História de Portugal Research Papers (original) (raw)

Os forais, ou cartas de foral, outorgados por entidades senhoriais laicas ou eclesiásticas e os dos primeiros monarcas portugueses eram diplomas que, de uma maneira geral, concediam o privilégio de autonomia a um lugar. Eram, pois,... more

Os forais, ou cartas de foral, outorgados por entidades senhoriais laicas ou eclesiásticas e os dos primeiros monarcas portugueses eram diplomas que, de uma maneira geral, concediam o privilégio de autonomia a um lugar. Eram, pois, documentos fundamentais para estabelecer ou legalizar e desenvolver os concelhos, e regular as relações dos seus povoadores ou habitantes, entre si, e destes com a entidade concedente. Permitiam, assim, organizar a sociedade local, definindo, entre outras normas, privilégios, leis e impostos.
A Rainha D. Teresa, quer em vida de seu marido, o Conde D. Henrique, quer após o falecimento deste em 1112, passou largas temporadas na cidade de Viseu, onde tinha paço e na qual contava com inúmeros partidários, sendo a sua cidade favorita. Não é, pois, de estranhar que tenha outorgado a Viseu carta de foral em 1123.
Durante o século XII, os dois primeiros monarcas da Dinastia Afonsina vão outorgar à cidade de Viseu e seu termo, mais dois forais. Um primeiro, de D. Afonso Henriques, de data desconhecida (provavelmente, de 1136), cujo texto não chegou aos nossos dias e, um segundo, de D. Sancho I, de 1187, que faz referência e confirma o texto de seu pai.
Através de uma análise dos documentos conhecidos, pretende-se inferir sobre a importância de Viseu no todo nacional e testemunhar o nascimento do poder municipal.

No dia 20 de Fevereiro de 1917 perdeu-se devido a uma explosão a lancha-canhoneira Tete, pertencente à Armada Portuguesa e integrada na Esquadrilha do Zambeze, em Moçambique. Cumprindo-se o 101º aniversário da sua perda no mesmo ano em... more

No dia 20 de Fevereiro de 1917 perdeu-se devido a uma explosão a lancha-canhoneira Tete, pertencente à Armada Portuguesa e integrada na Esquadrilha do Zambeze, em Moçambique.
Cumprindo-se o 101º aniversário da sua perda no mesmo ano em que se assinala o centenário do término da Grande Guerra, o momento é oportuno para evocar este episódio da História da Armada Portuguesa e, com base em documentos oficiais, questionar se realmente se tratou de uma acção de sabotagem.

Este trabalho reúne documentação de natureza epistolar que originalmente publiquei, de forma separada, in Mare Liberum. Revista de História dos Mares (números 4 e 17, respetivamente de 1992 e 1999). Trata-se de textos constantes dos... more

Este trabalho reúne documentação de natureza epistolar que originalmente publiquei, de forma separada, in Mare Liberum. Revista de História dos Mares (números 4 e 17, respetivamente de 1992 e 1999). Trata-se de textos constantes dos espólios dos dois historiadores e escritores que os assinam, que se conservam no Arquivo de Cultura Contemporânea Portuguesa da atualmente designada Biblioteca Nacional de Portugal, em Lisboa. Conto divulgar, talvez muito proximamente, por este meio (Academia.edu), não só o conjunto dos documentos já por mim publicados em edições tipografadas pertinentes à marcante obra historiográfica coletiva que foi a História da Colonização Portuguesa do Brasil, editada há quase cem anos, como dezenas de outros textos que selecionei, compilei e transcrevi, baseado no exame dos mesmos dois espólios ---- e que correspondem, praticamente, à totalidade dos neles incluídos que à H. da C. P. do B. dizem respeito, visto que, sobretudo, o vastíssimo e fundamental espólio de Malheiro Dias foi alvo de uma quase exaustiva investigação da minha parte.

José Maria de Vasconcellos Mascarenhas viveu num dos mais conturbados períodos da nossa História. Estudante em Coimbra aquando das invasões francesas, a vida dele nunca mais fugiu da esfera dos acontecimentos dali em diante: de estudante... more

Trata-se do capítulo concernente à descendência de D. Pedro I do Brasil para a reedição da obra "História Genealógica da Casa Real Portuguesa", de quatorze volumes, do cônego setecentista D. Antonio Caetano de Sousa (1674-1759), que foi... more

Trata-se do capítulo concernente à descendência de D. Pedro I do Brasil para a reedição da obra "História Genealógica da Casa Real Portuguesa", de quatorze volumes, do cônego setecentista D. Antonio Caetano de Sousa (1674-1759), que foi acrescida do volume XV, no qual entrou a descendência de D. Maria I, D. João VI, D. Pedro IV e D. Miguel I, que evidentemente não existiam quando ele publicou.

Trata-se de um fragmento, modificado no que respeita ao estilo, da tese de doutoramento do autor (não submetida a provas académicas) sobre a Inquisição e os cristãos-novos do Rio de Janeiro na primeira metade do século XVIII. Como se... more

Trata-se de um fragmento, modificado no que respeita ao estilo, da tese de doutoramento do autor (não submetida a provas académicas) sobre a Inquisição e os cristãos-novos do Rio de Janeiro na primeira metade do século XVIII.
Como se indica no subtítulo deste pequeno trabalho, ele corresponde a uma tentativa de aproximação relativamente às perspetivas, inquietações e sofrimentos dessas vítimas da repressão, utilizando um tipo de fontes pouco abundante mas muito elucidativo; e serve de contraponto ao estudo das motivações e procedimentos dos inquisidores e de quem os legitimava e estimulava, que empreendi no âmbito da mesma tese, em diferentes capítulos, como se pode constatar pela leitura de diversos textos que tenho vindo a divulgar publicamente em Academia.edu.

Este trabalho teve como objetivo analisar o papel de Wilhelm Von Schaumburg-Lippe, conhecido como Conde Lippe, na reestruturação do ensino militar português, na época do “despotismo ilustrado”, período caracterizado pelas ações tirânicas... more

Este trabalho teve como objetivo analisar o papel de Wilhelm Von Schaumburg-Lippe, conhecido como Conde Lippe, na reestruturação do ensino militar português, na época do “despotismo ilustrado”, período caracterizado pelas ações tirânicas do primeiro-ministro de D. José I (1750-1777), Sebastião José de Carvalho (depois Conde de Oeiras, em 1759, e Marquês de Pombal, em 1769), que tentou transformar, à força, a antiga estrutura da sociedade portuguesa, segundo as ideias dos enciclopedistas franceses. Também, se propôs a avaliar as suas contribuições pedagógicas para a educação atual, tanto no âmbito militar quanto no civil.
Quanto aos locais onde foram encontradas as fontes, cabe mencionar que, em Portugal, foram visitadas as seguintes instituições: Arquivo Militar, Biblioteca do Exército, Biblioteca da Marinha, Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Arquivo e Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra, Biblioteca Nacional de Lisboa, e Bibliotecas da Universidade de Lisboa. No Brasil, as pesquisas foram realizadas no Serviço de Documentação da Marinha, no Arquivo Histórico do Exército, na Biblioteca Nacional, e na Universidade de São Paulo. A metodologia empregada foi a Análise de Conteúdo. Esperamos que o presente texto possa colaborar para a escrita da história da educação brasileira, através do viés da cultura militar, cujos documentos, relativos à área pedagógica, ainda são pouco explorados.

Edição da Câmara Municipal de Penela - 1966

Last chapter, bibliography and table of contents of the second edition of my History of Contemporary Portugal (Spring 2018)

Em Moçambique a Guarda Republicana de Lourenço Marques foi responsável, a partir de 1914, pela segurança e policiamento de todas as áreas na região sul da colónia desempenhando missões típicas de uma Gendarmerie, tais como as de ocupação... more

Em Moçambique a Guarda Republicana de Lourenço Marques foi responsável, a partir de 1914, pela segurança e policiamento de todas as áreas na região sul da colónia desempenhando missões típicas de uma Gendarmerie, tais como as de ocupação e de polícia militar do território, as de segurança interna e de ordem pública, as de polícia de emigração, para além de outros serviços de polícia sanitária e de caça, sendo ainda guarda-fiscal no interior e na fronteira com as colónias da África do Sul e da Rodésia. As unidades desta força estavam ainda preparadas para desempenhar operações de combate, segurança de colunas e reconhecimentos.
Unidades da Guarda Republicana de Lourenço Marques, que era reconhecida como a melhor força militar existente em Moçambique, não só a mais bem treinada como aquela com maior capacidade de intervenção, participou nas campanhas contra os alemães, no norte de Moçambique, reforçando em 1916 as forças do Exército no Rovuma, tendo o Coronel Azambuja Martins, Chefe do Estado-Maior da 3.ª Expedição a Moçambique, testemunhado: “A 18 de Maio [1916] o Governador Geral [Álvaro Xavier de Castro] embarcou em Lourenço Marques para o Rovuma acompanhando os reforços que conseguira mobilizar na Colónia, formando uma companhia europeia de infantaria montada da Guarda Republicana de Lourenço Marques e uma companhia indígena da mesma unidade (a qual era considerada de elite, tendo todos os seus oficiais o curso da sua arma), … ” (MARTINS, Eduardo Azambuja (1935) A campanha de Moçambique. In Martins, Ferreira, dir. (1934-1935) Portugal na Grande Guerra. Lisboa: Ática. Vol. 2, pp. 147-148).

La serie de conflictos entre cristianos y musulmanes que caracteriza a la Edad Media y que colectivamente ha sido llamada controversialmente la «Reconquista» está identificada con cierto interés en las fuentes documentales y narrativas de... more

La serie de conflictos entre cristianos y musulmanes que caracteriza a la Edad Media y que colectivamente ha sido llamada controversialmente la «Reconquista» está identificada con cierto interés en las fuentes documentales y narrativas de la península ibérica. En algunos períodos y a pesar de su importancia, hay algunos vacíos apreciables en las crónicas y anales sobrevivientes de la época en la zona. A pesar de ello, las fuentes narrativas de otras áreas del mundo cristiano medieval parecen haberse interesado en este conflicto, pese a que no fueron escritas en la península. A finales del siglo xi, los reinos cristianos peninsulares aprovecharon la oportunidad del desequilibrio político de los reinos de taifas del sur para expandir no solo su hegemonía política, sino su supremacía territorial. Al mismo tiempo, el papado reformista empezó a ver las disputas territoriales peninsulares como una oportunidad más para la guerra santa entre la Iglesia romana y el mundo musulmán. Las guerras peninsulares, desde tiempos de Carlomagno, ya habían empezado a atraer el interés de miembros de la nobleza franca con intervenciones militares en el valle del Ebro. Es por esta relación que las regiones del Reino de Francia y, luego, de otros lugares del mundo cristiano, empezaron a interesarse en esta zona. Los romances épicos, como la historia de Roldán, atraen el interés literario en el conflicto ibérico y las hagiografías empiezan a nombrar tangencialmente los eventos peninsulares, reflejando así un creciente interés en estas guerras que empiezan a ser vistas desde un matiz religioso.4 Este capítulo intenta demostrar cómo desde el siglo xi ya se comenzaba a ver este conflicto desde el norte como un tipo de guerra santa. También intenta mostrar a través de un limitado número de fuentes narrativas existentes de distintas regiones de la Europa cristiana, desde el siglo xi hasta principios del siglo xiii, cómo estas fuentes reflejan la cambiante disposición de este conflicto desde la perspecti- va de estos autores. De la misma manera, intenta mostrar cómo la relación de las guerras ibéricas con los conflictos en el Levante mediterráneo, que colectivamente llamamos las cruzadas, ayudaron en su cambiante percepción de la validez de este teatro bélico. Por otra parte, esta sección muestra la forma en que estos textos, a pe- sar de su lógica parcialidad regional, aportan en algunas ocasiones otra perspectiva útil sobre los eventos peninsulares con relación a las fuentes locales.

Análise dos dois forais da povoação da Ericeira datados de 1229 e 1513

Tudo o que se sabe de Luísa Clara de Portugal nasceu de uma imagem que encarna o modelo romântico da relação que ela teve com D. João V cuja fama os autores oitocentistas resgataram e a família nunca negou. Diferente de outras mulheres... more

A opinião comum atual atribui com frequência a um passado remoto o que foram os estereótipos femininos prevalecentes no século XIX: um ser emotivo, frágil ou mesmo enfermo, mas naturalmente abnegado e dócil, cuja vocação instintiva era a... more

A opinião comum atual atribui com frequência a um passado remoto o que foram os estereótipos femininos prevalecentes no século XIX: um ser emotivo, frágil ou mesmo enfermo, mas naturalmente abnegado e dócil, cuja vocação instintiva era a maternidade e o serviço aos outros. Na verdade, essas imagens oitocentistas eram diferentes das que haviam dominado os discursos ocidentais desde a Antiguidade, pois antes do Romantismo as elites ideológicas insistiam noutras características: a perversidade e a perigosidade das mulheres, as quais configuravam a sua inferioridade moral. Em comum, partilhavam a crença na sua menoridade intelectual e biológica a carecer de permanente vigilância e proteção. É sobre alguns desses estereótipos de género (de corpo, de personalidade e de funções) que este texto se debruçará.

After the Second World War, when Portuguese emigration – stable since the 1930s – started to increase, the demoliberal principles of the Occident shaped emigration, as the liberalization of migratory flows became paramount to ensure labor... more

After the Second World War, when Portuguese emigration – stable since the 1930s – started to increase, the demoliberal principles of the Occident shaped emigration, as the liberalization of migratory flows became paramount to ensure labor allocation among occidental countries and guarantee the reconstruction of countries affected by war and reignite its economies. António Oliveira Salazar’s regime was thus threatened by the new international order, non-favorable to both authoritarian and totalitarian regimes as well as to colonial empires. As such, the Portuguese Estado Novo was forced towards a set of reforms which lead to contradictory discursive stances. The issue of emigration suffered a similar fate. As the regime could not forbid thousands of Portuguese people from leaving the country, a new organism, responsible for emigration regulation and centralization of all issues regarding the matter, was created in 1947. The Junta da Emigração (henceforth referred to as JE) and its president were, by legal decree nº 36:558, from the 28th of October 1947, institutionalized as the maximum authority on the matter. The present dissertation, by the analysis of JE’s documentation during its period of existence (1947-1970), aims to understand which discourses guided its elaborations on migratory policies. Taking the very discourses as the locus of political struggles, thus encompassing power relationships, this work’s goals are: (i) to characterize the JE’s possible discourses; (ii) to understand with which voices JE interfaced and which pressures restricted and limited its president’s statements; (iii) how these discourses shaped the emigrant as a social category; (iv) to enlighten how the change of destination of the Portuguese emigration, from America to Europe in the dawn of the 1960s, allowed the emergence of new discourses on emigration; (v) to identify those new discourses and their sources; (vi) to comprehend how these other discourses menaced the authority and legitimacy of JE leading, eventually, to its extinction.

Já se disse que as revoluções tardias são as mais radicais. No 25 de Abril de 1974 ruiu a ditadura mais antiga do continente europeu. A rebelião militar organizada pelo MFA, uma conspiração dirigida pela oficialidade média das Forças... more

Já se disse que as revoluções tardias são as mais radicais. No 25 de Abril de 1974 ruiu a ditadura mais antiga do continente europeu. A rebelião militar organizada pelo MFA, uma conspiração dirigida pela oficialidade média das Forças Armadas que evoluiu, em poucos meses, de uma articulação corporativa para a insurreição, foi fulminante.
A insurreição militar agigantou-se como uma revolução democrática, quando as massas populares saíram às ruas, que enterrou o salazarismo e foi vitoriosa. Mas a revolução social que nasceu do ventre da revolução política foi derrotada. Talvez surpreenda a caracterização de revolução social, mas toda revolução é uma luta em processo, uma disputa, uma aposta em que reina a incerteza. Na história não se pode explicar o que aconteceu considerando somente o desfecho. Isso é anacrônico. É uma ilusão de ótica do relógio da história. O fim de um processo não o explica. Na verdade, o contrário é mais verdadeiro. O futuro não decifra o passado. Revoluções não podem ser analisadas somente pelo desenlace final. Ou pelos seus resultados. Estes explicam, facilmente, mais sobre a contra-revolução, do que sobre a revolução.

Muito boa tarde a todos. Gostaria de agradecer a vossa presença aqui neste final de tarde, por terem dispendido um pouco do vosso tempo para homenagearem o Jorge e o trabalho que ele tem desenvolvido nos últimos tempos. De facto não foi... more

Muito boa tarde a todos. Gostaria de agradecer a vossa presença aqui neste final de tarde, por terem dispendido um pouco do vosso tempo para homenagearem o Jorge e o trabalho que ele tem desenvolvido nos últimos tempos. De facto não foi há muito tempo que estive aí desse lado para assistir ao lançamento do seu primeiro romance. Mas é sobretudo ao Jorge a quem devo agradecer o convite para estar aqui hoje, convite que muito me honrou. O Jorge foi meu colega de licenciatura. Desses tempos recordo que, dos alunos trabalhadores, foi, sem dúvida, um dos mais assíduos, muito mais que muitos estudantes que eram apenas estudantes. Esta sua assiduidade demonstrava a sua paixão pela história e que, para além das actividades lectivas que desempenhou, vem novamente ao de cima com a publicação deste segundo romance, dedicado à vida de D. João II, aquele que ficou conhecido para a história como o Príncipe Perfeito. Todavia, não é vida perfeita de um Príncipe que aqui é narrada. Desde logo temos essa impressão pelo título desta obra – as sombras de D. João II. Na verdade este príncipe só é perfeito no sentido maquiavélico, isto é, na acepção em que Nicolau Maquiavel, contemporâneo do monarca português concebeu para o seu Príncipe, aquele

Este artigo tem o objetivo de analisar o romance Os Maias, destacando-o como produto e produtor de um processo de imaginação político-literário marcado pela crítica à realidade social portuguesa da segunda metade do século XIX.... more

Este artigo tem o objetivo de analisar o romance Os Maias, destacando-o como produto e produtor de um processo de imaginação político-literário marcado pela crítica à realidade social portuguesa da segunda metade do século XIX. Representação construída frente à consolidação do ordenamento liberal em grande parte da Europa Ocidental. O argumento central é que Eça de Queirós analisou criticamente o contexto político lusitano oitocentista por meio do potencial analítico do romance: o gênero literário da modernidade.

A seguinte dissertação tem como objetivo estudar o método de instrução militar naval dado a um soldado recruta, recém incorporado à vida militar, utilizado no início do século XIX pelo corpo vocacionado para guarnecer a artilharia das... more

A seguinte dissertação tem como objetivo estudar o método de instrução militar naval dado a um soldado recruta, recém incorporado à vida militar, utilizado no início do século XIX pelo corpo vocacionado para guarnecer a artilharia das embarcações de guerra e atuar como infantaria de desembarque da Marinha Real portuguesa, a Brigada Real da Marinha. Para trazer à luz vivências de inserção a um mundo novo, o mundo militar (pautado pelas suas próprias características e ethos), escolheu-se como documento base o livro "Instruções para a Brigada Real da Marinha, principiando pela escola do soldado até a de pelotão", um compêndio de instruções contemporâneo as políticas de reorganização e modernização de uma Marinha cuja a necessidade de proteção do comércio marítimo com o Atlântico e a percepção da ameaça de uma guerra com a França Revolucionária lhe fizera reestruturar-se. Desta forma, a instrução para soldados é uma preocupação presente neste período e essencial neste processo de modernização, mostrando-a primordial para dominar a tecnologia vigente.

Neste volume verdadeiramente seminal, escrito por quatro autores dos dois lados do Atlântico, entrevemos algumas destas ocorrências inesperadas, às quais precisamos de dedicar uma atenção para lá dos estereótipos e das memórias... more

Neste volume verdadeiramente seminal, escrito por quatro autores
dos dois lados do Atlântico, entrevemos algumas destas ocorrências
inesperadas, às quais precisamos de dedicar uma atenção
para lá dos estereótipos e das memórias construídas, porque é também
deste património múltiplo que a nossa história é feita. Miguel
Gomes Martins olha para o papel da guerra na formação do reino
de Portugal e Maria do Rosário Morujão oferece-nos um ensaio sobre
o papel central de Coimbra na construção de Portugal. Leandro
Rust contribui com uma primorosa reconstituição do demoradíssimo
processo que decorreu até que o papa reconhecesse a formação
do reino de Portugal. E Maria Filomena Coelho percorre às avessas
este período de meio século, no qual estão sedutoramente encerradas
as perguntas — e algumas das respostas — sobre o nascimento
de um país que continua a ser, muitos séculos e vicissitudes depois,
aquele mesmo que conhecemos por Portugal. (Rui Tavares)

Ao cruzar a história das relações transatlânticas, da Segunda Guerra Mundial e da Guerra Fria através do exame das diferentes ambições civis e militares ligadas ao espaço insular atlântico português entre 1942 e 1948, este artigo tem como... more

Ao cruzar a história das relações transatlânticas, da Segunda Guerra Mundial e da Guerra Fria através do exame das diferentes ambições civis e militares ligadas ao espaço insular atlântico português entre 1942 e 1948, este artigo tem como objetivo questionar as narrativas existentes sobre a formação de um novo espaço estratégico no oceano no período. Ao evitar o corte cronológico de 1945 como marco transformador ou ponto de partida para interesses cruzando-se em meio ao Atlântico, o artigo pretende lançar um novo olhar sobre rivalidades dissimuladas, mas perenes e consequentes, como a anglo-americana atuando em Portugal, ou agendas políticas e econômicas marginalizadas pela literatura nesse contexto, embora decisivas, como a brasileira.

O presente relatório de estágio curricular, do 5º ano da Licenciatura Bietápica em Conservação e Restauro, da Escola Superior de Tecnologia, do Instituto Politécnico de Tomar, incide no estudo, identificação e inventário de um conjunto de... more

O presente relatório de estágio curricular, do 5º ano da Licenciatura Bietápica em Conservação e Restauro, da Escola Superior de Tecnologia, do Instituto Politécnico de Tomar, incide no estudo, identificação e inventário de um conjunto de objetos em vidro pertencentes às coleções do Museu do Vidro da Marinha Grande.
Neste trabalho, para além do inventário dos bens, propriamente dito, é também apresentado o estudo e a investigação preparatória que serviu de base e de fundamento à normalização dos campos de inventário (e dos seus conceitos), procurando suprimir a necessidade que à data existe de não haver um modelo normativo, adotado pelo atual Instituto dos Museus e da Conservação, em Portugal, para a inventariação de objetos e artes decorativas em vidro. Desse processo de normalização da metodologia documental de inventário, como resultado de um profundo e amplo estudo da indústria vidreira (nacional e estrangeira), foi possível a realização de um thesauros, com vista à otimização e uniformização dos conceitos operativos de inventário, nomenclaturas e glossários, no contexto da futura digitalização do acervo pertencente ao Museu do Vidro da Marinha Grande. Nesse procedimento procurou-se que correspondesse à profundidade temporal que envolve a produção, circulação e utilização de vidro dentro do universo do conjunto das peças em estudo, bem como do espólio do Museu do Vidro (que vai desde o século XVIII até à atualidade) e da produção vidreira em geral. O thesauros está dividido em três capítulos, correspondentes aos parâmetros que integram: as ferramentas, matérias-primas e técnicas de produção; as formas e as partes dos objetos em vidro e, por último, a decoração e as técnicas decorativas.

Em 1999, Eduardo Lourenço publica no Brasil a obra Mitologia da Saudade (São Paulo: Companhia das Letras), na qual, dentre outros temas, convoca expressões literárias da melancolia para a cena do texto. Propomo-nos compreender os sentidos... more

Em 1999, Eduardo Lourenço publica no Brasil a obra Mitologia
da Saudade (São Paulo: Companhia das Letras), na qual, dentre
outros temas, convoca expressões literárias da melancolia para
a cena do texto. Propomo-nos compreender os sentidos auferidos por Lourenço no diálogo com algumas fontes medievais citadas ou não por ele, a fim de apreciar a pertinência do exame do ensaísta para o contexto tardo-medieval.

Ensaio relativo ao pensamento político de António Sardinha e a formação do Integralismo Lusitano.