Povos Indígenas Research Papers - Academia.edu (original) (raw)
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- History, Colonialism, Historia, Povos Indígenas
Tradução do trabalho de AXEL KROEGER e FRANÇOISE BARBIRA-FREEDMAN feita por ALINE REGITANO e ANAI VERA BRITOS,
RESUMO: Este texto trabalha com imagens de instrumentos musicais indígenas encontradas na literatura de informação do século XVI ao XIX, assim como busca para esses artefatos um lugar dentro da história da arte. Vários foram os viajantes... more
RESUMO: Este texto trabalha com imagens de instrumentos musicais indígenas encontradas na literatura de informação do século XVI ao XIX, assim como busca para esses artefatos um lugar dentro da história da arte. Vários foram os viajantes que nos deixaram imagens do Brasil colônia e império. As imagens utilizadas pelos viajantes muitas vezes tinham a função de confirmadoras dos textos escritos na literatura de informação e devem ser incluídas e pensadas dentro do campo artístico enquanto estética. No entanto, como a história da arte pode lidar com essas imagens? Analisam-se os possíveis discursos de sentido relacionados a tais imagens e buscar um lugar para elas na tradição artística. As imagens de instrumentos musicais indígenas do séc. XVI referem-se ao exótico, ao estranhamento em relação aos objetos dos nativos brasileiros. Já no século XIX, tais imagens se mostram mais organizadas e deixam ver a criatividade e a inventividade do indígena brasileiro.
PALAVRAS-CHAVE: Instrumentos musicais. Música. Indígenas. Literatura de informação.
En el presente artículo se indagan las características que adoptan las políticas Educación Intercultural ilingüe (en adelante EIB) en Argentina, a travésdel análisis de su aplicación en los territorios provinciales de... more
En el presente artículo se indagan las características que adoptan las políticas Educación Intercultural ilingüe (en adelante EIB) en Argentina, a travésdel análisis de su aplicación en los territorios provinciales de Salta y Misiones (Argentina). Las preguntas que guían esta investigación son ¿de qué manera las normativas provinciales construyen sentidos locales de la EIB como política educativa y de la interculturalidad como derecho educativo? Y ¿qué tipo de dispositivos de intervención territorial se diseñan para atender las problemáticas locales? Partimos de la hipótesis de que en Argentina los modelos de educación intercultural destinados a las poblaciones indígenas no se implementaron de manera homogénea, sino que admiten diferentes periodizaciones y plantean desarrollos propios vinculados al contexto y la población destinataria. Más aún en las provincias se re-significan, seleccionan y fijan sentidosdeterminados de la EIB que constituyen un campo de discusión con textura propia. En esta contribución se describen las políticas públicas destinadas a la educación de pueblos indígenas en dos provincias de la Región Norte Grande Argentino. Desde una perspectiva antropológica, se abordan los dispositivos territoriales diseñados en cada provincia y los sentidos locales que se construyen entorno a la interculturalidad.EDUCACIÓN INTERCULTURAL BILINGÜE. REFLEXIONES ACERCA DE LOS CASOS DE SALTA Y MISIONES (ARGENTINA)INTERCULTURAL BILINGUAL EDUCATION. REFLECTIONS ABOUT SALTA’S AND MISIONES’S CASES (ARGENTINA)YAMILA IRUPÉ NUÑEZiy ANA VICTORIA CASIMIRO CORDOBAiiFecha de Recepción: 24/10/2019|Fecha de Aprobación: 30/11/2019iDoctora en Antropología Social (FHyCS-UNaM). Becaria posdoctoral CONICET en el Instituto de Estudios Sociales y Humanos (CONICET-UNaM). Investigadora en la Secretaría de Investigación de la Facultad de Humanidades y Ciencias Sociales de la Universidad Nacional de Misiones, Posadas, Misiones, Argentina.yamilairupe88@gmail.comiiEspecialista en cultura guaraní jesuítica (UNaM). Diplomatura en Pensamiento Latinoamericano y Caribeño (CLACSO). Licenciada en Antropología Social (UNSa). Instituto de Investigaciones en Ciencias Sociales y Humanidades (CONICET-UNSa). Consejo de Investigación de la Universidad Nacional de Salta (UNSa). Salta, Argentina.anita.desafio@gmail.comPalabrasClave: Lenguas.Pueblos originarios.Educación.Estado.Interculturalidad.
PAZ, GUERRA, CONFLICTOS, INDÍGENAS, AMÉRICA, SIGLO XVIII, MONARQUIA HISPÁNICA
O tema do presente trabalho é “o instituto da adoção em comunidades indígenas e seu reconhecimento pelo ordenamento jurídico brasileiro”. Análise sobre como deve ser o procedimento para colocação de uma criança indígena em uma família... more
O tema do presente trabalho é “o instituto da adoção em comunidades indígenas e seu
reconhecimento pelo ordenamento jurídico brasileiro”. Análise sobre como deve ser o
procedimento para colocação de uma criança indígena em uma família substituta, através da
adoção. Tal adoção pode ocorrer dentro da própria comunidade indígena. São formas de
garantir o direito fundamental da criança indígena à convivência familiar e comunitária. Há
instituições indígenas próprias que promovem essa adoção. Tais instituições já são
reconhecidas pelo Estatuto da Criança e o Adolescente (art. 28, §6º), com a alteração feita
pela nova lei da adoção (Lei nº 12.010/09). Também já era reconhecida pela Resolução 169
da OIT. Com a pesquisa bibliográfica pretende demonstrar que o sistema jurídico nacional
deve reconhecer a validade de tais adoções. A discussão entre o monismo e pluralismo
jurídico também estará presente, já que o reconhecimento jurídico de uma instituição indígena
implica, inevitavelmente, na mitigação da ideia de um único ordenamento jurídico nacional.
PALAVRAS-CHAVE: Direitos fundamentais da criança indígena. Convivência familiar e
comunitária. Adoção. Comunidades indígenas. Pluralismo jurídico.
No presente artigo, abordaremos o que se entendia pela identidade indígena a partir de autores românticos, aqui exemplificados por Gonçalves de Magalhães. Este autor, atuante desde a primeira geração dosromânticos no... more
No presente artigo, abordaremos o que se entendia pela identidade indígena a partir de autores românticos, aqui exemplificados por Gonçalves de Magalhães. Este autor, atuante desde a primeira geração dosromânticos no Brasil, escreve o texto “Os indígenas do Brasil perante a História”, no qual se dedica a defender os povos indígenas contra abordagens maximamenteexcludentes, como a que propunha Francisco Adolfo de Varnhagen. A partir da análise de Marcelode Mello Rangel, conseguiremos nos debruçar sobre a proposta de positivação em favor do indígena brasileiro aos olhos de Magalhães, em uma sociedade que permanecia em uma visão estereotipada sobre os povos originários no Brasil.
Since 1983, year when it was created as an agency of the National Liberation Forces, until 1996, year of the first International Meeting for Humanity and Against Neoliberalism, organized in Mexican jungle, the Zapatista Army of National... more
Since 1983, year when it was created as an agency of the National Liberation Forces, until 1996, year of the first International Meeting for Humanity and Against Neoliberalism, organized in Mexican jungle, the Zapatista Army of National Liberation (ELZN) lived a slow and decisive transformation: from a classic guerrilla to a pacific movement which builds "one world that fits many worlds", through the invention of practices of participation and communication. This text analyses these new ways of doing politics that are being cultivated between the ELZN and what it calls "civil society", the countless groups connected to it through communication and solidarity ties.
Entrevista com o escritor Daniel Munduruku.
Este artigo traça alguns caminhos da trajetória da cineasta Mbyá-Guarani Patrícia Ferreira Pará Yxapy, a partir das relações que ela estabelece com as imagens e das relações que juntas estabelecemos ao longo de quase uma década... more
Este artigo traça alguns caminhos da trajetória da cineasta Mbyá-Guarani Patrícia Ferreira Pará Yxapy, a partir das relações que ela estabelece com as imagens e das relações que juntas estabelecemos ao longo de quase uma década de colaboração e amizade. Neste fragmento da minha pesquisa de mestrado, contextualizo o fazer cinema de Patrícia em seu enquadramento cosmológico e social, o atual “estado das coisas” no cinema indígena brasileiro feito por mulheres e as representações imagéticas de Patrícia e de outras cineastas indígenas. Nesse processo, por meio do cinema, Patrícia performa a sua auto-etnografia e auto-mise-en-scène, manipulando o documentário indireto enquanto agente histórica, ou seja, escolhe os meios e as formas de se mostrar, exercendo um espaço de liderança por meio de seu trabalho que tensiona alguns processos da produção artística hegemônica.
Este artículo pone de relieve el carácter histórico estructural del racismo en las sociedades latinoamericanas y como su "naturalización" afecta las posibilidades de que personas y comunidades de pueblos indígenas y afrodescendientes... more
Este artículo pone de relieve el carácter histórico estructural del racismo en las sociedades latinoamericanas y como su "naturalización" afecta las posibilidades de que personas y comunidades de pueblos indígenas y afrodescendientes puedan ejercer plenamente el derecho a la educación, con especial atención a la Educación Superior. El análisis enfatiza que este problema no solo afecta la calidad de la Educación Superior, sino también el ejercicio efectivo de derechos humanos establecidos en las normativas internacionales en la materia, y que forman parte de las constituciones nacionales y leyes de los países de la región y que los Estados tienen el deber de asegurar. Puntualiza, además que la incidencia de este problema ha sido reconocida por la 3ra. Conferencia Regional de Educación Superior de América Latina y el Caribe (CRES 2018), cuya declaración final incluyó recomendaciones respecto del papel que deberían jugar las instituciones de educación superior en la erradicación del racismo al interior de sus comunidades y en la sociedad en general. Con el fin de contribuir a hacer posible la puesta en práctica de estas recomendaciones propone contextualizar la idea de "racismo
O presente artigo objetiva compor um quadro analítico sobre a produção de geógrafas e geógrafos brasileiros contemporâneos que tenham a temática indígena como um de seus aspectos centrais, a partir da pesquisa e coleta de dados em textos... more
O presente artigo objetiva compor um quadro analítico sobre a produção de geógrafas e geógrafos brasileiros contemporâneos que tenham a temática indígena como um de seus aspectos centrais, a partir da pesquisa e coleta de dados em textos e artigos produzidos sobre essa temática de 2004 a 2016, em congressos da área. Trabalhamos com os Anais do Encontro Nacional de Geógrafos (ENG) e o Simpósio Internacional de Geografia Agrária (SINGA), a partir dos quais organizamos dados quantitativos sobre esta produção, além de analisar com quais conceitos e perspectivas teórico-metodológicas a geografia brasileira vem tratando esses temas. Identificamos um aumento da produção sobre temáticas indígenas na geografia, porém destacamos a necessidade de uma maior convergência entre os estudos dessa área. Este texto constitui-se como um ponto de partida no sentido de conhecer e visibilizar as produções geográficas no Brasil diante das temáticas indígenas, bem como o protagonismo e atuação de geógrafas...
Edição comentada, com texto modernizado, da carta de Pero Vaz de Caminha, publicada pela editora da Unicamp.
Estudo de casa da revolta indígena na Paraíba em 1733
This paper develops a decolonial comparative analysis of the concept of property rights, taking into consideration the decision of the Inter-American Court of Human Rights, ruling on collective property rights of indigenous people for the... more
This paper develops a decolonial comparative analysis of the concept of property rights, taking into consideration the decision of the Inter-American Court of Human Rights, ruling on collective property rights of indigenous people for the first time against Brazil (case Xukuru People versus Brazil, 2018). For this purpose, the innovative method of decolonial comparative law, promoted by Ralf Michaels and Lena Salaymeh at the workshop organized by Max Planck Institute for Comparative and International Law on 2019, was used to comparatively analyse private property rights and the collective property right in the Brazilian legal system from a decolonial perspective. The Xukuru indigenous case clearly shows the diverse problems and conflicts that arise when using the concept of property right based on a strong Eurocentric tradition. The challenges of registering an indigenous property in Brazil were identified in this context as a dysfunctional colonial model of private right that obstr...
Este livro resulta de uma etnografia sobre os processos de emergência étnica e sobre o associativismo indígena no Rio Negro. Apresenta uma etnologia das relações interétnicas no noroeste amazônico, delineando a complexa articulação de... more
Este livro resulta de uma etnografia sobre os processos de emergência étnica e sobre o associativismo indígena no Rio Negro. Apresenta uma etnologia das relações interétnicas no noroeste amazônico, delineando a complexa articulação de atores, recursos e significados que possibilitam a compreensão da estrutura e da dinâmica de uma esfera pública local pluriétnica, conectada a circuitos políticos transnacionais e dotada de alta reflexividade. Pretende contribuir para o desenvolvimento de pesquisas sobre os movimentos indígenas contemporâneos no Brasil, em particular; e para o campo dos estudos antropológicos dos movimentos sociais e das políticas de identidade.
Indigenous peoples in Brazil are currently being attacked by the Brazilian government on two fronts: Bill 490/2007, which threatens to cancel Indigenous consultation rights over what happens with natural resources in their territories,... more
Indigenous peoples in Brazil are currently being attacked by the Brazilian government on two fronts: Bill 490/2007, which threatens to cancel Indigenous consultation rights over what happens with natural resources in their territories, and the landmark Supreme Court case of "Marco Temporal", which threatens to revert the demarcation of Indigenous lands (to be ruled on 30 June 2021). These attacks on Indigenous peoples' rights go against the Brazilian Federal Constitution and the United Nations Declaration of the Rights of Indigenous Peoples.Both attempts to cancel Indigenous rights and other attempts to remove legal environmental protections are part of a larger scheme to open the Amazon and other protected areas to further mining, logging, cattle ranching and grain plantations. The Amazon forest and Indigenous peoples need your support!
ARRUZZO, R. C.; GUERRA, E. F. Povos Indígenas: nem pertencentes ao passado, nem parados no tempo, nem fadados a desaparecerem. In: Rosana Batista Monetiro. (Org.). Práticas pedagógicas para o ensino de história e cultura afro-brasileira,... more
ARRUZZO, R. C.; GUERRA, E. F. Povos Indígenas: nem pertencentes ao passado, nem parados no tempo, nem fadados a desaparecerem. In: Rosana Batista Monetiro. (Org.). Práticas pedagógicas para o ensino de história e cultura afro-brasileira, africana e indígena no ensino médio. 1ed.Seropédica: UFRRJ e Evangraf, 2013, v. unico, p. 59-76. Povos indígenas: nem pertencentes ao passado, nem parados no tempo, nem fadados a desaparecerem Roberta Carvalho Arruzzo (UFRRJ) Emerson Ferreira Guerra (UFRRJ) Introdução "O Brasil nunca teve ciclo da mandioca" (2011: 38). É desta forma que o geógrafo Carlos Walter Porto-Gonçalves nos chama a atenção sobre como determinadas leituras da história e geografia do Brasil, centradas nos ciclos econômicos, ignoram toda uma enormidade de outras possibilidades tanto econômicas quanto culturais. "Assim se invisibiliza toda a criatividade popular do Brasil, ignorando o espaço onde as pessoas foram capazes de reinventar suas vidas" (39), quando estes ciclos, inexoravelmente, entram em decadência. Desta mesma forma, são invisibilizados diversos povos e culturas diferentes que hoje compõe a nação brasileira, tanto na forma de contar a história deste país, quanto na forma de trabalhar sua atual geografia. Como nos propõe Boaventura Souza Santos (2002), devemos evitar a contração do presente (e diríamos também do passado) normalmente praticada pela tradição filosófica e científica ocidental. Para isso, é fundamental estamos atentos a toda riqueza de experiências que existem no presente e que são normalmente tratadas como residuais ou parte do passado. O processo mesmo de formação e consolidação da sociedade brasileira, primeiro como colônia portuguesa e depois como nação independente, nos remete, entre outras coisas, a formas distintas de se conceber e atuar sobre o espaço e os povos que aqui habitavam e habitam. Grandes regiões do que hoje compõe o espaço brasileiro foram muito comumente identificadas, muitas vezes em políticas públicas, como imensos "espaços vazios". Estes "vazios", ora vistos como econômicos, ora populacionais, foram
Texto de Poliana Nascimento, Vânia Fialho e Whodson Silva no livro: "Mineração e garimpo em terras tradicionalmente ocupadas: conflitos sociais e mobilizações étnicas", resultante do GT "Terras tradicionais ocupadas e mineração" do... more
Texto de Poliana Nascimento, Vânia Fialho e Whodson Silva no livro: "Mineração e garimpo em terras tradicionalmente ocupadas: conflitos sociais e mobilizações étnicas", resultante do GT "Terras tradicionais ocupadas e mineração" do Projeto Nova Cartografia Social.
- by Whodson Silva and +1
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- Mineral exploration, Sertão, Povos Indígenas, Mineração
Nas últimas décadas, os avances do agronegócio no sul do Brasil tem provocado um cada vez mais dificil acesso à terra para os coletivos indígenas que desenvolvem uma relação diferenciada com seu território e os seres que o povoam. Lógicas... more
Nas últimas décadas, os avances do agronegócio no sul do Brasil tem provocado um cada vez mais dificil acesso à terra para os coletivos indígenas que desenvolvem uma relação diferenciada com seu território e os seres que o povoam. Lógicas coloniais e etnocidas permeiam a gestão dos territórios e dos corpos indígenas que se veem incorporados num Estado-Nação que por um lado difunde um discurso igualitário e homogêneo e por outro lhes nega a possibilidade de ser diferentes. A colonialidade, matriz de poder e base da racionalidade moderna atravessa as relações entre o Estado, o Capital e os mundos indígenas e se reproduz em cada relação que os coletivos indígenas desenvolvem com outros e entre si. Os processos coloniais históricos modificaram o tecido social e as subjetividades indígenas que diante desses processos se empenharam em reconstruir seus caminhos transformando e reelaborando cosmologias e mitologias protagonizando processos de resistência. Comumente, a política e a luta pela terra são vistas a partir de um olhar que não deixa espaço a maneiras outras de pensar o político. Da mesma maneira, o xamanismo é abordado habitualmente como um sistema cosmológico de relação com seres outros e assim despossuído do seu potencial político e transformador da vida relacional além das esferas internas das sociedades indígenas. Este livro busca apreender o xamanismo como uma força política imprescindível à construção de uma luta pela terra potente e assim o entendemos como horizonte decolonial possível.
Artigo publicado na edição 231 da Revista Continente
Jair Bolsonaro, que assumiu o cargo em 1º de janeiro de 2019 como o novo presidente do Brasil, tomou medidas e fez promessas que ameaçam a floresta amazônica brasileira e os povos tradicionais que a habitam. Os ruralistas, nomeadamente os... more
Jair Bolsonaro, que assumiu o cargo em 1º de janeiro de 2019 como o novo presidente do Brasil, tomou medidas e fez promessas que ameaçam a floresta amazônica brasileira e os povos tradicionais que a habitam. Os ruralistas, nomeadamente os grandes proprietários de terras e os seus representantes, que são uma parte fundamental da base política do novo presidente (Sassine 2018), estão a avançar uma agenda com impactos ambientais que se estendem a todo o mundo. Nosso objetivo neste comentário (incluindo seu material suplementar) é resumir esta agenda, eventos recentes que ameaçam a Amazônia e seus povos, e algumas das possíveis respostas a esses desafios.
RESUMO Em razão das constatações dos casos de tribos indígenas que aniquilavam as vidas de suas crianças tidas como enfermas e/ ou portadoras de alguma deformidade, diversas manifestações começaram a surgir, principalmente entre... more
RESUMO
Em razão das constatações dos casos de tribos indígenas que aniquilavam as vidas de suas crianças tidas como enfermas e/ ou portadoras de alguma deformidade, diversas manifestações começaram a surgir, principalmente entre militantes de Direitos Humanos e órgãos de tutela e proteção aos índios: a FUNAI e FUNASA. Por tal prática, foram realizadas inúmeras audiências públicas e debates, originando assim, uma proposta de Lei que dispõe sobre o combate desse ato. Após sua aprovação na Câmara dos Deputados, o referido projeto legislativo encontra-se aguardando manifestação do Senado Federal. Tal artigo visa analisar o polêmico tema, sendo necessário o aprofundamento de estudo antropológico de tal costume, visando uma análise constitucional de direito à vida independente da etnia. Além disso, abordar-se-á o conflito referentes a matéria constitucional e penal.
Palavras-chave: Cultura indígena. Infanticídio. Biodireito. Direito Humanos.
O presente artigo aborda o movimento das mulheres indígenas, com o objetivo de responder à seguinte pergunta: a aplicação das normas internacionais e nacionais protetivas das mulheres seria (in)suficiente em relação às... more
O presente artigo aborda o movimento das mulheres indígenas, com o objetivo de responder à seguinte pergunta: a aplicação das normas internacionais e nacionais protetivas das mulheres seria (in)suficiente em relação às demandas (individuais e coletivas) das mulheres indígenas? Para tanto, foi utilizada a abordagem qualitativa por meio da análise de legislação, trabalhos científicos e uma entrevista semiestruturada. Os resultados demonstraram que, historicamente, as mulheres indígenas têm se organizado em movimentos próprios, que também abrangem a luta contra a opressão territorial e cultural, sendo-lhes aplicáveis as normas protetivas das mulheres à luz dos direitos socioambientais e direitos coletivos dos povos indígenas, resguardadas as especificidades culturais de cada povo indígena.
O texto trata sobre o preconceito étnico-racial e de classe contra os povos indígenas. Tem a pretensão de pensar as origens de tais preconceitos, avaliando o peso da colonização e de sua continuidade, a colonialidade, no imaginário social... more
O texto trata sobre o preconceito étnico-racial e de classe contra os povos indígenas. Tem a pretensão de pensar as origens de tais preconceitos, avaliando o peso da colonização e de sua continuidade, a colonialidade, no imaginário social elaborado sobre estes povos.
O presente artigo é resultado de estudos realizados pelo Grupo de Pesquisa: Direitos Humanos e Cidadania da Universidade Comunitária da Região de Chapecó (UNOCHAPECÓ), com o objetivo de fazer um relato histórico sobre a colonização da... more
O presente artigo é resultado de estudos realizados pelo Grupo de Pesquisa: Direitos Humanos e Cidadania da Universidade Comunitária da Região de Chapecó (UNOCHAPECÓ), com o objetivo de fazer um relato histórico sobre a colonização da América Latina, de aspectos da modernidade e face oculta à colonialidade, presente até os dias atuais. Aborda a formação dos Estados no contexto latino-americano, especialmente no Brasil, enfocando a realidade social, política e jurídica dos povos indígenas no Brasil.
O título desse artigo traz seu tema e porta um sonho de algum tempo: reencontrar e reelaborar, na esteira de alguns Autores, uma abordagem geográfica da etnicidade e de sua espacialidade. Dentre as diversas motivações para escrevê-lo,... more
O título desse artigo traz seu tema e porta um sonho de algum tempo: reencontrar e reelaborar, na esteira de alguns Autores, uma abordagem geográfica da etnicidade e de sua espacialidade. Dentre as diversas motivações para escrevê-lo, declaramos o intento de revisitar passos trilhados na geografia e na pesquisa acerca de grupos indígenas e negros no Brasil. Não o faremos como uma deriva biográfica, mas enquanto questões que aparecem na trajetória intelectual e assumem outros contornos e conteúdos segundo “o espírito do tempo”, o que inclui a própria configuração da Geografia Cultural neste país.
Plaitworks are fundamental in basic activities among Amerindian peoples, such as transporting and food processing. They also occupy a prominent position in their ontology, expressing and turning active aesthetic precepts and worldviews.... more
Plaitworks are fundamental in basic activities among Amerindian peoples, such as transporting and food processing. They also occupy a prominent position in their ontology, expressing and turning active aesthetic precepts and worldviews. These objects offer excellent opportunities for studies on the multiple relationships between humans and the material world, such as artifact variability, technology, corporeality, as well as others possibilities. Even so, they are understudied by Archaeology and Ethnoarchaeology. This small research investment is perhaps due to the low potential for preservation of these materials in the archaeological record, which leads to a lack of knowledge and dissemination on the different possibilities of plaitworks studies, both from empirical and theoretical points of view. Plaitworks are perishable, however, they persist in Amerindians’ life, entangled with others technologies. If Archaeology serves to understand the relationship of Amerindian peoples and the material world holistically, then it is also necessary to include these artifacts in the Archaeology agenda. This paper, therefore, aims to highlight the research potential that plaitworks provide for ethnoarchaeological approach. Some inquiry possibilities are indicated by previous studies, and through my ongoing doctoral research.
Estamos em 2021, e neste ano "comemoramos" treze anos da lei 11.645 que, ao menos supostamente, tornaria obrigatório o ensino de temática indígena nas escolas. No entanto, "comemorar" me parece um termo um pouco inapropriado. É claro, é... more
Estamos em 2021, e neste ano "comemoramos" treze anos da lei 11.645 que, ao menos supostamente, tornaria obrigatório o ensino de temática indígena nas escolas. No entanto, "comemorar" me parece um termo um pouco inapropriado. É claro, é preciso dizer que avançamos muito no que tange à abordagem sobre os povos indígenas nas disciplinas do ensino básico e superior, mas ainda nos encontramos em um longo caminho do ensino-aprendizagem em uma perspectiva de educação emancipadora e transgressora (HOOKS, 2017). Por isso, gostaria de debater algumas reflexões que têm me feito repensar as formas de abordagem sobre temáticas indígenas, no que se refere à disciplina de História.
"A Caravana Grupo Editoral traz ao público Injustos Cativeiros, do historiador André Luís Ferreira. Interligando temas sobre a história indígena, escravidão e administração na Amazônia do período colonial, o autor analisa as ações de... more
"A Caravana Grupo Editoral traz ao público Injustos Cativeiros, do historiador André Luís Ferreira. Interligando temas sobre a história indígena, escravidão e administração na Amazônia do período colonial, o autor analisa as ações de liberdade dos índios, sobretudo, das mulheres indígenas no Tribunal da Junta das Missões. Ao se dedicar as pesquisas em fontes manuscritas do séculos 17 e 18, o André Luís convida os leitores a conhecerem temas sensíveis sobre as populações indígenas e seus protagonismos na formação da sociedade amazônica."
Resumo No presente artigo, apresento uma reflexão sobre a entrada de estudantes indígenas nas universidades brasileiras, enfatizando, a partir de minha experiência enquanto indígena antropólogo, o contexto dessa inserção em pós-graduações... more
Resumo No presente artigo, apresento uma reflexão sobre a entrada de estudantes indígenas nas universidades brasileiras, enfatizando, a partir de minha experiência enquanto indígena antropólogo, o contexto dessa inserção em pós-graduações de antropologia. O meu foco de análise é a problemática que envolve a histórica invisibilidade indígena e os desafios de afirmação do protagonismo indígena nas academias frente às políticas de enunciação consolidadas nas práticas universitárias e à imagética nacional em torno da figura do "índio". Palavras-Chave: indígenas antropólogos, indígenas na universidade, educação indígena, indigenismo, relações interétnicas. Abstract In this article I ponder on the access of indigenous students to Brazilian universities. From my own experience as an indigenous anthropologist, I focus on the context in which indigenous students are admitted to graduate programs in anthropology. I analyze the Indians' historical invisibility and the challenges they face to consolidate their roles in academy vis-à-vis the politics of enunciation that are deeply rooted in university practices and in the national imagery about the "Indian."
RESUMO O objetivo deste artigo é explorar as possibilidades do turismo junto a povos indígenas no Brasil com base em estudos de caso nacionais e internacionais. São discutidas as bases para um planejamento adequado, com participação dos... more
RESUMO O objetivo deste artigo é explorar as possibilidades do turismo junto a povos indígenas no Brasil com base em estudos de caso nacionais e internacionais. São discutidas as bases para um planejamento adequado, com participação dos povos indígenas, para o turismo sustentável e responsável em suas localidades, além dos efeitos socioculturais positivos e negativos que este pode acarretar, dado o que já ocorre no Brasil e no exterior. Temas como a produção da identidade e da autonomia em contatos turísticos são abordados. É apresentada uma proposta para o planejamento participativo do turismo em Terras Indígenas, discute-se a base legal para este modo de turismo e seus entraves, e conclui-se que o Poder Público através da Funai deve custear pesquisas fundamentais para o acompanhamento deste, bem como seu planejamento adequado. Palavras-Chave: Turismo em Terras Indígenas. Povos indígenas. Planejamento do turismo. Abstract The objective of this article is to explore the possibilities of tourism with indigenous peoples in Brazil based on national and international case studies. The basis for an adequate planning, with the participation of indigenous peoples, for a sustainable and responsible tourism in their localities are discussed, besides the positive and negative socio-cultural effects that it can cause, given what already happens in Brazil and internationally. Themes like the production of identity and autonomy in tourist contacts are treated. A proposal is presented for the participatory planning of tourism in Indigenous Lands in Brazil, the legal basis for this mode of tourism and its impediments, and it is concluded that the public offices through Funai must pay for fundamental researches for its accompaniment, as well as for it adequate planning.
As vozes dos povos indígenas e das populações tradicionais se fazem imprescindíveis nos debates sobre as mudanças climáticas. Os pensadores indígenas e quilombolas contemporâneos nos oferecem novas formas de perceber e nos relacionarmos... more
As vozes dos povos indígenas e das populações tradicionais se fazem imprescindíveis nos debates sobre as mudanças climáticas. Os pensadores indígenas e quilombolas contemporâneos nos oferecem novas formas de perceber e nos relacionarmos com o mundo à nossa volta e nos ajudam a entender as razões pelas quais as sociedades industrializadas tão frequentemente devastam o meio ambiente.
É possível verificar que, nos últimos anos, Direito Internacional dos Direitos Humanos tem buscado a realização de tratados que possibilitem a proteção dos direitos dos povos indígenas, porém, a efetividade dessa proteção ainda está longe... more
É possível verificar que, nos últimos anos, Direito Internacional dos Direitos Humanos tem buscado a realização de tratados que possibilitem a proteção dos direitos dos povos indígenas, porém, a efetividade dessa proteção ainda está longe de ser alcançada. Neste viés, com o escopo de contribuir para a pesquisa na área que busca a efetivação de tais direitos, o presente trabalho tem o objetivo de apresentar considerações iniciais a respeito da proteção dos povos indígenas na seara do direito internacional, em especial através de um olhar para o Caso Ângela Poma Poma vs. Peru. Para tanto, inicialmente será apresentada a limitação de acesso dos povos indígenas ao sistema global de proteção dos direitos humanos. Em seguida, será apresentado o Caso, seu histórico, as observações do Comitê de Direitos Humanos e, por fim, considerações importantes acerca do Caso.
Esta tese se propõe a fazer uma etnografia com uma abordagem temporal de longa duração sobre a presença indígena na região entre os rios Ipanema e Moxotó, tendo como locus ainda mais detido o platô central entre ambos, a Serra do... more
Esta tese se propõe a fazer uma etnografia com uma abordagem temporal de longa duração sobre a presença indígena na região entre os rios Ipanema e Moxotó, tendo como locus ainda mais detido o platô central entre ambos, a Serra do Catimbau, atual território do povo indígena Kapinawá (Pernambuco – Brasil). No final do século XVII, essa região era ocupada pelos povos denominados Paraquêo e Ogoê Goé. No século XVIII, com a política das missões, foi implementado nesse território o Aldeamento do Macaco, e esses povos se juntaram a outros tantos grupos indígenas. A ação do governo colonial alterou significativamente o modo de vida, antes marcado pela mobilidade em busca dos recursos da caatinga, depois restritos pelas cercas e pela substituição das matas pelo pasto. No século XX, no mesmo local, esses povos reivindicaram a identidade indígena kapinawá e o direito às terras que lhes foram doadas no século XIX. O meu argumento é que tais áreas se mantiveram, ao longo de todos esses séculos, sob um certo domínio das famílias indígenas, senão totalmente sob seu controle e, embora muitas vezes tenham sido invadidas por fazendeiros, conservaram-se nas memórias como áreas pertencentes ao seu território. Saio de uma leitura regional para um foco micro. Procuro demonstrar a continuidade da resistência nas formas de ocupação do território pelas famílias kapinawá, que possibilitaram ao atual território indígena ser uma região de relevância na preservação do bioma caatinga. Esse é um elemento importante do conflito no século XXI, principalmente a partir da criação do Parque Nacional do Catimbau em parte do território kapinawá que ainda não foi regularizado. No estudo sobre a presença indígena, parti do que foi dito sobre eles nos documentos oficiais para chegar ao que eles dizem sobre si mesmos, ou seja, o momento de ser denominado e o de se autodenominar. A categoria guerra de conquista foi utilizada para demonstrar a ação dos agentes coloniais sobre os povos indígenas. As reações indígenas contra essas empreitadas nomeei de pelejas indígenas. Uma categoria construída a partir das noções de resistência, repertório de confronto e tradição de conhecimento. Ela busca evidenciar as formas de resistência ao processo colonial nas suas tentativas de dominação dos corpos e territórios dos povos indígenas. Essa foi a base para a análise de longa duração, considerando eventos e processos históricos.
Este artigo realiza algumas comparações entre diferentes perspectivas – indígenas e não indígenas – acerca do ouro e sua garimpagem na Amazônia Brasileira. O principal objetivo é contribuir para os debates da área conhecida como... more
Este artigo realiza algumas comparações entre diferentes perspectivas – indígenas e não indígenas – acerca do ouro e sua garimpagem na Amazônia Brasileira. O principal objetivo é contribuir para os debates da área conhecida como “antropologia da mineração” apresentando perspectivas locais acerca desta atividade de exploração mineral, há muito praticada na Amazônia. São elencados dados bibliográficos e etnográficos sobre as relações que os Yanomami, os Waiãpi, povos indígenas do Alto Rio Negro e garimpeiros não indígenas estabelecem com os garimpos de ouro desde os anos 1970. A análise comparativa de diferentes experiências e narrativas permitiu esboçar algumas reflexões acerca de críticas locais que são feitas à atividade garimpeira e à extração do ouro. Críticas cujos fundamentos são encontrados em formas particulares de se conceber tal metal, que podem envolver desde a centralidade do ouro na composição da Terra como algo perene e durável até os perigos políticos e cosmológicos decorrentes da exploração aurífera, passando por concepções acerca das distâncias seguras que se deve manter ou não em relação ao ouro.