expressasse amplamente no espaço público, tanto em sua forma jurídica quanto em outros modos, sobretudo a dos familiares de mortos e desaparecidos políticos.

O presente artigo toma como base a pesquisa documental sobre as iniciativas oficiais voltadas para o combate ao analfabetismo no Brasil, do ano de 1961 ao ano de 1985. Nesse sentido, localizamos leis e decretos produzidos durante o... more

O presente artigo toma como base a pesquisa documental sobre as iniciativas oficiais voltadas para o combate ao analfabetismo no Brasil, do ano de 1961 ao ano de 1985. Nesse sentido, localizamos leis e decretos produzidos durante o período em estudo. Mais estritamente, situamos as concepções e os métodos de alfabetização que estão materializados nas políticas públicas de alfabetização de jovens e adultos no governo de João Goulart (1961-1964) e no período da Ditadura Militar brasileira (1964-1985). Privilegiamos informações acerca da fundamentação teórico-metodológica que orientou o ensino de língua materna, destinado a jovens e adultos, sobretudo a concepção de alfabetização funcional utilizada pela UNESCO para fundamentar as práticas alfabetizadoras desenvolvidas nos países da América Latina.

RESUMO Por meio da operacionalização do conceito de campo do sociólogo Pierre Bourdieu, este trabalho busca realizar um estudo a respeito das relações entre campo político, campo mídia e práxis empresarial ao promover uma análise das... more

RESUMO Por meio da operacionalização do conceito de campo do sociólogo Pierre Bourdieu, este trabalho busca realizar um estudo a respeito das relações entre campo político, campo mídia e práxis empresarial ao promover uma análise das distintas formas com que uma fração da elite empresarial e política da região do Vale do Itajaí em Santa Catarina serviu-se do impresso Jornal de Santa Catarina enquanto um instrumento de intervenção na disputas políticas locais durante a ditadura militar. ABSTRACT Through the operationalization of the concept of field belonged to the sociologist Pierre Bourdieu , this work aims to do a study which concerns the political field, journalist field and empresarial praxis promoting an analysis of distinctive ways that a fraction of the business and political elite of Vale do Itajaí region in Santa Catarina served up the printed newspaper of Jornal de Santa Catarina as an intervention instrument in the local political disputes.

Um resgate da história e o despertar de doloridas emoções de pessoas comuns que foram perseguidas, torturadas, ameaçadas, tiveram suas liberdades cerceadas e que ainda tentam entender o motivo de tamanha repressão; Em 2014, o golpe que... more

Um resgate da história e o despertar de doloridas emoções de pessoas comuns que foram perseguidas, torturadas, ameaçadas, tiveram suas liberdades cerceadas e que ainda tentam entender o motivo de tamanha repressão; Em 2014, o golpe que instaurou a ditadura militar no Brasil completa 50 anos.

Capítulo do Livro Fazendo Antropologia no Alto do Solimões: Diálogos Interdisciplinares II.

"'Como será o passado? História, historiadores e a Comissão Nacional da Verdade' nos conecta com as complexas tramas que conformam a memória social acerca da ditadura no Brasil. A obra descortina o processo de criação da Comissão Nacional... more

"'Como será o passado? História, historiadores e a Comissão Nacional da Verdade' nos conecta com as complexas tramas que conformam a memória social acerca da ditadura no Brasil. A obra descortina o processo de criação da Comissão Nacional da Verdade e a elaboração de seu Relatório Final, ao mesmo tempo em que discute sobre os usos políticos do passado e os fazeres e práticas dos historiadores. Assim, problematiza as múltiplas temporalidades que envolvem os debates acerca da experiência ditatorial e da própria CNV. Caroline Silveira Bauer aborda o tema de forma ética e sensível, furtando-se de caminhos fáceis e privilegiando perguntas em detrimento de respostas. Reside aí sua maior qualidade: a habilidade de nos interpelar com tantos e tão vigorosos questionamentos. Ela nos conduz ao exercício da reflexão e oferece as ferramentas para tal, a partir de um diálogo que articula a História com o Direito, a Psicanálise e a Filosofia. Ao fazê-lo, evidencia que a história e as memórias acerca da última ditadura brasileira serão percorridas por muito tempo. Como será o passado? tem todos os atributos para se tornar leitura obrigatória para aqueles que desejarem percorrê-las. E assim será." - Alessandra Gasparotto

A transição brasileira para a democracia ocorreu sem rupturas evidentes. Sob a forte presença do legado ditatorial, a formação da memória sobre a repressão da ditadura enfrenta enormes obstáculos para se estabelecer no Brasil. Nesse... more

A transição brasileira para a democracia ocorreu sem rupturas evidentes. Sob a forte presença do legado ditatorial, a formação da memória sobre a repressão da ditadura enfrenta enormes obstáculos para se estabelecer no Brasil. Nesse contexto, este estudo tem por objetivo oferecer um panorama reflexivo sobre o debate teórico a respeito da memória, o trabalho de luto dos familiares de desaparecidos políticos no Brasil, o legado da ditadura e a edificação do Memorial dos Desaparecidos de Vila Formosa, em São Paulo. Propomo-nos aqui a analisar os testemunhos de familiares, sua demanda por "verdade e justiça", e por realizar o luto no Brasil. Ressaltamos que, a despeito dos limites impostos pela transição controlada, o memorial favorece a constituição de uma consciência coletiva acerca da repressão ditatorial, e do status de suas vítimas e sobreviventes no país. Este texto beneficia-se de entrevistas inéditas, documentos pouco explorados e ampla revisão da bibliografia sobre o assunto.
Palavras-chave: Ditadura-Memória Social-Locais de recordação-Presos políticos-Mortos e desaparecidos políticos

Este artigo tem como objetivo demonstrar e problematizar a forma como o sindicado de professores conhecido como União dos Professores Primários no Estado – Sindicato (UPPES) se apropriou do discurso ufanista durante a ditadura militar no... more

Este artigo tem como objetivo demonstrar e problematizar a forma como o
sindicado de professores conhecido como União dos Professores Primários no Estado
– Sindicato (UPPES) se apropriou do discurso ufanista durante a ditadura militar no
Brasil. O período em que o sindicato foi analisado corresponde desde 1968 até 1978,
sendo nossa principal fonte o jornal Síntese Informativa da UPPE. Ocorre que neste
artigo, no entanto, nosso foco não é o sindicato, mas sim sua posição ideológica que
sempre será pautada pela comparação com a produção ufanista da ditadura nessa
mesma época.

O texto constitui o prefácio escrito ao livro "Companhia Docas de Santos: eternamente em berço esplêndido", de Adriana Gomes Santos e Antonio Fernandes Neto. A obra representa uma grande contribuição nas pesquisas e denúncias sobre a... more

O texto constitui o prefácio escrito ao livro "Companhia Docas de Santos: eternamente em berço esplêndido", de Adriana Gomes Santos e Antonio Fernandes Neto. A obra representa uma grande contribuição nas pesquisas e denúncias sobre a responsabilidade empresarial na ditadura brasileira. O livro traz com documentos inéditos provas da colaboração da empresa da família Guinle com o golpe de 1964, o regime ditatorial brasileiro e o sistema repressivo adotado pelo regime de exceção. O prefácio traz um convite à leitura desse importante livro.

Propomos neste artigo analisar a recente campanha da Folha de S. Paulo "a serviço" da democracia como parte integrante de sua efeméride de 100 anos, comemorada oficialmente em fevereiro de 2021. Na ocasião, o jornal procurou se posicionar... more

Propomos neste artigo analisar a recente campanha da Folha de S. Paulo "a serviço" da democracia como parte integrante de sua efeméride de 100 anos, comemorada oficialmente em fevereiro de 2021. Na ocasião, o jornal procurou se posicionar como um sujeito ativo capaz até mesmo de ensinar a seu leitorado "o que foi" o período da ditadura, ao explorar, por exemplo, a imagem de que (sempre) fora o "jornal das Diretas", crítico incisivo do regime no processo de redemocratização política. Desta forma, identificamos como a efeméride foi utilizada na tentativa de legitimar a autoridade da instituição, possibilitando ao jornal atuar "a serviço de si" e, com isso, reafirmar uma história particular no presente, circunscrita por tradições "inventadas" e muito bem delimitadas.

O presente trabalho tem por objetivo avaliar o cumprimento, por parte do Estado brasileiro, da sentença exarada pela Corte Interamericana de Direitos Humanos da OEA, em 2010, em relação ao caso Gomes Lund e Outros. Para tanto, a presente... more

O presente trabalho tem por objetivo avaliar o cumprimento, por parte do Estado brasileiro, da sentença exarada pela Corte Interamericana de Direitos Humanos da OEA, em 2010, em relação ao caso Gomes Lund e Outros. Para tanto, a presente pesquisa realizou-se à luz do método científico dedutivo, com um nível de profundidade descritivo, com uma abordagem qualitativa e com um procedimento para coleta de dados de estudo de caso. Verificou-se que o Sistema Interamericano de Promoção e Proteção dos Direitos Humanos foi inaugurado, em 1948, com a Declaração Americana de Direitos e Deveres do Homem e se tornou um importante mecanismo de efetivação dos direitos humanos no continente a partir de 1979, com o estabelecimento da Corte Interamericana de Direitos Humanos. Identificou-se que o Brasil fora condenado, em 2010, por este Tribunal em virtude de ter violado direitos humanos reconhecidos no Pacto de São José da Costa Rica. Tais violações ocorreram em razão do Estado brasileiro ter desenvolvido, com o uso excessivo da força, uma série de atividades militares que visavam a eliminação de um movimento armado de resistência ao regime de governo, que se organizava às margens do Rio Araguaia. Ademais, constatou-se que a sentença condenatória do Estado brasileiro listava 12 medidas de reparação e que, apesar dos esforços do Estado, apenas quatro dessas medidas foram, até o presente momento, integralmente cumpridas. Assim, o presente trabalho concluiu que o Estado brasileiro cumpriu de forma parcial a sentença condenatória do supracitado caso já que o Estado não se utilizou de todos os mecanismos que dispunha para efetivar de forma eficiente e integral as atividades reparatórias determinadas pelo Tribunal.

Resumo: A existência de apoio ao golpe civil-militar de 1964 no Brasil por parte das elites econômicas é um fato bem explorado pela historiografia brasileira. O objetivo deste artigo é trazer à luz a existência de um esquema de vigilância... more

Resumo: A existência de apoio ao golpe civil-militar de 1964 no Brasil por parte das elites econômicas é um fato bem explorado pela historiografia brasileira. O objetivo deste artigo é trazer à luz a existência de um esquema de vigilância dentro da fábrica da Volkswagen de São Bernardo do Campo voltada para a colaboração com o regime ditatorial militar e, especialmente, o papel de Franz Stangl, um criminoso nazista, na formatação do sistema de controle dos trabalhadores e sua execução. Stangl não se tratava meramente de um membro do partido nazista, mas sim de um ex-Comandante de dois campos de extermínio durante a Segunda Guerra Mundial, sendo responsável, direta ou indiretamente, pelo assassinato de milhares de pessoas. O aproveitamento da experiência anterior do nazista pela Volkswagen foi de utilidade para o esquema de vigilância e colaboração montado dentro da fábrica.
Abstract: The existence of a support of the civil-military coup of 1964 by the economical elite is a well explored fact by the Brazilian historiography. The aim of this article is to explore the existence of a vigilance strategy inside the Volkswagen's factory in São Bernardo do Campo, Brazil, that had the objective of collaboration with the military dictatorial regime and, specially, the participation of Franz Stangl, a Nazi criminal, on the implementation of the worker's control system and its execution. Stangl wasn't just a member of de Nazi party, but a former Commandant of two extermination camps during World War II, being responsible, directly or indirectly, for the murder of thousands of persons. The use of the former experience of the Nazi by Volkswagen had a great utility for the vigilance and collaboration scheme that took place inside the factory.

A proposta desse artigo é analisar a contribuição do jornal alternativo que nasceu após a instauração do ato institucional n°5 durante a Ditadura Militar no Brasil (1964-1980), O Pasquim no ano de 1969. Será utilizado como critério de... more

A proposta desse artigo é analisar a contribuição do jornal alternativo que nasceu após a instauração do ato institucional n°5 durante a Ditadura Militar no Brasil (1964-1980), O Pasquim no ano de 1969. Será utilizado como critério de análise o papel do Jornalismo para a cidadania, segundo Marques de Melo, e a liberdade de expressão e direito social da informação, conforme Francisco Karam tomando como ponto de partida o referido periódico. Para o desenvolvimento deste trabalho e para chegar a este estudo foi feito uma análise documental. O Pasquim em cada linha buscava a liberdade nacional e a conquista dos direitos humanos, sempre em busca da liberdade de expressão e da vitória na luta para a conquista verdadeira da liberdade.

Trabalho acadêmico apresentado à disciplina Brasil Independente II, do curso de graduação em História da FFLCH.

O presente trabalho propõe-se a investigar o período histórico compreendido entre a ditadura militar e a transição à democracia, que culminou com a promulgação da Constituição Federal de 1988, com atenção ao papel desempenhado pela Ordem... more

O presente trabalho propõe-se a investigar o período histórico compreendido entre a ditadura militar e a transição à democracia, que culminou com a promulgação da Constituição Federal de 1988, com atenção ao papel desempenhado pela Ordem dos Advogados do Brasil neste processo. Para tanto, serão analisados os mecanismos de legitimação do regime ditatorial e seus meios de repressão e controle, a desarticulação da sociedade civil nesse período, a crise enfrentada pelo regime, as alternativas de redemocratização brasileira e, por fim, o processo constituinte de 1987-1988, que redundou na institucionalização do Estado de Direito no Brasil.

Durante a Ditadura Militar (1964-1985), o Brasil passou por um período de crescimento da indústria e incentivo às pesquisas científicas por um lado, mas também por um período de censura artística e cultural por outro. Este estudo visa... more

Durante a Ditadura Militar (1964-1985), o Brasil passou por um período de crescimento da indústria e incentivo às pesquisas científicas por um lado, mas também por um período de censura artística e cultural por outro. Este estudo visa analisar as duas faces deste período e averiguar se este foi benéfico ou maléfico para a evolução do design de produtos brasileiro.

As investigações realizadas nos estudos estratégicos se dedicam à compreensão da natureza política, econômica e social de conflitos e guerras ao redor de todo o mundo. Nesta obra, exploramos a origem e o desenvolvimento histórico e... more

As investigações realizadas nos estudos estratégicos se dedicam à compreensão da natureza política, econômica e social de conflitos e guerras ao redor de todo o mundo. Nesta obra, exploramos a origem e o desenvolvimento histórico e conceitual dessa área, a fim de esclarecer suas ideias e elementos de base. Conheça aqui quais são os debates e desafios mais atuais dos estudos estratégicos e explore tópicos como a teoria da guerra de Clausewitz, o papel da tecnologia na guerra, as relações civis-militares no Brasil e as políticas de defesa e segurança de nosso país.

Neste artigo, abordamos sobre o heavy metal brasileiro durante a ditadura militar, analisando canções de heavy metal viabilizadas pelas bandas Stress, Dorsal Atlântica e Extermínio. O objetivo é problematizar a música como fonte de saber... more

Neste artigo, abordamos sobre o heavy metal brasileiro durante a ditadura militar, analisando canções de heavy metal viabilizadas pelas bandas Stress, Dorsal Atlântica e Extermínio. O objetivo é problematizar a música como fonte de saber histórico na abordagem da temática do rock, trazendo discussões relativas a identificação de temas ligados a ditadura militar no Brasil nas letras das canções das bandas já mencionadas. Nossa proposta é promover reflexões sobre a necessidade de revisão e problematização acerca deste tema. Apresentando o heavy metal como uma possibilidade viável para este debate. Para promover tal discussão, dialogamos com NAPOLITANO (2014), SAGGIORATO (2009). Ao utilizarmos a categoria de representação, CHARTIER (1990) nos dá a possibilidade de pensar a cultura histórica para além da historiografia tradicional, incorporando as práticas sociais em consonância com os estudos acerca do rock. Este trabalho se situa no campo dos estudos historiográficos em que faz uma interface entre o ensino de História e música na perspectiva dos estudos culturais. Inseridos teoricamente na perspectiva da História Cultural. A metodologia está baseada numa pesquisa qualitativa do tipo exploratória em interface com análise de conteúdo. Utilizamos como fonte, canções das bandas supracitadas e documentos oficiais como letras de músicas censuradas pelo DCDP.

Este será o delicado assunto desta Sim. Os aspectos profundos dos movimentos das massas populares ao longo da História, segundo “Massa e Poder”, o substancial estudo de Elias Canetti sobre as grandes ondas humanas que se quebraram nos... more

Este será o delicado assunto desta Sim. Os aspectos profundos dos movimentos das massas populares ao longo da História, segundo “Massa e Poder”, o substancial estudo de Elias Canetti sobre as grandes ondas humanas que se quebraram nos séculos – e continuam se quebrando – umas contra as outras, ou contra muros & muralhas, reis, imperadores, tiranos, governantes eleitos ou ditadores e quem mais se mete em sua frente. No Ocidente e no Oriente. Elias Canetti, escritor romeno, também foi ficcionista, e é o autor de um dos romances fundamentais do século XX: “Auto de Fé”.

Ensaio cujo objetivo é recuperar a memória do advogado e professor Heleno Fragoso.
Capítulo do livro:
Sá, Fernando; Munteal, Oswaldo & Martins, Paulo E. (orgs.) Os advogados e a Ditadura de 1964. Petrópolis, Vozes, PUC-Rio, 2010.

Meu pai faleceu no dia 04 de outubro de 1984. Durante muitos anos eu acre-ditei que, para entender a sua morte, deveria restituir sua trajetória, seguir cronologicamente suas experiências, entender suas escolhas e os caminhos que levaram... more

Meu pai faleceu no dia 04 de outubro de 1984. Durante muitos anos eu acre-ditei que, para entender a sua morte, deveria restituir sua trajetória, seguir cronologicamente suas experiências, entender suas escolhas e os caminhos que levaram à sua morte. Entretanto, algumas peças não se encaixavam, continuavam não explicando o que o teria levado a cometer um ato suicida (entendimento sobre sua morte recorrente até hoje). Em 2010, Flávia, minha irmã, lançou o premiado documentário Diário de uma busca, 1 no qual narra as histórias e as estórias do nosso pai, da nossa família, de seus amigos, da sua morte. A partir do filme, e principalmente movido pela repercussão, os usos, os comentários suscitados em blogs, artigos de jornais, entrevistas etc., pude então esboçar o que talvez estivesse faltando para mim. Sempre tive a sensação de que havia um descompasso entre o que era dito sobre meu pai e os sentidos que eu atribuía à sua vida/morte. Era como se para os outros houvesse uma sucessão de eventos encadeados de forma linear e quase autoexplicativos. Com início, meio e fim. Como se sua história obedecesse a um roteiro previamente instituído, e o sentido de ações, escolhas e emoções produzidas ao longo da sua vida pudessem ser ressignificados de forma clara e contínua dentro de um determinado campo de possibilidades. O exercício de pensar sua morte tornou-se então para mim a busca por uma perspectiva atemporal, em que o cruzamento entre passado, presente e futuro produzisse algum tipo de entendimento, e não necessariamente uma explicação. No dia 31 de abril de 2012, em frente ao Clube Militar do Rio de Janeiro e em meio à comemoração do 48º aniversário do golpe que depôs o presi-dente João Goulart, jovens militantes, ex-exilados, filhos e netos de presos políticos e desaparecidos no período do governo militar manifestavam-se

Esta dissertação tem como objetivo estudar os chamados contratos de risco celebrados en-tre empresas multinacionais e a Petrobrás para exploração, avaliação e desenvolvimento de poços de petróleo em áreas selecionadas da bacia sedimentar... more

Esta dissertação tem como objetivo estudar os chamados contratos de risco celebrados en-tre empresas multinacionais e a Petrobrás para exploração, avaliação e desenvolvimento de poços de petróleo em áreas selecionadas da bacia sedimentar brasileira, notadamente na plataforma continental. Para tanto, discutimos as contradições da relação entre os interesses de investimento das empresas petrolíferas internacionais e o capital estatal, especificamente, entre 1964 e 1984. Nossa metodologia buscou a contextualização histórica dos contratos de risco de modo a reconstituir sua memória econômica e social nos apoiando em fontes históricas sobre o tema, além de inseri-los nos condicionantes externos e internos da conjuntura econômica e política dos contextos do impe-rialismo sob o domínio externo estadunidense e, internamente, da doutrina do desenvolvimento com segurança dos governos militares. Também, refletimos a problemática dos contratos de risco a partir dos dilemas da formação econômica do Brasil, lhe conferindo um sentido qualitativo em nosso processo histórico. Desse modo, observamos a internacionalização da Petrobrás por meio dos contratos de risco como exemplo da instrumentalização da economia brasileira pela ação do capital internacional acentuando a dependência externa e transformando o petróleo brasileiro em negócio.

The "Civic Moment" is a weekly ritual conducted by Colorado Oeste Campus, the Federal Institute of Rondônia. The main objective is toevere the municipal, state and national ags and singing the national anthem, and narrate the main events... more

The "Civic Moment" is a weekly ritual conducted by Colorado Oeste Campus, the Federal Institute of Rondônia. The main objective is toevere the municipal, state and national ags and singing the national anthem, and narrate the main events / historic dates this week. The proposal for a civic and moral education can be veried at least since the beginning of the rst demands of public education with the birth of the Republic, perpetuating itself throughout the twentieth century and reaching today. The current state of Rondonia, and its history as a federal territory, eventually building a "military culture" that presents itself strongly linked contemporary school practices. The sum of these historical / social conditions allows us to think that the ritual "Civic Moment" is the tension
between the historical culture and dictatorial / authoritarian school, but
experiencing and reinterpreting this "culture" from precepts, proposed and historical time in which we live from, and a democratic culture. This tension is quickened and materialized in a space open to dispute, even without an identity and without a clear goal observable, but they need to do to be questioned, challenged and if possible, change.

Este trabalho tem como objetivo analisar as práticas políticas anarquistas durante o período compreendido entre a Revolução Cubana e as ditaduras militares da Argentina, Brasil e Uruguai. Pretendemos no presente estudo analisar as... more

Este trabalho tem como objetivo analisar as práticas políticas anarquistas durante o período compreendido entre a Revolução Cubana e as ditaduras militares da Argentina, Brasil e Uruguai. Pretendemos no presente estudo analisar as transformações nos debates estratégicos
e políticos das organizações anarquistas desses países, assim como elucidar a influência da Revolução Cubana e da luta armada no interior do anarquismo. Servindo-nos de diferentes fontes documentais (cartas, entrevistas, jornais, folhetos e atas) e de um amplo debate historiográfico procuramos neste trabalho elucidar as transformações operadas na sua cultura política, as práticas junto a sindicatos, estudantes e movimentos populares. Pretendemos compreender os fatores em comum que afetaram o anarquismo nos três países e os fatores singulares, assim como, compreender comparativamente as relações, posições estratégicas e debates transnacionais entre as organizações anarquistas. A partir de uma análise baseada na História Política e na História Social e de diferentes procedimentos metodológicos procuramos mapear o campo político anarquista e o resultado da sua adesão ao que convencionamos chamar de gramática guerrilheira e ao latino-americanismo.

"A ditadura na tela: o cinema documentário e as memórias do regime militar brasileiro" é o resultado de sete edições da mostra de mesmo nome, realizada a partir de uma parceria entre o Núcleo de História Oral da UFMG e o Museu da Imagem e... more

"A ditadura na tela: o cinema documentário e as memórias do regime militar brasileiro" é o resultado de sete edições da mostra de mesmo nome, realizada a partir de uma parceria entre o Núcleo de História Oral da UFMG e o Museu da Imagem e do Som de Belo Horizonte entre 2014 e 2018. Na coletânea, 12 autoras e autores fazem reflexões sobre as formas específicas que os documentários ganham ao apresentar na tela lembranças sobre como foi viver a ditadura. Temas tão diversos como censura, teatro, futebol, movimento estudantil, sindicalismo, sexualidade, tortura, feminismo, repressão e música são abordados ao longo da publicação, chamando a atenção para o caráter polifônico da produção documentária sobre o período. A expectativa é a de que a publicação interesse a quem, independente da agenda particular de pesquisas, busque pensar as relações entre cinema documentário e História, os usos do passado no presente, a história social das memórias e a historiografia da ditadura militar brasileira.

“Ecos de Maurina” é um filme documentário que narra a história de Madre Maurina Borges da Silveira, religiosa brasileira presa, torturada e exilada do país pela ditadura militar. O caso de Maurina nos permite pensar os desmandos e a... more

“Ecos de Maurina” é um filme documentário que narra a história de
Madre Maurina Borges da Silveira, religiosa brasileira presa, torturada e
exilada do país pela ditadura militar. O caso de Maurina nos permite pensar
os desmandos e a violência deste período autoritário no Brasil.
Em 1969, Madre Maurina foi acusada de compactuar com atos de
subversão na cidade de Ribeirão Preto quando, em uma das salas orfanato
que dirigia, foram encontrados materiais pertencentes a um grupo de
esquerda armada, a FALN2. A partir daí, são conflitantes as versões sobre a
relação de Madre Maurina com este evento. O documentário “Ecos de
Maurina” buscou retratar justamente esses discursos dissonantes que
ressoam no tempo presente e que, mesmo em disputas, nos contam a
violência extrema de um passado recente.Em 2020, o trabalho de produção deste filme documentário mepermitiu realizar essa entrevista com a professora Dra. Caroline Jaques Cubasque, em 2018, publicou o livro “Do hábito à resistência: freiras em temposde ditadura militar no Brasil”. Ganhadora do Prêmio de Pesquisa Memórias
Reveladas em 2015, a obra discute a atuação de religiosas católicas durante
a ditadura militar no Brasil. Durante entrevista concedida em sua casa,
respondeu perguntas sobre o episódio e revelou percepções possíveis a
respeito da atuação da religiosa, da violência perpetrada pelo regime e das
memórias construídas a respeito de Maurina Borges da Silveira.

O presente trabalho busca analisar o romance Sob os pés, meu corpo inteiro (2018), quinto romance da filósofa e escritora Márcia Tiburi. Os aspectos a serem analisados são a relação da protagonista Lucia com o seu passado repleto de... more

O presente trabalho busca analisar o romance Sob os pés, meu corpo inteiro (2018), quinto romance da filósofa e escritora Márcia Tiburi. Os aspectos a serem analisados são a relação da protagonista Lucia com o seu passado repleto de mentiras e sua relação com a ditadura militar brasileira, na qual foi torturada e violentada no lugar da irmã Adriana. Ademais, também será discutida a possibilidade da leitura do romance sob um viés distópico. O romance descreve, dentre outros aspectos, a cidade de São Paulo (e o Brasil) com sintomas sociais alarmantes, os quais possibilitam a leitura do romance como uma distopia.

Critical reading of woman's representation in the novel "As meninas", by Lygia Fagundes Telles

Cativeiro sem fim, de Eduardo Reina, é um relato jornalístico que revela um fato até hoje oficialmente negado pelo Estado brasileiro: o sequestro de menores por pessoas ligadas às Forças Armadas durante a Ditadura... more

Cativeiro sem fim, de Eduardo Reina, é um relato jornalístico que revela um fato até hoje oficialmente negado pelo Estado brasileiro: o sequestro de menores por pessoas ligadas às Forças Armadas durante a Ditadura Militar.

Como é comum na História do Tempo Presente, há um grande entrelaçamento entre política e pesquisa acadêmica no caso da história da ditadura militar brasileira. Consequentemente, é fundamental que a pesquisa arquivística seja conduzida por... more

Como é comum na História do Tempo Presente, há um grande entrelaçamento entre política e pesquisa acadêmica no caso da história da ditadura militar brasileira. Consequentemente, é fundamental que a pesquisa arquivística seja conduzida por formulações teóricas bem assentadas. Este artigo discute o suposto revisionismo da historiografia sobre a ditadura militar brasileira; sustenta que o recrutamento de jovens simpatizantes para a luta armada gerou uma memória traumática; mostra o vício nominalista do debate sobre o caráter civil-militar da ditadura; argumenta que a moldura institucional do estado de exceção ainda estava ativa em 1985 e demonstra que a saída da ditadura foi controlada pelos militares.

Como o livro está fora de catálogo, sendo dificil encontrá-lo inclusive no acervo de bibliotecas como a da UnB, tomo a liberdade de colocá-lo na www, tendo em vista que o próprio autor disponibiliza a versão em espanhol da presente obra... more

Como o livro está fora de catálogo, sendo dificil encontrá-lo inclusive no acervo de bibliotecas como a da UnB, tomo a liberdade de colocá-lo na www, tendo em vista que o próprio autor disponibiliza a versão em espanhol da presente obra em sua página no Academia.edu. A obra é extremamente valiosa para se pensar o papel dos intelectuais - mormente os escritores - no processo de luto na América Latina pós-ditatorial.

RESUMO Debater Direitos Humanos parece-nos uma tarefa difícil nos dias de hoje, diante das reações extremadas que geralmente tem permeado discussões sobre o tema. Polêmicas e jargões como “direitos humanos para humanos direitos” habitam... more

O artigo analisa a repercussão internacional desencadeada com a divulgação, em Março de 1968, dos resultados da Comissão de Inquérito destinada a apurar denúncias contra funcionários do Serviço de Proteção aos Índios (SPI), implicados na... more

O artigo analisa a repercussão internacional desencadeada com a divulgação,
em Março de 1968, dos resultados da Comissão de Inquérito destinada a apurar
denúncias contra funcionários do Serviço de Proteção aos Índios (SPI), implicados na
prática de crimes contra populações indígenas brasileiras. A ditadura civil-militar se viu
diante da abertura de uma importante frente de atuação sobre sua política indigenista.
Até então pouco expressivo e desorganizado, esse movimento se articulou com força a
partir dos anos 1960, consideravelmente em função dos crimes contra os indígenas
relatados no período. Sofrendo a pressão interna da imprensa e de alguns grupos
políticos insatisfeitos com o tratamento dado às denúncias apresentadas, a ditadura
precisou encarar ainda os reflexos dos crescentes debates sobre os direitos humanos e a
luta de grupos socialmente periféricos por direitos civis. Estes recrudesciam no
desenrolar dos anos 1960, chegando a pontos críticos no ano de divulgação do Relatório
Figueiredo.